Vale a pena ler este artigo do Bill Mitchell de onde copiei o gráfico. O Japão é um país com banco central alinhado com a estratégia do governo, a de preservar o emprego em tempos de inflação. Não lhes passa pela cabeça juntar uma recessão à inflação importada. Não seguem a ortodoxia dos EUA.
O governo e o banco central vêm que se trata de subida de preços de bens importados e, por isso, sabem que a subida das taxas de juro não travam esse tipo de inflação.
O governo gasta somas avultadas para ajudar famílias e pequenas empresas a suportar a perda de poder de compra. Aliás, com excepções, a cultura empresarial dominante assume as subidas de custos reduzindo margens de lucro, pelo que a inflação não é tão grande como no resto do mundo. Recentemente, o Estado japonês obrigou as operadoras de telecomunicações a reduzir os preços, precisamente o contrário do que vai acontecer em Portugal a partir de Janeiro.
O banco central fixa a taxa de juro através de intervenções no mercado da dívida pública. No prazo de 10 anos, o juro da dívida tende para zero.
Com juros muito mais baixos do que os dos EUA, os capitais tendem a sair e fazem desvalorizar o yen. O governo e o banco central assumem uma parte dessa desvalorização (exportações ficam mais competitivas) e usam as reservas de dólares que acumularam enquanto país excedentário para estabilizar o câmbio. O futuro dirá se isto é suficiente; poderão ser obrigados a fazer controlo de capitais especulativos.
O banco central não compra nos mercados financeiros apenas dívida pública; também compra dívida privada e trata de dar liquidez a todo o sector privado para evitar que este se endivide em moeda estrangeira. Dívida do sector privado em yens é gerível com intervenção pública; em dólares, é submissão aos mercados financeiros.
O banco central do Japão sabe o poder que tem e usa-o há décadas e isso permite ao governo financiar-se sem depender dos mercados (260% do PIB em dívida bruta). Uma heresia! Por definição, um banco central não vai à falência (note-se que grande parte da opinião pública alemã tem medo de que o BCE possa falir por ter comprado demasiada dívida da periferia da ZE).
A esquerda parlamentar portuguesa tem falhado estrondosamente no debate público sobre a política orçamental do nosso governo e sobre a política monetária do BCE. Parece não saber (ou ter medo de) falar do poder de um banco central bem gerido e da tragédia que representa a união monetária em que estamos enterrados.
O governo e o banco central vêm que se trata de subida de preços de bens importados e, por isso, sabem que a subida das taxas de juro não travam esse tipo de inflação.
O governo gasta somas avultadas para ajudar famílias e pequenas empresas a suportar a perda de poder de compra. Aliás, com excepções, a cultura empresarial dominante assume as subidas de custos reduzindo margens de lucro, pelo que a inflação não é tão grande como no resto do mundo. Recentemente, o Estado japonês obrigou as operadoras de telecomunicações a reduzir os preços, precisamente o contrário do que vai acontecer em Portugal a partir de Janeiro.
O banco central fixa a taxa de juro através de intervenções no mercado da dívida pública. No prazo de 10 anos, o juro da dívida tende para zero.
Com juros muito mais baixos do que os dos EUA, os capitais tendem a sair e fazem desvalorizar o yen. O governo e o banco central assumem uma parte dessa desvalorização (exportações ficam mais competitivas) e usam as reservas de dólares que acumularam enquanto país excedentário para estabilizar o câmbio. O futuro dirá se isto é suficiente; poderão ser obrigados a fazer controlo de capitais especulativos.
O banco central não compra nos mercados financeiros apenas dívida pública; também compra dívida privada e trata de dar liquidez a todo o sector privado para evitar que este se endivide em moeda estrangeira. Dívida do sector privado em yens é gerível com intervenção pública; em dólares, é submissão aos mercados financeiros.
O banco central do Japão sabe o poder que tem e usa-o há décadas e isso permite ao governo financiar-se sem depender dos mercados (260% do PIB em dívida bruta). Uma heresia! Por definição, um banco central não vai à falência (note-se que grande parte da opinião pública alemã tem medo de que o BCE possa falir por ter comprado demasiada dívida da periferia da ZE).
A esquerda parlamentar portuguesa tem falhado estrondosamente no debate público sobre a política orçamental do nosso governo e sobre a política monetária do BCE. Parece não saber (ou ter medo de) falar do poder de um banco central bem gerido e da tragédia que representa a união monetária em que estamos enterrados.
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