domingo, 6 de novembro de 2022

Comuns

Não sendo militante do PCP, estou militantemente convencido que este partido é uma condição absolutamente necessária, mas naturalmente não suficiente, para uma alternativa digna do povo deste país.  

Com todas as divergências e convergências, saúdo Jerónimo de Sousa por todo um percurso, por ser um operário e um comunista em construção. 

Uma memória: acabado de chegar à universidade, em 1995, assisti a um discurso de Jerónimo. Perante uma audiência de estudantes, estimulou-nos a estudar com afinco, até para sermos merecedores do investimento do país. Disse, com a ajuda de Soeiro Pereira Gomes, que tinha sido um dos “homens que não foram meninos”. Fê-lo com naturalidade, sem qualquer ressentimento, pelo contrário, com evidente orgulho dos diferentes percursos. Ainda hoje fico emocionado.

A Paulo Raimundo desejo boa sorte. A biografia é um programa único: trata-se de sublinhar com orgulho que os que vêm de baixo, na realidade, vêm de cima. Os últimos, digamos, têm de ser mesmo os primeiros aqui, nesta terra. Há lá algo de mais importante?

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