Perante a gravidade da crise, Cavaco Silva, na sua comunicação de Ano Novo, escolheu apontar o défice externo português como prioridade nacional de resposta à crise. No entanto, parece que a própria crise se encarregou de o diminuir. O economista João Ferreira do Amaral explica porquê e aponta quais as verdadeiras prioridades que devem guiar a nossa política económica.
Fica aqui um excerto do artigo:
“Como se sabe, o défice estrutural da economia portuguesa face ao exterior é porventura o problema mais grave que, em circunstâncias normais, a nossa economia enfrenta. Mas na situação actual este efeito não parece ser tão significativo. Pelo contrário, o facto das importações terem descido a um ritmo relativamente próximo do das exportações e sendo o valor destas significativamente inferior ao daquelas, leva a que, com quebras desta ordem de grandeza o défice comercial não aumente, antes tenha tendência a diminuir - como de facto sucedeu no período que estamos a tratar.
Por consequência, o efeito negativo da quebra das exportações e das importações não é o agravamento do défice. É outro e muito grave. Tem a ver com o emprego. A quebra das exportações vai ter como efeito imediato e directo o aumento do desemprego no sector exportador e, indirectamente, sobre os sectores produtores de matérias-primas e produtos intermédios que são utilizados pelo sector exportador. (...)”
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6 comentários:
De qualquer forma não me parece que se deva desvalorizar o impacto negativo do défice externo apenas porque na conjuntura actual este irá diminuir. Seria como dizer que já não temos que nos preocupar com a dependência energética da humanidade face ao petróleo apenas porque temos preços mais baixos actualmente. O problema está lá na mesma. Apenas está temporariamente minimizado.
Galerinha da terra de Cabral,
aproveitando o feriado de Tiradentes (Estão lembrados?), confiram "A pátria de chuteiras".
esta é boa. agora o amaral tb lhe dá para ler as estatisticas de modo enviesado.
as exportações cairam
as importações cairam menos
(percentualmente)
o q faz exactamente aumentar o défice comercial e não o contrário;
infelizmente o nosso jardim à beira mar plantado não é como os EUA onde o défice comercial efectivamente se reduziu fruto de automatismos vastos que a economia de mercado americana goza.~
aqui como tá tudo míope, até já lêem tudo ao contrário; já n exportamos, mas continuamos a importar?
e pq é assim?
fácil como o Colombo ter chegado à américa:a banca continua a importar crédito aos contetores q depois despeja na economia nacional; estruturalmente deficitária q continua a ir comprar lá fora. consumo para todos; emprego logo se vê; a banca como é intocável, como é aquela q se tem de a todo o custo "salvar" ou "nacionalizar" continua alegremente a arrastar Portugal para o abismo. ~
as posições de fim de período em nomenclatura do bp (fruto do d~efice da BTC) não param de subir, nem se prevêem que parem; o endividamento galopa, o euro é o nosso escudo, e a banca a entidade iluminada sob a qual todas as cabeças pendem.
haja dó
João Marco
Leia com atenção, pois o que Ferreira do Amaral diz é precisamente o contrário daquilo que você entendeu.
isto deve ser para gozar.
eu sei que do Lupi se tem uma bela vista; mas não é caso para um gajo ficar deslumbrado
peguem lá
www.bportugal.pt
ano 2006
Exp bens e serviços - 48204.4
Imp bens e serviços - 60971.4
Pib - 155446.2
Défice
(48204.4-60971.4) = -12767
(-12767/155446.2)*100 = 8,21%
um número brilhante!
Agora com as variações negativas
Exp: - 19,4% = 38852,7464
Imp: - 15,6% = 51459,8616
Défice
38852,7464 - 51459,8616 =12607,1152
berlindes! ganharam uns milhares. e isto é para dados de 2006; só dá mesmo para ver com as bases reais de 2008; mantenho a dúvida. não é líquido. tem que se ir fazer as contas.
....
e aqui só tamos a contar com a balança comercial... upa upa... q n é a única deficitária .... a relevante é a BTC!
mas eu sei q há por aí gente atenta,
há
há!
Relátório INE::
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=56412771&DESTAQUESmodo=2
"Comércio Internacional
No período de Novembro de 2008 a Janeiro de 2009, as saídas de bens registaram uma diminuição de 19,4% e
as entradas de 15,6%, face ao período homólogo do ano anterior, determinando um desagravamento do défice
da balança comercial, dada a diferença de nível entre o valor das saídas e das entradas. A taxa de cobertura foi
de 60,1%, o que corresponde a uma diminuição de 2,8 p.p. face à taxa registada no mesmo período do ano
anterior (Novembro de 2007 a Janeiro de 2008)."
****
TOTAL
Saída (Fob) 9 409.4 7 587.0 -19.4
Entrada (Cif) 14 961.7 12 627.3 -15.6
Saldo -5 552.2 -5 040.4
Taxa de cobertura (%) 62.9 60.1
****
Caricato. O défice comercial efectivamente diminui em valor, migalhas; mas pior,a taxa de cobertura das importações pelas exportações deteriora-se, o que não é nada bom; isto é, é ainda mais grave!
Economistas,... e a banha da cobra?
*****
Se isolarmos para a UE,o resultado é duplamnete negativo! Défice e taxa de cobertura!
UNIÃO EUROPEIA
Expedição (Fob) 7 159.7 5 469.0 -23.6
Chegada (Cif) 11 200.3 9 604.8 -14.2
Saldo -4 040.6 -4 135.9
Taxa de cobertura (%) 63.9 56.9
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Ai q bela vista tem o Lupi;
ai o nosspo Tejo!
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