quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Tudo começa pelo trabalho

Discordo de quem reduziu os protestos no Reino Unido contra a empresa francesa Total a uma simples manifestação de xenofobia. É uma análise superficial que se limita a pegar num slogan infeliz sem ter em conta o seu contexto. A questão central, como os sindicatos britânicos têm sublinhado, gira em torno dos direitos laborais e das «liberdades» das empresas que colocam trabalhadores contra trabalhadores num contexto de crise económica e de aumento do desemprego.

Juntem a isto a erosão dos direitos laborais, particularmente pronunciada no Reino Unido. Lembrem-se das gravosas decisões do Tribunal Europeu de Justiça, aqui muito bem denunciadas pelo jurista Alain Supiot, que podem destruir os modelos mais avançados de relações laborais, assentes na contratação e na negociação colectivas, por exemplo nos países escandinavos.

Abriu-se um plano inclinado: a possibilidade de uma empresa de um país europeu A poder subcontratar uma empresa de um país europeu B, que emprega os «seus» trabalhadores aplicando condições de trabalho e de remuneração do país B, geralmente inferiores às que vigoram no país A. Os direitos laborais negociados e que se devem aplicar, em cada país, a todos os trabalhadores, independentemente da sua nacionalidade, sem discriminações na contratação, devem estar subordinados à «liberdade» das empresas que tendem a alinhar as práticas pelo mínimo denominador comum? Não me parece.

As utopias do mercado interno, que erodem direitos laborais, podem produzir monstros? Claro que podem. Por isso é que a resposta da esquerda tem de ir para além das aparências. A insegurança dos trabalhadores e o incremento da exploração são os grandes problemas. Tudo começa no trabalho e é que aqui que se traçam muitas das linhas que contam na política. Os sindicatos britânicos têm tido uma posição decente e a ala trabalhista do partido trabalhista também. Leiam este artigo de Jon Cruddas e de Jonathan Rutherford.

Enfim, como afimou o jornalista Seumas Milne: «o tema desta greve não é a xenofobia, mas a revolta contra as regras da UE e do Reino Unido que têm por objectivo manter o trabalho barato e enfraquecido». A crise que estamos a viver é, em parte, o resultado de sucessivas vitórias dos que querem voltar à ficção que reduz o trabalho a uma mercadoria.

18 comentários:

Pedro Viana disse...

Concordo completamente. Deixo aqui o comentário que escrevi a propósito do recente post intitulado "Enquanto o pau vai e vem folgam as costas" colocado por Pedro Sales no Arrastão:

"Já entro tarde no debate, mas acho que há aqui bastante confusão.

A confusão parece-me óbvia quando vejo gente de Esquerda a defender posições (liberdade de contratação) que noutras ocasiões (directiva Bolkenstein sobre a liberdade de prestação de serviços) fortemente repudiou. Aliás, não é habitual ver pessoas de Esquerda a defender o mesmo que a ultra-liberal Confederação Britânica da Indústria (CBI).

Donde vem essa confusão? Da necessidade de demarcação para com a extrema-direita? Comprendo, mas não justifica reacções pavlovianas a frases como “British jobs for british workers”, é necessário contextualizá-las.

A questão principal é: porque é que realmente não foram contratados trabalhadores britânicos? Desconfia-se que é porque os trabalhadores estrangeiros saem mais baratos, apesar dos desmentidos. Até porque não há outra explicação. Ora, isso devia ser inaceitável para a Esquerda. Mesmo que o pagamento fosse igual, acho estranho ver pessoas de Esquerda a defender que uma empresa deve ter “liberdade total” para contratar quem quiser (por exemplo apenas trabalhadores estrangeiros …ou apenas brancos, ou apenas heterossexuais…) contra a necessidade de qualquer contrato fazer parte dum concurso aberto e não-descriminatório. Dito isto, vou mais longe: em plena igualdade de circunstâncias, acho que um trabalhador local deve ser preferido a um outro que vem de fora (ie. tem de mudar de habitação, ou de país, para poder aceitar o trabalho). Comunidades locais fortes são peças essenciais na resistência à “destruição criativa” do Capitalismo. Qualquer economia não-capitalista, de cariz humanista e cooperativo, será por natureza localizada. Apoiar medidas que efectivamente promovem a destruição de comunidades locais parece-me por isso um contrasenso para quem defende o desmantelamento do sistema Capitalista.

Deixo-vos com o essencial, dito por um sindicalista inglês:

“Unite shop steward Kenny Ward said (…) people had had enough of employers using “unjust laws” to “pitch one European worker against fellow European workers” in the pursuit of profit.”

em http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/politics/7868777.stm

"

José M. Sousa disse...

Concordo inteiramente. Só um reparo, a Total é francesa.

João Rodrigues disse...

Entre os vários pontos, sublinho a questão da comunidade Pedro Viana. Mesmo importante este ponto. Obrigado. A política faz-se a partir daqui. A articulação com outras escalas é importante. Este é o desafio político.

Obrigado José M. Sousa pelo reparo. Vou corrigir.

Anónimo disse...

Completamente de acordo tambem. E so mais um reparo: as contestacoes estao a ocorrer no Reino Unido e nao em Inglaterra. Inglaterra e um dos paises integrantes do Reino Unido.
Alguns dos protestos estao a ocorrer por aqui na Escocia. Acredite Joao, voce nao quer ser apanhado a lhes chamar ingleses.

João Rodrigues disse...

Claro Lowlander. Que disparate. Obrigado. A blogoesfera é um grande mecanismo de correcção de erros.

Luís disse...

É evidente que a posição das empresas subcontratadas se consubstancia numa atitude (cálculo) discriminadora face aos trabalhadores britânicos. Mais, acho que os governos nem sequer souberam estar à altura da situação. Já nem falo da declaração disparatada do Min. Luís Amado. Afinal foi Gordon Brown quem "let the murder out" ao afirmar há uns tempos "empregos britânicos para os trabalhadores britânicos"!

Mas embora se possa dizer que Londres é a economia mais globalizada do mundo, onde 40% dos trab. são estrangeiros, a verdade é que o crescimento da economia britânica nos últimos anos se fez muito à custa da discriminação salarial dos emigrantes! E o empresariado britânico está no fundo extremamente intressado nisso (lembremos a directiva do tempo de trabalho), que lhes permite construir uma identidade "pária" no contexto global e embolsar lucros generosos.

As tribulações da crise financeira e económica começam a chegar precisamente às relações de trabalho, e o Reino Unido é um bom indicador pela diferença que nesse campo foi construindo. A suposta "naturalidade" de mercado a todos parece aproveitar enquanto o crédito se expande em níveis nunca vistos; na sau retracção é que está, porventura, o verdadeiro ganho!

adão contreiras disse...

Plenamente de acordo. Diria mesmo, um pouco de futurologia, que as organizações ou instituições representativas do trabalho é que têm o pleno direito de governar no mundo.
Quanto ao território local do trabalho também penso "que as comunidades locais fortes" têm todo o direito a resistir aos interesses do capital; a desorganização do humano começa pela destruição do seu habitat.
Quanto aos escoceses não gostarem dos ingleses tenho uma experiência,
diálogo:
- tenho aqui um poema que um inglês me deixou
- um inglês? não presta, não presta de certeza...asses...em tom profundamente irritado.
- então de que país é?
- sou escocês, disse peremptório.

Anónimo disse...

Ao contrário dos cordeirinhos que aqui vêm aqui acenar ao seu pastor, eu penso que esta corrente aqui defendida é um cancro para a prosperidade dos povos! O problema de vocês, os de esquerda, é que quando pensam no nome empresa pensam em grandes instituições, com grandes lucros…Essas sou a pequena percentagem da realidade! A grande maioria das empresas nasce da proactividade de pessoas, semelhantes a todos nós que identificam uma oportunidade de criar valor, atravessam-se no banco e criam o seu negócio. Depois sucedem pois graças ao seu conhecimento, perspicácia ou esforço oferecem um produto que a sociedade (todos nós e cada um de nós) desejamos e comprámos. Ora, durante esse caminho onde está clara e legitimamente a seguir os seus interesses, gera oportunidades para outras pessoas também poderem criar valor, oferecendo-lhes um salário em troca dos seus serviços. Esses serviços, como qualquer um no mercado, têm um preço (salário), que é maior ou menor consoante a escassez de pessoas a oferecer o mesmo tipo de serviço a um preço equiparável no mercado. Não se deve esperar, e consequentemente exigir, que o empreendedor pague mais do que o preço de mercado do respectivo serviço, caso contrário está é a dar um subsídio e dar subsídios toca ao estado, não às empresas!
Quanto aos despedimentos: Durante esta relação de serviço por contra-partida se salário, acima do rendimento acordado, a empresa paga 23,75% deste em imposto para a Segurança Social todos os meses. Ora, se a empresa paga este balúrdio para que a segurança social para que esta ampare o trabalhador aquando de uma situação de desemprego, porque carga de água há ela de pagar uma catrefada de indemnizações se, devido a dinâmica do mercado, o empregado já não está lá a criar um valor que compense o custo que causa à empresa???
O que o vosso raciocínio transparece, é que no momento em que uma empresa contrata alguém tem obrigatoriamente de se comprometer a sustentar aquela pessoa até que ela se reforme e que lhe vá inevitavelmente subindo sempre os salários interminavelmente. Se não o fizer são um bando de “Porcos Capitalistas” que se aproveitam do trabalho alheio! É totalmente ridículo! A criação de riqueza vem da conjugação do trabalho com o capital, onde ambos são remunerados, se a criação de riqueza baixou, os lucros baixaram porque não hão-de baixar também os salários? É o que me parece justo e racional…
A solução para os salários subirem é aumentando o poder negocial dos trabalhadores, esse aumenta se houver maior oferta de emprego para o mesmo número de trabalhadores, essa só aumenta se houver investimento e o investimento só aumenta se houverem expectativas de Lucro.
Se quem quer investir vê a sua expectativa de lucro reduzida por salários demasiadamente altos para as reais competências das pessoas, uma catrefada de impostos e, caso a coisa corra mal, um monte de indemnizações para pagar, o que faz? Não investe, logo não se cria riqueza nem se gera trabalho!
Do mesmo modo, se quem quer tirar formações ouve uns indivíduos que o convencem de que o trabalho é um direito e o salário alto também e são os patrões que têm que garantir isso, o que é que faz? Não se esforça, não estuda nem tenta diferenciar o seu serviço! Resultado? A população continua com baixas qualificações e com um elevado número de trabalhadores indiferenciados o que não pode dar noutra coisa que salários baixos!!

Se não engolem o que eu digo então seja activos!! Atravessem os vossos haveres no banco, invistam e paguem 1500€ às costureiras!É fácil falar e pedir, mas na hora de agir, naaaaa, que o façam os outros que nós tamos aqui para reivindicar!!

Sabe? Foi a incessante busca de milhares de empresas pelos meios produtivos mais baratos e em competição que resultou no computador que tem a frente dos olhos a um preço atractivo. Já viu a sua hipocrisia? A comprar algo que deriva daquilo que tanto critica??

Anónimo disse...

Xiiii... o Bruno, e melhor tomar a medicacao profilactica anti-raiva pos-exposicao. E nao escreva tao perto do monitor que esta a babar o teclado todo.

So mais uma nota: o computador (e a internet ja agora) sao o resultado directo de fortissimo investimento publico americano e ingles num sector de tecnologia emergente. Obviamente sem qualquer tipo de sub-contratacao. Estude um pouco de historia.

Anónimo disse...

E agora fui eu a cometer uma gravissima argolada: obviamente o investimento publico foi americano e britanico!

José M. Sousa disse...

Sobre os exemplos referidos por "Lowlander", recomendo ao Bruno Silva que leia o Manuel Castells , nomeadamente o livro "The Internet Galaxy". Tem tradução em português, edições Fundação Gulbenkian, salvo erro.
Já agora, o Bruno Silva devia compreender que muitas dessas pequenas empresas que refere estão a falir porque a procura está a cair abruptamente. E porquê? porque os salários têm encolhido drasticamente. A quem vão vender essas empresas os seus produtos? Os bons empresários - e com certeza haverá muitos - são aqueles que não olham apenas para o seu umbigo.

Dias disse...

Concordo com o postal, que está na linha do que aqui se tem defendido contra a mercadorização do trabalho. Trabalho igual com salário igual; não à clandestinidade; os mesmos deveres e direitos. E como aqui já foi lembrado, ainda existem comunidades locais, com pessoas... não é a selva!

Anónimo disse...

Eu acho muita piada a esta lógica de que o consumo caiu porque os salários são baixos...

Ao contrário da economia, que anda em ciclos, os salários tiveram uma, e uma só, tendência.. subir!

Porque há isso de justificar a queda do consumo???

A queda do consumo deve-se a queda de divisas, que fugiram para a China (entre outros). Isso deveu-se a todos nós. Aos que lá foram produzir porque é mais barato, e aos que de lá compraram (todos nós)porque coincidentemente, são mais baratos! Ninguém, empregados ou empregadores agiu de maneira diferente!! Não adianta andarem a atirar culpas uns aos outros!

Atenção! A solução não é proteccionismo! é dinamismo.. Reajustarmos a nossa indústria a nova realidade, isso significa MUDANÇA, uma palavra que o pessoal de esquerda tem medo! Perder aquilo que já temos como adquirido e apostar em algo diferente, mais adaptado à realidade presente, para obter benefícios futuros.

É o que quem investe (empregadores) faz com o dinheiro que já lhe está no bolso, mas que em vez de ir de férias ou comprar um carro emprega-o na criação de riqueza. Há porém pessoas que acham que o lucro que de aí retiram não é legítimo! Tristes...

Em relação ao comentário que diz que eu não percebo de história: Mesmo que não percebesse não interessa para o caso... lá estão vocês presos ao passado e não conseguem analisar pragmaticamente o presente, o que é importante no meu argumento é onde foram feitos, não onde foram inventados... Ainda continua a dar a resposta América e RU?

José M. Sousa disse...

Caro Bruno Silva

Você está cheio de preconceitos sobre coisas que, pelos vistos, desconhece.
Eu não estava a falar de salários nominais, mas reais; e referia-me à repartição do rendimento pelos salários e lucros; também não estava a referir-me a nenhum país em concreto, portanto também incluo a China. Aliás, o governo chinês já percebeu que precisa de uma Segurança Social (estabilidade de rendimentos das pessoas quando desemprego surge) para evitar oscilações abruptas da economia.
A História não interessa? Ah pois, não interessa, não!
Foi o Berardo que disse que a crise actual tinha desfeito tudo o que ele tinha aprendido sobre os mercados. Pois é! Não lhe falaram da História!
Eu não sei se sabe História ou não, mas o seu argumento é muito fraco.Houve grandes empresários no passado que perceberam que a economia é um todo orgânico. Ford deu um grande (para a época) aumento salarial aos seus trabalhadores, quando começou a produção do modelo T, de modo a que eles pudessem um dia adquiri-lo:
«When Ford started the 40-hour work week and a minimum wage he was criticized by other industrialists and by Wall Street. He proved, however, that paying people more would enable Ford workers to afford the cars they were producing and be good for the economy. Ford explained the change in part of the "Wages" chapter of My Life and Work.[18] He labeled the increased compensation as profit-sharing rather than wages.» Como vê , a História tem interesse!

Anónimo disse...

Ah referia-se à repartição entre salários e lucros? tudo bem.. Faça o seguinte exercício.. pesquise Demonstrações de Resultados de Empresas, não fictícias claro(ninguém aqui concorda com corrupção, ganância ou abuso de poder) e encontre-me uma tenha a rubrica "Resultado Líquido" (Lucro) maior do que a "Custos com Pessoal" asseguro-lhe que não vai ser uma pesquisa fácil! E acredite que a diferença bastante grande.. portanto, não vá por aí!

O Berardo é um triste que só sabe viver da especulação, entra nas empresas apenas para especular e ganhar dinheiro com isso (também ninguém aqui defende isso!)

Não distorça as minhas palavras:
Ponto 1:Ninguém disse que a história não interessa (Se vamos olhar para ela talvez eu ganhe em pontos largos)

Ponto 2: A segurança social é algo fulcral numa economia! E tal como diz e eu defendo, é ela que deve amparar quem, pela dinâmica do mercado perde o emprego, é a sua função basilar. O que eu não concordo é se as empresas (e o trabalhador) pagam o que pagam em cada salário para a SS, tenham que andar a pagar uma catrefada de subsídios para os despedir (contra mim falo pois sou trabalhador por conta de outrem)

Ponto 3: Acha que basta subir os salários, equipara-los à França, Inglaterra ou Suíça, e fica tudo resolvido?? Acha que o problema do consumo funciona assim?? Para que uma economia tenha salários médios maiores é preciso que toda a população seja mais produtiva(Atenção que produtividade não é actividade) Os preços (valor) no mercado mundial dos produtos portugueses baixaram, logo a nossa produtividade (cuja a unidade de medida é o valor criado) também!

Ponto 4:A única maneira saudável de aumentar os salários é com uma população com formações úteis, viradas para uma indústria de maior valor acrescentado, por forma a promover o empreendedorismo e o investimento, dessa forma a "Procura vs. Oferta" No nicho de mercado dos trabalhadores indiferenciados aumenta o poder negocial destes subindo de forma sustentada os salários!

Ponto 4: Eu tenho a perfeita noção que muitos portugueses não nasceram numa época/meio que lhes permitisse estudar ou serem trabalhadores com maiores competências, mas julgo que para esses a economia portuguesa tem espaço suficiente. O grande problema é que muito boa gente teve a oportunidade de obter essas "competências" e, por vários motivos, não o fez. Muita gente até o fez mas norteados pela transição pouco sustentada que a economia portuguesa teve para uma economia de serviços & construção, que hoje está falida porque não readaptamos suficientemente a nossa realidade industrial, e portanto hoje estão no desemprego ou a ganhar pouco para as habilitações que possuem. Se estas pessoas tivessem aproveitado melhor as oportunidades que tiveram, e não ido atrás do "fácil" (letras para fugir a matemática, desporto porque é fixe, ah e tal que eu sou um artista ou jogador da bola, etc) talvez tivéssemos uma economia mais forte e coesa, e as primeiras pessoas, os que não tiveram oportunidades, estariam tb eles bem melhor e a ganhar mais pelo mesmo serviço.

Ponto 5:"Lógica do Ford" Gostaria de vê-lo gerente de uma empresa que exportasse, p.e. roupa de luxo para os E.U.A. A empresa nasceu de você ter atravessado a sua casa no banco e investido. Os chineses estão a ameaçar o seu mercado com preços bem mais baixos e uma qualidade já quase equiparável. O que é que você faria?? Aumentava os salários das costureiras para 1500€!!! É claro que o faria... Sobretudo sabendo que a isso acresce uma taxa de 22,75% de SS, mais 2 ordenados extra e subsídio de alimentação. E quando a empresa (inevitavelmente) entrasse em insolvência teria de pagar isso, multiplicado por cada ano de trabalho (elas já lá estão há 20 anos, faz de conta) a cada uma (e são 300!!). Pense nisso quando criticar os seus tão odiados “Patrões”.

Miguel Madeira disse...

"Faça o seguinte exercício.. pesquise Demonstrações de Resultados de Empresas, não fictícias claro(ninguém aqui concorda com corrupção, ganância ou abuso de poder) e encontre-me uma tenha a rubrica "Resultado Líquido" (Lucro) maior do que a "Custos com Pessoal" asseguro-lhe que não vai ser uma pesquisa fácil! E acredite que a diferença bastante grande.. portanto, não vá por aí!"

Se irmos à DR da Portugal Telecom, o Resultado Antes de Impostos é maior que os Custos com Pessoal.

O Bruno pode dizer que pediu o "Resultado Liquido", não o "Resultado Antes de Impostos", mas os trabalhadores também ainda vão pagar impostos sobre o valor dos Custos com Pessoal, logo a comparação correcta é com o RAI.

Alem disso, para determinar o total do "rendimento do capital", seria necessário somar os "custos financeiros" (juros pagos, etc.) aos resultados.

José M. Sousa disse...

Caro Bruno Silva

Pronto. OK. Você agora está a ser mais razoável e está a argumentar. O problema é que você entrou logo a "matar", atribuindo rótulos aos ditos de "esquerda". O que é que o leva a dizer «Pense nisso quando criticar os seus tão odiados “Patrões”.?! Não sei porque diz isto.
O problema de uma análise demasiado centrada em casos particulares faz-nos perder de vista o contexto e os problemas de um ponto de vista sistémico. Você enumerou uma série de situações que não são tão simples como as colocou. Talvez conheça este blogue há pouco tempo. Sugiro que o investigue melhor.
Um abraço

Anónimo disse...

PT.. não era a uma empresa que deriva do estado e que não vai há muito tempo tinha um completo monopólio que eu me referia! Essa não é a realidada da esmagadora maioria das empresas!

Vá.. continue lá a pesquisa.. mas com empresas que têm uma concorrência como deve ser..