sexta-feira, 17 de junho de 2016

Contratos de associação: a etapa seguinte

Em 2001, o Ministério da Educação começou a disponibilizar os resultados dos exames, podendo a comunicação social, a partir deles, elaborar rankings de escolas. Em 2012, os resultados passaram a ser complementados com informação sobre o perfil socioeconómico dos alunos, colmatando assim a lacuna que mais minava a credibilidade dos rankings: a ausência de dados de contexto, indispensáveis para interpretar, de forma minimamente séria, os resultados dos exames.

Desengane-se contudo quem pense que o então ministro Nuno Crato pretendia, com a publicação destes dados, melhorar globalmente a transparência dos rankings, enquanto instrumento de avaliação do desempenho das escolas. Não, a informação sobre as habilitações e profissões dos pais e a percentagem de alunos que beneficiam de apoios da Ação Social Escolar apenas passou a ser exigida às escolas da rede pública, ficando portanto todos os privados (incluindo os colégios com contrato de associação) dispensados de fornecer elementos de caracterização de contexto.


Ora, a impossibilidade de relacionar os resultados dos exames com os perfis socioeconómicos dos alunos inviabiliza qualquer comparação credível entre o desempenho das escolas públicas e privadas, legitimando além disso a suspeição de que não havia nenhum interesse em divulgar dados que pudessem deitar por terra a aparente supremacia do ensino particular e cooperativo. O segredo e a opacidade são por vezes a alma do negócio.

Não existindo dados oficiais, apenas se podem fazer aproximações na comparação do perfil dos alunos do ensino público e do privado. O estudo de rede de 2011, por exemplo, dá conta do peso relativo dos alunos com Ação Social Escolar e com Necessidades Educativas Especiais. Se no primeiro caso as diferenças não são muito expressivas (43% no público e 39% nos colégios com contrato de associação), apesar de o estudo sinalizar múltiplos casos de colégios com menos alunos carenciados que as escolas públicas envolventes, o mesmo não se pode dizer relativamente às situações de NEE. De facto, cerca de 1/3 dos colégios não tinha inscrito nenhum aluno com NEE, sendo o valor do ensino público (3,8%) mais do dobro do valor dos privados com contrato de associação (1,6%).


Um outro estudo, da autoria de Manuel Coutinho Pereira (Banco de Portugal), analisou informação dos Relatórios PISA, para concluir - através de vários indicadores - que em regra as escolas privadas escolhem alunos com um perfil mais favorável à obtenção de melhores resultados:


Quer isto dizer que se é legítimo que as escolas privadas selecionem os seus alunos, de modo a poderem disputar lugares nos rankings (imperativo da sobrevivência e do lucro, a competição está-lhes no sangue, faz parte da sua natureza e do seu «modo de vida»), já em relação aos colégios com contrato de associação não é suposto que tal aconteça, uma vez que os mesmos estão vinculados à prossecução dos desígnios da escola pública. Se durante muito tempo a carência de oferta da rede pública relaxou os necessários mecanismos de escrutínio estatal destes colégios, impõe-se que tal não continue a suceder.

Ou seja, para que cumpram efetivamente os seus compromissos com o Estado, aos colégios privados com contrato de associação não basta não serem redundantes em termos de oferta de rede. É preciso que cumpram também (como alguns de resto fazem, exemplarmente) princípios essenciais das políticas públicas de educação: sentido de rede e de contexto, cooperação, igualdade no acesso, fomento da mobilidade social e igualdade de oportunidades para todos. É esse o passo que importa agora dar, resolvida que está a questão das redundâncias.

51 comentários:

Maria José Vitorino disse...

Impressiona-me o número de livros em casa. MENOS de 25 livros em 29% das famílias do ensino privado, em mais de um terço das famílias do ensino público... 25 livros: 2 livros por mês, num ano!

A escola é a casa do conhecimento da democracia - garantindo acesso a todas as crianças à leitura e ao seu desenvolvimento, pela prática continuada do seu exercício. As bibliotecas escolares e as bibliotecas públicas são a uma garantia de verdade nessa condição.Recoro que a escolaridade é obrigatória até ao 12º ano.

Interessante seria considerar este indicador na análise - confrontando as coleções das bibliotecas escolares no ensino público e no ensino privado, e livros em casa em ambos os casos, e cruzando com a oferta das bibliotecas públicas na área.

Anónimo disse...

livros em casa, hoje em dia, nem sempre quer dizer objectivamente falta de leitura
eu, por exemplo, agora só compro livros que me sirvam também um certo fetichismo ou que eu quero mesmo revisitar muitas vezes
farto-me agora de ler livros emprestados ou livros (neste caso mais técnicos) em formato digital
por isso livros na estante não me parece um indicador muito objectivo

Anónimo disse...

estou curioso por ver que "argumentos" cagalhão zé irá urdir embora já os saiba de cor e salteado
um disco de vinil ressacado cheio de riscos onde a agulha salta e repete -
- esquerdalhos, abrilada, mama(não confundir com seio feminino que isso claramente falta ao cagalhão zé), treteiros
estes são os samples básicos
a remix será do DJ cagalhão zé
april night treteiros club remix
havia uma música dos Smiths que versava assim - "hang the DJ..."

José Silva disse...

Muito elucidativo. Já agora só um detalhe há um erro na tabela, no nível de escolaridade mais elevado dos pais - Ensino básico a diferença é 7% e não 8%.

Tuba From disse...

Falta analisar uma faceta que é o número de alunos por escola. Como nos diz a estatística (na lei dos grandes números) quanto maior a amostra mais a sua média de aproxima da média global da população. Deste modo as escolas oficiais que, em média, tem muito mais alunos que as privadas, ficaram -pela lei estatística- sempre com tendencia a ficar no meio da tabela. As escolas com menos alunos tenderão a ocupar os primeiros e os últimos lugares da lista.

Nuno Serra disse...

Caro José Silva, agradeço o seu reparo. Os valores já se encontram retificados (após nova consulta da fonte).

Anónimo disse...

A Escola Nova que se deseja, vai levar tempo a reerguer-se dos escombros do triste reinado cratense. Tanto quanto o pais levar a libertar-se das amarras integracionistas.
Sei que remar contra a mare´ pelo menos enrijece os músculos. Então há que remar!
A escola, toda ela, pública ou particular e´ património de toda a nação, por isso mesmo, o governo ou o governante, eleitos ou não, devem arcar com as consequências em juízo ou fora dele.
Também, quando o governo de todos os portugueses, comprometido em juramento solene com a Republica e sua Constituição, sendo promiscuo, parcial e corrupto, deve ser demitido…
Dizer que o professorado, considerado a massa mais inteligente da nação, não deve assobiar pro lado, não e´ um mero funcionário do Estado, ele tem responsabilidades acrescidas…
Fico-me por aqui…de Adelino Silva

Anónimo disse...

Caro Nuno Serra,

concordo com a sua análise e conclusões.
Mas também convinha, do ponto de vista mais importante (o da qualidade da oferta educativa aos alunos) que escolas públicas sem um mínimo de condições (físicas e de recursos humanos) não fossem consideradas para qualificar de "redundante" uma escola com contrato de associação existente nas proximidades. Nestes casos, o Ministério devia começar por qualificar essas escolas públicas e só depois considerar redundantes as escolas com contrato de associação existentes nas proximidades. Caso contrário os alunos vão efectivamente perder qualidade da oferta educativa.

Anónimo disse...

Mais dados objectivos, num texto sério e sem a menor ponta de demagogia

E não esquecer:
Concentração no Parque Eduardo VII, no próximo sábado, 18 de Junho, a partir das 14h30.

Em defesa da Escola Pública

Unknown disse...

È estranho que a inclusão, que os talibans dos sindicatos dos professores e adeptos, não destaquem antes as "vantagens" da escola pública "nossa" (deles claro) como niveladora das diferenças sociais dos alunos. Hipocrisia ou desleixo ?

Anónimo disse...

Maria José Vitorino, lembra-me os que se dizem que quem ganha cinco mil euros por mês é da classe média baixa.

Estudei numa escola pública, nos anos 80. Hoje do meio da tabela. Da minha turma do 12º anos, três tiveram média de entrada em medicina (só um escolheu essa área). Tirando os escolares quase ninguém tinha 10 livros que fosse em casa.

Numa estante da minha havia mais livros que nas casas de vários dos meus colegas somados. Não vale impressionarmo-nos com o nosso desconhecimento das dificuldades concretas das pessoas.

Anónimo disse...

Uma pergunta:

Alguém que chama Talibans aos "sindicatos dos professores e adeptos" é o quê?

Objectivamente o que nos diz tal afirmação de quem diz tal informação?

António Cristóvão dá mais um passo para se assumir, não como um taliban, (ainda não chegámos a este estado vegetativo de taxonomia) mas como mais um caso da desonestidade intelectual e ética.

Jose disse...

Nuno Serra,
O comentário que fiz a este seu post não aparece.
Já o mesmo aconteceu num caso do vídeo do magnífico catedrático Reis.

Seria decente da sua parte dar notícia do que censura para que não restem dúvidas de que o desaparecimento do comentário não é incidental.
Se me declarar proscrito dos seus posts haveria também de o tornar claro para que me dispense de os ler.

Nuno Serra disse...

Caro José,
Eu não eliminei nenhum comentário seu a este post (nem advertida nem inadvertidamente). E quero dizer-lhe isso com a mesma frontalidade com que digo que sim, que eliminei há um par de dias um comentário seu - tão vazio de argumentos quanto carregado de insultos - ao magnífico vídeo do catedrático José Reis.
Por último (não vá o José pensar que anda por aqui uma perseguição e que é o único «censurado» neste blogue), deixe-me acrescentar que já eliminei comentários dirigidos a si (por também se resumirem, basicamente, ao insulto).

Jose disse...

Vou tentar reproduzir o que comentei sobre este post.
Quanto ao magnífico catedrático, discordo quando diz que aí não houvesse qualquer argumento, e seguramente esse argumento suportava os qualificativos dirigidos ao magnífico.
Mas fico-me pelos mínimos: « José...comentário eliminado»

António Pedro Pereira disse...

Caro Nuno Serra:
É lamentável que um provocador que se intitula José, um sujeito destacado (sabe-se lá porquê e por quem) para fazer vigilância ao LdB, no qual só deixa comentários insultuosos ou provocatórios, normalmente sem substância argumentativa minimamente digna desse nome, se arrogue o direito de ver publicados todos os seus dislates.
Há muito que sugeri que tal indivíduo (e todos os outros semelhantes) fossem proscritos deste espaço que - e é preciso lembrar-lhes - é privado, embora aberto à participação pública.
Tal abertura tem limites que cada um deve impor a si próprio.
Uma coisa é as ideias de cada um, por mais radicais ou extravagantes que sejam, cada um tem direito a elas. Que devem ter como resposta comentários argumentativos ou de apreciação sobre essas ideias.
Outra é a provocação pura, verrinosa, só para chatear, que é o que tal triste criatura faz.
Não há paciência para aturar este José.
Varra-o de vez daqui em nome de uma sã convivência e troca de ideias entre quem aqui aparecer por bem.

António Pedro Pereira disse...

José:
Em nome do crescimento da economia, durante 4,5 anos o governo Passos/Portas exigiu sacrifícios para curar o Estado dos maus vícios e pôr a economia a crescer pelo menos 2% para criar emprego líquido.
Este é o número aceite por instituições e economistas em geral: 2%.
Sem tal valor não haverá criação de emprego líquido.
Portanto, como foi possível o desemprego ter descido de 18% para 12% (números redondos, sem décimas) com uma contracção de -6,5% e um crescimento de apenas 1,5% em 2015.
Estava por explicar até José Reis o ter feito no vídeo (tendo outros já alertado para a manipulação do governo Passos/Portas).
Portanto, não vale a pena insultar o José Reis: conteste-se os dados do vídeo.

António Pedro Pereira disse...

Ao senhor Cristóvão:
É estranho que a exclusão de que os talibans direitistas e neoliberais e adeptos acusam a escola pública de todos (menos deles, deles são os colégios dos contratos de associação - da mama na teta do Estado), como sendo desniveladora das diferenças sociais dos alunos, não seja por eles comprovada.
Hipocrisia ou desleixo?

Anónimo disse...

Será que são consideradas todas as turmas dos colegios com contrato de associação? não sei se sabe, mas existem normalmente turmas nesses colegios que não pagas pelo estado, logo perfil socioeconómico dos alunos, será influenciado por isso. Acho que se continua a didscutir a questão errada e em vez de se pensar em evoluir a escola publica e torna-la competitiva, tudo se faz para que ensino que tem provas dadas ( não estou com isto a dizer que a escola publica é má), que tem um custo inferior para o erário publico com resultados melhores ( turma nos colégios com contrato de associação 80.500€, nas escolas publicas 105.800€)e que tem uma estrutura funcional que a escola publica só ganhava se a copiasse, o que se faz e tentar estrangula-la, na tentativa que desapareça. Por este tipo de situações é que continuaremos a ser pequeninos. Mudem mentalidades, promovam a excelência, a matéria prima está lá, continuamos a perder grandes cranios todos os anos. Todos deviam defender o cheque ensino, promover a competitividade, permitir que os país pudessem escolher a escola que tem o projecto educativo que mais se aproxima do seu ideal, só desta forma vamos acabar com as escolas de ricos e pobres. Parece que ninguém ainda percebeu que a luta não é bem esta, mas o Lobby dos professores do publico que não querem perder as benesses que os do privado não têm, infeliz mente a mentalidade tacanha das 9h as 17h é complicada de mudar.

Anónimo disse...

Haja pachorra para tais queixinhas e queixumes de quem anda com o Index dos coitadinhos debaixo dum braço e o rol de gemidos de pseudo-censurado debaixo da língua.

Anónimo disse...

Este comentário das 01 e 19 é uma montra exemplar da grosseira manipulação com que mais uma vez se abordam estas questões já tantas vezes aqui discutidas.

"Esquece" e faz tábua rasa do debatido. Falsifica factos e dados. E finalmente insulta gratuitamente.

Uma lástima


Jose disse...

Se bem me lembro:
O denominado rankimg das escolas é no essencial um ranking do desempenho dos alunos, e nesse sentido deve permanecer intocado sem ser afectado por coeficientes dos 'coitadinhos' ou qualquer outra engenhosa dissimulação de um resultado que deve ser claro e irrecosável.
Quanto ao ranking das escolas, nem as públicas são todas iguais e o mesmo para as privadas, e aí muito haveria a ponderar para uma justa avaliação; para além do tal contexto, as assiduidades, furos, greves e acções disciplinares, tudo tem lugar nessa avaliação.

Jose disse...

Senhor Manelzinho,
o teu comentário das 23:07 faz-me lembrar um depoimento de um director da PIDE num tribunal plenário: o pensamento é livre, só a sua manifestação é que é condicionada ...(no restante servem as tuas palavras).

Quanto ao das 23:14,
não me consta que a geringonça se tenha apressado a alterar os critérios estatísticos vigentes para o anterior governo; e sim ocupar desempregados altera os valores mas era medida apoiada, que se o deixou de ser é problema deste governo que prefere dar dinheiro à sua clientela do que aos desempregados; e sim o magnífico fala como se nada tivesse a ver com uma situação herdade no que se associa plenamente à treta de um boy; e sim quando há crise há emigração, a salto ou por fronteiras livres.
E espero que continue a haver emigração por muito tempo (inclusive para UK) como consequência de uma geringonça que bloqueou o que parecia ser uma rota de crescimento sustentado e apoiado por uma Europa que via cumpridas as condições de lhe sacarem uns dinheiros em ajudas.

Anónimo disse...

Coeficiente dos coitadinhos?

Isso aí inclui os "coitadinhos" que se andam a lamuriar penosamente pelo facto dum seu comentário malcriado ter sido censurado?

É que tal é costume.E as queixas e as lástimas são logo espalhadas pelos múltiplos blogs.
Uma espécie de queixume público com a inscrição numa agenda de coitadinhos peculiar

Anónimo disse...

O tipo das 10 e 47 afirma que um determinado comentário lhe faz lembrar o depoimento dum crápula da Pide.

Repare-se no tom de auditor atento ao que o referido torcionário diz e a credulidade patenteada perante o que um reles funcionário de Salazar afirma. Adivinha-se até o ar embevecido e a cabeça a acenar que sim, que a concordância é total.

O "pensamento é livre" é uma afirmação no mínimo curiosa. Porque não corresponde nem à realidade factual.E porque mente.

Que um boçal pide afirme tal em tribunal é compreensível partindo do princípio que o disse e que o que ocorreu no tribunal foi confidenciado ao sujeito que agora o repete.

Mas a difusão duma treta deste calibre é simplesmente miserável

Anónimo disse...

Quem afirma que o "pensamento era livre" era um funcionário de extrema-direita em funções numa polícia política, tendo jurado servir obediência ao fascismo e a Salazar.

Como se sabe a censura a textos e a livros era prática corrente. Por vezes o simples encontrar um livro proibido era motivo de espancamento e prisão. Claro que os defensores dos pides e do Salazarismo poderão dizer que a posse dum objecto proibido era uma manifestação do pensamento e portanto sujeita a "acção" ( no linguarejar do sórdido pide). Mas aqui entra-se num campo que por demasiado hipócrita e celerado nem sequer deve ter continuação. Quem defenda crápulas e crapulices que o assuma.

A possibilidade de ver censurado um texto condicionava não só o escrito como também a forma de pensar sobre a realidade e a tramitação de tal realidade ao papel. Há demasiados textos escritos sobre o assunto e trabalhos académicos para perdermos tempo a demonstrar o que está demonstrado.

Mas não deixa de ser curioso que quem usa o "Nihil obstat", fórmula usada pelos censores eclesiásticos ao permitir a publicação de um livro seja o mesmo que usa a fala dum Pide para replicar a fala dum Pide

Tal mostra de facto a inevitabilidade dum trajecto, não há mesmo qualquer dúvida


Anónimo disse...

Comparar o tempo da Pide com o presente é obsceno.

Mas não iremos agora por aí.

A pergunta especulativa que agora se impõe é a seguinte:
Onde está agora o tal pide director da dita polícia?
Vivo ainda? Transformado num alccolátra a rastejar pelos sofás nacionais e internacionais?

Ou contentinho da silva tendo feito o seu trajecto pessoal à sombra da corrupção dos donos disto tudo, apoiante entusiasta da troika e ferrenho defensor dos agiotas e dos credores?

Anónimo disse...

O resultado claro e "irrecosável sobre os rankings é uma treta. Tal como o é o desejo expresso de os manter "intocados"

Porque não é nem claro nem muito menos irrecusável.E as vacas sagradas devem ser derrubadas.

Tal vai de par com a inevitabilidade das soluções vendidas pelo neoliberalismo. São sempre claras e "irrecosáveis". São sempre "intocáveis". Andamos há anos a ouvir tais patacoadas hipócritas, falsas e sistematicamente denunciadas e desmentidas.

Voltaire dizia como bem nos lembra Fernando Campos: "Le doute est un état mental désagreable, mais la certitude est ridicule" .

As certezas do neoliberalismo são mais do que ridículas. São soezes.

Anónimo disse...

Rectificação: alcoólatra

E agora em defesa da Escola Pública a caminho do Marquês de Pombal

Jose disse...

O cuco e o seu chorrilho de inanidades e retorcidas acrobacias de palavreado!

Para quando a obrigatoriedade de a cada origem de comentário corresponder um nome, uma alcunha, um número, para que não se lance esta depressiva dúvida quanto à quantidade de cretinos em presença?
Um dia destes vou encaminhar este pedido à geringonça para que produza mais um decreto fracturante.

António Pedro Pereira disse...

Ao Anónimo de 18 de junho de 2016, às 01:19:
O senhor disse: «(turma nos colégios com contrato de associação 80.500€, nas escolas publicas 105.800€)»
Em que se baseia para tal afirmação?
Em nada, está na moda inventarem-se números, cada um pode lançar ao vento os que quiser, sempre haverá uns pacóvios que acreditam.
É triste que o nível da discussão se baseie em mentiras aturadas como «sound bites» com finalidades além da discussão dos assuntos.
O estudo mais fiável é o do Tribunal de Contas, publicado no início de 2012, mas com base nas estatísticas oficiais de 2009 e 2010.
Comparou duas realidades não totalmente coincidentes, pois não considerou o 1.º ciclo do ensino público, que pelo efeito de escala e por ser o ciclo mais barato embarateceria o custo final por aluno se tivesse sido considerado.
Apesar desta distorção, não considerar o 1.º ciclo do público, apurou que um aluno no público custava 400 euros/ano mais do que no privado, logo 12.000 euros/turma/ano.
Como chegou a 25.300 euros que refere?
(105.800€-80.500€)
Inventou, não é?
Mas neste momento, com os brutais cortes que o ensino público sofreu com o Crato, os valores apontados estão desactualizadíssimos: o público é mais barato do que o privado com CA.
Vamos lá ver se nos entendemos quanto aos números.
Até já estes serão privados e públicos, de Direita e de Esquerda?
Coitados dos números.
O referido estudo é público, basta lê-lo.
Mas para isso é preciso saber ler.

Anónimo disse...

“parecia ser uma rota de crescimento sustentado e apoiado por uma Europa que via cumpridas as condições de lhe sacarem uns dinheiros em ajudas”.

Eis um comentário coitadinho de cretinice canalha em estado puro.
Não parecia ser, nem era rota coisa nenhuma, era sim uma auto-estrada para a desgraça, para o empobrecimento da maioria pelo saque directo para o exterior com o colaboracionismo dos crápulas nacionais patrioteiros da treta de outros tempos.

Este comentário é feito julgando que somos todos parvos e não sabemos fazer contas. Há milhares de maneiras de se oferecerem coisas e ser-se retribuído em dobro fixando previamente as condições para se poder receber essas mesmas coisas, ou como é que a Alemanha prevarica repetidamente tendo superavit não permitido e ainda por cima não lhe acontece nada. Apre, já é demais tanta sabujice, tanta canalhice.

Anónimo disse...

Os princípios da Duvida e do Contraditório são saudáveis. Já a blasfémia continuada não o e´.
Bem entendido, compreende-se que “quem não se sente não e´ filho de boa gente”. Todavia não podemos ignorar a diversidade de pensamentos que nos ocorre enquanto escrevemos aqui…
Para quem escreve para ser lido, terá o dever de respeitar para ser respeitado. Afinal estamos a falar sobre a escola, o ensino e a educação!
Temos de pensar na escola maior que e´ a vida, e esta não anda bem – Ofende-se, Tortura-se e mata-se…Quantas escolas, quantos monumentos culturais, cidades antiquíssimas estão a ser destruídas pelas guerras? Dá que pensar … de Adelino Silva

Anónimo disse...

Para quando a obrigatoriedade de?
Então mas agora não vem a estória do amigo do Jose, o director da Pide mais o pensamento a marchar livre e outras tretas do género? Em passo mais ou menos piedoso?

Confirma-se no entanto a piequice inscrita no capítulo pessoal da sua agenda dos coitadinhos.

E confirma-se uma jornada linda e alegre em defesa da escola pública.

Anónimo disse...

Uma grande jornada em defesa da Escola pública, alegre, viva, colorida sem a deprimente presença monocromática de crianças de amarelo vestidas, manipuladas pelos caciques locais.

Uma jornada que contou com muita gente. Junta, unida fazendo da tarde uma comemoração que também foi uma festa.

O jornal do Belmiro fala em alguns milhares de pessoas em Lisboa. O DN escreve 80 000.

Esta gente não brinca. Basta ver como arreganham os dentes e até alguns já citam os seus heróis nos tristemente célebres tribunais plenários

Anónimo disse...

Essa mania de numerar os demais, de etiquetá-los, de os identificar é um hábito que vem de longe.
Nos campos de extermínio nazis era um hábito dos esbirros nazis. Alguns dos sobreviventes ainda têm o clássico registo.

Que saudades desse tempo, não é, ó das 14 e 19

Jose disse...

O cuco quer-se multiplicar em multidão sem que se note.
Já sabíamos! Conforta-o dar razão a si próprio.

Anónimo disse...

Já sabíamos?
Quem? O sr director e o sr Jose?

Conforta-o?
Quem? A agenda dos coitadinhos e o cuco?

O cuco é uma espécie parasita, o que significa que, em vez de construir ninho, deposita os seus ovos nos ninhos de outras aves...

Será essa a explicação para tão grande fixação?

Entretanto vamos antes a coisas mais sérias e objectivas


Anónimo disse...

"No período 2001- 2016, o Orçamento do Estado financiou o ensino básico e secundário privado lucrativo com 4.464,4 milhões €, o que serviu para corroer a escola pública por duas razões. Em primeiro lugar, porque centenas de milhões € foram retirados ao Orçamento do Estado destinados à Educação ficando menos para as escolas públicas, onde estão mais de 1,2 milhões de crianças portuguesas; em segundo lugar, porque, para que as escolas privadas tivessem alunos, ficaram escolas públicas sem alunos muitas delas a curta distância das privadas financiadas com dinheiros públicos, tendo o orçamento do Estado de continuar a suportar os seus custos fixos (por ex., salas não utilizadas). Para o Estado e para os contribuintes significa a duplicação de custos.

Apesar de toda a campanha de manipulação em curso, em 2016, com o atual governo PS, o financiamento público das escolas privadas até aumentou (entre 2015 e 2016, passou de 239,9 milhões € para 254,3 milhões €), mas apesar disso as exigências dos grupos privados da educação não diminuíram. O que os preocupa é manter indefinidamente um negócio altamente lucrativo financiado com o dinheiro dos impostos dos portugueses".

Anónimo disse...

"O custo por aluno no ensino privado financiado pelo estado é superior ao custo por aluno no ensino público"

Daqui:
http://resistir.info/e_rosa/oe_ensino_privado.html

Jose disse...

Coisas sérias?
297,6 milhões será a média anual dos 15 anos de todo esse alegado horror.
Muito mais que isso cobra a Parque Escolar ao ME pelas menos de duas centenas de escolas em que esta fez obras de requalificação.

Os custos fixos das salinhas vazias são nada; e a bandalheira de manter funcionários a horário zero é matéria de que ninguém quer falar.

Os contratos de associação foram um bom negócio para o Estado até que desatou a fazer escolas sem um planeamento que justificasse o investimento, o compatibilizasse com os contratos existentes e, acima de tudo, sem que fizesse contas ao serviço da dívida que essa sanha construtiva acarretaria.

É claro que a dívida é culpa do euro, dirá o treteiro; a escola pública merece tudo, dirá o cretino esquerdalho; mais que tudo é preciso formatar os pioneiros, dirá o comuna, olhos postos nos amanhãs que lhe cantarão hossanas..

Anónimo disse...

O PS conluiado com a direita mais reacionária não quis acompanhar o ritmo progressista impulsionado pelo MFA de Abril de 74! E, nem se quer o ritmo do MFA dito moderado de Novembro de 75. A própria Constituição de 76 foi desventrada pelo mesmo PS- PSD-CDS, os do Arco da Governança. Depois, não satisfeitos com o mal já feito, forçaram-nos a entrar no sub-imperio CEE. Esta gente levou o país ao estado caótico em que se encontra.
Entretanto foi mostrado ao mundo exterior a nossa face de “bicho careto” tirando o CR7 claro…
Ah senhores, sem rodeios, vamos direto ao assunto – acabemos com o mal que nos assola – restauremos a 4ª Republica… e com ela governos sem sevandijas, deputados vendidos e falsos empresários e escolas ao serviço das populações com professores a´ altura, os bancos sem banqueiros corruptos e etc. e tal. Ao menos pensem nas praias limpas!
De Adelino Silva

Anónimo disse...

Deixemos para lá os qualificativos boçais tipo "treteiro", "esquerdalho" "comuna".
Isto é a prova provada das deficiências educacionais e formativas já referidas. Mas também do ódio de classe que anima quem procura que os privilégios de classe permaneçam.

Temos assim confirmado que o custo por aluno no privado é mais alto para o erário público que o custo no público. E esse custo é pago com o nosso dinheiro.

É elucidativo que quem defende o saque do público seja o mesmo que depois anda a fazer a defesa dos agiotas e dos credores.Confirma-se: a dívida pública cresceu porque para ela foi transferida dívida privada. E cresceu pelos "negócios" para os privados protagonizados pelo poder neoliberal.

Anónimo disse...

Temos assim que no período 2001- 2016, o Orçamento do Estado financiou o ensino básico e secundário privado lucrativo com 4.464,4 milhões €, o que serviu para corroer a escola pública pelas razões apontadas.

Para dourar a pílula e para esconder o peso dos números o fulano das 12 e 02 dividiu este número pelo número de anos.. Torna-se assim mais apetecível o resultado. E permite fazer a comparação com a Parque escolar. Como se a transferência de verbas para os cofres privados pudessem ser justificados por outros processos. Outros processos que mereceram e merecem o seu estudo. Outros processos que mereceram aqui no LdB a abordagem pelo menos que me lembre pelo Ricardo Paes Mamede e pelo Nuno Serra. Outros processos que embora não sendo comparáveis ( até pela dimensão das escolas envolvidas) merecem uma abordagem séria necessariamente rigorosa do que se passou. E não o tratamento propagandístico reles e miserável como o fez Crato e os seus sequazes.
Ver por exemplo este artigo de Danel Oliveira no Expresso
http://expresso.sapo.pt/blogues/opiniao_daniel_oliveira_antes_pelo_contrario/a-mentira-de-nuno-crato-sobre-a-auditoria-a-parque-escolar=f710903

Anónimo disse...

Repare-se que tal"táctica" é usada vezes sem conta pelos mesmos.E pelo mesmo em concreto

Uma espécie de poeira para os olhos e de desculpabilização cúmplice e conivente
Por exemplo veja-se esta desculpabilização grosseira e inqualificável do das 12 e 02 em Janeiro de 2013, referindo-se ao caso BPN?:

"Fico preocupadíssimo!!!!
Devendo o país 190.000 milhões, parece que há uma 1.600 milhões que mudaram de sítio nas contas."

"O BPN é nada comparado com o despesismo do Estado, supostamente realizado em benefício de todos. E à luz de uma tal suposição que a todos é exigido o pagamento".

Anónimo disse...

Veja-se como agora a preocupação é com os custos fixos com as salas vazias e com os funcionários.
"Esquecendo-se" da prova provada do custo maior das escolas privadas face às publicas"

Veja-se como se afirma desta forma sem vergonha que "Os contratos de associação foram um bom negócio para o Estado".
Foram? mas não o foram também ( e parece que muito ) um bom negócio para os privados?

Mas veja-se outro pormenor muito curioso. É de como se tenta inverter os critérios de decisão política e de gestão económica. Parece que a defesa das rendas perpétuas era e é o objectivo da direita-extrema.Sem vergonha nem pudor

O Estado obrigado a manter a "mama" ( uso esta palavra porque é da predilecção do das 12 e 02) dos interesses privados.
Tão mas tão extremoso com os ditos. Que enorme capítulo da Agenda dos coitadinhos reservará este tipo a tais "coitadinhos" que engordaram e engordam com tais negócios?

Anónimo disse...

Como assíduo leitor da opinião pública publicada aprendi que as opiniões não são boas a menos que haja factos para apoiá-las.
Neste caso das Escolas Publicas vs Particulares (não e´ o mesmo que privadas) por que a meu ver todas as escolas são publicas, porque de uma maneira ou de outra são as famílias a pagar…aceito as informações que o governo me da´ mas não excluo de todo a informação dos particulares.
Ate por que ao longo do tempo também aprendi que os governantes omitem, escondem e enganam o povo. Que os empresários fogem ao fisco e estão de mãos-dadas com Offshore, para além disso, tenho em linha de conta que quem conta um conto acrescenta um ponto. O exemplo de Crato e´ sintomático… de Adelino Silva

Anónimo disse...

Daí que não deixe de ser muito esclarecedora esta preocupação com os custos para a dívida. Porque quem quer continuar o saque do erário público é quem defende tal estado de coisas. (Depois virá o choradinho com a dívida com os credores e com os agiotas.Isto de facto anda tudo ligado)

A tal "sanha construtiva"parte da imaginação ou da ausência de escrúpulos do das 12 e 02. Passa também por aqui o processo educativo. Este é uma coisa fundamental e complexa.A "escola é a vida" como alguém ontem citou na jornada em defesa da escola pública. E o escrito pelo das 12 e 02 confirma-o.

Porque os dados são conhecidos e foram apresentados.

Sejamos mais uma vez claros:
"Para que as escolas privadas tivessem alunos, ficaram escolas públicas sem alunos muitas delas a curta distância das privadas financiadas com dinheiros públicos, tendo o orçamento do Estado de continuar a suportar os seus custos fixos (por ex., salas não utilizadas). Para o Estado e para os contribuintes significa a duplicação de custos".
Não se desmente uma vírgula desta afirmação. Pelo contrário o que se ensaia é uma estória para manter as rendas dos interesses privados.
Aqui os direitos adquiridos das "mamas"são para manter e reforçar

O que dizia este tipo em 2012 no auge da governança criminosa de Passos /Portas e com a pesporrência típica de quem já sente o mundo como sua coutada particular?
"2012 – o ano do fim dos direitos adquiridos!"

Isso era para os outros. Os tais que vivem apenas do seu trabalho.

Anónimo disse...

Quanto ao mais é ler este excelente post de João Rodrigues. Aqui no LdB

https://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/06/contra-o-virus-liberal-pela-escola.html

Jose disse...

O Cuco não tens emenda no teu bolsar caviloso!

Anónimo disse...

Em vez de andar aos cucos, a chamar pelos cucos ou a lastimar-se com os cucos mais valeria ao das 10 e 59 portar-se como um hmenzinho e assumir de frente o que diz.

Podem-se postar as datas, os locais e as horas das intervenções do referido sujeito , se tal for necessário.

Mas entretanto que seja substantivo e que não fuja. Nem ao debate nem à postura cívica e posicional.

Agora se quiser dividir este comentário em partes ( por 15 anos, como o fez com os gastos anuais com os colégios privados), pode fazê-lo. Pode ser que assim seja melhor digerido e compreendido