segunda-feira, 25 de maio de 2020

Duas sem três?


1. Ficámos a saber que, se depender do governo, o parasitário capitalismo da doença será no essencial mantido, através de parcerias público-privadas e até da possibilidade de haver medicina privada em hospitais públicos. É toda uma recusa de aprendizagem com a experiência de uma pandemia que demonstrou a inutilidade social dos privados, como aliás a Ministra da Saúde reconheceu quando disse que só o SNS não fecha as portas. Então para quê manter as portas da política escancaradas para esta expressão do liberalismo realmente existente na saúde?

2. Anteontem, a Ministra da Saúde declarou que o surto de covid-19 na Azambuja se devia “a algum relaxamento e descontracção [dos trabalhadores] durante as pausas para almoço, de mudas de roupa e até ao facto de utilizarem meios de transporte que, não sendo públicos, são colectivos e onde há algum alívio das cautelas que têm de ser consideradas”. Esta perturbadora declaração em estilo liberal, que ilibava quem tem poder patronal e colocava toda a responsabilidade sobre quem está vulnerável no trabalho, foi só muito parcialmente corrigida ontem, dizendo a Ministra que tal “não significa que haja uma desresponsabilização das entidades que coordenam o local de trabalho”. Por acaso, acho que quem manda nos locais de trabalho se sente ainda mais desresponsabilizado quando o governo faz avaliações destas.

15 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma vez, de caras e de frente

Anónimo disse...

Nimguém tem coragem para afrontar as oligarquias, nem mesmo quando vamos a um hipermercado e compramos alface que foi manipulada, há algumas horas atrás, por gente infectada com o vírus.

Jaime Santos disse...

Por acaso, existe uma coisa chamada responsabilidade individual, bem como a responsabilidade da entidade patronal ou das autoridades de saúde. Como não é possível colocar um inspector em cada sala, muito do que se pode fazer para evitar a propagação da doença depende de cada um de nós. É um bom princípio liberal, em contraste com os princípios paternalistas de uma certa Esquerda que quer direitos sem responsabilidades. É tão simples como isso...

Anónimo disse...

Esta Marta Temido não tem qualquer ideia sobre o que é o interesse público, estou certo que nunca se questionou sobre se é interesse público salvaguardar a posição dos mais fracos. Esta senhora diz banalidades e barbaridades de forma imperturbável, é totalmente inaceitável a forma leviana como se apresenta.

JE disse...

Com o devido respeito mas essa história de se comparar oligarquias com uma alface manipulada é de uma profunda idiotice

A ignorância do que são oligarquias dá nisto: em alfaces Covid positivas. Holandesas pela certa

A menos que isto seja apenas conversa da treta para ver se estas idiotices escondem o conteúdo do post

JE disse...

Como é habitual a conversa da treta de JS surge agarrada aos seus "princípios liberais" Ou desgarrada, sabe-se lá

O que será um bom princípio liberal? A responsabilidade individual? Ou a responsabilidade da entidade patronal? Talvez a das autoridades de saúde?

E porque é um bom princípio liberal? Porque depende de cada um de nós? Mas a responsabilidade patronal não é individual. Será que os princípios liberais põem a par a responsabilidade individual com a patronal? E estas com a das autoridades da saúde?

Quer dizer,para JS é irrelevante o peso específico das responsabilidades.Quem organiza os transportes dos trabalhadores fá-lo de acordo com os seus bons princípios liberais, ou seja,de acordo com o livre mercado e o seu desejo de lucro. Que será mais consentâneo com empilhar trabalhadores no mesmo meio de transporte.

Ora saia de lá um trabalhador a recusar entrar numa camioneta de transporte por ela estar cheia

Será tão simples como isso? O olhar de JS olha sempre para o mesmo lado. Como bom liberal. Assim com jeitinho, apelando à responsabilidade patronal individual. Assim ao jeitinho do deus mercado

Embora se fique na dúvida o que será essa história da responsabilidade individual da autoridade de saúde

A menos que sejam achegas à nova doutrina de JS. Assim do género "direitos sem responsabilidades", que fazem lembrar aflitivamente excertos da doutrina dos troikistas, na sua fase Passos Coelho

Se fosse JS remataria com um básico e desbocado. "É tão simples como isso"

Felizmente ainda não chegámos a esse ponto

Rão Arques disse...

Ou quando rir não é o melhor remédio.
-dizendo a Ministra que tal “não significa que haja uma desresponsabilização das entidades que coordenam o local de trabalho”-
Mas insinua que outros responsáveis como a ministra até podem ser desresponsabilizados das sucessivas contradições no discurso e falta de rigor nas soluções sob tutela.

JE disse...

João pimentel ferreira está inquieto:

-Começou pelas oligarquias e as alfaces

-Depois qualificou Marta Temido da forma característica a que já nos habituou: salvaguardar a posição dos mais fracos... banalidades e barbaridades de forma imperturbável, é totalmente inaceitável a forma leviana como se apresenta."

Ou seja um zero à esquerda. Paleio verdadeiramente idiota, em agente neoliberal comicieiro

-Finalmente como rão arques, um dos seus links associados ao bas fon do extremismo de direita, apareceu montado na desresponsabilização da ministra e nas suas ( dele) próprias contradições.

JPF a ver se.

Mas está inquieto e frustrado.

Anónimo disse...

Por mais pandemia que nos massacre, sempre temos neste país estes números cómicos para nos fazerem rir até às lágrimas.
A Senhora Ministra resolveu dar a sua contribuição inteligente para a ópera bufa que tem sido a gestão da emergência sanitária neste país e, para não ficar atrás da inenarrável dupla almoçarante/banhista Marcelo e Costa, juntou-se à cómica de serviço que é aquela senhora da DGS e largou a sua piadola de mau gosto (sacanas dos proletários que convidam a infecção ao irem de comboio para os seus empregos em vez de utilizarem os seus espaçosos Bentley e Rolls-Royce, pá!!!). Quanto à SONAE, essa faz, pelos vistos, o papel de inocente vítima nesta paródia de dislates: coitadinha da empresa tem de aturar os trabalhadores que a levam à falência com os seus magníficos salários e que, em troca, só lhe dão má publicidade. Não se faz...
Escusado será apontar que aqueles que não tiverem a janela de memória de um peixinho vermelho ainda estarão lembrados que umas duas dezenas de casos de infecção levaram Ovar a ficar sob cerca sanitária... Pelos vistos, o azar de Ovar foi o de não se chamar Azambuja e o de não ter lá a SONAE a apostar à séria. No entretanto, as nossas queridas televisões vão lançando aos ventos da nossa ilustrada opinião pública que os novos focos de infecção do COVID-19 se centram nos bairros problemáticos. Lá está, mais uma vez, a malandragem pobretanas a torpedear o hercúleo esforço do nosso querido Governo e do nosso popularíssimo Presidente da República no combate à doença.
Desconfio que período de confinamento mais não foi do que aquele período em que o neoliberalismo esteve devidamente recatado (fica aí quietinho e não faças barulho que eu trago-te uns lay-off para trincares e isto passa num instantinho, está bem?) para que se pudesse dizer que tudo foi feito como deveria ser feito. Mantiveram-se as aparências, o SNS portou-se lindamente (parece que trabalha tanto melhor quanto menos dinheiro nele se investir) e, como não poderia deixar de ser num país onde o respeitinho é muito bonito, até a doença se mostrou muito regular (estranhamente regular, digo eu) e parcimoniosa na sua letal contabilidade (20+20+20+20..., no confinamento; 14+14+14+14...; no pós-confinamento). Na hora do sair para a rua e entrar no trabalho, tirou-se o açaimo ao bicho e o desgraçado ou a desgraçada que for mordido e apanhar raiva só poderá culpar-se - a Senhora Ministra da Saúde dixit - a si mesmo e à sua homérica burrice.

Anónimo disse...

6 e 28?

E que tal ter mais nível e não misturar alhos com bugalhos?

O que significa exactamente isto?
"não poderia deixar de ser num país onde o respeitinho é muito bonito, até a doença se mostrou muito regular (estranhamente regular, digo eu) e parcimoniosa na sua letal contabilidade (20+20+20+20..., no confinamento; 14+14+14+14...; no pós-confinamento)"

Depois de uma descrição folclórica da situação, género ópera bufa, mais os bentleys a adornar a prosa (já foram mercedes) vem aqui lançar atoardas manifestando dúvidas sobre os números das vítimas?

Isso é um processo de intenções desonesto no mínimo

Há outra questão. A gestão sanitária tem tido lacunas. Mas no geral tem seguido um rumo positivo. A qualificação desta como ópera bufa faz lembrar a acção de um provocador.Do género neoliberal encardido.

Ora juntando tudo o que sai?

joão pimentel ferreira. Fica para registo

Paulo Marques disse...

Independentemente de ser ou não verdade, Jaime Santos usa a desculpa de mais uma colisão frontal entre o liberalismo e a realidade para demonstrar como o primeiro é brilhante. A culpa é da realidade que não se conforma com a teoria, portanto.

Anónimo disse...

Sobre o comentário de 28 de Maio às 23:11 ao meu comentário de 28 de Maio às 06:28.

A mistura de alhos com bugalhos não me a atribua a mim, pois ela deve ser sua, certamente. Só posso deduzir que essa sua salada mental deve provir da leitura pouco cuidadosa daquilo que eu escrevi e do ter-lhe escapado (no caso dos Bentley e dos Mercedes) o travo irónico da prosa.
E sabe que mais? Desrespeito são as figurinhas patéticas que tem feito aquela senhora da DGS nas conferências de imprensa que insiste em fazer desde que tudo isto começou e desrespeito ainda maior pelo povo português é o habilidoso tratamento por parte das autoridades da Saúde do número diário de mortos pela doença (há-de apontar-me um país onde o número de mortes diárias se manteve rigorosamente nos 20 ou nos 14 durante semanas). Não lhe cheira isto a esturro? Não? Sinusite, talvez?
Se não acha que a gestão de toda esta crise foi uma rematada ópera bufa, isso é lá consigo. Eu continuo a achar que Presidentes da República e Primeiros Ministros não são vendedores porta-a-porta, pelo que a dupla Marcelo/Costa bem nos poderia poupar ao espectáculo deprimente do dar uma "forcinha" no desconfinamento ao carregar com a comunicação social para a praia e para o restaurante convidando o Zé e a Maria que perderam dois terços do seu salário (quando, pura e simplesmente, não ficaram sem emprego) a gastarem o que não têm a bem da indústria que um e outro acharam por bem tornar o único alicerce da economia nacional - o turismo.
E podemos até passar do apontar da ópera bufa para o sublinhar daquilo que é uma evidente palhaçada: que mais podemos nós chamar a não ser palhaçada ao fechar dos cafés do Bairro Jamaica (onde houve, salvo erro, 19 casos de Covid-19) e o manter aberto o complexo da Sonae na Azambuja onde houve mais de um cento deles?
Para concluir, os países que verdadeiramente souberam lidar com esta pandemia, foram ou países socialistas ou países que adoptaram políticas sanitárias e económicas pragmaticamente socialistas (testar em massa, isolar e tratar em hospitais os contaminados, confinar pelo tempo necessário o resto da população sem que essa população corresse o risco de perder o seu emprego e o seu sustento). Foi isso que o senhor viu aqui neste país? O facto de não ter acontecido aqui - felizmente - a mortandade que aconteceu em Itália, em França e em Espanha fá-lo embarcar na cantiga da qualidade excepcional da resposta à emergência da nossa classe dirigente e fechar os olhos a anomalias evidentes nos números e nas estatísticas só passíveis de resultarem de uma gestão muitíssimo habilidosa desses números e dessas estatísticas?
E ponhamos os pontos nos ii : quem isto escreveu não é nenhum "provocador" ou "neoliberal encardido". Antes de premir o gatilho, veja que tipo de bicho saiu da moita não vá a coisa acabar em asneira da grossa.


Anónimo disse...

O coitado do tipo que anda a lastimar-se pelas figuras patéticas da ministra insiste:

"o habilidoso tratamento por parte das autoridades da Saúde do número diário de mortos pela doença (há-de apontar-me um país onde o número de mortes diárias se manteve rigorosamente nos 20 ou nos 14 durante semanas). Não lhe cheira isto a esturro? Não? Sinusite, talvez?"

Não, não cheira.

O que cheira é que estamos em presença de um neoliberal encardido a fazer-se passar por quem não é. Com um discurso tão da treta que bota os bofes de neoliberal rasca para fora, tal a raiva para com a forma como o nosso SNS se aguentou

E nem o paleio rebolucionário da treta o salva. Nem os números na Holanda, que deitaram por terra o paleio daquele lambe-botas euroinómano

Anónimo disse...

Insiste no engrossar da asneira?
Vossa Excelência há-de fazer-me a fineza de aproveitar esta segunda fase do desconfinamento e ir, mais o seu embotamento intelectual, dar uma volta ao bilhar grande, sim?
Ainda não compreendeu que está a marrar com a parede errada? É parvo natural ou isso é fruto de aturadas horas de exercício frente ao espelho da pantalha internética? Quer que lhe faça um desenho para finalmente compreender aquilo que anteriormente lhe expliquei?
Resolva lá as suas questiúnculas com o tal do Pimentel e desampare a loja.
E fiquemos por aqui que não me sobra paciência para aturar as suas parvas e muito obtusas descargas de bílis.

Anónimo disse...

Hoje entre nós bebemos um copo para comemorar

Fizemos um neoliberal de pacotilha fazer um discurso. Um discurso idiota é facto, daquele género que só os aldrabões fazem como prova de que se querem fazer passar pelo que não são, mas um discurso

E a comemoração tem a ver com?

"Os países que verdadeiramente souberam lidar com esta pandemia, foram ou países socialistas ou países que adoptaram políticas sanitárias e económicas pragmaticamente socialistas"

Ver um neoliberal ser obrigado a reconhecer estes factos é motivo de comemoração

E agora uma volta ao bilhar grande para o bilioso do pimentel.

Ahahahah