Aprecio a preocupação do Ministro das Finanças de Portugal quanto ao "risco de problemas sociais sérios" em Portugal, de acordo com o jornal Público. É evidente que este problemas não são um "risco", são há muito uma realidade. Mas percebo. Está a referir-se a alterações graves da ordem pública. Portanto, há que colocar a polícia de choque em prevenção.
Ainda assim, ao ler a notícia, não pude deixar de confirmar que a nossa governação socialista está muito mal entregue. Primeiro, porque o ministro afirma coisas como esta: "Isto não é ideologia, é dos livros, é pura economia". Como se nos manuais de economia pudessemos encontrar a verdade da "ciência económica". Como se muitas teorias que lá se encontram não pertencessem a um certo cânone há muito contestado por outras teorias. Pelos vistos, para o ministro, não há correntes de pensamento na Economia. Apenas a "pura economia". Nada que surpreenda porque vem na linha dos anteriores ministros das finanças de governos socialistas.
Depois, diz-nos o Público, terá afirmado que as actuais políticas de intervenção na economia correspondem a opções "meramente conjunturais". "Passada a crise, retomaremos o percurso de consolidação orçamental", prometeu". Quer dizer ... a crise não vai alterar nada de fundamental na constituição económica da Zona Euro. Para mim, isto é preocupante porque mostra que o Governo não entende o essencial da crise. E, se não entende, como pode intervir adequadamente, aqui e no âmbito da UE?
Agora, confrontem as declarações do Ministro das Finanças de Portugal com esta análise da crise feita por James K. Galbraith e tirem as vossas conclusões.
4 comentários:
Certezas à parte ("Nunca temos certezas, as certezas sao para aquelas pessoas que nao amam a verdade"), ninguém sabe muito bem o que é que aconteceu e que agora designamos por "crise".
Julgo que o termo mais adequado não é "crise", mas "Revolução"! Mas também sei que não é politicamente correcto usar, nos próximos tempos, esta palavra.
Caro "Portaria Ilegal",
Olha que se quiseres podes recuperar tudo o que escreveste nesse blog. É só quereres...
Um abraço
Stran
em relação ao artigo do sr. Galbraigth, em particular quando ele fala que o estado americano devia aumentar os beneficios na segurança social e medicare, penso que ele ainda não viu o que este senhor Chris Martenson diz aqui :http://www.chrismartenson.com/blog/social-security-stunner-bankruptcy-nation-moved-several-years/15944.
Agora tirem as vossas conclusões
Em relação à nationalização dos bancos, á semelhança do que foi feito na suécia há alguns anos, até concordo com o senhor, mas as propostas seguintes são simplesmente ridiculas :
"Third, we will soon need a jobs program to put the unemployed to work quickly. Infrastructure spending can help, but major building projects can take years to gear up, and they can, for the most part, provide jobs only for those who have the requisite skills. So the federal government should sponsor projects that employ people to do what they do best, including art, letters, drama, dance, music, scientific research, teaching, conservation, and the nonprofit sector, including community organizing—why not?"
De que forma é que tirar dinheiro da economia produtiva para financiar actividades não produtivas subsidiadas pelos contribuintes pode ajudar a consertar a economia??
Se alguem conseguir que explique, porque eu não chego lá.
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