O domingo estava luminoso no passado fim de semana, ao contrário do céu de chumbo de hoje. Descemos as escadas, “não olhes ainda”, fomos em direção ao Rossio e subimos. Lá estava o painel de azulejos, formando um cravo, com a incisiva palavra “cumprir” inscrita.
Miguel Januário “transformou o mural num objeto artístico, numa modelação de cores que valoriza cada um dos azulejos, emergindo o cravo com toda a naturalidade e harmonia”, explicaram-me.
Teve o contributo de 924 cidadãos, cada um com o seu azulejo, aquilo deve ter parecido uma orquestra e quem disse o contrário foi tolo: “eles têm um protagonismo individual que é democrático e que eleva o mural, criando um sujeito coletivo”, explicaram-me ainda.
A liberdade individual genuína começa e acaba na ação coletiva. Que bela e generosa a oferta dos comunistas à cidade de Lisboa pelos 50 anos de abril.
Sem comentários:
Enviar um comentário