segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Estes “jornalistas”, para quê?


Miguel Sousa Tavares informou-nos recentemente que não faz mais entrevistas. É uma excelente notícia, já que Tavares, como foi pela enésima vez visível nas entrevistas a Pedro Nuno Santos e a António Costa, é um exemplo acabado da mediocridade do que passa por elite no jornalismo mediático, a que substitui o estudo pelo achismo preguiçoso e pelo preconceito de classe mais desavergonhado.

Desde o Equador que não lia Sousa Tavares, mas esta semana chamaram-me a atenção para um artigo no Expresso, onde justifica a menção ao tal jovem dos seus círculos sociais que ganha 2700 euros: “não fui buscar os 2700 euros por acaso”, uma vez que “a taxa de incidência de IRS é de uns aterradores 45%”, garantindo Tavares que o desgraçado jovem paga 1300 euros ao Estado.

Não há terceira hipótese: Tavares é ignorante ou é desonesto, já que omite a diferença entre taxa média e taxa marginal que é aqui explicada com exemplos e tudo. Quem paga impostos sabe a diferença e quem é rico sabe que 45% é a taxa marginal, aquela que incide apenas sobre a parte - sublinho, apenas a parte - do rendimento coletável acima - sublinho acima - dos 36000 euros anuais. A taxa média para este jovem pouco ultrapassará portanto um quarto do rendimento coletável, sublinho outro detalhe omitido na contabilidade fictícia de classe patrocinada por Tavares.

Estes “jornalistas”, para quê?

6 comentários:

Anónimo disse...

Para manipular a opinião pública. E se não for MST, será outro na vez dele.

Anónimo disse...

Este e muitos como este são a expressão do falhanço que é o nosso país, esta gente acaba por ser a representação da incapacidade colectiva de querer mais e melhor.

Luís disse...

Não tenho a certeza se essa calinada é mais ou menos grave do que a explicação completamente inventada sobre o que é o blockchain: https://youtu.be/iRbllcZVucQ

Anónimo disse...

Absolutamente de acordo com o comentário publicado por Anónimo em 20 de setembro de 2021 às 16:04.
Miguel Sousa Tavares é um dos maiores exemplos do falhanço que é o nosso país. Incapacidade coletiva, carreirismo, mentir com descaramento, exercer «bullying» em colegas de profissão e em independentes, de modo a que não se conheça uma crítica às suas enormes lacunas como escritor e jornalista. Miguel Sousa Tavares percorreu o pior caminho e no final acredita que é um vencedor.

Jaime Santos disse...

Por uma vez estamos perfeitamente de acordo. Só foi pena que Costa não tenha dado por ela (ele, advogado que é, sabe como funciona o imposto progressivo e que a taxa final depende da média sobre os sucessivos escalões) e explicado a Sousa Tavares como as coisas funcionam.

Eu tive pena de ver partir Sousa Tavares. Mas não este e sim aquele que fazia jornalismo de qualidade, este parece apenas preocupado com os impostos que paga...

Anónimo disse...

Ontem já era tarde...