Os resultados obtidos em termos de controle de preços pelos países que começaram a usar mais cedo e mais agressivamente uma política monetária restritiva, que subiram a taxa de juros mais cedo e com maiores incrementos, contraria frontalmente aquela ideia, dado que não há relação entre o momento da subida dos juros e taxa de inflação registada.
Os últimos dados da inflação na zona euro continuam a confirmar que esta é impulsionada principalmente pelos preços da energia (+42%) e pelos preços dos alimentos (+13%), ou seja, por problemas do lado da oferta que o BCE, obviamente, não pode resolver através da subida das taxas de juro.
Confirma-se, pela enésima vez, que subir, mais cedo ou mais tarde, taxas de juro não desce o preço da energia. Talvez o controlo de preços e a paz, por exemplo, o façam.
Resta, assim, o argumento, enunciado, por exemplo, por Centeno, segundo o qual uma recessão é melhor do que permitir a desancoragem das expectativas acerca da evolução futura da inflação. Por agora, digo apenas que é um argumento do domínio da fé, e não da ciência, dado que é empiricamente não verificável. Um argumento que falha a todos aqueles que perderão, agora e não no futuro, os seus empregos, casas e negócios.
3 comentários:
O Ricardo Reis e aquele economista sensato que em Setembro de 2008 dizia que a crise financeira estaria resolvida day por um mesito nao foi?
A energética alemã Uniper registou nos primeiros nove meses do ano um prejuízo de 40 mil milhões. A diretora financeira explica que parte dessas perdas se deveram à compra de gás a preços mais elevados no mercado "spot".
https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/energia/detalhe/uniper-com-prejuizos-historicos-de-40-mil-milhoes-de-euros-antes-de-ser-nacionalizada?fbclid=IwAR34Y-Fr0UsyzdU_PYoNYuzQ7Dzs384OaWDGsRNiNlyQ6OzelRqrIPUSe_0
Diga então o que fazer para controlar a inflação. Arruinar as pequenas poupanças para proteger os créditos à habitação não me parece muito justo.
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