quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Somos todos irmãos
«O individualismo não nos torna mais livres, mais iguais, mais irmãos. A mera soma dos interesses individuais não é capaz de gerar um mundo melhor para toda a humanidade. Nem pode sequer preservar-nos de tantos males, que se tornam cada vez mais globais. Mas o individualismo radical é o vírus mais difícil de vencer. Ilude. Faz-nos crer que tudo se reduz a deixar à rédea solta as próprias ambições, como se, acumulando ambições e seguranças individuais, pudéssemos construir o bem comum.
(...) Alguns nascem em famílias com boas condições económicas, recebem boa educação, crescem bem alimentados, ou possuem por natureza notáveis capacidades. Seguramente não precisarão dum Estado ativo, e apenas pedirão liberdade. Mas, obviamente, não se aplica a mesma regra a uma pessoa com deficiência, a alguém que nasceu num lar extremamente pobre, a alguém que cresceu com uma educação de baixa qualidade e com reduzidas possibilidades para cuidar adequadamente das suas enfermidades. Se a sociedade se reger primariamente pelos critérios da liberdade de mercado e da eficiência, não há lugar para tais pessoas, e a fraternidade não passará duma palavra romântica.»
Excertos da mais recente encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti (Somos todos irmãos), divulgada a 3 de outubro. Como certeiramente assinala Filipe Neto Brandão, a encíclica contém, entre outras mensagens cruciais nos tempos que correm, «uma denúncia demolidora do liberalismo enquanto ideologia», a que acresce a defesa do papel do Estado enquanto instrumento ao serviço do bem comum e do combate às injustiças e desigualdades.
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30 comentários:
Conto tradicional do seculo XIX, aplicável ao XXI.
A verdade e a mentira encontraram-se num belo dia.
A mentira disse à verdade: "Está um dia maravilhoso!"
A verdade olha para o céu e suspira, pois o dia estava, de facto, maravilhoso.
As duas passam algum tempo a conversar.
Ao chegar junto a um lago, a mentira diz à verdade: "A água está ótima; tomemos um banho juntas!".
A verdade, desconfiada, mergulha a mão na água e acaba por concordar com a mentira, pois a água estava, de facto, ótima.
Ambas tiraram a roupa e mergulharam no lago.
De repente, a mentira sai da água, veste-se com as roupas da verdade e desaparece a correr.
A verdade sai da água furiosa e procura a mentira por todo o lado, tentando recuperar as suas roupas.
O mundo, vendo a verdade nua, desvia o olhar, com desprezo e raiva.
A pobre verdade volta para dentro do lago e desaparece para sempre, para esconder a sua vergonha.
Desde então, a mentira percorre o mundo, disfarçada com as roupas da verdade, satisfazendo as necessidades da sociedade porque, de qualquer forma, esta não tem qualquer intenção de encontrar a verdade nua.
O que o Papa diz neste excerto ele está a colocar os privilegiados num lugar que não merecem, pois ao dizer que os indivíduos no topo da pirâmide lá estão por eficiência fica subentendido que é a eficiência que os levou lá.
Acham mesmo que Durão Barroso funcionário da Goldman sachs é um individuo competente e eficiente?
Durão Barroso prestou-se ao serviço de porteiro nas Lajes, depois foi recompensado com o cargo em Bruxelas, e depois na Goldman Sachs. E agora é acrescenta mais um cargo/ tacho, o de presidente da Aliança Global para as Vacinas!
E depois queixem-se que o mundo está no estado em que está...
O que não fala o Papa é que nós temos uma sociedade que recompensa indivíduos com tendências psicopatas e sociopatas, e é esta a razão pela qual eles estão na posição de poder, não porque eles são competentes em algo positivo.
A capacidade de ser indiferente e cruel é o que é recompensado, não é o desenvolvimento de competências que enriquecem o indivíduo e a sociedade.
Provavelmente sempre foi assim mas há eras em que isto é explícito, e a era neoliberal é uma dessas eras...
"Não há sociedade, apenas indivíduos" - Neoliberais.
Claro, Neoliberalismo, uma ideologia muito conveniente à classe dominante que é beneficiária da socialização dos prejuízos financeiros-económicos-ambientais com a indispensável ajuda do Estado.
Estado, essa instituição que a classe dominante capitalista diz (e manda dizer os seus servis da comunicação -manipulação- social) odiar...
Sempre e só se trata de, definidos os extremos, determinar a justa medida.
Nada de que os extremistas se não sirvam para defender as suas posições. O esquema é simples: cada um, menos do que dizerem o que visam, denunciam o extremo contrário.
Na citação do papa não aparece a palavra Estado mas logo parece lógico, óbvio, evidente, que a pastoral se dirige ao Estado!
E logo os paladinos dos totalitarismos de Estado, que adoram estas tiradas, daí derivarão um mundo de tadinhos, ao qual se propõem dar todo o pastoreio possível e imaginário.
Totalitarismo de estado?
Esta é uma auto-critica , herrJosé
Muitíssimo bem exposto, caro anónimo das 12:59.
A riqueza ou está ao serviço do povo ou está contra ele. Por mais planos de resiliência que nos tentem meter pelos olhos dentro, nada muda o facto de o capital ser a única matéria que neste mundo nega terminantemente a lei da gravidade que a toda matéria inexoravelmente rege. O resto, por mais que o sucessor de Pedro pareça agora com os seus avisos à navegação - ao que nós chegámos! - um perigoso subversivo de esquerda, são pífios pirilampos a tentarem fazer de farol numa noite de breu que já aí está.
Enquanto essa noite se instala, a malta assobia um faduncho e comove-se com os protestos desse expoente da esquerda "fake" que é António Costa no anunciar do regresso à pátria, quais frisos do Parténon sonegados pela pérfida Albion, das gravações perdidas da Senhora Dona Amália Rodrigues.
Certamente esse resgate será uma das linhas de força do tal plano de resiliência do qual não consta uma linha que seja acerca da autêntica tragédia nacional que é o catastrófico envelhecimento da população deste país nem, tão pouco, uma vírgula nele consta acerca do concomitante holocausto geriátrico que se abateu sobre a Administração Pública deste país.
Estamos pois, sorridentes e cheios de fé, a preparar o Portugal futuro, o qual será um país tão cheio de maravilhas arquitectónicas e ambientais quanto vazio será de... Portugueses. Mas que é isso ao termos em conta que cada portuguesinho orgulhosamente se multiplica por cem ao ouvir - mesmo com a serventia de um aparelho auditivo - um fadinho de Amália?
Mais uma vez, os pontos nos is
Ao contrário do aplauso de um "anónimo", a respeito de um comentário rebolucionário do geringonço pimentel ferreira, temos más notícias. Este continua a ser o que é. Um treteito encartado, a fazer pela vidinha
E a sua exposição "muito bem exposta",só mesmo na opinião da coorte daquele ministro holandês com que convive ideologicamente.
Antes pimentel ferreira aparecia com o nick "tomas". Era o utilizado para os assuntos religiosos". Depois do triste, cómico e muito cómico espectáculo que deu, veste as farpelas de rebolucionário geringonço
Ora vejamos:
Como bem é referido neste post "a encíclica contém, entre outras mensagens cruciais nos tempos que correm, «uma denúncia demolidora do liberalismo enquanto ideologia», a que acresce a defesa do papel do Estado"
O que um neoliberal pode fazer perante este libelo? Para além da crise de urticária e de maus fígados tem que "agir".
JPF joga em múltiplos canais. Até nos rebolucionários.Com plateia convidada ou sem plateia
Diz pimentel ferreira geringonço:
"O que o Papa diz neste excerto ele está a colocar os privilegiados num lugar que não merecem, pois ao dizer que os indivíduos no topo da pirâmide lá estão por eficiência fica subentendido que é a eficiência que os levou lá"
Onde ele descortina estas "coisas" nos trechos citados é um mistério. Só mesmo na cabeça dessa coisa do joão pimentel ferreira. Ou aonio eliphis . Ou amélia, Obrigada. Ou aleixo. Etc. Muitos etc
A "coisa" continua ao ritmo da demagogia e da "competência" neoliberal.
Tendo atirado para o debate a questão da "competência", eis geringonço a tentar despertar o reflexo pavloviano entre os auditores. Fala no óbvio e no muito óbvio,ou seja em Durão Barroso. E depois atira-nos um espantoso "E depois queixem-se que o mundo está no estado em que está..."
Geringonço pimentel ferreira dirá:
"O que não fala o Papa é que nós temos uma sociedade que recompensa indivíduos com tendências psicopatas e sociopatas, e é esta a razão pela qual eles estão na posição de poder, não porque eles são competentes em algo positivo"
Não. Estes tipos não estão nas posições de poder porque têm tendências psicopatas e sociopatas.
Os neoliberais são assim. Está-lhes na massa do sangue. Atiram para o terreno da psicopatologia, o que é do âmbito exclusivo da ideologia e dos "interesses de mercado"
Num piscar de olhos transmuda-se o que se discute, para os psicopatas e para os sociopatas... Apaga-se a bofetada que o papa dá no neoliberalismo. E cristaliza-se a discussão nos capatazes que são o que são.
Não é "a capacidade de ser indiferente e cruel é o que é recompensado". O que está em causa vai muito para lá da "indiferença, crueldade" ou outro adjectivozinho a armar ao pingarelho. Passa por questões ideológicas. Passa por essa coisa que se chama luta de classes. Coisa que até Warren Buffett reconhece.
O resto é a colecção de lugares comuns, vazios e ocos entre o indivíduo:
"Não há sociedade, apenas indivíduos" - Neoliberais.
Nem para citar a baronesa este geringonço serve. Essa de reduzir os indivíduos a neoliberais podia estar nos sonhos da Thatcher, mas ela não teve a idiotice de ir tão longe
"Neoliberalismo, uma ideologia muito conveniente à classe dominante". Olha se não fosse. Está tudo explicado
"Estado, essa instituição que a classe dominante capitalista diz (blablabla) odiar..."
Não diz nada. Ela até se socorre do Estado em seu proveito próprio. É vê-los à sua sombra. E é vê-los a apelar à força do Estado quando se trata da defesa das suas prerrogativas e dos seus privilégios
As fitas que um geringonço geringonçado faz, só para atirar para o outro lado
Hoje jose está com sorte.
Não merece mais do que uma gargalhada, perante o seu esforço de definir os extremos e a justa medida e a denúncia da justa medida ao contrário
Confessemos que são curiosas contribuições para uma reflexão ideológico-identitária dos aspectos que se opõem na literatura mirrada do pastoreio da ala dos coitadinhos, segundo a óptica da pastoral neoliberal com laivos de eugenia mal digerida.
Mas quando se lêem afirmações deste tipo:"Na citação do papa não aparece a palavra Estado" e se confronta com o que o autor do post transcreve do papa, ficamos com dúvidas:
Este jose lê antes de escrever, sabe ler, sabe escrever ou é apenas isto que é? Um evangèlico a pastorear ao lado?
Só mesmo com uma gargalhada.
Essa história da verdade e da mentira, como conto pode passar. Como narrativa, não
Uma forma de esconder a verdade, embrulhando-a como se fosse mentira?
«menos do que dizerem o que visam»
Juntem ao extremismo os talentos de treteiro e o menos passa a «NADA de dizerem o que visam».
Deixemos a actividade onanísta de jose em torno das suas próprias diatribes.
E esperemos pachorrentamente que "na citação do papa apareça a palavra Estado". Só para jose acabar o servicinho.
O liberalismo sempre foi uma doutrina política que tenta aplicar a lei da selva, como é definida por Darwin, às sociedades modernas.
A Igreja Católica é hipócrita por natureza. Desde logo ao declarar que todos os homens nascem iguais.
Acontece que as sociedades modernas e desenvolvidas materialmente (altos níveis ciência, educação, saúde, etc.) não atingiram este estado de desenvolvimento sob a batuta do liberalismo. Sob o liberalismo, os pobres nunca teriam chegado a cientistas, médicos, generais etc..
Mesmo a sociedade que é considerada mais liberal, os EUA, protege os mais fracos de uma forma que a selva jamais protegeu.
O Neoliberalismo é um liberalismo com propostas mais radicais, na tentativa de roubar aos menos privilegiados a parte que eles arrecadam por via da solidariedade social. É uma declaração de indiferença pelo sofrimento e morte daqueles que não têm condições de se manter vivos sem auxílio social, seja ele do Estado ou da Igreja.
Pobre manuel galvão pimentel ferreira
A idiotice ignorante em fase de propaganda neoliberal:
"O liberalismo sempre foi uma doutrina política que tenta aplicar a lei da selva, como é definida por Darwin, às sociedades modernas"
A lei da selva mais as sociedades modernas e Darwin. Aqui pintado como um darwinista social.
Estas confusões nas cabeças de tontos, entre Darwin e Spencer, dá no que dá. Tiradas cabotinas, à pimentel ferreira
A cabotinice continua:
"Acontece que as sociedades modernas blablabla sob o liberalismo, os pobres nunca teriam chegado a cientistas, médicos, generais etc...Mesmo a sociedade que é considerada mais liberal, os EUA, protege os mais fracos de uma forma que a selva jamais protegeu.
E vivam as sociedades mais liberais que protegem mais do que a selva...dos neoliberais
Continuamos no terreno predilecto de joão pimentel ferreira
Que continua:
"O Neoliberalismo é um liberalismo com propostas mais radicais, na tentativa de roubar aos menos privilegiados a parte que eles arrecadam por via da solidariedade social"
Pobres "menos privilegiados". Olha se não fosse a solidariedade social. Eles só estão vivos pela acção do Estado. Ou da Igreja.
(Essa de dizer que os homens nascem todos iguais....a cabotinice foi distribuída de forma assaz desigual)
O pobre manuel galvão era aquele que há dias expressava o seu rancor pela China,espantando-se pela forma como o vírus se espalhou por todo o mundo, menos na China:
"Ou os chineses são mentirosos, ou os chineses já tinham a vacina no início do ano..."
Mais palavras para quê? Um pimentel ferreira , colheita de Outubro de 2020
É menos hipócrita dizer 'que todos os homens nascem iguais' que dizer que a igualdade é o destino superior do homem.
A igualdade dos fetos - e comparativamente à maioria dos animais assim é o homem à nascença - é bem mais real que a igualdade dos homens.
Dizer que a desigualdade é injusta, nem sei se é um qualquer hino à meritocracia ou se é pura idiotice.
A noção da Igualdade como fundadora dos direitos do cidadão está bem expressa na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, no seu artigo primeiro
"Os Homens nascem e são livres e iguais em direitos".
Isto era uma machadada no direito divino à governação e na existência de uma fauna parasitária que invocava os seus pergaminhos nobiliárquicos para a sua condição de donos do mundo
Também era uma contestação directa à escravatura. que se alimentava dessa mesma desigualdade para justificar o tráfico de homens e a exploração destes como animais
Isto é algo que mais de 200 anos depois ainda perturba os sectores mais reacionários e trogloditas da nossa sociedade
Ao longo destes anos todos têm-se desenvolvido teorias para tentar alimentar a ideia essencial da Coisa. Assim para estas, há uns mais iguais do que outros. E tentaram arranjar "justificações" para estas posições acanalhadas. Desde as bossas na cabeça,até ao tamanho do cérebro, passando pelas teorias eugénicas que alimentaram o nazismo
É verdadeiramente patético ver o esgrimir da condição humana como justificativo para assumir a desigualdade como um facho luminoso. Daí que o slogan "todos iguais, todos diferentes" seja difícil de suportar pelos arrulhadores ideológicos ao serviço da desigualdade
Se fossem mais cultos, saberiam um pouco mais da dita Declaração de 1789:
"Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos"
Em vez disso embrenham-se nestas conversas da treta, rançosas e com hálito bolorento, caducas e vâs. De que é exemplo as deste jose.
Que diabo, como depois justificar a sua posição de classe, a sua condição de herdeiros de fortunas obtidas quantas vezes pela exploração desenfreada de outros ( salazar falava em "povos inferiores"), o saque perpetrado às riquezas alheias, a sua condição de mandadores à força, senhores sem lei?
Porque jose tem um problema.
Este post é-lhe manifestamente desconfortável. O meter as mãos pelos pés aí está patente.Não só na sua conversa da treta aí em cima denunciada, como também na sua incapacidade para ler o que está escrito. A sua admiração pela censura, leva-o a auto-censurar as palavras do papa
É obra.
E temos aí em cima mais uma vez a demonstração da Coisa:
"É menos hipócrita dizer 'que todos os homens nascem iguais' que dizer que a igualdade é o destino superior do homem.
Agora a hipocrisia chegou ao destino superior do homem. Que parece que é a igualdade.
"A igualdade dos fetos - e comparativamente à maioria dos animais assim é o homem à nascença - é bem mais real que a igualdade dos homens."
Agora chegou também aos fetos. Mais uma inovação teológica de jose.
"Dizer que a desigualdade é injusta, nem sei se é um qualquer hino à meritocracia ou se é pura idiotice".
Agora chegou à meritocracia. Em forma de hino? Claramente. Mas sobretudo de forma idiota, como o autor de tal idiotice claramente confessa
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.
‘Livres e dotados de razão e consciência, devem ser fraternos’: a dotação de razão e consciência traz já tais desigualdades que a fraternidade impõe pela lei limites a que livremente se manifestem.
‘Iguais em direitos e dignidade’ – aceite a igualdade perante a lei definidora dos direitos, a dignidade surge em abstracto como associada à igualdade quando o certo é que é a razão e a consciência que a definem.
A lei, é na sua mais vasta expressão, uma diferenciadora de direitos: direitos específicos por género, incapacidade ou actividade física, actividade profissional ou serviço público, são meros exemplos de como a igualdade é compartimentada nos termos das leis.
Ainda assim existem na lei os direitos ditos gerais que são da máxima utilidade para promover o discurso da igualdade, sem que haja a menor intenção que a todos aproveite, e que muito menos que aproveite por igual: direito à habitação, à saúde, à educação, ao trabalho,… Até o direito à vida, pode conhecer limites de início e fim.
A dignidade, insatisfeita com a associação à razão e à consciência, vem associar-se aos direitos gerais para lhes dar expressão mais saborosa, e logo acrescentar um qualquer padrão económico ou de comodidade à habitação, ao trabalho e ao que mais se entenda.
E assim a inevitável desigualdade sustenta um discurso apologético da igualdade; para conforto das almas e benefício de ideologias; quando se dizem sustentadas por filosofias materialistas, completa-se a farsa!
Jose esforça-se.
Mas a idade não perdoa. A ideologia não ajuda. A sabedoria não contribui
Jose papagueia.
Distraído, está como está. Puxam-lhe as orelhas pelo facto de estar atrasado mais do que 200 anos. Cita-se a esse propósito a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Para mostrar até que ponto ele está ainda atolado onde está
Jose salta para cima do seu desconchavalho temporal e chuta para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que bebeu é certo do documento saído da Revolução Francesa, mas que foi proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948
E feito revisionista pimpão quer discutir aqui e agora esta declaração?
Mas por quem nos toma jose para aceitar uma farsa de um farsante a respeito deste documento?
« por quem nos toma jose...»
Conforte-te a certeza de que nunca tenho a menor intenção de perturbar as barreiras da irracionalidade.
Por quem se toma jose para impunemente vir puxar do patuá de um qualquer aldrabão causídico, a lembrar aqueles discursos do outro, em que este tentava mostrar que as colónias eram direito de Portugal e que uns safanões a tempo era o remédio a aplicar a todos os que lhe importunavam a sanha de criminoso?
Por quem se toma jose para vir tentar puxar um debate sobre a referida declaração universal, que como se sabe concitou o ódio dos derrotados na segunda grande guerra e de toda a clique que ainda hoje treme de raiva quando ouve falar neste documento?
Jose quer troco. Troco desta mediocridade incrível em que convoca coisas como "a dotação de razão e consciência que traz já tais desigualdades que a fraternidade impõe pela lei limites a que livremente se manifestem". Um bla blablabla da ordem,pernóstico e serôdio, que mais não faz que iluminar o seu rancor pelo facto da Humanidade ter deixado de ir na conversa de uns tantos parasitas, com sangue azul, destino côr-de-rosa, apetite de vampiro e acanalhados qb
De como alguém esgrime contra direitos é um sinal do fanatismo perigoso destas coisas. Atente-se nesta pérola: "Ainda assim existem na lei os direitos ditos gerais que são da máxima utilidade para promover o discurso da igualdade, sem que haja a menor intenção que a todos aproveite, e que muito menos que aproveite por igual: direito à habitação, à saúde, à educação, ao trabalho,… Até o direito à vida, pode conhecer limites de início e fim."
Brilhante. Os direitos são da máxima utilidade para promover o discurso da igualdade. Ora como o discurso da igualdade irrita os que se se tomam por mais iguais do que outros,há que abolir os direitos dos cidadãos.
Tanto mais que há quem não os aproveite todos, aos ditos direitos.Por exemplo um tipo que trabalha na construção civil deve ter o direito a ter protecção adequada no vestuário Ora como nem todos usam o equipamento protector, acabe-se com tal direito.
E os não grávidos? Como não têm o direito que a lei confere às grávidas?
A solução? Acabar com os direitos destas, claro.
O que é isto?
Isto é apenas o grito impotente de alguém contra esta coisa comezinha que nos diz que "Os Homens nascem e são livres e iguais em direitos".
Mais outra "pérola":
" a inevitável desigualdade sustenta um discurso apologético da igualdade"
Pobre jose. Eis espelhado aqui todo o seu rancor a essa coisa fútil como seja a Declaração universal dos direitos do homem
"A inevitável desigualdade". Como é que uma frase já dita de antemão, fica comprovada por esta idiotice dita à posteriori?
Voltemos ao que se disse previamente:
"É verdadeiramente patético ver o esgrimir da condição humana como justificativo para assumir a desigualdade como um facho luminoso. Daí que o slogan "todos iguais, todos diferentes" seja difícil de suportar pelos arrulhadores ideológicos ao serviço da desigualdade".
Na mouche. Que jose o confirme desta forma tão fofinha é que justifica algumas dúvidas sobre a integridade do raciocínio de jose
Já se disse que jose não está sozinho contra este ódio atávico à Declaração Universal dos direitos do Homem
A DUDH só foi oficialmente publicada em Portugal depois do 25 de Abril e que foi só depois da aprovação da CRP em 1976 que Portugal assinou os dois pactos de direitos humanos das Nações Unidas de 1966,
Há cinquenta anos, enquanto a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovava a Declaração Universal dos Direitos do Homem, em Portugal, Salazar reforçava uma ditadura que ainda iria durar mais um quarto de século, intensificava a repressão sobre o país e em particular sobre os opositores, adiava as esperanças de liberdade e democracia que o fim da guerra e a derrota do nazi-fascismo tinham feito nascer no coração de milhões de portugueses.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem tem o significado maior de centrar os valores do progresso no cidadão. Por isso, a Declaração deveria ter sido a derrota da geoestratégia. Seja onde for que esteja um Ser Humano está alguém portador deste complexo de direitos de natureza múltipla, direitos civis, políticos, sociais, culturais, económicos. Seja qual for o seu país, o seu bloco, a sua ideologia, a sua condição social, o seu sexo, a sua cor, ali está o nosso Universo, o ser humano.
'Papel passado, obra feita'
A geoestratégia anulada por decreto - o materialismo histórico de serviço aos simples.
Os simples e jose.
Essa coisa complexa de quem ainda estamos à espera que saiba ler as palavras citadas pelo papa. Um simples letrado analfabeto?
Os simples e jose
Essa coisa complexa que tem a certeza de que nunca tem a menor intenção de perturbar as barreiras da irracionalidade.
O pior é a definição do que é isso da barreira da irracionalidade. Quando andou a apregoar, daquela forma tão surpreendentemente cómica e memorável, as balls de Salazar estava de que lado da "racionalidade"?
Os simples e jose
Assim do género de confundir os séculos. Ou de se empinar quando ouve falar na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Ou de se afundar com as suas teorias eugénicas
Ou do género de se mostrar ainda mais ignorante e cabotino do que é habitual.
Sobre o uso do condicional:
"Por isso, a Declaração deveria ter sido a derrota da geoestratégia".
Exprime-se um desejo. Na qualidade de modo, o condicional até pode exprimir o irreal (C. Cunha & L. Cintra, 1984, in Nova gramática do português contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa)
Transformar a frase numa "anulação por decreto" só mesmo de quem não percebe o que lê,não consegue discernir o que diz e arrasta atrás de si uma formação típica doutros tempos tenebrosos.
A idade não perdoa. A ideologia não ajuda. A sabedoria não contribui.
E o ressabiamento face às palavras do papa ainda o tornam mais ridículo
O apostolado tem agentes insuspeitados (José, 2020)!
Jose armado em incauti exciperentur. E em ponto de exclamação da treta.
Uma marca de uma francamente penosa impotência argumentativa
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