A crise financeira, económica e social que a partir de julho de 1997, e sobretudo durante o ano de 1998, atingiu muitos países asiáticos foi a maior crise do género desde a grande depressão dos anos trinta. Os efeitos de contágio desta crise ao resto da economia mundial (sobretudo aos EUA) foram travados pela intervenção decisiva da Reserva Federal (Banco Central dos EUA). Como sempre o país central usou instrumentos de política que muitos dos outros países periféricos e semi-periféricos foram impedidos de usar assim tendo que suportar o fardo da crise.
Como argumentaram então muitos economistas (incluindo o Prémio Nobel Joseph Stiglitz), esta crise veio mostrar as consequências desastrosas dos processos de liberalização dos mercados financeiros e a instabilidade intrínseca da liberdade de circulação de capitais num universo globalizado onde domina a liquidez financeira.
As próprias instituições financeiras internacionais (Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional) que foram nas décadas de oitenta e de noventa do século passado das principais promotoras dos processos de liberalização financeira, reconheceram então que as «crises financeiras se tornaram mais frequentes desde o início dos anos oitenta» e que isto «tem sido associado ao aumento dos fluxos internacionais de capitais (especialmente fluxos privados) para os países em desenvolvimento e à crescente integração desses países nos mercados financeiros internacionais» (Banco Mundial, 1998: 124-125). É evidente que isto foi escrito quando Stiglitz era economista-chefe do Banco. Foi expulso pouco tempo depois por pressão do governo «democrata» dos EUA.
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