sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Maldita retoma

Fonte: INE, contas feitas a partir das Estatísticas das Empresas
Leiam-se as duas declarações seguintes:
"A estabilidade das políticas publicas é crucial para a recuperação da confiança. A recuperação da confiança é determinante para a recuperação do investimento. A recuperação o investimento é essencial ao crescimento e à criação de emprego. E só com crescimento e emprego é possível recuperar o rendimento e consolidar de forma sustentada as nossas finanças públicas. À convicção deste virar de página que era não só necessário como possível, juntamos agora os resultados produzidos por esta mudança de política."
Ou seja:
Cumprir as metas orçamentais --> recupera a confiança --> recupera o investimento --> crescimento e aumento do emprego. Uma ideia que seria facilmente defendida pelas bancadas à direita do Parlamento.
"Alcançámos porque soubemos conduzir com equilíbrio virtuoso os diferentes objectivos orçamentais. Só foi possível cumprir os compromissos orçamentais da União Economia e Monetária porque a economia respondeu positivamente às novas políticas com mais crescimento e mais emprego. E é também claro que a recuperação económica só foi possível ao provarmos que eram elas que conduziam à estabilidade orçamental, à estabilidade do sector financeiro e à recuperação da confiança na economia portuguesa."
Resumo:
Novas políticas --> crescimento e mais emprego --> cumprimentos das metas orçamentais e estabilidade do sector financeiro, recuperação da confiança. Uma ideia que está mais de acordo com as críticas à esquerda.

Se olharmos para estas duas sequências causais, elas aparentam ser não antagónicas, dada a natureza em espiral dos efeitos virtuosos. Mas na realidade, depende de onde se comece o raciocício. Elas têm, na verdade, diferentes pressupostos de teoria económica e, com eles, uma forma diversa de olhar para a economia e para o país e pressupõem panóplias de políticas distintas

Aliás, essas duas visões distintas ficaram patentes em Portugal, desde 2010 até agora (desembocando nas eleições legislativas de 2015) e tiveram até mais um episódio de confronto, ontem, na discussão na generalidade da proposta de Orçamento de Estado para 2018. O PSD assentou a sua posição com uma declaração política de ... Maria Luís Albuquerque, que foi aplaudida no fim durante um minuto por toda a bancada social-democrata, como se fosse ainda ministra das Finanças!

Mas voltemos às duas citações.

O interessante é que ambas foram ditas pela mesma pessoa. E são do primeiro-ministro António Costa, ontem proferidas na sua declaração de apresentação da mesma proposta de OE.

A política seguida até agora tem, de facto, gerado uma subida do crescimento e do emprego, mas em que o emprego gerado é pouco qualificado, mal remunerado (abaixo da média global da economia), influenciado por uma conjuntura favorável e, pior que tudo, baseado maioritáriamente em formas múltiplas de contratos precários, em que os salários médios praticados têm vindo a decrescer, apesar da retoma. O gráfico acima é prova disso.

Por razões diversas, a que não é alheio a existência de cerca de um milhão de desempregados (em sentido lato), os ganhos da retoma não têm sido distribuídos com justiça e esse aspecto deriva muito da ausência de políticas que relativizem a componente conjuntural e de políticas relativas ao mercado de trabalho. Neste último caso, o Governo - por razões diversas, nomeadamente europeias - pouco quer alterar o enquadramento legal deixado pela direita, criado para embaratecer a mão-de-obra e fragilizar o papel dos sindicatos, o que marca muito a política seguida pelo governo.

Este foi um dos aspectos ausente do debate orçamental de ontem. Algo que permitiu ao primeiro-ministro fazer a quadratura do círculo, na defesa ao mesmo tempo de todas as ideias económicas.

22 comentários:

Anónimo disse...

"Uma ideia que seria facilmente defendida pelas bancadas à direita do Parlamento."

Cada um fará, naturalmente, a leitura que quiser. Esta é a minha.
O PS no fundo defende a primeira ideia, mas dada a pressão à esquerda e a folga orçamental que tem, pode defender publicamente a 2ª.
Tanto assim é que numa futura crise induzida externamente o PS vai continuar a defender o respeito pelo cumprimento do Tratado Orçamental, ou seja, a 1ª ideia. Não tenho qualquer dúvida disso.

Jose disse...

Entre as políticas e a economia só há uma variável em reacção permanente: a dívida pública e privada. Tanta propaganda de sucesso presente e futuro só pode dar nisso.
O crescimento vem essencialmente com o turismo e a economia europeia.
O investimento é mais potenciado pelos ridículos juros dos depósitos do que por qualquer outro factor.

Os treteiros a caçar votos; emprego público sem concurso; o Estado a preparar o saque ao privado; e os reformados Senhor, os reformados que voluntariamente anteciparam reformas, coitadinhos, a serem considerados lesados...que comoção, ainda gente tão boazinha neste mundo à custa dos meus impostos; que caridosos!!!

Geringonço disse...

Se nós entendermos que o crescimento económico serve o propósito do progresso humano como podemos nós achar que a “recuperação” vigente, assente em trabalho precário e rendimentos inferiores aos do passado, uma verdadeira recuperação?

Não concordo que possamos dizer que haja recuperação económica só porque alguns indicadores estão melhores comparados aos do tempo dos pafiosos.

Sem aumento tangível do padrão de vida da generalidade da população não há recuperação, o resto são truques mentais para nos tentarem fazer crer que a vida está melhor.

Acho que já vai havendo informação disponível para afirmar que ou fazemos algo de substancial em relação ao actual Capitalismo decadente e parasitário ou deixamos que este mesmo Capitalismo acabe com todos nós...

Que o PS continue na sua deriva europeísta, mesmo com a “esquerda radical” a apoia-lo, não me admira. Só se admiram aqueles que têm memória curta...

Jose disse...

Não é preocupante:

A partir de 2020, le FMI imagine une hausse rapide des taux d'intérêt, une chute de 15 % des marchés et un recul de 7 % des prix de l'immobilier. En faisant tourner ses modèles économétriques le résultat montre une production mondiale en chute de 1,7 % en moyenne. « L'intensité du choc est égale à un tiers de celle enregistrée en 2008 », souligne l'institution. Chacun peut imaginer le désastre si d'aventure les marchés dévissent de manière plus importante.
En savoir plus sur https://www.lesechos.fr/monde/enjeux-internationaux/030693893494-poids-des-dettes-le-scenario-catastrophe-du-fmi-2121396.php#JzDoD033tRU8l8jP.99

Anónimo disse...

Se dúvidas houvesse sobre qual das duas ideias representa o pensamento do Governo, convém recordar:

"... o Programa de Estabilidade 2017-2021 ... vai muito para além do exigível pelo Tratado Orçamental, apresentando uma trajectória de consolidação orçamental ambiciosa, com o saldo orçamental global e primário (antes da despesa com juros) a atingir 1,3% e 4,9% do PIB em 2021, respectivamente."
(https://blogues.publico.pt/tudomenoseconomia/2017/04/19/pec-2017-2021-ir-para-alem-da-troika-novamente/)

Ou seja. Este Governo, independentemente do que proclama (2ª ideia), age no sentido de ir além do Tratado Orçamental (1ª ideia). E orgulha-se disso.

Estou enganado, João Ramos de Almeida?

Rui disse...

Na minha opinião não faz muito sentido avaliar o desempenho economico Português com base nas decisões da política nacional quanto a principal razão do atual desempenho economico português ser positivo são as políticas de garantia de compra da dívida portuguesa.

Na minha opinião estar a querer justificar o crescimento economico português com um suposto abrandamento da austeridade é querer enganar os Portugueses. Atualmente o único fator realmente importante é a nossa relação com o BCE e é importante esclarecer os Portugueses acerca deste facto.

Tendo em conta a retoma económica geral dos países europeus, penso que o que poderá realmente avaliar as políticas internas é a comparação do crescimento da economia POrtuguesa em comparação com outras economias europeias que também passaram por uma crise profunda como a Irlanda, a Espanha, Grécia, Malta, Chipre e talvez a Itália. Caso o nosso crescimento seja superior então as medidas internas foram acertadas, caso seja inferior então as medidas internas (política nacional) estão a atrasar a recuperação do país.

Eu seria a favor de medidas internas que reduzissem o crescimento face as outras economias europeias mas reduzissem a precariedade, mas infelizmente a precariedade não está a diminuir.

Anónimo disse...

Um sólido post a merecer reflexão e desenvolvimentos futuros.

Não, não é verdade que só haja uma variável em reacção permanente: a dívida pública e privada. Reduzir a economia política a "isto" é apenas a patetice duma afirmação gratuita

E não, o crescimento não vem essencialmente do turismo nem da economia europeia. De resp
O crescimento vem essencialmente com o turismo e a economia europeia. É de resto a deriva europeísta de quem nos governa uma das causas para os nossos constrangimentos


Anónimo disse...

Errata às 17 e 40:

O crescimento não vem essencialmente do turismo nem da economia europeia. É de resto a deriva europeísta de quem nos governa uma das causas para os nossos constrangimentos

Anónimo disse...

Entretanto aí em cima alguém fala em treteiros a caçar votos e logo salta à memória aquele relógio parido por Portas do CDS/PP numa contagem retrógrada do tempo para o fim da troika

A idiotice propagandista do feito resvalava para a incompetência pura e dura traduzida no engano formal nas contas. Mas revelava muito mais do que isso numa manifestação grosseira dum vendedor de banha da cobra a angariar votos e a esconder as sacanices conluiadas com a referida troika. E assistíamos à desbunda do trio, na altura com Cavaco a considerar «preferível» sair do resgate com um «programa cautelar», enquanto Portas proclamava que o nosso «sangue celta» nos iria levar para uma «saída à irlandesa» certinha com o relógio dele, e Passos, numa sangria desatada que já lhe prometia vitória nas legislativas, dizia costumeiramente sim e não, conforme o dia.

(Cavaco Silva fizera as contas e solenemente afirmava que Portugal só deixaria de «ser vigiado pelas instâncias internacionais» em 2035.Ele todo sorria e todo se babava e fazia babar muito tonto que batia no peito a pedir a continuação da troika)

Maneirismos duma caça aos votos duma direita treteira e trauliteira que tudo já tinha feito para se apoderar do poder, não hesitando Passos em mentir com quantos dentes tinha na campanha eleitoral de 2011

Mas outro episódio ficou célebre na forma de agir dos treteiros à caça dos votos; sem escrúpulos e usando o aparelho do estado para os seus fins bem sinistros

Anónimo disse...

Recordemos o que se passou na altura em que foi elaborado o orçamento do Estado para 2015. Paulo Portas queria um corte na sobretaxa de 3,5% sobre o IRS, criada ainda pelo anterior ministro das Finanças, Vítor Gaspar. Mas tanto Passos Coelho como Maria Luís Albuquerque opuseram-se. E no final da noite dessa longa reunião, o primeiro-ministro propôs então uma devolução da sobretaxa que obedeceria à evolução das receitas cobradas em sede de IRS e de IVA, desde que ficassem acima do previsto no Orçamento do Estado.

Mais: para que os contribuintes pudessem saber quanto iriam receber se a isso tivessem direito, o Governo comprometia-se a revelar mensalmente as estimativas da evolução daqueles dois impostos. Mas não foi o que aconteceu. Apesar de dispor dessas estimativas desde Fevereiro, o Governo só as revelou em Julho e Agosto. Porquê? Eis a questão. É que, pelos vistos, o Ministério das Finanças já tinha a comprovação de que, de mês para mês, as oscilações eram muito significativas. Por exemplo, em Fevereiro a estimativa de devolução era de 37,%, mas em Março caiu para 7,9%.

Perante isto, o Governo calou-se, guardou os dados para si e começou a soltá-los no Verão: 12%, 20%, em Agosto ultrapassava os 35% e, com a euforia no ar e as eleições a aquecer, os “spin doctors” foram fazendo chegar às redacções a mensagem de que, por este andar, seria mesmo possível devolver 50% da sobretaxa no próximo ano devido à espectacular recuperação da economia.

Azar. A História regista o que se passou. Antes das eleições previa-se uma devolução de 35% . O valor foi de zero (“0,0%”)

Não há duas formas de classificar o comportamento do Ministério das Finanças e do Governo: manipularam deliberadamente a informação para captar o voto dos eleitores. E receberam a discreta ajuda de empresas como a Somague e a Unicer, que só fizeram os despedimentos coletivos que já tinham previstos na semana a seguir às eleições.

É bom recordar estes comportamentos de treteiros sem ética e sem escrúpulos
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Anónimo disse...

Entretanto adivinha-se uma nova grande crise global. Este é o destino desta fase do Capitalismo. Marx merecia de facto ser lido com muito mais atenção

Para os defensores de menos Estado, um trecho de Martin Feldstein, professor de Economia na Universidade de Harvard e presidente emérito do Departamento Nacional de Investigação Económica. Presidiu ao Conselho de Assessores Económicos do Presidente Ronald Reagan de 1982 a 1984,veja-se bem

"A Europa enfrenta um problema sério. Embora a actividade económica tenha melhorado recentemente, a Zona Euro perdeu a sua capacidade para responder à próxima recessão quando esta inevitavelmente acontecer.
(...)
Qualquer que seja a causa da próxima recessão, as políticas do BCE, que ajudaram no passado, já não vão estar disponíveis. A resposta convencional – redução das taxas de juro – é impossível, porque as actuais taxas de juro de curto prazo nos países da Zona Euro já estão próximas de zero ou negativas.

Para ser claro, o BCE pode expandir as suas compras de obrigações de longo prazo. Mas ao fazê-lo, isso não terá o mesmo efeito que teve no passado. Um dos objectivos das compras de obrigações de larga escala – o chamado quantitative easing – era baixar as taxas de juro de longo prazo de forma a estimular o investimento empresarial e a construção de casas. Mas com as taxas de juro de longo prazo próximas agora de zero, as compras de obrigações não vão fazer com que as taxas de juro baixem mais.


Outro objectivo de baixar as yields das obrigações de longo prazo era estimular a procura por acções. Os preços mais altos das acções iriam baixar o custo do investimento em empresas que são financiadas através do mercado de capitais e iriam aumentar a riqueza das famílias e, por conseguinte, estimular o consumo. Isto nunca teve tanto sucesso na Europa como nos Estados Unidos, onde a quota de propriedade está mais generalizada. Mas agora, com as yields das obrigações de longo prazo próximas de zero, isso não pode nem sequer ser tentado.

Uma resposta apropriada a este dilema pode ser uma política de expansão orçamental coordenada. Cada país teria de concordar com uma combinação de cortes de impostos e aumento de gastos do governo à escala da recessão económica. Esperar que esta recessão aconteça para planear esta resposta coordenada será um erro. Todos os governos da Zona Euro deviam colocar a coordenação orçamental, com os seus parceiros europeus, no topo das suas agendas, antes que seja demasiado tarde."

A.R.A disse...

No meu entender, é impossível espectar uma qualquer retoma económica sem um consequente aumento na competitividade que durante décadas se baseou em politicas de baixos salários onde o custo do trabalho foi sempre o grande chavão em que governos sucessivos de ps e psd e ainda psd-pp fizeram praça, vendendo a ideia ao país para justificar uma crescente desregulamentação das leis do trabalho em Portugal com consequências evidentes numa estagnação de uma já de si débil economia aumentando o fosso das desigualdades entre os poucos que ganham muito e os muitos que ganham pouco.

A baixa produtividade foi outro grande chavão que tem feito a bandeira da direita e, nomeadamente, da CIP onde foi sempre o trabalhador o elo mais fraco da cadeia "alimentar" sem que nunca tenha sido posta em causa (em alguns casos, o insólito, premiada) a deficiente gestão das empresas que nunca souberam explicar a evidencia de um trabalhador que em Portugal apenas valha o sexto valor remuneratório mais baixo na Zona Euro, com uma media de 13.7€ por hora e que quando o mesmo sai "da sua zona de conforto", desempenhando exactamente a mesma função na UE o valor médio já será de 25.4€.

http://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/File:Estimated_hourly_labour_costs,_2016_(EUR)_YB17.png

Portanto, enquanto em Portugal a mão de obra é vista como um mal necessário já na restante UE desempenha um papel fundamental no funcionamento de uma economia.

Se querem falar de uma verdadeira e sustentada retoma é bom que se mudem radicalmente os paradigmas de gestão em Portugal onde só uma conjuntura governativa de excepção e dificilmente repetível, como a presente, poderá levar a cabo essa empresa pois se assim não for será a derradeira oportunidade perdida.

Jaime Santos disse...

Maldita para quem? Para a Direita, porque mostrou ser verdadeira a ideia de que uma rápida devolução de rendimentos tem efeitos virtuosos, nomeadamente no crescimento da procura interna, ou maldita para a Esquerda que vê assim fugir o argumento de que toda a austeridade é má? O João Ramos de Almeida esquece, como é prática corrente, que o keynesianismo original defende finanças públicas equilibradas ao longo de todo o ciclo económico (algo que não se atingiu ainda, note-se) e que as políticas de desenvolvimento que defende não se fazem sem que alguém nos empreste dinheiro (estamos a falar naturalmente de moeda forte, não de um qualquer novo escudo que não custaria a imprimir, embora o problema da sua distribuição não seja nada trivial). Portanto, para além da via estreita tomada por Costa, com uma belíssima dose de sorte, obviamente, não há mesmo alternativa. Ou pelo menos, não vi ninguém explicar como ela irá funcionar, para além de enumerar as supostas benesses que ela daria aos trabalhadores. Já dos riscos e dos custos, não ouço ninguém falar...

Jose disse...

UTAO dívida pública Agosto 2016 -> 2017 + 7.000 milhões

A retoma a bombar!

Anónimo disse...

Como é que um ex-keynesiano anda aqui com Keynes na boca?

O incómodo que liga um ex qualquer coisa quando qualquer coisa incomoda o seu TINA particular

Toda a austeridade é má?
Depende para quem é dirigida a austeridade. É tudo uma questão de classes sociais.

Anónimo disse...

Deve custar muito à direita austeritária pesporrenta e neoliberal...

Primeiro o TINA

Depois os vivas à troika

Depois o TINA

Depois o ir mais longe que a troika

Depois o TINA

Depois o "que pena a troika ir embora"

Depois o TINA

Depois o diabo

Depois o TINA

Depois o "não há nada de novo"

Depois o TINA

Depois o diabo


... sempre a bombar

Jose disse...

Os milhares de empregos que andam por aí estão montados em três factores:
- turistas a comer e dormir em hotéis novos e casas recuperadas.
- estrangeiros a comprarem casas e a transferirem pensões e rendimentos.
- exportações em crescimento - e até há falta de candidatos a emprego industrial, que isto de bandejas e vassouras é outra tranquilidade.

É isto o efeito da política de distribuição de rendimentos à função pública e reformados?

Que haveria e há que aumentar rendimentos não tem dúvida, mas dizer que é esse o motor da economia é só uma parvoeira que a esquerdalhada quer manter para justificar a ladainha que desde sempre vem justificando o 'tudo a todos' da sua imbecilidade.

Anónimo disse...

Desaparece o Bombar dito daquela forma néscia e peculiar

E reaparece a vulgata que lhes está atravessada no gasganete
O falhanço também económico da austeridade uberalles. E a demonstração cabal que o devolver, embora muito parcialmente, os rendimentos aos que trabalham e aos reformados serviu de motor fundamental para a economia

Mas mais uma vez Jose aldraba e tenta aldrabar. Não foi só para os funcionários públicos e reformados.

Como não é um "tudo a todos" gritado e gemido desta forma quotidiana. Porque até agora o que temos tido é tudo a uns poucos, precisamente os grandes patrões, os que se apropriam da riqueza alheia, os banqueiros, os membros dos conselhos de administração.

Para os que trabalham é o roubo e o saque. Dos salários,pensões and so on


É retirar o tudo a esses poucos. E construir um mundo mais igual , sem explorados nem exploradores

Anónimo disse...

"Variação homóloga do PIB (crescimento em 12 meses) foi de +2,9% no 2º trimestre de 2017 (2ºT-2017). Destes, 2,8 p.p. são devido à Procura Interna. Destes, 1,3 p.p. são devido ao Consumo.

Segundo o governo, o CFP, a UTAO, a Comissão Europeia, o BCE, o FMI, a OCDE, agências de rating, etc, este crescimento deve-se a factores temporários, que são as medidas do governo de reposição de salários, aumento do salário mínimo, e diminuição dos impostos diretos.

É devido a este efeito temporário, coincidente no tempo com estas medidas, que nos indicadores avançados se antecipava a meio de 2016 que Portugal ia acelerar, e acelerou, passando de abaixo para acima da média da Zona Euro.
É também devido ao impacto temporário, que esses mesmos indicadores, antecipam a normalização do crescimento daqui para a frente."

Bem pode jose fazer colecções seriadas do seu idiota "tudo a todos"

Anónimo disse...

A recuperação dos rendimentos dos trabalhadores em 2016, fez-se fundamentalmente através da reposição dos cortes salariais na Função Pública, da redução da sobretaxa de IRS e do aumento do salario mínimo nacional. Vamos começar pela Função Pública utilizando para isso os dados do 1º Trimestre de 2016, divulgados pela DGAEP do Ministério da Finanças referentes a número de trabalhadores e remunerações.
A reposição dos cortes salariais e a redução da sobretaxa de IRS determinou um aumento dos rendimentos líquidos dos trabalhadores da Função Pública em 2016 que estimamos em 383 milhões €. Se este valor fosse repartido de forma igual por todos os trabalhadores da Função Pública (662.190), o que não acontece como mostramos, daria um aumento médio de 41€/mês/ trabalhador. Portanto, uma reposição importante de rendimentos que interessa valorizar pois a direita tudo faz para fazer esquecer a opinião pública de que esta política é inversa daquela que ela sempre seguiu enquanto foigoverno (cortes dos salários e das pensões e aumento enorme dos impostos) Para além disso,
é importante recordar a redução do horário semanal de 40 horas para 35 horas determina
um aumento medio no valor hora de 14,3%, pois passa de 6,01€/hora para 6,87€/hora

Anónimo disse...

A reposição dos rendimentos dos trabalhadores do setor privado fez-se fundamentalmente através da redução da sobretaxa de IRS e do aumento do salário mínimo nacional.

A redução da sobretaxa de IRS em 2016, deverá determinar um aumento do rendimento ilíquido, portanto bruto, ou seja, antes da dedução do IRS e do desconto para a Segurança Social de 357 milhões € /ano para os trabalhadores por conta de outrem, e após a dedução do IRS e para a Segurança Social um aumento no rendimento líquido de 247 milhões € por ano. Se fosse repartido por igual por todos os trabalhadores,o que não aconteceu como mostra o quadro 2, daria um aumento de 5€ no salário liquido por trabalhador e por mês.

(Eugénio Rosa)

Anónimo disse...

Pois é, grande galo.

A referida geringonça, com todas as suas limitações demonstrou uma coisa inequívoca.

Que a política austeritária foi uma fraude, ideologicamente motivada no sentido de saquear o trabalho e engordar o capital. Que tal política tinha como objectivo a concentração da riqueza e o ajuste de contas com Abril. Que a impotência argumentativa se traduz em frases idiotas do género "tudo a todos" com que se pretende muita coisa, incluindo esconder "isto":

Entre 2010 e 2015, a parte dos “SALÁRIOS” no “PIB” diminuiu de 37,4 para 33,6%, enquanto a do “EBE” (o que fica nas empresas), aumentou de 28,3% para 32,5% segundo o INE