Por uma vez, estou de acordo com Vital Moreira: “Já tínhamos o StayawayCovid, agora temos o IVAucher (jogando com a sigla IVA e a palavra inglesa voucher). O Estado junta-se assim, oficialmente, à tendência de jornalistas, economistas, etc. na adoção de termos ingleses ou de anglicismos, mesmo quando eles nada acrescentam à compreensão das iniciativas públicas em causa, salvo pretensiosismo. Infelizmente, hoje em dia, há muita gente nas elites cosmopolitas que cuida mais do seu Inglês do que do Português. Mas o Estado, esse, não tem o direito de desconsiderar a Língua.”
É por estas e por outras que neste blogue estão proibidos os anglicismos e outros estrangeirismos.
Seguindo o empresarialmente correcto, a bem denunciada tendência é a expressão linguística de classe da perda, que também é material, de independência política, por sua vez filha da manifestação da globalização nesta parte do continente, ou seja, da integração europeia.
E diz que isto já não é um bem um Estado, até porque parece que existe uma espécie de constituição supranacional e tudo. Enfim, as tais elites “cosmopolitas” gostam de se imaginar no centro, algures entre Washington e Bruxelas. Na realidade, são alunas acríticas de professores visivelmente desactualizados.
5 comentários:
Discordo. O léxico da língua portuguesa tem vindo a ser enriquecido com palavras importadas de outras línguas que representam memes inexistentes na realidade do dia a dia dos portugueses. Que mal há em dizer "renting" em vez de "aluguer de longa duração". É que a língua anglo saxónica tem o cuidado de condensar o significado do meme numa palavra curta que diga muito sobre o que significa.
Não existe sinónimo de "renting". Quando a palavra surgir num dicionário o autor do dicionário terá que admitir que não existe nenhum termo português que traduza esse conceito: "aluguer de longa duração".
O uso de anglicismos deve-se sobretudo à preguiça, aliada a uma certa parolice de que, sei lá, parece mais sofisticado se for em Inglês.
Muito embora a palavra Voucher já tenha há muito entrado na nossa língua. E IVA-vale não soa bem, convenhamos...
Não vale a pena andar à procura de racionalizações para explicar algo tão simples como isso.
Se até os Alemães tem o Denglish, deixe lá a perda de independência, João Rodrigues.
E depois, melhor Inglês do que Russo, que era o que as criancinhas dos Países do Antigo Bloco de Leste eram obrigadas a aprender...
Não consegue Jaime Santos esconder o seu carácter subserviente. Nem aquele seu anticomunismo primário de ave de arribação neoliberal
Ele falará em que língua? A da comissão europeia com sotaque alemão?
Jaime Santos parece que tem alguma dificuldade em compreender o que lê. Ou será coisa pior e o que tenta fazer passar é a sua "leitura" pessoal do que que diz que lê?
Vejamos. Diz JS:
"O uso de anglicismos deve-se sobretudo à preguiça, aliada a uma certa parolice de que, sei lá, parece mais sofisticado se for em Inglês...blablabla e mais blablabla
Não vale a pena inquirir as fontes onde JS foi tirar tantas certezas. Provavelmente duma reflexão empírica, onde vasculhou quiçá o seu profundo sentir sobre o tema. Preguiçoso ou não, parolo, ou não, JS tem todo o direito de auscultar e de traduzir esse sentimento que universaliza e que justifica todas as atoardas contra a língua portuguesa.
Mas se JS tivesse a honestidade de ler o que está escrito no texto de JR, veria que este não confundo a preguiça ou a parolice individuais, com o que de facto está em causa.
Diz JR:
"há muita gente nas elites cosmopolitas que cuida mais do seu Inglês do que do Português. Mas o Estado, esse, não tem o direito de desconsiderar a Língua.”
Parte-se do umbigo das nossas cosmopolitas elites (e, como se vê, pelo exemplo anexo, medíocres), para um plano superior, ou seja para o Estado. Não se trata assim da parolice ou da preguiça do sujeito A ou B, mas sim da defesa da nossa língua por parte duma "Instituição" que não pode nem ser preguiçosa nem parola
Pelo que se JS não se importa, trata-se mesmo de desmistificar as tais elites “cosmopolitas” que se gostam de se imaginar no centro, algures entre Washington e Bruxelas.
Eu mais não faço que contribuir para a desmistificação de alguém que tenta racionalizar as aldrabices que diz e a forma como esconde o papel do Estado, atrás dos seus estados de alma. Muito cosmopolitas, muito pretentenciosos, muito parolos ou preguiçosos ( como ele próprio diz),mas sobretudo muito indicadoras da noção de soberania nacional
São assim estas elites, que para além de tudo o mais, claudicam desta forma patética, quando lêem meia dúzia de linhas que contradizem a sua doutrina?
Parece que o tal Miguel de Vasconcelos falava brilhantemente castelhano
(Quanto ao tal "manuel galvão" mais as suas discordâncias em folhetim de aluguer...
Para o joão pimentel ferreira já demos. De lambe-botas cosmopolitas, travestidos ou em processo de renting, já nem vale a pena perder tempo)
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