«Manter as taxas pode levar a falências em catadupa e causar uma crise financeira; descê-las deve aquecer a economia e gerar inflação».
Ricardo Reis no Diário Económico. Esta alternativa é enganadora. A inflação parece ser neste momento o menor problema da economia norte-americana. De qualquer forma, dados os ciclos viciosos que se podem estar a gerar (com o aumento do número de agentes em situação de insolvência), não é certo que o corte das taxas de juro possa resolver o problema.
Parece que estamos condenados a falar da crise (que também é uma crise num modelo de crescimento neoliberal, assente na especulação, no endividamento e na estagnação salarial) para além do próximo mês.
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5 comentários:
Os neo-liberais podem defender o seu modelo com muitos argumentos. Mas prometer um mar de rosas, sem riscos, sem empresas a fecharem, sem desemprego, etc... é que não deve encontrar. O "modelo" neo-liberal tende precisamente para a ausência de modelo.
Mas compreendo a preocupação de quem tem de "apanhar" com uma crise despoletada por outrém e com a qual não se tem nada a ver (no caso do seu post: os especuladores).
James Cumes no Eurotrib
http://www.eurotrib.com/story/2007/9/10/33559/0768
"To emerge from this crisis or complex of crises, we will need to resume attitudes of mind and policy which we had after 1945. After twenty years of world depression and world war, there was then a widespread passion for rebuilding national economies and the world economy on a sound basis of stability and growth, through multilateral cooperation for peaceful change."
Ou seja, ainda vai piorar antes de ter hipótese de melhorar. E depois é preciso fazer por isso.
Dado que a convulsao bancaria e financeira se deve a uma falta de liquidez, a descida do juro so pode ajudar. Alem da preocupacao inflaccionaria, o Bernanke quer acabar com a dependencia de Wall Street ao credito facil.
O genial Greenspan ja nao e tao bem visto nos dias de hoje. Sera que ainda lhe pagam os 8.5 milhoes de dolares pela biografia?
Só mesmo Ricardo Reis, o heterónimo de Fernando Pessoa.
Claro que nem passa pela cabeça dos ortodoxos cá da casa acabar com o maior monopólio estatal à data. Quando se lê estes textos temos a impressão de ver alguém horas à procura dos óculos, quando estes estão colocados em cima do seu nariz.
O monopólio da oferta monetária.
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