segunda-feira, 18 de maio de 2020
Nacionalismos há mesmo muitos
Os crimes genocidas do nazismo e dos seus aliados trouxeram o descrédito ao tipo de nacionalismo que representavam, mas não a outros, até porque a oposição ao nazismo e seus aliados recorreu à mobilização nacionalista, associada à defesa das pátrias invadidas e mesmo, no caso dos aliados ocidentais, à das suas tradições políticas liberais e democráticas. Depois da Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo inspirou o movimento de descolonização, apresentado como de libertação nacional contra a dominação colonial e o racismo.
Repesco um excerto de um artigo já com umas semanas de José Manuel Sobral no Público. Aprende-se sempre com os seus variados trabalhos, sejam estes em modo antropológico sobre a história de uma aldeia beirã, sobre o fiel amigo, sobre identidades nacionais e sua persistência.
Reparem como a formulação de Sobral contrasta com o que é habitual no Público sobre os nacionalismos. Insiste-se aí em falar de nacionalismo no singular, atribuindo-lhe um sentido perverso. Percebe-se bem porquê: é a mesma aposta pós-nacional e euro-liberal que se tem revelado tão irrealista quanto danosa.
Quem não tem esta obsessão ideológica, sabe de resto que não pode deixar os nacionalismos, tão poderosos e persistentes quanto maleáveis e mutáveis, à imaginação da extrema-direita dos Venturas desta assim desgraçada vida.
Num dos últimos livros que li sobre esta matéria, escrito num período de alguma euforia globalista, Margaret Canovan expôs a dependência das tradições liberal e democrática em relação ao espaços e às solidariedades nacionais, argumentando que estas funcionam como uma bateria que pode alimentar os mais variados projectos políticos.
Prescindir desta bateria seria um erro intelectual e político imperdoável, tendo em conta o passado e o futuro, até porque que teremos de continuar a falar, sei lá, de nacionalizações, de Serviço Nacional de Saúde, de produção e de maior auto-suficiência nacionais, num contexto desglobalizador, e de muito mais nesta nossa terra.
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18 comentários:
Uma europa colonizada pela Alemanha, com os governos nacionais reduzidos às funções de governadores é um desejo antigo das elites nacionais (as únicas que conheço, mas que desconfio ser transversal a outras latitudes e longitudes).
Sempre notei um suspiro de algumas alminhas penadas, quando falam do quanto a wehrmacht chegou perto de Moscovo.
Nesta quimera, as massas populares seriam pouco mais que descartáveis, segundo as "boas práticas" nazis e estalinistas.
As elites são, portanto, internacionalistas e não nacionalistas.
Nesse sentido, os "nacionalismos" venturescos são instrumentais, tentando surfar a onda que se levantou nos EUA, no Brasil, na Turquia, Hungria, Índia, Israel, Equador, etc.(não esquecer que ventura era candidato eleitoral do PSD há muito pouco tempo).
Conforme a oportunidade, ventura defenderá hoje uma coisa e amanhã o seu oposto.
Aliás, já alguém perdeu tempo a identificar uma mão cheia de contradições desta personagem.
Nacionalismo sem ambição de independência e de culto de valores comuns é algo de suspeito de servir fins não nacionais.
A História da Nação é algo que incontornávelmente lhe define um património comum.
Quando a par da invocação do nacionalismo se desrespeita e distorce a verdade histórica, talvez se queira fundar uma nova nação, mas não é nacionalismo com certeza.
Quando o Ventura errava no PPD,também o excelso Santana Lopes por lá discreteava! Um partido que se mantivesse incólume àqueles dois, grande papel poderia ter tido na Operação Barba Rossa,anacronismos fora!
Chega de Aliança seria uma coligação de truz,separados serão a dupla de trás,espera-se.Preparemo-nos para as doses maciças de lixívia que nos vão receitar nas campanhas eleitorais, como remédio para qualquer resfriadinho ou gripezinha!
A mensagem de apoio a Bolsonaro enviada pelo tigre da Aliança não deixa dúvidas.
Jose cada vez mais enredado num confabulário de palavras, que se assemelha a um jogo pobre e triste,medíocre e oco
Há todavia uma parte cómica. Quando fala em desrespeito e distorção da verdade histórica.
Ele, logo ele.
Ahahahah
Nacionalismo.Ora aqui está uma palavra que em si encerra uma dicotomia que cada vez mais importa destacar: nacionalismo vs patriotismo
Se ambos poderão querer dizer a mesma coisa, existe entre eles todo um idealismo que os separa.
No meu entender, um nacionalista explica o seu ponto de vista baseado na defesa da identidade e dos valores independentistas que este entende como sendo identitarios da mesma fazendo uso da História para se justificar.
Por outro lado, o patriota defende a pátria pelo seu todo subjectivo, não por uma visão baseada na destrinça social mas sim pelo seu todo colectivo que o impele de a servir por amor a terra que o pariu e ou da qual tira o seu sustento.
Assim, entendo que a um patriota não lhe crie nenhum desconforto se identificar como internacionalista tal como, por outro lado, um nacionalista apenas admita um possível federalismo convergente de vontades comuns em defesa da independência identitarios.
Esta questão não é apenas semântica pois urge identificarmos o nacionalismo como um enviesado ideal de conclusões nefastas para a Humanidade.
O euro-liberalismo surgiu para tomar uma posição inócua de pendor estritamente económico travestido de um suposto ideal supranacional mas, como diz a canção, podes enganar algumas pessoas por um tempo mas não consegues enganar todas as pessoas ao mesmo tempo e, assim sendo, perante crises socio-económicas e gritantes desigualdades inter pares as fundações desta UE mostram a sua verdadeira essência composta por uma elite cooperativa apátrida coajudada por governantes demofobicos que plantaram as sementes de um nacionalismo que encontrou um nicho de crescente descontentamento perante uma UE que nunca percebeu que sem pessoas não há economia.
Curiosamente foi preciso uma pandemia para se aperceberem da falência da sua visão economicista pese embora que uma UE de maioria nacionalista será sempre mais maleável, pela sua previsibilidade apolítica.
Pois, de facto é preciso falar de nacionalismos e não de nacionalismo, até porque eles estão na origem dos movimentos de emancipação nacional que se iniciam no sec. XVIII, com a independência dos EUA.
Sucede que, como de costume, os que os defendem se esquecem de que não há uma linha clara que separe o bom do mau nacionalismo. Os mesmos colonos que declararam a independência do Reino Unido, fizeram-no sob a bandeira do esclavagismo.
E, curiosamente, o imperialista Hamilton era um anti-esclavagista enquanto o conservador Jefferson era um esclavagista. Ou poderíamos ainda notar que na Guerra de 1812, os escravos negros se colocaram do lado da Inglaterra Imperial contra a nação americana.
O problema é que as grandes promessas de igualdade sob a bandeira da identidade nacional nunca são cumpridas, o que não é de surpreender quando pensamos que os nacionalismos se revestem sempre de uma visão exclusiva, com laivos chauvinistas.
Basta olharmos para o triste resultado dos nacionalismos progressistas no terceiro mundo, transformados em regimes neo-patrimonialistas de partido único.
Mas percebe-se a fascinação que existe em algo que, tarde ou cedo, redunda na guerra ou na guerra civil de exclusão do outro, em que o outro tanto pode ser o cigano como o burguês vende-pátrias.
O nacionalismo é um vaso onde cabe tudo o que se quiser. Em nome da defesa da pátria, todos os abusos são permitidos. Não admira pois que os leninistas de todas as cores se reclamem nacionalistas.
Mas a URSS apoiava os nacionalismos que lhe convinha, os outros esmagava-os, basta pensar na repressão da revolta de 1953 em Berlin-Leste ou nas invasões da Hungria e da Checoslováquia. Os EUA apoiaram a auto-determinação dos povos, mas não se cansaram de intervir onde lhes convinha, começando logo pela Guatemala e Irão nos anos 50.
Até Salazar e Caetano se reclamavam como anti-imperialistas perante as super-potências. Em defesa da Pátria, claro!
Como o nacionalismo dos outros é sempre subversivo, a empresa tresanda a hipocrisia.
Quem a sabia toda era o Doutor Johnson que, visando os colonos nos EUA, não foi particularmente meigo ao classificar o patriotismo no seu dicionário. Ambrose Bierce, esse foi-o ainda menos...
Há de facto uma linha fracturante que separa umas coisas de outras
A independência dos EUA foi na direcção certa. Os ingleses das ilhas não eram melhores que os seus congéneres
O historicismo de JS encalha na realidade.E naufraga de vez com as conclusões que teima em tirar
Haverá por aí alguma nostalgia colonial por trás das palavras demagógicas e confusionistas de JS?
Agora Salazar e caetano tidos por anti-imperialistas? Eles que reivindicavam um império particular...
Faz falta a JS ler mais. Deixar-se de citações um pouco idiotas. Por exemplo ler Lenine quando este fala no Imperialismo. Para não termos de ouvir estas pérolas em jeito de coisa séria sobre o anti-imperialismo do fascismo
Quem a sabe toda é mesmo JS.
Na sua ânsia de percorrer o seu caminho de pregador neoliberal enfeudado a uma UE pós-democrática, "esquece-se" de ler o texto aí em cima plasmado
E teima,ao contrário do que é dito por JR, nessa história do nacionalismo como coisa única.Intrinsecamente má? Pois
Sobretudo nem sequer fala deste fabuloso primeiro páragrafo de JR
Vamos a ele, para lhe reavivar a memória e deixarmos de ouvir idiotices sobre Salazar.Com catano
"Os crimes genocidas do nazismo e dos seus aliados trouxeram o descrédito ao tipo de nacionalismo que representavam, mas não a outros, até porque a oposição ao nazismo e seus aliados recorreu à mobilização nacionalista, associada à defesa das pátrias invadidas e mesmo, no caso dos aliados ocidentais, à das suas tradições políticas liberais e democráticas. Depois da Segunda Guerra Mundial, o nacionalismo inspirou o movimento de descolonização, apresentado como de libertação nacional contra a dominação colonial e o racismo."
De facto nacionalismos é uma palavra a usar no plural.
Quando JS fala assim da"democracia americana" e nas suas ligações ao esclavagismo, está a contar as coisas pela rama.
Mais.Está a tentar fazer uma coisa feia. Está a dizer que as coisas são como são e que não há diferenças entre o que é de facto diferente
Andrew Jackson era o presidente do Estados Unidos no momento em que Tocqueville fez a viagem que levou à publicação da “Democracia na América”. É verdade que este presidente liquida em grande parte a discriminação censitária dos direitos políticos. Mas, paralelamente, encontramo-nos com um proprietário de escravos que, igualmente, ordena a deportação dos Peles Vermelhas (os cherokees). Foram homens, mulheres, velhos, crianças: um quarto morreu durante a viagem. Deveríamos considerar que Jackson é um democrata? Os autores da Declaração da Independência e da Constituição de 1787 são igualmente proprietários de escravos, logo, durante trinta e dois dos primeiros trinta e seis anos de existência dos Estados Unidos, a função de presidente é ocupada por proprietários de escravos, muitas vezes implicados na expropriação e deportação dos Peles Vermelhas.
Para lástima de JS estamos a favor dos Peles Vermelhas. E do seu direito à sua nação
Em geral, afastam-se estas questões através do recurso a um historicismo vulgar: as sociedades liberais teriam herdado práticas e relações sociais universalmente difundidas. Mas os factos são inteiramente diferentes. Tocqueville publica o primeiro livro da “Democracia na América” em 1835. Nesta data, a escravidão havia desaparecido em grande parte do continente. Na esteira da Revolução Francesa, a revolução dos escravos negros em São Domingos dá o impulso do processo de emancipação. Depois a revolução da América Latina explode a dominação espanhola: ela também se conclui com a abolição da escravatura. A revolução dos colonos ingleses que conduziu à fundação dos Estados Unidos é a única do continente americano a manter e mesmo reforçar e estender a instituição da escravatura: depois de ter arrancado o Texas ao México, a república norte-americana ali reintroduz a escravatura anteriormente abolida. Mais uma vez coloca-se a questão: os Estados Unidos daquela época eram uma democracia?
É mais adequado falar de Herrenvolk democracy, ou seja, de democracia que vale somente para o “povo dos senhores”. Quando este regime acabou nos Estados Unidos? Com o fim da Guerra de Secessão e a abolição da escravatura que se seguiu? Na realidade, um dos capítulos mais trágicos da história dos afro-americanos foi escrito entre o fim do século XIX e princípios do século XX. O linchamento era um horrível espectáculo de massa.
Contudo, seria errado concentrar a atenção exclusivamente nos Estados Unidos. A categoria Herrenvolk democracy também pode ser útil para explicar a história da Inglaterra que, imediatamente após a Gloriosa Revolução liberal de 1688-89, arrebata à Espanha o monopólio do tráfico dos escravos negros e reforça sua opressão sobre os irlandeses impondo-lhes uma condição comparável àquela dos Peles Vermelhas. Ou melhor, a categoria Herrenvolk democracy pode ser útil para explicar a história do Ocidente enquanto tal. Com efeito, entre o fim do século XIX e os princípios do XX, a extensão do sufrágio na Europa caminha a par com o processo de colonização e a imposição de condições de trabalho servis ou semi-servis às populações submetidas: a rule of law, o governo da lei na metrópole capitalista entrelaça-se com o poder arbitrário e policial e mesmo com o terror imposto nas colónias. Se se examinar bem, é o mesmo fenómeno que caracteriza a história dos Estados Unidos com esta diferença: no caso da Europa as populações colonizadas ao invés de viverem na metrópole são dela separadas pelo oceano. De modo significativo, na segunda metade do século XIX, um liberal de esquerda como John Stuart Mill por um lado celebra a liberdade e justifica-a, por outro lado celebra o “despotismo” do Ocidente sobre as raças ainda “menores” destinadas a observar uma “obediência absoluta”.
O que dizer a JS? Que estamos ao lado das populações colonizadas.
Hoje em dia, não há quem dê forte e feio no nacionalismo. Mas, como acontece com quase tudo nesta vida, ele há nacionalismos e ele há nacionalismos. A ultra-direita neoliberal e globalista faz de tudo para esconder o sub-produto supremacista (chamemos-lhe aquilo que é: o nacionalismo alucinado de quem se acha a única parte do globo terrestre verdadeiramente indispensável) da sua acção predatória e assassina e, consequentemente, vai tapando com uma peneira aquilo a que habilmente chamou de "populismo". "Populismo" - segundo os doutos pensadores do "status quo" - é aquilo que tanto pode dar ao menino como à menina, ao imberbe como ao senil, à esquerda como à direita. De uma penada, junta-se no mesmo saco Trumps e Maduros, Bolsonaros e Noriegas, Boris Johnsons e Putins. Habilmente, de uma assentada, e como se se falasse da mesma matéria, arruma-se líderes progressistas (que visceralmente se odeia) e trogloditas reaccionários (que dão mau aspecto e fazem estalar o verniz civilizado - ai Obama, Obama, que falta nos fazes...- que esconde o saque e o assassínio de massas que tanto dinheiro gera) na mesma prateleira. O quadro geral é tragado pelos idiotas úteis do costume que tanto habitam à esquerda como à direita e o que aparentemente se salva no meio de tanto "populismo" é a geriátrica democracia parlamentar burguesa casada em terceiríssimas núpcias com o neoliberalismo neo-imperialista e humanitariamente intervencionista ( os seus dois anteriores maridos - o imperialismo e o racismo puros e duros - fazem do Céu dos justos ardentes votos para que o derradeiro matrimónio da velha senhora lhe traga eterna felicidade). O diabo está, como sempre, nos pormenores, pois a coisa não é bem assim.
Se a coisa assim fosse, estaríamos a colocar no mesmo patamar o nacionalismo genocida nazi e o nacionalismo soviético proletário que o derrotou, como também usaríamos a mesma bitola para avaliar os nacionalismos imperialistas europeus e os nacionalismos independentistas que se lhe opuseram numa luta sem quartel. Avançando no tempo, bem podemos hoje perguntar-nos que têm de errado os nacionalismos da Federação Russa e da República Popular da China. São eles imperialistas e agressivos? Pois parece-me que não. Parece-me, isso sim, que a proposta geopolítica desses nacionalismos tem em si própria a sua dose de internacionalismo: a coexistência pacífica de nações iguais entre si nos seus direitos e nos seus deveres.
Não me parece que o gostarmos da nossa terra impeça o respeito pela terra dos outros, como me não parece que amarmos o nosso povo nos faça obrigatoriamente odiar os outros povos. Parece-me, também, que o carimbo de "populista" serve hoje não poucas vezes para demonizar quem quer subtrair as suas nações à sangria da globalização neoliberal das grandes corporações e das grandes fortunas que preferem ver mercados onde antes existiram nações e povos com as suas culturas distintas (e "distintas" aqui não é, nem pouco mais ou menos, sinónimo de "antagónicas", pois toda a cultura que se pretenda viva foi, é e será um largo rio com incontáveis afluentes desaguando numa outra coisa que não é já rio, mas sim o oceano onde todos nos banhamos).
Concluindo, só pode haver internacionalismo num Mundo onde previamente há nacionalismos, pois me parece ser o internacionalismo paradoxalmente um nacionalismo global e inclusivo onde a exploração de uma só nação e de um só povo é encarada como a exploração de todos os povos e de todas as nações. A ser assim, o antónimo do nacionalismo é a globalização neoliberal, sendo o antónimo de internacionalismo o cosmopolitismo (esse grande e viajado saco cheio de "experiências", de "diversidade" e de pena - tão choramingas inconsequente - pela desgraça do "outro" que nunca será "nós") tão querido a certas "esquerdas" pós-modernaças
Já vimos que JS não costuma ler as coisas com muita atenção. Há variaçoes, claro,mas há também chavões que o desqualificam de forma muito clara
Diz JS:
"O problema é que as grandes promessas de igualdade sob a bandeira da identidade nacional nunca são cumpridas"
Já se chamou a atenção para a hipocrisia tinhosa desta frase.
O problema é que as grandes promessas da igualdade sob a bandeira da UE nunca são cumpridas
Onde estão os amanhãs que cantam no paraíso terrestre que seria a UE? Onde paira a terra do leite e do mel prometida por tudo o que era cosmopolita dos interesses e dos negócios?
Não é de surpreender quando pensamos que os europeísmos néscios se revestem sempre de uma visão exclusiva, com laivos chauvinistas...É a "democracia dos senhores"
E nós, que atravessámos o processo austeritário sabemos bem como funciona tal "democracia"
Uma última nota ainda para lastimar este verdadeiro espírito neocolonial que abraça as elites neoliberais (e até algumas com pretensões de esquerda)
JS pode criticar, como qualquer de nós, o rumo seguido pelas nações que aspiraram e conseguiram a sua independência
O que não pode criticar é o momento decisivo pelos quais os povos de tais nações decidiram seguir o seu próprio caminho.
JS provavelmenete gostaria que estes ficassem dependentes dos colonos, como cidadãos de segunda ou de terceira,vendo o saque colonial que é habitual nestas ocasiões. A guerra civil de exclusão, tanto do cigano como do autóctone, já não teria então importância?
Há uma coisa lixada, que lixa as contas redondas de JS. É que o desejo de independência e de libertação do jugo colonial ou do imperialista é algo que é de Homens Livres, que decidiram tomar o seu destino nas mãos. Para desgosto dos colonos, dos imperialistas e quiçá do próprio JS. E que não serve arranjar desculpas pós-coloniais para justificar a canga colonial
Nem todos preferem viver com as grilhetas dos senhores
No meu comentário de 21 de Maio de 2020 às 01:50 corrija-se para "não há quem não dê" e para "tão choramingas quanto inconsequente". As minhas desculpas pelos lapsos.
Alguns comentários muito interessantes e ainda mais proveitosos de JE. Parabéns pela lucidez e pela acutilância do raciocínio.
Desculpem lá, mas deixem-me saborear:
"Não me parece que o gostarmos da nossa terra impeça o respeito pela terra dos outros, como me não parece que amarmos o nosso povo nos faça obrigatoriamente odiar os outros povos... pois toda a cultura que se pretenda viva foi, é e será um largo rio com incontáveis afluentes desaguando numa outra coisa que não é já rio, mas sim o oceano onde todos nos banhamos
Concluindo, só pode haver internacionalismo num Mundo onde previamente há nacionalismos, pois me parece ser o internacionalismo paradoxalmente um nacionalismo global e inclusivo onde a exploração de uma só nação e de um só povo é encarada como a exploração de todos os povos e de todas as nações. A ser assim, o antónimo do nacionalismo é a globalização neoliberal, sendo o antónimo de internacionalismo o cosmopolitismo (esse grande e viajado saco cheio de "experiências", de "diversidade" e de pena - tão choramingas inconsequente - pela desgraça do "outro" que nunca será "nós") tão querido a certas "esquerdas" pós-modernaças"
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