quarta-feira, 13 de julho de 2022

Novo banco, nova agressão


Tarde e a más horas, cada vez mais gente chega à conclusão que as esquerdas consequentes tiraram há alguns anos: o interesse público não foi defendido no Novo Banco. O neoliberal Manuel Carvalho fala agora de agressão ao país, uma expressão curiosamente usada pelos comunistas para se referirem à ingerência do tempo da troika e que continuou para lá dela. Pactos de agressão tem havido muitos, de facto. 

Eterno optimista, tenho esperança que até Carvalho chegue a uma conclusão, daqui a uns anos: a condição necessária para defender o interesse público num sector que lida com o crédito, com a confiança, é a propriedade pública e uma gestão muito diferente da lógica privada. Afinal de contas, quando 75% da banca estava em mãos públicas, antes das privatizações de Cavaco e companhia, não havia agressões destas. 

O problema, como temos insistido nos últimos anos, radica no facto de Portugal ser nesta área o equivalente a uma colónia da UE, aplicando-se no rectângulo um princípio particularmente perverso, aceite por Centeno e companhia: pagam, mas não mandam, dado que é necessário internacionalizar, ao invés de nacionalizar, a propriedade. Lamento, mas é a lógica da UE, aceite de forma subserviente pelas elites deste pobre país. 

 

2 comentários:

TINA's Nemesis disse...

Os propagandistas do "Não Há Alternativa" sabem que são cúmplices da agenda euro-regressiva, sabem que contribuíram (contribuem) para fazer muito mal a muita gente, sabem que se puseram ao fresco enquanto exigiam sacrifícios a muitos, sabem que ostracizam e censuram quem lhes faz frente.
Desgraçado país que fica à espera de quem o agride mude de opinião...

Anónimo disse...

Quando se abandona a dignidade apenas fica o oportunismo. São mais que muitas as evidências que o interesse público nos últimos muitos anos não foram defendidos, e continuam lá os mesmos, sem estratégia, sem capacidade e sem orientação, ainda assim são os preferidos de uma maioria votante que acha que os governos existem para defender os interesses dos "instalados". As mentiras graves que são ignoradas costumam resultar em cenários trágicos, é isto que significa a moderação.