Mas a IL não se fica por aqui, pelas «gorduras» da despesa intermédia de má memória («vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade», dizia Passos Coelho em 2011). Propõe-se também, num segundo decalque da maioria de direita que foi «além da troika», reduzir o número de funcionários públicos em cerca de 40 mil até ao final da próxima legislatura. E percebendo que não seria popular incluir a educação e a saúde nestes cortes, Rui Rocha sugere que a redução ocorreria noutras áreas, sobretudo através da não substituição de funcionários públicos que se reformem.
Assim, para sustentar a borla fiscal irresponsável e iníqua que promete, a IL ressuscita a ideia de que «Portugal tem funcionários públicos a mais», propalada pela PAF nos anos de chumbo (e que levaria a uma redução significativa dos níveis de emprego público nesses anos). Uma ideia que, contudo, não resiste à comparação de Portugal com a generalidade dos países europeus. De facto, não só o nosso país não tem emprego público a mais, encontrando-se bem abaixo da média europeia, como é um dos Estados membros com menor percentagem de funcionários públicos no total do emprego, na UE. Não é por ser repetida mil vezes que uma mentira se converte, de facto, em verdade.
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