sábado, 22 de junho de 2024

Um livro bem planeado

A hipótese de que se parte neste livro é a seguinte: nos capitalismos contemporâneos alteraram-se significativamente os equilíbrios que conhecemos noutras épocas entre público e privado, entre interesse comum e interesses individuais, e produziu-se um desequilíbrio a favor de poderes de mercado e de esferas particulares desses poderes, mas isso não quer dizer que tudo assente no mercado e muito menos no poder individual de cada um que nele participe. Pelo contrário, formaram-se novos poderes, que se tornaram dominantes, e a sociedade carece de um nível de concertação capaz de lhes contrapor o interesse comum, a sustentabilidade da vida coletiva e objetivos estratégicos de organização que estão para lá de cada esfera; nisto consiste o exercício do que deve ser designado planeamento.
 

4 comentários:

Carlos disse...

Parece ser interessante este livro: o planeamento da economia em prol dos interesses comuns é uma boa perspectiva, e, em todo o caso, bem melhor do que o que temos actualmente, em que na verdade a economia é planeada mas sempre a favor dos capitalistas e do grande capital. Outra questão é saber se o "comum" significa "neutro" ou equidistante entre as classes, ou, pelo contrário, implica uma decisão a favor de uma classe (proletária) e contra a outra. E, concomitantemente, a "concertação" imporá um interesse transcendente e universal, "para lá de cada esfera" ou classe, ou, ao invés, significa o envolvimento numa luta de classes?

Anónimo disse...

Estes instrumentos não chegam?
https://planapp.gov.pt/catalogos/instrumentos-de-planeamento/

Anónimo disse...

Tem noção de que são instrumentos sectoriais diferentes, certo?

Anónimo disse...

Tem noção de que esses instrumentos são de âmbito setorial diferente, certo?