Como já se escreveu noutros posts, aqui e aqui, as duas regiões - a Lisboa e Vale do Tejo e a do Norte, têm populações relativamente aproximadas, mas uma tem uma população industrial e a trabalhar na construção bem mais numerosa que a de Lisboa, que está muito mais dedicada aos serviços. Essa diferença poderá explicar que, enquanto os serviços foram forçados por decreto a fechar, a produção industrial e de construção se manteve activa. E resta saber em que condições de produção.
Por outro e contrariando um estranho artigo no Boletim Trimestral do Banco de Portugal - que concluía que o Covid prejudicava mais as agregados familiares de maiores rendimentos - um estudo da Escola de Saúde Pública estabelece uma relação com os concelhos de mais elevado desemprego e desigualdade e que são os pobres quem mais perde com a pandemia.
Independentemente dessas diferenças, a questão essencial é saber o que foi feito - ou não foi feito - para, do ponto de vista sanitário, evitar que essas diferentes situações se traduzissem em resultados tão distintos no combate à pandemia.
Como foi que se deixou, durante tanto tempo, a progressão expandir-se? Desde meados de Março que a região Norte tem - até hoje - cerca de 2,5 vezes o número de infectados de Lisboa e, por isso se calhar, tem 3 vezes o número de mortos de Lisboa. Mesmo quando parece ser semelhante a tendência, o Norte está à frente de Lisboa na relação do número de mortos face ao número de infectados.
O que foi que realmente aconteceu? Alguém sabe?
5 comentários:
A sociedade que temos é esta, logo que se percebe a circunstância de qualquer mal este é de imediato transferido para os "ombros" dos mais fracos, é este o verdadeiro poder do capitalismo, o cidadão dito respeitável é hoje o maior dos indecentes.
El área de Italia más devastada por la Covid-19 es un gran polo industrial. No se declaró nunca zona roja debido a las presiones de los empresarios. El coste en vidas humanas ha sido catastrófico
«(…)¿Por qué no se hizo lo mismo en Val Seriana? Porque en este valle del río Serio se concentra uno de los polos industriales más importantes de Italia, y la patronal industrial presionó a todas las instituciones para evitar cerrar susfábricas y perder dinero. Y así, por increíble que parezca, la zona con más muertos por coronavirus por habitante de Italia –y de Europa– nunca ha sido declarada zona roja, a pesar del estupor de los alcaldes que lo reclamaban, y de los ciudadanos, que ahora exigen responsabilidades. Los médicos de cabecera de la Val Seriana son los primeros en hablar claro: si se hubiera declarado zona roja, como aconsejaban todos los expertos, se habrían salvado centenares de personas, aseguran, impotentes.
La historia es aún más turbia: quienes tienen intereses en mantener las fábricas abiertas son, en algunos casos, los mismos que tienen intereses en las clínicas privadas. La Lombardía es la región italiana que más representa el modelo de mercantilización de la sanidad y ha sido víctima de un sistema corrupto a gran escala liderado por el que fue su gobernador durante 18 años (del 1995 al 2013), Roberto Formigoni, miembro destacado de Comunión y Liberación (CyL). Era del partido de Berlusconi, quien le definía como “gobernador vitalicio de la Lombardía”, pero contó siempre con el apoyo de la Liga, que gobierna la región desde que Formigoni se fue, acusado –y luego condenado– por corrupción en la sanidad. Su sucesor, Roberto Maroni, inició en 2017 una reforma de la sanidad que recortó aún más las inversiones en la pública y que prácticamente ha abolido la figura del médico de familia, sustituyéndolo por la del “gestor”. “Es verdad, en los próximos 5 años desaparecerán 45.000 médicos de cabecera, pero ¿quién va todavía al médico de cabecera?”, dijo impertérrito en agosto del año pasado el político de la Liga Giancarlo Giorgetti, entonces vicesecretario de Estado del Gobierno Conte-Salvini.
https://otempodascerejas2.blogspot.com/2020/04/a-proposito-de-qualquer-coisa.html
Mais aqui:
https://ctxt.es/es/20200401/Politica/31884/Alba-Sidera-Italia-coronavirus-lombardia-patronal-economia-muertes.htm
As razões que explicam a maior incidência da infeção a Norte serão diversas e nem todas conhecidas. A maior taxa de pobreza, traduzida num PIB per capita mais baixo que no resto de País, será uma delas, mas seguramente não a única. Em Itália foi o oposto, o que acresce à possibilidade de ser multifatorial.
Na Itália ao que vemos a história oficial está mal contada.
Bom trabalho.
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