quinta-feira, 28 de abril de 2016

Socializar


No que à finança diz respeito a esquerda tem de ir para lá da exigência da taxação das transacções financeiras e colocar de novo na agenda a questão da propriedade pública e do controlo democrático desses centros nevrálgicos, em termos de informação e de poder no capitalismo, que são os bancos, como ponto de partida para uma redefinição da gestão e missão do novo sistema financeiro pós-liberal. Esta é a principal mensagem do artigo sobre a socialização dos bancos que o Nuno Teles escreveu para a Jacobin, talvez a publicação mais relevante, em inglês, dos que têm boas razões para não desistir.

13 comentários:

Anónimo disse...

Tem de haver uma tomada efectiva do poder e saída justa deste imbróglio que e´ a União Europeia. Esta União já teve o seu tempo, hoje aquela coisa do Carvão e o Aço esta´ a ficar fora de prazo. Bem podemos falar em socializar...
Sente-se necessidade de mudar de rumo mas a “clientela predadora” sente-se impávida e serena, «estão como peixinho na água». ´Nunca tantos fizeram tao pouco´.
Em tempos idos, ainda não existia como união europeia A “esquerda existente” tentou então, e com algum êxito, socializar, digamos, nacionalizar alguns sectores incluindo a banca. Mas quis o destino que os do “Arco da Governança” CDS-PS-PSD Impusessem outro rumo… la´ se foi a “socialização“ da desnaturada banca e muito mais. De qualquer forma e´ bom socializar! Ola´ se E´…de Adelino Silva

Jose disse...

Se bem me lembro a Banca nacionalizada foi um puteiro de corrupção e disparate!

Anónimo disse...

Se, no artigo, a intenção era referir o salvamento dos bancos europeus pela rápida substituição do endividamento bancário (da periferia) pelo endividamento público – com os fundos da troika acompanhados dos violentos programas de austeridade – então a frase está ao contrário. Devia ser: «Only the quick substitution of oficial debt – … – for bank-held debt saved them».

Luís Lavoura disse...

Temos um banco do Estado cujo comportamento foi tudo menos exemplar. O João Rodrigues quer ainda mais bancos do Estado para quê?
O João Rodrigues quer bancos com controle democrático. Mas isso não se encontra em bancos do Estado! Os bancos do Estado têm, quando muito, controle governamental - que é tudo menos democrático.
Se o João Rodrigues quer bancos com controle democrático, mais facilmente o encontra em bancos propriedade de cooperativas, como o Crédito Agrícola, ou de mutualidades, como o Montepio.

pvnam disse...

Banqueiros fazem empréstimos a amigos, fazem aplicações financeiras em 'gigajogas' de amigos... o dinheiro 'desaparece'... e o contribuinte é 'chamado' para que o banco não vá à falência.
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-» TEM SIDO GOLPADA ATRÁS DE GOLPADA: o lobby da banca já golpeou o contribuinte em mais de 16 mil milhões de euros!!!!!!
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Banalidades - jornal Correio da Manhã (antes da privatização da transportadora aérea):
- o presidente da TAP disse: "caímos numa situação que é o acompanhar do dia a dia da operação e reportar qualquer coisinha que aconteça".
- comentário do Banalidades: "é pena que, por exemplo, não tenha acontecido o mesmo no BES"...

Anónimo disse...

cagalhão zé

se bem me lembro a banca privada é um puteiro de corrupção e disparate
com todos nós a pagar
aliás o cerne desta crise não está nas dívidas soberanas mas nos desvarios da banca privada...ou vais agora, como é teu costume, reescrever a História ?
queres que te conte o que se passou com a Goldman Sachs, querido cagalhão ?
a tua mente decrépita deve estar a precisar de bengala

Anónimo disse...

Um muito bom post do João Rodrigues que faz atiçar contra ele um ou outro proxeneta a defender a sua área de actuação.

Vemos o que deu a privatização da banca em Portugal. Para onde foram os milhares de milhões de euros dos lucros privados. Vemos a quem foi e é entregue a factura.
Vemos também uma coisa curiosa.Apesar dos factos demonstrarem a mais valia numa banca pública e a corrupção e o esterco da banca privada ainda há quem defenda os negócios dos espírito santos e dos banifs e dos BPN e de tutti-quanti. Cumplicidades ideológicas mas também económicas, o que diz muito de quem assim procede.Que diabo, "eles" têm que ganhar o seu ( e o deles) de qualquer das formas para depois ir colocar o produto do saque em offshores, como forma de defender o "produto do investimento", como dizia há dias um defensor de corrupção e do disparate desta banca privada, o das 23 e 51

Anónimo disse...

Factos:

"Os casos verificados em Portugal são o exemplo prático de que o Estado foi, no que ao resgate a bancos diz respeito, inteiramente capturado pelos interesses dos grandes grupos económicos. Não só capitalizando as instituições, não para as controlar pelo capital social, mas apara amparar as aventuras e o «empreendedorismo» dos accionistas privados (de que o caso BANIF é gravíssimo e claro exemplo) – tal como sucedia durante o fascismo em boa parte dos grupos monopolistas; mas também utilizando os recursos e a capacidade de endividamento públicos para sanar os balanços dos bancos e os entregar já libertos de problemas a outros grupos económicos. BPN, BANIF, BES foram todos alvos de processos que, sendo diferentes na forma jurídica, correspondem à mesma operação: o accionista privado tira o dinheiro do banco, o Estado mete o dinheiro dos trabalhadores no banco e volta a entregar aos mesmos ou a outros accionistas privados o banco já com o capital público, agora privatizado por apenas uma parte do seu valor.

Anónimo disse...

Essa pieguice para com a banca privada tem o seu contraponto no ódio às pensões e aos salários de quem trabalha?

Anónimo disse...

Sobre o mito do caos económico durante a Revolução transcrevemos uma importante passagem do Relatório elaborado por uma Missão a Portugal, do Department of Economics, Massachusetts Institute of Technology - MIT, com patrocínio da OCDE, entre 15 a 20 de Dezembro de 1975:

«2. CONDIÇÕES MACROECONÓMICAS EM 1975
Para um país que recentemente passou por profundas reformas sociais, por uma avalanche de mudanças na sua posição no comércio internacional, e por seis governos revolucionários nos últimos dezanove meses, Portugal goza de uma saúde económica inesperadamente boa. Embora a produção real tenha caído nitidamente em 1975, o declínio não foi desastroso; a melhor estimativa é um decréscimo de 3 por cento no Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com outros países da OCDE, os efeitos sentidos em Portugal não parecem ter sido muito piores do que a média; de facto, o desempenho da economia foi bastante robusto, se se tiver em conta as incertezas políticas verificadas em 1975. Como termos de comparação, nos Estados Unidos o decréscimo do PIB em 1975 foi de cerca de três por cento, na Alemanha Ocidental foi próximo de quatro por cento, e na Itália foi de quase quatro e meio por cento.» (Membros da Missão e autores do relatório: Rudiger Dornbusch, Richard S. Eckaus, Lance Taylor.)

Lembremos que em 1975 se estava em plena «crise do petróleo». Apesar disso, como diz o Relatório, Portugal gozou no período revolucionário de uma «saúde económica inesperadamente boa», com um desempenho do PIB superior ao de outras economias capitalistas avançadas (de facto, da grande maioria delas). A Missão a Portugal foi encomendada pelo PS (estava-se no VI Governo Provisório). Mas o Relatório da Missão não validou as teses do PS e restante direita. Bem pelo contrário. Razão de monta para que se silenciasse o Relatório. Silêncio que persiste até aos dias de hoje. A alternativa seria dizer que os participantes da Missão patrocinada pela OCDE eram todos gonçalvistas..."

José M. Sousa disse...

Luís Lavoura, se tivesse lido o artigo, encontaria isto:

«And public ownership alone is no silver bullet for challenging global capitalism and its attendant crises. More often than not, these banks behave no differently than their private counterparts, or are controlled by public bureaucracies that end up serving particular private interests.

Simply put, public ownership of banks is necessary but not sufficient»

Jaime Santos disse...

Excelente artigo. O problema é quando o Nuno Teles refere que para um País do Sul da Europa nacionalizar o setor bancário tem que sair do Euro. Ora, foi justamente a fraqueza do setor bancário o principal calcanhar de Aquiles da Grécia e que levou o Governo do Syriza a capitular vergonhosamente à UE. Repito aquilo que já disse várias vezes. Os 'Ladrões' estão cheios de razão. Mas a verdade é que o lado anti-austeritário não tem força nenhuma nesta disputa. Basta olhar para a situação da Venezuela, que enveredou pelo nacionalismo económico (ou da Argentina, melhor apesar de tudo, mas onde o poder acabou de cair nas mãos da Direita) para percebermos que todas estas propostas são irrealistas. A capacidade de escolher um modelo económico alternativo requer uma união dos fracos (algo que ainda não ocorreu) e mudanças eleitorais nos países fortes. E tudo isso leva tempo. A tentativa de melhorar, dentro dos profundos constrangimentos impostos exteriormente pela UE, a condição das pessoas um bocadinho que seja, é francamente melhor que as vossas propostas porque é factível. Daqui resulta que a presente 'Geringonça' é mesmo a menos má de todas as soluções...

Anónimo disse...

A presente gerinçonça é por enquanto a melhor das soluções.Mas está condenada à partida se não assumir de vez a luta contra os verdadeiros entraves à nossa economia.
E tal passa necessariamente pela saída do Euro, a continuar esta morte lenta