«A CGTP reivindicou hoje um aumento de 5,8 por cento para o Salário Mínimo Nacional, para 426,5 euros, em Janeiro de 2008, com vista a que atinja os 500 euros em 2011». Este compromisso foi assumido pelo governo. Esperemos que seja para cumprir. 500 euros até 2011. Ao contrário do que dizem os liberais, o crescimento do salário mínimo pode, por via da procura, contribuir para a dinamização da economia e para o crescimento do emprego. E depois, numa das mais desiguais sociedades, é da mais elementar justiça social. A pobreza entre os trabalhadores assalariados tem de ser combatida. Não conheço melhor forma.
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11 comentários:
Segundo o seu raciocínio, posso deduzir que aumentando a massa salarial aumenta o crescimento económico? Seria curioso e muito fácil de aplicar...
Ah! Antes que me esqueça: gosto do seu blogue.
Eu não disse isso. Apenas disse que o crescimento do salário mínimo dinamiza a procura final (dada a maior propensão para o consumo das classes mais pobres) e, em certas circunstâncias, isso pode ser útil para a estimular a actividade económica.
O emprego está a desaparecer aceleradamente. Aqui, na Europa, na América e em todo o lado. Está a ser substituído pela tecnologia. É inglório este esforço para manter um emprego moribundo.
Por outro lado, sem trabalhadores remunerados (com poder de compra) não há vendas. E sem vendas não há lucros. E sem lucros não existe propriedade privada dos meios de produção. É a tecnologia que vai destruir o capitalismo, tal como o conhecemos.
Devemo-nos focar num mundo pós-emprego e sem empresas privadas. Não tentar recuperar um paradigma que está em elevado estado de putrefacção.
http://www.oinsurgente.org/2007/08/22/consumo-nao-gera-crescimento/
Caro Diogo,
se eu vivesse em princípios do séc. XIX talvez ficasse assustado com o que diz. Marx ficou... Mais de cem anos depois, já não dá para outra coisa senão rir.
A todos os senhores que estão contra o aumento do salário mínimo, instaurava-lhes o salário mínimo obrigatório!
A ver se conseguiam viver com salários de miséria...
Um aumento da procura não vai levar ao aumento da inflação ?
nelzon,
a não ser que a oferta aumente de forma proporcional, não.
A propósito do emprego em Portugal é interessante ler o estudo de Eugénio Rosa, resumido no artigo da lusa disponível em http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/UjKi9zWYY5LSA4LiqOG0Iw.html.
Tal estudo mostra não só uma precarização crescente do emprego como um peso decrescente das profissões mais qualificadas e uma desaceleração do salário médio em Portugal. Como relançar a economia nestas circunstâncias se ainda por cima as exportações, muito dependentes das variações que ocorrem no exterior, não se portam bem? Como desenvolver "indústria tecnológica" sem trabalho qualificado?
Já agora, caro Diogo, o aumento do consumo poderá mais facilmente gerar inflação numa situação de pleno emprego de recursos, o que não parece ser o caso em Portugal. Por outro lado, a manutenção de um consumo elevado sem rendimentos que os sustentem poderá gerá-la na mesma via taxas de juro, se tal consumo for realizado com recurso ao crédito...
Cristiana Tourais
Rectifico,
o que queria dizer era:
se a oferta crescer de forma proporcional, não.
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