quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Três coisas que correram bem à economia portuguesa em 2015 (oxalá continuem assim)

Os ventos sopraram de feição para a economia portuguesa em 2015. Desde pelo menos 2010 que não havia um ano assim: taxas de juro em níveis historicamente baixos, uma taxa de câmbio do euro face ao dólar que não era tão reduzida desde 2003 e o preço do petróleo a cair para metade do seu valor médio no quinquénio anterior.

Não devemos desvalorizar nenhuma destas evoluções. A forte apreciação do euro face ao dólar e a subida acentuada do preço do petróleo entre 2002 e 2008 foram cruciais para a acumulação de dívida externa que conduziu à intervenção da troika em 2011. Inversamente, o movimento de sentido contrário que agora se observa nestas duas variáveis tem ajudado a reduzir o valor das importações (via fatura energética) e a aumentar as exportações nacionais, permitindo que as contas externas se mantenham positivas apesar do aumento da procura interna.

Da mesma forma, a redução das taxas de juro tem-se revelado determinante para uma economia que se encontra fortemente endividada. Tudo isto, juntamente com uma política orçamental menos restritiva em 2015, ajudou a que o ano que agora termina fosse mais favorável para a economia portuguesa do que os anteriores, reflectindo-se no crescimento do PIB e do emprego (o que ajuda a explicar que as coisas tenham corrido menos mal à coligação de direita do que se poderia prever no Verão de 2014).

Boa parte do sucesso ou insucesso do actual governo passará pela evolução combinada destas três variáveis - juros, câmbios e preço do petróleo - que não são controladas pelas autoridades nacionais. Para já, as perspectivas para 2016 são, a este nível, positivas: o BCE já anunciou que manterá a sua actual política de juros baixos até 2017; o diferencial face às taxas de juro nos EUA (que já começaram a aumentar) faz com que o valor do dólar face ao euro se mantenha em alta; e a desaceleração das economias emergentes, conjugada com a decisão dos países produtores de petróleo em manter os níveis de produção, deverão favorecer a permanência dos preços de petróleo a níveis moderados.

Muitas outras coisas poderão correr mal, mas se estas três variáveis mantiverem as tendências para já expectáveis, já é meio caminho andado.

4 comentários:

Anónimo disse...

Faz lembrar aquela de uma sardinha fazer tombar o burro com carga a mais.
Foi o que foi, diria o “velhinho” aqui na Moita, «o que e´ de mais parece mal».
Foi por obra desse fartote que o governo de PassosPortas vendeu ao desbarate empresas publicas estratégicos e deixou de rastos outras…?
Autoridade moral e judicial precisa-se! De Adelino Silva

Jose disse...

Coeteris paribus, o investimento privado vai avaliar o quanto vale a geringonça.

Anónimo disse...

Faz lembrar aquela de uma sardinha fazer tombar o burro com carga a mais.
Foi o que foi, diria o “velhinho” aqui na Moita, «o que e´ de mais parece mal».
Foi por obra desse fartote que o governo de PassosPortas vendeu ao desbarate empresas publicas estratégicos e deixou de rastos outras…?
Autoridade moral e judicial precisa-se! De Adelino Silva

Anónimo disse...

Além dos três "milagres" da economia Tuga em 2015 que poderão continuar em 2016, convém não esquecer os "prejuízos" que irão resultar da quebra da economia Angolana.