terça-feira, 23 de junho de 2015

A metáfora falhada de Maria Luís Albuquerque


Numa vaga alusão ao mito de Sísifo, Maria Luís Albuquerque referiu-se recentemente à dívida como um «pedregulho» que Portugal tem às costas e que será necessário carregar ainda por muito mais tempo. Para quem achava, como a ministra das Finanças, que a dívida não tinha aumentado durante o mandato da actual maioria, mas sim «aparecido» (qual «senhora vestida de luz» em cima de uma azinheira), dar finalmente conta dessa enorme massa telúrica, que fermentou nos últimos anos à frente dos nossos olhos, é já - há que o reconhecer - um avanço.

Vale a pena lembrar a forma como o pedregulho ganhou volume, ao longo dos últimos anos. No início da crise financeira (2007/08), a dívida soberana portuguesa rondava os 72% do PIB, atingindo em 2010, com os impactos na economia e no resgate da banca, cerca de 96% do PIB. Quando a maioria de direita chega ao poder, determinada a aplicar o Memorando de Entendimento e a «ir além da troika», a dívida pública continuou a aumentar, passando de 111% do PIB em 2011 para atingir, no final de 2014, o patamar dos 130%. Isto é, uma diferença de cerca de quinze pontos percentuais acima do valor previsto pela troika para esse mesmo ano, e que resulta de uma evolução negativa das duas parcelas de cálculo: o aumento da dívida em valores absolutos (de cerca de 196 mil milhões de euros em 2011 para 226 mil milhões em 2014) e a queda do produto, em resultado das políticas de austeridade.

E por isso o que é espantoso é que Maria Luís Albuquerque considere que para que o pedregulho comece «a pesar menos» seja fundamental dar continuidade à receita que, justamente, o foi tornando cada vez mais denso e insustentável. O que há de Sísifo na metáfora falhada da ministra das Finanças não é uma pedra a subir e a descer, incessantemente, uma montanha. São as promessas recorrentes, e sempre incumpridas, de que «não é preciso mais austeridade». Bastará aliás reeleger este governo para o confirmar uma vez mais.

24 comentários:

O Portugal Bipolar disse...

Muito bom, parabéns!Texto e Gráfico muito elucidativos.

Como é possível existir mais de 9 milhões de almas sem saber o que representa a dívida para o país?

Anónimo disse...

Os tais mais de 9 milhões de portugueses sabem quanto lhes custa esta situação de um modo geral. Mas isso de acabar com o sistema tem o seu timing… a tal cultura sebastianista ainda vai vigorando!
E hoje, para além da U E, temos a NATO.
A Jangada de Pedra virou uma grande Base Militar NATO, sem soberania territorial, sem soberania mental e espiritual, sem agricultura própria, sem comércio próprio, sem indústria própria, sem moeda própria. A Marinha deixou de ter Mar. Parece que vai faltar o Ar a´ Força Aérea, e o Exercito, pelos vistos, tem os dias contados, enfim, ficamos só com a semelhança humana!
Salazar era fascista sim senhor! E estes governantes atuais, o que são? De o “Catraio” com respeito.


Anónimo disse...

Reeleger este governo ou eleger um governo PS. São todos do clube da troika. O gráfico é muito giro.

Jose disse...

Tão rigorosos economistas, com tantos gráficos e percentagens sempre evitam dizer o que no aumento da dívida resultou de incorporar dívida de Estado até então disfarçada ou levada a outras contas.
Deternmine-se adicionalmente o peso passageiro do apoio aos bancos mais o da 'almofada de segurança' na divida.

E sendo gente competente, acredito que a partir daí saberiam calcular qual o aumento da dívida que a pretendida diminuição da austeridade acarretaria comparativamente à versão da troika e à versão do governo (supostamente para além da troika).

Anónimo disse...

Perante factos o defensor da troika, o defensor do governo, o defensor do status mais além da troika, esmifra-se coitado com as dívidas disfarçadas.

O saboroso da questão é que quando confrontado com a manipulação das contas gregas feitos por exemplo pela mafia a que pertenceu o Borges (Goldman Sachs) este mesmo sujeito, troikista dos 4 costados, cala-se e ecoa o silêncio dos que mais não podem dizer que slogans repetidos e gastos.

Mais. Quando confrontado com a questão , refugia-se na "dívida pública" esquecendo a transferência da dívida privada para o erário público. E "esquecendo" o papel da banca e dos banqueiros, dos seus heróis, como os do BPN e do BES,naquela tal "aparente escondida dívida"

O gráfico apresentado está excelente e é duma clareza que desperta raivas pela legião de fiéis troikistas. A prova está numa afirmação sobre o putativo aumento da dívida caso não se seguisse a via de caminho único defendida pelos novos migueis de vasconcelos.Este tema já foi aqui bastas vezes discutido. Para desespero do jose volta-se a lembrar que já foi mostrado e clarificado que o chumbo do tribunal constitucional a algumas medidas mais gravosas teve um contributo positivo nas contas do estado. "Esquecer" isto é seguramente entrar no campo da manipulação , da falta de memória ou do já citado rancor.

Mas há mais um pormenor delicioso.
Este mesmo jose ( ou Jgmenos) dizia há dias a propósito do seu ódio de estimação pelos gregos que, e cito:
"E não me digam que estão lá há pouco tempo, que isso só pode significar que na oposição eram treteiros que não fizeram o trabalho de casa. "
Ora substituamos o Syrisa por PSD e por PP e verifiquemos que parece que neste último caso o trabalho de casa daquela mafia não foi simplesmente feito. E estiveram muito mais tempo na oposição, dada a sua exsitência e o seu passado.

Pela boca morre (também) o peixe

( ah,falta falar sobre o peso passageiro de apoio aos bancos". Mas esta bojarda é de tal monta que apenas se chama a atenção que o frustração perante um gráfico e um texto tão claros devem merecer mais atenção e cuidado que esta colecção de tretas à moda de passos ou de albuquerque. O tempo eleitoral obrigará a tais "comportamentos" replicativos?

De

Anónimo disse...

Mas toda esta treta esboçada aqui desta forma tão caricata pelo tal jose, tem,para além de tentar esconder o denunciado no post e a falência clamorosa da tão amada troika e da governança em exercício, um outro objectivo.
É o de fazer passar a ideia que a dívida tem solução e que só não foi ultrapassada, pelo menos em parte, por questões de mau trabalho de casa ( não se riam que o caso é trágico).
"Esquece-se" o peso dos juros. O peso dos agiotas. O peso das rendas ( e há que investigar a cs contas destes rentistas)Por exemplo,mais de metade do aumento da dívida correspondeu a pagamento de juros: 54% entre 2000 e 2009. A partir daqui a dívida disparou: com a “ajuda” da troika passou de 94% do PIB em 2010 para 133%

De

Anónimo disse...

Foquemos então a atenção nesta questão:

"Quem paga a dívida? A dívida é impossível de pagar nas atuais condições. Marx cita o economista Hodgskin (1797-1869) que em vários textos adoptou "o ponto de vista proletário": "Nenhum trabalho, nenhuma força produtiva e nenhuma arte podem satisfazer as exigências dos juros compostos".

Tal é sabido desde a antiguidade, compreendendo que o juro era a forma dos grandes proprietários e grandes comerciantes expropriarem os pequenos, os plebeus, ou ainda apropriarem-se dessas pessoas. Por isso, legisladores de então fixaram limites ao juro e o cancelamento periódico de dívidas, para evitar a destruição da economia e a desestabilização social.

Para demonstrar como são impagáveis as dívidas na base de juros (acima do que a taxa de crescimento económico permita) o matemático Richard Price em 1769 calculou que 1 xelim à taxa de 6% ao ano daria desde o nascimento de Cristo até àquela data o equivalente a uma esfera de ouro com 1 780 milhões de milhas de diâmetro!

Tal é mais que evidente no endividamento dos países ditos em desenvolvimento: entre 1970 e 2009 esses países pagaram como serviço de dívida 4 529 mil milhões de dólares, isto é, reembolsaram 98 vezes o que deviam em 1970, mas a dívida é 32 vezes maior, atingindo 1460 mil milhões de dólares. (Les Chiffres de la dette, 2011, CADTM)

Portugal, submetido à burocracia antidemocrática da UE, enveredou pela via do subdesenvolvimento, agravada com a troika. Entre 1999 e 2012, Portugal pagou de juros de dívida pública 65 716,8 milhões de euros, a soma dos défices do Estado foi de 112 117 milhões, porém a dívida pública passou de 58 657,1 para 204 485 milhões de euros (mais 145,8 mil milhões!). Ou seja, quanto mais se paga mais se deve. Em 2013, os juros atingiriam cerca de 100% do défice do Estado previsto pelo governo, como o défice aumentou representam agora 82% (contra 69% em 2012), cerca de 5% do PIB! Mas o governo diz que estamos no "bom caminho" – de quem?

O aumento da dívida é devido à especulação financeira. Com as receitas a reduzirem-se devido à paragem do crescimento económico, com o grande capital exigindo partes crescentes do RN, através das privatizações, das PPP, dos SWAP, dos "resgates" e garantias financeiras à banca, o país, sem soberania financeira, ficou submetido "aos humores" da especulação e respectivos juros usurários.

Compreende-se assim como é importante manter as pessoas na ignorância, (destruir a escola pública e generalizar a pobreza – como no fascismo – ajuda…) propagandeando como um "êxito" a "ida aos mercados", na realidade um verdadeiro suicídio colectivo. Entre 2014 e 2021 os encargos da dívida pública atingem uma média anual de 18 000 milhões de euros; estimativas apontam para 20 mil milhões anuais nos próximos três anos; 20 mil milhões de euros adquiridos nos "mercados" a 6% representam mais 1 200 milhões de euros ano de juros a adicionar aos existentes. E isto sem diminuir o endividamento!"

Daniel Vaz de Carvalho

(De)

Jose disse...

A medida da sem-razão mede-se com segurança pelo ruído calculado em número de linhas de texto.

Anónimo disse...

Pena...
Mas não há um único argumento ou contra-argumento.

"A medida mede-se..."diz o das 9 e 54. E ainda por cima " com segurança". Uma fezada ou um slogan?

Ou apenas o cumprimento com a variação adequada dum dos postulados do ministro da propaganda alemão de meados do século passado:
"Principio de orquestación.
La propaganda debe limitarse a un número pequeño de ideas y repetirlas incansablemente, presentarlas una y otra vez desde diferentes perspectivas, pero siempre convergiendo sobre el mismo concepto. Sin fisuras ni dudas. De aquí viene también la famosa frase: "Si una mentira se repite lo suficiente, acaba por convertirse en verdad".

De

Dias disse...

Gráfico bem elucidativo!
A dívida resulta da especulação financeira, dirigida externamente.
E a culpa não foi do Sócrates (por mais malfeitorias ou críticas que tenhamos em relação à sua política…).
Mas com as políticas seguidas por este governo “bom aluno” e conivente com os credores – que nem sequer quer ouvir falar de alternativas e reestruturação da dívida, o pedregulho tem tendência a aumentar.

Anónimo disse...

já o Jose é poupadinho
a isso é obrigado pela falta de argumentos
pobre sabujo...há existências tristes
decorar os salmos, dize-los em qualquer circunstância e esperar ansiosamente qualquer novo post dos ladrões para ser o primeiro a dizer bacorada
e aposto que nem é pago por este labor de costureirinha
apenas o prazer de lamber a mão do dono

Anónimo disse...

Com as políticas de direita impostas por Bruxelas e pelo FMI, e das quais este Governo é um adepto incondicional não há qualquer hipótese de melhorar as variáveis macroeconómicas do País.

Anónimo disse...

O Syriza, sem querer, veio apressar o passo dos que como eu entendem que a união europeia não passou nem passa de mais um veículo do grande capital internacional.
O Syriza mexeu em qualquer coisa para deixar tudo na mesma. Ou pior!
Certos homens, parecendo libertos, tendem a criar e recriar novos partidos políticos o que não podem e´ moldar-se a si próprios.
Eles tendem a multiplicar-se em organizações sociais…Mas, simplesmente a natureza não lhes deu o poder de se Auto transformarem, quais camaleões.
Há seculos que a sua preferência e´ estigmatizar seu semelhante com a “bênção da divindade” e tudo o mais. Em parte alguma a paz entre os homens vigorou mais que o tempo de uma geração (curta)!
Os Comunistas, Socialistas e Sociais-democratas pela liberdade igualdade e Fraternidade. Os Liberais e Democratas Cristãos pelas amplas liberdades de circulação de capitais e de outros bens etc. etc. e tal, dizem-se pacíficos, e, no entanto, não decorre um minuto sem recorrer a´ estimação do outro. Não e´ fatalidade, mas parece…
Nem evocando os Profetas! De Adelino Silva

Jose disse...

Prosseguem os mantras esquerdalhos que a argumentos contrapõem insultos e anátemas.
Nunca se viu tribo mais carente do conforto da oração, penitentes recitadores de um rosário de mentiras e meias-verdades.

Anónimo disse...

(Como era mesmo o princípio da orquestração?
É que agora temos outro,o
"Principio de la silenciación.
Acallar las cuestiones sobre las que no se tienen argumentos y disimular las noticias que favorecen el adversario, también contraprogramando con la ayuda de medios de comunicación afines".)

Com o devido respeito deixemos as missas beatas repetidas até à exaustão,tanto mais que os argumentos já foram expostos, e não são os slogans repetidos que vão fazer qualquer diferença na apreciação dos factos

Em Março de 2013, alguém insuspeito e pertencente ao sistema ,a economista Teodora Cardoso considerava que as responsabilidades pelo falhanço nas previsões económicas que estiveram na base do programa internacional de resgate a Portugal deviam ser divididas entre o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e a troika.

A tentativa de inocentar a troika e a governança constitui não só uma falácia,mas um escândalo. A tentativa de apontar apenas um caminho como sendo o único, não constitui só um escândalo, mas ganha foros de cumplicidade com o processo de rapina em curso. Uma das traduções mais objectivas do falhanço da troika e da governança são as acusaçõpes feitas pela troika ao governo português ( do passos e do portas ) pelo falhanço do programa ...

Deixemo-nos de tretas:
"A nossa dívida pública que antes da crise estava ao nível da Alemanha e da média da União Europeia, foi subindo em flecha em consequência das erradas respostas à crise; da passividade e cumplicidade dos grandes Países da UE com os ditos mercados e a recusa do BCE em abrir, pelo menos, uma excepção perante a crise financiando os Estados, como acontece com o Banco do Japão, da Inglaterra ou a FED nos EUA. Mas a dívida cresceu assustadoramente também porque o sistema financeiro com o apoio dos seus governos tem estado a procurar resolver o seu desendividamento e capitalização à custa da vida pública. É a resolução da dívida bancária (privada), à custa do Orçamento de Estado (dívida pública), isto é, dos contribuintes.
É bom lembrar que, se em 2008, a dívida pública portuguesa em percentagem do PIB, estava ao nível da média da União Europeia, já a dívida privada, quer a das sociedades não financeiras, quer financeiras, era muito superior à média da União Europeia. Mas sobre a dívida privada e designadamente do sistema bancário continua a prevalecer o pacto de silêncio.
Hoje todos reconhecem que o serviço desta dívida pública é um fardo pesadíssimo que compromete o presente e o futuro do País por longuíssimos anos."

"Entre 2001 e 2014 o crescimento real do PIB foi zero. Só o sector financeiro e imobiliário cresce. A indústria regrediu acentuando o processo de desindustrialização. A produção agrícola estagna. A construção civil acaba por implodir. Uma drástica queda do investimento. Com os PEC e Pacto de Agressão dá-se uma violenta redução dos salários, pensões e despesa social, e uma enorme contracção do mercado interno. Entre 2007 e 2015 desaparecem 340 mil empresas, 27% das que existiam em 2007. Destroem-se 600 mil postos de trabalho".

Um último dado:
"João Ferreira do Amaral e João Carlos Lopes, professores do ISEG, publicaram recentemente uma avaliação ao programa de ajustamento da troika (Comissão Europeia, FMI e BCE) aplicado em Portugal com uma abordagem diferente das que foram sendo feitas nos últimos meses.Em vez de compararem os resultados macroeconómicos verificados no terreno com as previsões iniciais da troika, os economistas tentam perceber se teria sido possível, à partida, fazer melhores previsões sobre os efeitos das políticas previstas na altura. E a resposta a que chegam é um inequívoco sim.É de equacionar que os valores assumidos na altura procuraram antes aliviar na comunicação pública o cenário negro que se veio a verificar.Ou seja, que a imagem de pretensa incompetÊncia não passe antes dum autÊntico exercício calculado e desenrolado a sangue-frio. E aí entramos noutro terreno e ainda se tornam mais abjectos o troikismo e estes processos que em nada diferem da mafia

De

Jose disse...

"Principio de la claridad'
Tão rigorosos economistas, com tantos gráficos e percentagens sempre evitam dizer o que no aumento da dívida resultou de incorporar dívida de Estado até então disfarçada ou levada a outras contas.
Deternmine-se adicionalmente o peso passageiro do apoio aos bancos mais o da 'almofada de segurança' na divida.

E sendo gente competente, acredito que a partir daí saberiam calcular qual o aumento da dívida que a pretendida diminuição da austeridade acarretaria comparativamente à versão da troika e à versão do governo (supostamente para além da troika).

Nuno Serra disse...

José, a incorporação da dívida de empresas públicas, por alteração de perímetro da dívida (e não por ocultação), é reflectida no ano em que essas dívidas foram criadas, e portanto o seu argumento não colhe (e muito menos explica a discrepância com as previsões da troika).

Anónimo disse...

(Não.
O princípio da claridade não consta. Apenas se reforça o princípio da orquestração..."La propaganda debe limitarse a un número pequeño de ideas y repetirlas incansablemente,..."
O que é feito diligentemente pelo das 22 e 59.

Adiante porque estes exercícios também denunciam algum desespero e frustração).

Repare-se que o pedregulho da dívida, tão escamoteado tanto tempo pelos troikistas e pela troika, assume um carácter odioso, já que compromete o desenvolvimento do país e a sua soberania.

Fala-se numa dívida escondida...Já foi aduzida documentação e argumentação que tal é uma falácia e que a origem, o crescimento e o "Falhanço" troikista teve outras origens. Os processos de branqueamento da governança e da troika correm a par daquele desespero atrás falado. O perverso desta questão todavia é que a tal "dívida oculta" é resultante exactamente da mesma gente assumidamente troikista ( e assumidaemnte salazarenta, também com o seu ódio patibular a Abril ). Falamos em Jardim e na verdadeira dívida escondida da Madeira: Ora jardim faz parte do mesmo clube selecto do passos e de cavaco. Da governança e da governação.
Mas há mais dívida oculta por falar.Daquela concretizada e que não resulta da propaganda do fanatismo ideológico-pesporrento (traduzido na repetição tonta das mesmas frases batidas e ocas):
A dívida oculta (privada,privadíssima),do BES e do GES
Custa-me sinceramente voltar a falar em Ricardo Salgado porque o seu caso não constitui uma excepção, antes é revelador duma forma de actuar dos "donos de Portugal" e desta fase do Capitalismo predador e sem quaisquer escrúpulos ( embora recorde que este mesmo Salgado era a flor dos olhos de muito troikista -como por exemplo o das 22 e 59 , que jurava que aquele só procedera assim porque antes fora roubado !!!).

Mas há mais dívida oculta...ou dívida escondida...como é o caso da Alemanha face à Grécia e os crimes dos nazis na segunda grande guerra.

Mas isso fica para mais tarde

De

Unknown disse...

Inevitavelmente, no período em análise, a dívida pública teria que subir: foram-nos emprestados, entre 2011 e 2014, 78 mil milhões de euros, que teremos de pagar, mais juros incluídos.

Veja-se que, no exemplo dado no artigo, de 2011 a 2014 a dívida aumentou 30 mil milhões (de 196 para 226 mil milhões). E foram-nos emprestados, convém relembrar, 78 mil milhões!!! Inevitavelmente a dívida pública tem que aumentar! Não podemos esquecer que os empréstimos representam quase 50% de toda a dívida pública.

O problema é a % da dívida pública no PIB!!! Não o seu valor! Se o PIB crescer, o rácio da dívida diminui. Elementar. Logo, o ponto está em promover o crescimento económico, seja através do consumo ou do investimento.

Infelizmente, no lado do consumo, a dívida privada (das famílias e empresas) é muito elevada, inviabilizando, muitas vezes, consumo e investimento!!

A dívida privada, essa sim, representa um enorme problema!! Todavia, a ele ninguém se refere! Prefere-se discutir o que disse e o que não disse a Ministra da Finanças. E esquecemo-nos que a dívida pública representa todo um povo!! Fomos nós que a criámos!! Foi com dívida que o nosso país evoluiu mais nestes últimos 40 anos, do que em mais de 100 anos. E foi com aqueles 78 mil milhões que não entramos em falência.

Podem ter havido muitas escolhas políticas erradas. É certo. Mas, no balanço, não tenho dúvidas que em 40 anos de Democracia, as políticas económicas, financeiras e sociais foram muito mais positivas do que negativas. Basta consultar todos os indicadores disponíveis no site Pordata!

E quando falamos em Estado, não podemos esquecer que Estado somos todos Nós!! O Estado não é nenhuma divindade que sobre nós sobrevoa. E não é preciso ser-se de Esquerda ou de Direita para saber/perceber isto!

Jose disse...

Nuno Serra, devo concluir que esses valores estão reflectidos no gráfico, que os valores dos anos anteriores à mudança dos critérios foram actualizados?

Henrique Pereira dos Santos disse...

1) Dos cerca de 30 pontos percentuais que a dívida sobe (na verdade mais três por cento que as privatizações abatem) 19 pontos percentuais são explicados pela subida dos juros (que resulta, em grande medida do stock da dívida criada antes) e 9 pontos percentuais pela constituição de uma almofada financeira;

2) Assim sendo, a dívida líquida de impostos anda pelos 120% e resulta essencialmente dos juros criados pela dívida anterior;

3) Ou seja, não só está razoavelmente em linha com o previsto (as diferenças explicam-se em parte por uma recessão mais acentuada provocada por um desvio do consumo maior que o previsto porque ninguém previu a subida tão acentuada da poupança em cenário de crise, e consequentemente numa maior perda de receita fiscal, logo maior défice, logo maior dívida).

Assim sendo, convenhamos que o post economiza muito na verdade.

Anónimo disse...

Ah
Resulta dos juros criados pela dívida . Afinal os juros da dívida são mesmo um garrtote.
Mas tal não seria expectável?

Ah
Resulta da almofada financeira
mas tal não seria expectável?

Ah
A recessão foi mais acentuada. E o desvio do consumo foi pelo facto da poupança ou pela ruína, pelos despedimentos, pela crise muito mais acentuada que o "previsto"?

Ah , a perda da receita fical...também foi pela poupança?
E tal não foi expectável?

Cionvenhamos que o anquilosamento ideológico e o fanatismo troikista parece não ter limites.

Convenhamos qu eo sr henrique dos santos economiza muito na verdade

De

Nuno Serra disse...

Caro Henrique Pereira dos Santos,
Só para sublinhar, como já fez também o De, que os seus cálculos arrasam uma série de ideias que continuam por aí a pulular. De facto, se uma parte considerável do desvio da dívida advém de uma subida dos juros, isso significa que o problema está menos na dívida em si mesma e mais nos efeitos da crise causada pelos desmandos do sistema financeiro (a que se soma a pressão da direita e da banca para a entrada da troika no país). Aliás, para quem acha que o mercado deve sempre reinar, e ser liberto de regras e controlo público, deveria agora atender às consequências desse modelo (de privatização da banca e de liberalização do crédito), que a própria UE criou e incentivou.
Quanto aos impactos da austeridade na quebra do consumo e na quebra do produto (e consequentemente no rácio da dívida), que são indissociáveis da troika e do «ir além da troika», não era de facto difícil fazer previsões realistas sobre a evolução da dívida (que arrumam com as previsões que a troika faz e que falham colossalmente, em todos os indicadores aliás). Mas talvez fosse necessário, na altura, para que a arma da dívida funcionasse, não assustar as pessoas e economizar a verdade, não é?

tony disse...

Quando sera que os pais e os avos tem consciencia que esta divida vai destruir a vida dos filhos e arrazar os netos.
Hoje quando se vai a um jornal international ,e triste ler so casos negativos de portugal ,a comecar com corrupcao ,politicos sem consenso
Os politicos falam de tudo, mas nada resolvem.
O euro nao trabalha para paises como Portugal, facam um grafico ,para explicar aos portugueses.ja ouviram falar do Tems da grecia ,ou do Bitcoins, pois comessem habituar se a ideia ,por este andamento estamois la um dia .
Por fim a Australia tem 7 estados , 2 economias e um governo .e temos graves problemas