quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Convergência à esquerda


O Livre convidou para discursar no encerramento do seu congresso representantes de outras forças políticas de esquerda. Aceitaram o convite António Costa, designado recentemente candidato do PS a primeiro-ministro de Portugal, Ana Drago, pela Associação Fórum Manifesto, e Paulo Fidalgo, pela Renovação Comunista. O Livre e Rui Tavares estão de parabéns pelo arrojo dos convites e António Costa, Ana Drago e Paulo Fidalgo por terem arriscado aceitá-los, pois, como lembrou António Costa, “a direita facilmente se junta, a esquerda facilmente se divide”. Tem sido assim desde Abril de 1974 e só com ousadia e coragem para arriscar conseguiremos mudar a relação entre as diferentes esquerdas – se o início do período democrático em Portugal foi marcado por fortes confrontos à esquerda, actualmente são cada vez mais as vozes a exigir entendimentos. O PCP e o BE também foram convidados, mas recusaram participar. Estes partidos têm alargado e defendido as suas bases de apoio através do confronto com o Partido Socialista e recusado sempre qualquer disponibilidade para governar.

Se é verdade que esta estratégia lhes tem garantido representação parlamentar, em queda no caso do Bloco, também é verdade que poderiam ter feito muito mais pelos trabalhadores portugueses e pela defesa do Estado social se tivessem aceitado correr o risco da governação – o alargamento da base de apoio não tem de ser feito por oposição ao PS, até porque essa estratégia prejudica a construção de soluções governativas partilhadas. Como disse António Costa, “o que temos de fazer não é guerrear entre nós, é cada um dirigir-se ao eleitorado e aos cidadãos que pode mobilizar e aumentar a participação”. A única forma de um novo sujeito político à esquerda não ser prejudicado pelo voto útil é mostrando que está genuinamente disponível para governar – sob condição, claro – e que por isso o voto em si nunca será desperdiçado.

(crónica publicada à quarta-feira no jornal i)

5 comentários:

Anónimo disse...

Mais um artigo deturpador da realidade, quem tem recusado a unidade à esquerda é o PS, que sempre preferiu governar com politicas de direita, essa é a realidade.

Já basta de aldrabões a querer dividir a esquerda!

Anónimo disse...

Agora o ps é q é o agregador da esquerda?

Anónimo disse...

Imagino o Sócrates a querer unir a esquerda. Este post é simplesmente uma brincadeira, uma re-escrita da história ou o conto da carochinha. O PS nunca se sentiu bem com forças de esquerda. E, se fez qualquer coisa de esquerda, foi por pressão do BE.

brancaleone disse...

Uma esquerda unida €uropeista?
AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH

Anónimo disse...

Que se saiba, quer o Bloco, quer o PCP estavam presentes. Não decidiram foi falar ao publico no congresso de outro partido. Decisão acertada.