segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Quem?


Os dados são do Banco de Portugal. E revelam que o diagnóstico oficial, à margem do senso comum já apreendido por todos, está um pouco ao lado. Até o mercado imobiliário o assume.

De 2021 para 2022, num ano apenas, o crédito bancário concedido aumentou de 12,5 mil milhões de euros para 13,8 mil milhões. Deste aumento de 1273,4 milhões de euros, cerca de 57% deveu-se a crédito concedido a clientes estrangeiros (mais 726,6 milhões, de 1,513 para 2,2 mil milhões e euros), apesar de este universo de clientes ter representado apenas 7,8% do total de 154,9 mil clientes em 2021 e 10,5% de 152,9 mil em 2022. 

Esta subida está associada tanto a uma subida do número de clientes de mais de 33% (de 12.108 para 16.106), como do valor médio do crédito concedido, de mais 11,3% (de 125 mil para 139 mil euros). Já o segmento dos clientes portugueses registou uma descida do número de clientes de 4,2% (de 142.785 para 136.788) e uma subida do valor médio de crédito de 9,6% (abaixo do verificado para o segmento de clientes estrangeiros). 

É notório para todos que o mercado imobiliário está a ser pressionado sobretudo pela procura externa, da qual as aquisições através da concessão de crédito são apenas uma parcela. Mas o Governo parece não ter coragem de enfrentar esta realidade e o sector financeiro que, a julgar pelos números, parece estar a gostar bastante desta situação... 

 

1 comentário:

Anónimo disse...

Na minha aldeia não. Uns anos atrás havia por lá uns alemães e holandeses. Hoje não sei. Agora que continua a perder população, lá isso continua. Os velhos, dia sim dia não, toca o badalo da igreja. Os novos não têm remédio senão dar à sola.

Ah pois, Lisboa, Lisboa cidade, que isso da margem sul assusta...