"Hoje, o grande programa de relançamento da União Monetária ficou praticamente reduzido ao reforço da vigilância orçamental e aos novos mecanismos de controlo e prevenção dos desequilíbrios macroeconómicos, com a agravante de que, na prática, vigiam sobretudo os países deficitários e não ousam interferir com os altamente excedentários.
Pior: o debate sobre a gestão comum da dívida soberana não só está esquecido como começa a ser substituído por outros novos, insidiosos, sobre a gestão da "falência organizada dos Estados" - o que nos aproxima do relançamento político da ideia de países terem de sair do Euro -, a limitação da exposição soberana dos bancos e mesmo a "valorização" do risco soberano.
Na União Bancária, a prometida garantia comum europeia dos depósitos - o terceiro pilar do edifício que é tanto mais essencial quanto a supervisão já é uma realidade e a resolução arranca em Janeiro -, também está em risco: o sistema de "resseguro" das garantias nacionais de depósitos que está agora na mesa já é uma versão mitigada da promessa original e que mesmo assim foi arrancada "a ferros" e já está desencadear uma rejeição violentíssima da Alemanha.
Estes debates estão nos antípodas da lógica da "comunitarização" crescente dos projetos comuns que sempre prevaleceu ao longo do processo de integração europeia e que, no pico da crise do Euro, era considerada indispensável para salvar o mais emblemático projecto da UE.
Esta evolução resulta, também, do facto de, por diversos motivos internos e externos à UE, os Estados se terem apropriado da agenda, desviando-a, precisamente, dos métodos "comunitários" de decisão e reforçando um método de cooperação entre Governos - intergovernamental - mais apropriado ao século XIX do que aos desafios actuais, e completamente contrário à agenda de partilha de soberania assente na confiança mútua. Quando a dúvida se instala sobre se o interesse comum não terá sido capturado pelo interesse dos mais poderosos, o projeto fica inevitavelmente inquinado e os mecanismos de autodefesa e renacionalização fertilizam.
A UE tem de se repensar urgentemente, incluindo as suas finalidades, as suas opções e o seu método de funcionamento. E tem, sobretudo, de cumprir as promessas feitas em tempo de crise. Sem uma mudança de rumo assumida em comum e para o bem comum, será Marine Le Pen a impor a pior mudança possível, da pior forma e pelas piores razões."
Elisa Ferreira, Público, 13/12/2015
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6 comentários:
Sempre a UE foi projecto de caminho a realizar oara uma prosperidade geral.
Nunca ouvi falar que o caminho fosse outro que não o mercado alargado e o apoio em programas de ajuda.
E se aos Estados aderentes lhes foi mantida a soberania, isso significa que quem apoia tem uma palavra no quanto e quem é apoiado tem uma palavra no como.
Vêm os treteiros reclamar que, tendo decidido o 'como' segundo o mais idiota oportunismo e criminosa desbunda, querem defenir 'quanto' querem para manterem o que obtiveram por dívida e prosseguir com o que entendem ser a sua política soberana.
E passam o tempo a elaborar monotonamente sobre uma ambição que exclui quer qualquer esforço significativo quer o sacrifício das suas crenças.
Depois da 2^ Grande Guerra… os senhores da falida Europa, (CECA) com apoio substancial do Tio Sam, ver Plano Marshall, quer dizer que, desde esse momento, a Europa nunca mais teve sossego com sua economia.
“a máquina econômica tornou-se refém de um sistema que rende muito para os que especulam mas não para os que investem na economia real”
Lembrar que essa Europa era então um “Imperio Colonial” como canta Xico Buarque.
Essa do sortilégio unificador já foi.
Ate´ parece que o capital financeiro, o da indústria do armamento e o da droga querem alguma coisa que não seja a rapinagem e o lucro… Será assim tao mau viver sem a exploração do Imperio do Medo - Germânico?
De Adelino Silva
Interessante que os defensores da UE e ampliação da comunarizaçaõ das contas sejam os devedores do sul; se não fosse uma vergonha até tinha graça. Mostra o oportunismo, acompanhado pelas acusações de falta de democracia dos votos na FN!!!
PAROLIZADORES DE OTÁRIOS
Os parolizadores de otários falam em povos mais ricos e em povos mais pobres... em povos em ascenção e em povos em declíneo... procurando desviar as atenções daquilo que é essencial - CRIAR CONDIÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA: todos diferentes, todos iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o seu espaço no planeta [Inclusive as de 'baixo rendimento demográfico'! Inclusive as 'economicamente pouco rentáveis'!]
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Os separatistas-50-50 não são ANTI isto ou aquilo... são é PRÓ Direito à Sobrevivência!
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-» Quando se fala no (legítimo) Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones... Nazis-Económicos (nazis-made-in-USA) desde há séculos com a bênção de responsáveis da Igreja Católica - proclamam logo: «a sobrevivência de Identidades Autóctones provoca danos à economia...»
[nota: os Nazis-Económicos provocaram holocaustos massivos em Identidades Autóctones]
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P.S.
-» Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim... a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros.
-» Os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa!
-» Existem ´globalization-lovers´... e existem ´globalization-lovers´ nazis (estes buscam pretextos para negar o Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones).
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P.S.2.
Direitos que já há alguns anos (comecei nos fóruns clix e sapo) aqui o je vem divulgando:
1- O Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones : ver blog "http://separatismo--50--50.blogspot.com/".
2- O Direito à Monoparentalidade em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas: ver blog "http://tabusexo.blogspot.com/".
3- O Direito ao Veto de quem Paga: ver blog "http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/".
Nas democracias formais são recebidas com vénia todas as formas de antidemocracia.
Claro que arrasta consigo verdadeiros perigos e como na França a coisa esta a dar pro torto, penduram M. Le Pen,FN, esquecendo-se que milhões de franceses a elegeram. Por ca´ temos um P. Portas CDS, que depois de negar a Constituição, depois de negar a CEE e etc. e tal.
Elegeram-no para deputado e ate´ ministro da Republica. Soube adaptar-se bem ao esquema em funções, não e´ saloio!
De Adelino Silva
Se a frente nacional conseguir o poder em 2017 será pelos votos dos franceses(assim como foi pelos votos que os franceses elegeram quem levou a França à situação actual)que não se identificam com as políticas actuais e passadas.Não é isso afinal a democracia eleitoral??
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