quinta-feira, 21 de junho de 2018
Monstruosidade e cobardia
«Os norte-americanos foram confrontados com a ignomínia e obrigados a ver os rostos e a ouvir as vozes da crueldade do seu governo. A violência imposta a estas crianças, que são separadas dos seus num momento especialmente traumatizante e ficam sem qualquer apoio ou carinho de um adulto, entregues a si mesmas, transporta-nos para o passado. Mas o abjeto attorney general, Jeff Sessions, não se mostrou especialmente ofendido com a comparação. Disse que era um exagero. Explicou: os nazis prendiam as pessoas e separavam famílias para elas não fugirem, eles prendem e separam famílias para elas não entrarem. Faz toda a diferença.»
Daniel Oliveira, «Imigração: Contra a crueldade, política»
Uma das formas mais execráveis de tortura, pela sua monstruosidade e cobardia, consiste em forçar alguém a falar através da ameaça e exibição da dor e sofrimento infligidos a um familiar ou amigo. Monstruosidade porque a tortura se torna ainda mais cruel e inumana. Cobardia porque, atuando através dos mais fracos, se retira ao próprio o derradeiro direito de falar ou resistir.
Não sabemos se a ideia de separar na fronteira bebés e crianças imigrantes dos seus pais, e de as encarcerar como criminosos, partiu de Donald Trump ou dos seus próximos. Mas sabemos que apenas a uma mente muito tortuosa, e desprovida de qualquer resquício de humanidade e escrúpulo, poderia ocorrer uma coisa assim. Tal como num interrogatório sob tortura, infligida de forma indireta para se obter uma «confissão», também aqui se instrumentaliza a dor de terceiros, neste caso crianças, para intimidar e suster a imigração. É grave, demasiado grave e insuportável para haver, sobretudo no espaço europeu, tanto silêncio no ar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
Esta mesma administração norte americana nomeou há pouco tempo Gina Haspel para directora da CIA, porque razão devíamos esperar algo diferente disto?
Quantos dos agora horrorizados defenderam ou defendem Julian Assange, Edward Snowden, ou outros que se colocaram na linha da frente para proteger os que agora são atacados? A conivência com tudo isto é um dos traços da nossa civilidade.
Porque é que agora aparecem chocados com Trump se a política de imigração tem sido tratada como método de defensa antiterrorista não muito tempo depois do 11 de Setembro?
A separação de famílias tem sido sistemática desde então e tem sido promovida por republicanos e democratas. O que fez Obama para parar esta crueldade? Nada, aliás, Obama intensificou os ataques aos direitos civis e criou ainda mais guerras, e não vamos esquecer como foi amigo da Goldamn Sachs e outros de Wallstreet.
O dito "jornalismo" falhou em não informar o público o que se estava suceder há anos! O "jornalismo" e os comentadores pagos falham novamente em não esclarecerem o público que isto que não é apenas a política de Trump, isto é a política do regime norte-americano...
Hillary Clinton sempre defendeu estas políticas, ela até defendeu a construção do muro entre o México e os EUA.
https://youtu.be/9S1uc47j1Q4
Apareça quem me explique o seguinte:
1 - Se transportar crianças for salvo conduto para admissão nos EUA, não seria isso um modo de promover o tráfico de crianças?
2 - Não sendo esse o caso, e sendo a entrada ilegal ou dependente de concessão de asilo, qual o critério que define a parentalidade das crianças transportadas?
3 - Admitamos que é encontrado um critério. Como se deve processar a detenção?
3.1 - Um campo de concentração com tudo à mistura?
3.2 - Campos para monoparentais e campos para agregados? Um familiar por criança? E se sem acompanhantes, tal como agora?
Ninguém quer falar de soluções que não seja indiciar a balda geral e a censura a gosto.
Já aqui ocorreu esta mesma discussão uns anos atrás.
Talvez o Cuco possa consultar os arquivos...
Cuco?
Quem será o cuco?
Mas há algo de nojento nesta baba de um velho nojento. Confessemos
Ocorreu a mesma discussão ?
Sério? Está a brincar este tipo. Isto é um facto novo na boçalidade criminosa da sede do Império.
Se José sonha com cucos, inventa histórias para tentar apagar o hediondo do que defende.
Ou então participou nas reuniões preparatórias deste tipo de medidas, a lembrar as botas cardadas dos seus amigos alemães
Não surpreende que o Cuco seja dado a esquecimentos selectivos e memórias a despropósito.
Mas que no tempo do Obama e creio que já no do Clinton, havia estas cenas da separação das crianças, isso é uma certeza, e mal posso imaginar que isso não tivesse sido tema no LdB!
Mal pode imaginar, dirá jose
E sentindo as forças faltarem,pedirá perante os ameaços do fanico:
Os meus sais, os meus sais
( será o cuco que lhe agiganta este carácter? O Billy e o Obama que faziam o mesmo, só que na escala daquelas coisinhas pequeninas e acobardadas e a quem José dava a mão em colaboração sinistra? )
Mas onde, onde o esquecimento selectivo? Onde?
Essas memórias a despropósito encavalitadas no apoio encardido à barbárie do império
Enviar um comentário