quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Colapsai


A fraude literal e metaforicamente tóxica das cripto-qualquer-coisa parece estar a colapsar espontaneamente, mas é preciso garantir que colapsa irreversivelmente. Para isso, exige-se deliberação regulatória, proibindo tais distopias anarco-capitalistas, a ala aparentemente romântica do neoliberalismo. Só de pensar que este governo de iniciativa liberal diz no OE que quer promover estas cripto-qualquer-coisa...

4 comentários:

Anónimo disse...

Este OE é uma verdadeira inépcia. Pena que estes jornais da nossa vida não queiram nele adentrar...

Uma outra aberração diz respeito à abertura de bolsas FCT para empresas, das quais 8% já foram atribuídas para ambientes não-académicos, com o objetivo, segundo a ministra, de chegar até 2027 aos 50%! Bem, os argumentos não podiam ser mais falsos.

Veja-se na notícia DN/Lusa de 31 de Outubro: https://www.dn.pt/sociedade/governo-quer-ate-2027-metade-das-bolsas-de-doutoramento-para-cientistas-em-empresas-15304730.html

Mas, não fosse já mau, descobre-se que uns dias antes, em 14 de Outubro o DN/Lusa noticiava um eventual conflito ético - que a ministra negou - na entrega de uma bolsa FCT a uma empresa da qual o marido faz parte. Não está em causa o mérito de um eventual conflito, mas o de que ao sentir que é eticamente estranho, logo de seguida, queria dispersar um eventual erro por todo o lado (em 50%!), prejudicando o funcionamento científico e tecnológico do País.

Ver aqui: https://www.dn.pt/politica/ministra-da-ciencia-e-tecnologia-nega-qualquer-acao-eticamente-reprovavel--15255808.html

Enquanto se procurou demonizar o PCP e o BE em 2021 - sabe-se lá porquê - agora levamos com orçamentos de iniciativa liberal, totalmente imbecis.

Jose disse...

Que nada se expanda fora da teia institucional do Estado e seus dependentes...

Anónimo disse...

Quer dizer que António Costa pretende ser o “herdeiro” de Madoff neste Ponzi Scheme…

A.Pais

Anónimo disse...

sr. José, as bolsas científicas já são - em si - uma política de "expansão" da "teia institucional", designada e maioritariamente no empenhamento individual. Que sonso você nos saiu...

Bem pelo contrário, a realidade mostra-lhe o que significa alocar 50% deste dinheiro, como subsídio às empresas: abre-se a porta à corrupção; e pior, significa uma contração em 50% da ciência e da tecnologia em atividades específicas das empresas (isto é, fechando e isolando o conhecimento).

Sem dúvida, a Ciência é e deve ser uma "instituição". Para protegê-la decidimos coletivamente conferir-lhe um certo grau de autonomia às universidade (e seus centros e laboratórios), de que gozam. Mas convém lembrar: essa autonomia funciona tanto para governos como para empresas. Em troca deve-nos serviço de interesse pú-bli-co.