sábado, 18 de fevereiro de 2023

Campanha pública


A campanha ideológica a favor da inflação dos direitos associados à propriedade privada e da deflação dos seus deveres vai de vento em popa na comunicação social, mesmo que só perante uma declaração de intenções sobre a colocação de casas devolutas no mercado. 

No Público dá-se todo o espaço a juristas neoliberais da direita intransigente, de Paulo Otero a Menezes Leitão, passando pelo antigo provedor do trabalho temporário, Vitalino Canas, esse do extremo-centro: “A requisição de casas para arrendamento levanta dúvidas de constitucionalidade, defendem juristas”. 

A jornalista tirou a conclusão que queria, já que só pediu opinião a um certo tipo de jurista, material e ideologicamente muito colado a uma absolutização de classe de um certo tipo direitos que a nossa Constituição, de resto, não parece autorizar. 

Espero que o provedor do leitor se manifeste contra mais esta falta de pluralismo e de isenção, como o já o fez, por exemplo, na defesa do Estado laico, numa peça monopolizada também pelas opiniões de Paulo Otero, um jurista sempre pronto a sacrificar a democracia.

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