terça-feira, 12 de julho de 2022

Uberizações, vergonhas

Pelas suas reformas fiscais e laborais regressivas, transferindo rendimentos e poder de baixo para cima, Macron tem sido justamente acusado de ser o presidente dos ricos. Sem surpresas, soube-se agora que o herói do extremo-centro europeísta serviu a Uber como Ministro da Economia. 

O grande capital transmuta-se em grande influência política com cada vez maior facilidade. Tem-se falado de uberização das relações laborais. Podemos passar a falar de uberização da política. Isto anda tudo ligado. 

Se falamos de multinacionais como a Uber, temos pelos vistos também de passar a falar da uberização da economia convencional, ou seja, de economistas académicos das mais prestigiadas universidades que são pagos, mas neste caso bem pagos, para produzir estudos feitos à medida destes grandes interesses capitalistas, que aliás podem fornecer os dados e tudo.  

Os interesses dominantes pagam às ideias dominantes, num círculo vicioso com mecanismos que já tinham ficado evidentes com as ligações perigosas de economistas académicos muito sérios ao sector financeiro. Tudo se compra e tudo se vende numa distopia povoada de homo economicus do ponto de vista motivacional. 

Sim, temos um problema imbricado com o poder capitalista, a desigualdade e a corrosão de carácter crescentes.

4 comentários:

Anónimo disse...

atenção os nomes científicos das espécies são constituídos por uma primeira parte que especifica o género, e que vem sempre com letra inicial maiúscula, e uma segunda parte, com inicial minúscula, que é a especificação da espécie.

Daí escrever-se Homo economicus e não homo economicus.

António Nunes disse...

"Pagam às" ou "pagam as" ou as duas?

Anónimo disse...

O governo de Costa apoiou a candidatura de Macron.

Anónimo disse...

Leis à medida de empresas que omitem as relações de trabalho e que actuam de forma monopolista, o António Costa e a sua trupe está em todas.