terça-feira, 8 de maio de 2018

Geringonça, "um acidente da História"


Para entender o sentido da expressão - a geringonça, um acidente da História -, e perceber o que significa "governar ao centro", veja este vídeo.

Se as esquerdas tinham alguma expectativa de reedição do acordo político que sustentou a presente legislatura, a moção de António Costa ao próximo congresso do PS diz-nos que tais expectativas eram infundadas. E só podia ser assim porque a natureza do PS, a sua matriz ideológica e os interesses que aí predominam, fazem dele um partido centrista, social-liberal, fiel a qualquer preço ao federalismo do "projecto europeu".

Agora, há que preparar o futuro, uma alternativa ao ordoliberalismo alemão embutido nos Tratados, de que o socialismo da Terceira Via tem sido um instrumento muito útil para a direita. Da capacidade de construirmos essa alternativa depende em muito um futuro decente para o nosso país e para a Europa.

20 comentários:

Geringonço disse...

Nós precisamos mais que um futuro decente!
Nós precisamos de resgatar do neoliberalismo aquilo que o neoliberalismo nos roubou! E roubou a capacidade de imaginar um futuro que vale a pena lutar, um futuro onde humanidade vai finalmente se libertar da falsa escassez que o Capitalismo e os regimes económicos que o antecederam reproduzem.

Portugal devia estar agora a colher os benefícios do 25 de Abril, em vez disso estamos há praticamente 20 anos a regredir! Basta!
O 25 de abril não se cumpriu, e aquilo que conquistou está a ser destruído.
O PS é responsável juntamente com o PSD e CDS pela destruição, pela regressão económica e social inegável!
A sua obsessão pelo europeísmo falido, um europeísmo que não não é mais que a consolidação do Capital à escala Europeia e mesmo global, está a destruir Portugal e, por isso, o PS deve ser punido.

O voto é do eleitor, não é dos partidos! E os eleitores têm que usar o voto de acordo com o desempenho dos partidos, não só porque sempre votaram num determinado partido! Isso é burrice!

Guia disse...

É muito , mesmo muito triste ver como as esquerdas não são capazes de criar uma força "cooperativa", com os pilares essenciais da solidariedade e igualdade de oportunidades.. E já soam o clarim do fim da geringonça ?!?....Será que não aprenderam com estes anos de troika?!?...

Jaime Santos disse...

Saúda-se a posição clara, Jorge Bateira. Pena é que ela não se sustente num programa de Governo capaz de elencar um conjunto de medidas bem estudadas com a devida quantificação dos riscos que se correriam caso fossem tomadas e as respetivas medidas de contingência tendentes a mitigar esses mesmos riscos.

E não venha dizer que a culpa é agora do PS, porque a Geringonça foi construida no pressuposto de que o PS governaria com o seu Programa que não era outra coisa que não social-liberal já em 2015 (bem me lembro das críticas ao programa de Mário Centeno que vieram da margem esquerda do espectro político, considerando inexequível aquilo que depois se apoiou).

O drama da Esquerda é que (assumindo que as pessoas não estão a esconder a mão) se revela incapaz, tal o seu ódio à tecnocracia, de desenhar programas políticos consistentes e se fica pelas meras exigências avulsas, perfeitamente legítimas, mas insuficientes.

Por isso é que o Jorge Bateira e outros andam a dizer essencialmente a mesma coisa desde 2011... Não é que estejam necessariamente errados, simplesmente só com isto, não convencem ninguém que não esteja já convencido...

Vitor disse...

Caro Jaime Santos,
porque aponta essa incapacidade de "desenhar programas politicos consistentes" e "conjunto de medidas bem estudadas quantificando os riscos" apenas à esquerda? Não é antes um problema de todo o espectro político?
A percepção que tenho é que tanto a esquerda como a direita portuguesas são incapazes de apresentar esse tipo de programas.
Quando muito os partidos mais ao centro (PS/PSD) têm capacidade de apresentar algo mais sustentado, mas mesmo assim costuma ser algo rudimentar para os padrões internacionais.

Quais os programas estruturados e fundamentados com a quantificação de riscos para assuntos desta amplitude apresentados em POrtugal?

ao menos aqui com estes vídeos do Prof. Bateira lançam-se as bases para um discussão do tema. Parece-me algo de louvar e que é relativamente raro em Portugal, concorde-se ou discorde-se das suas posições.

Anónimo disse...

Suspiro

Quando Jaime Santos perceberá que as posições, os pensamentos, as ideias, as opiniões de quem quer que seja não têm que vir sustentadas por um "programa de governo"?

JS não reparará no ridículo e no trágico desta sua repetitiva e pernóstica posição?


Também JS continua distraído:
O que se tem feito aqui e em muitos outros locais é mesmo abordar "um conjunto de medidas bem estudadas com a devida quantificação dos riscos que se correriam caso fossem tomadas e as respectivas medidas de contingência tendentes a mitigar esses mesmos riscos."

O processo está incompleto.Mas está em marcha. Por todo o lado e por essa Europa aos pedaços

Porque assim o exige também o interesse nacional, face a uma situação em que tenhamos que ser empurrados para fora.
Porque a realidade pode ultrapassar célere os desejos piedosos de uns e as cumplicidades coniventes de outros

Anónimo disse...

E não. Não há qualquer ódio à tecnocracia. Esta tem o seu lugar próprio, só não pode é servir como substituta e como álibi de coisas muito mais nobres e decisivas.

Por isso é que JS e outros não andam a dizer essencialmente a mesma coisa desde 2000 e troca o passo.

Porque hoje estão muito menos seguros dos amanhãs que cantavam do europeísmo pós-democrático. Por isso vão sendo obrigados a mudar o argumentário e o posicionamento no debate. Já não conseguem apresentar um projecto mobilizador e galvanizador. Apenas esta vil tristeza e este agitar do medo e do inferno

( Quando JS fala no "drama da esquerda" estará já a auto-excluir-se da própria esquerda?)

estevesayres disse...

Eu sei que muitos de vós; a académicos, historiadores, investigadores, e a comunicação social em geral (que ao longo dos anos têm feito propaganda ao BE), os padres da igreja católica, banqueiro (aqueles que têm subsidiado PS,PSD,CDS PCP e BE), e uns tantos patos-bravos que constroem por este pais fora (às custas do orçamento geral do estado), dizem todos eles à, boca cheia que existe um governo de esquerda!!!!
Eu e mais uns 60 mil portugueses dizem, que NÂO existe nenhum governo de esquerda, tutelado pelo CDU/PCP/Verdes, BE e PAN. e Marcelo (até às próximas eleições)!
Por Fim: Digam a verdade aos portugueses, que cada dia que passa estamos a ficar mais, pobres, salários mais baixos e dependentes dos neoliberais com tiques fascistas da chamada CEE/UE, e do Euro , por culpa das politicas levadas acabo pelo PS, PSD/CDS e com apoio da comunicação social, e dos vários presidentes da Republica, e não só.
Pela Defesa das 35 horas!
Pela Independência Nacional!

Anónimo disse...

Está distraído caro Ayres. Essa de todos dizerem que existe um governo de esquerda em Portugal é treta. Quem afirma tal, são, ou os ressabiados pafistas, ou alguns como Arnaldo Matos,que, desaparecido nos anos de combate ao governo de Passos Coelho, resolveu reaparecer para estas tristes figuras que se têm visto
O que há é um governo do PS, com suporte parlamentar de mais três outros partidos. Mercê de um acordo que foi uma bênção para o país, pelo afastamento da quadrilha que o governava. Mas cujos limites estão à vista de todos.

Quanto ao comentário de alguém a reivindicar para a direita qualquer competência técnica para este debate, isto está colocado de parte...a direita é o que é e a direita portuguesa é manifestamente conivente não só com a presente situação, que alimenta e de que se alimenta, como é a direita dos interesses que sempre ao longo de toda a nossa História se bandeou para os interesses alheios. Os seus interesses económicos ( ainda para mais de vistas curtas) e ideológicos sempre se sobrepuseram aos interesses de quem trabalha.
É ainda muito estranho ouvir falar que os partidos mais ao centro (PS/PSD) têm mais capacidade de apresentar algo mais sustentado. Que suposições mais esquisitas, sabendo o caldo de cultura que o centrão representa e a mediocridade das nossas ditas elites.Que são muito semelhantes a tantas outras, pelo que a invocação dos padrões internacionais parece vir na mesma onda da submissão tradicional ao "lá fora é que é bom", tão incentivado por quem gosta de vender o país

Anónimo disse...

As coisas são de tal forma graves que neste momento já não se fala numa sociedade decente, com gente decente com relações decentes, os que são tidos como mais radicais são aqueles que defendem que haja uma melhor distribuição da riqueza, ao que isto chegou...

Anónimo disse...

Como se transforma a moeda numa arma económica de destruição maciça?

A maior parte dos portugueses não se apercebe como a sua economia está a ser dizimada.

O que poucos sabem é que os ensaios da arma "moeda" foram feitos aquando da anexação da Alemanha de Leste.

É irrelevante se se simpatizava ou não com o regime da DDR. O que foi feito então foi um "euro em esteróides" que passou despercebido aos outros países europeus porque o alívio de se livrarem da Alemanha comunista os cegou ideológicamente para perceber o que se estava a passar em termos monetários. Daí que não tenham sido tiradas as necessárias ilações e o pessoal tenha ficado tão contentinho quando a relação cambial euro/escudo foi anunciada como "muito favorável aos portugueses".

Com papas e bolos... se enganam os tolos!

Do meu ponto de vista os moralismos ideológicos comunistas são irrelevantes, lamento dizê-lo. Seria muito mais útil que se percebesse de uma vez por todas os efeitos destruidores de uma moeda sobreavaliada porque essa lição teria valor tanto para a esquerda como para a direita. A Alemanha de Leste foi um caso extrêmo. O Euro tem o mesmo princípio destruidor, só que em câmara lenta.

É só um filmezinho de animação... ficção com dados reais pelo meio.

https://www.youtube.com/watch?v=8DVVBFUKQPQ&t=10s
S.T.

Anónimo disse...

Prometeram-nos o modelo económico Europeu da década de 60 , mas não é isso que está
a acontecer pois os tempos são outros, devido À crise prolongada do sistema, o longo
ciclo de crise, o "stop and go " é um fenomeno muito conhecido e estudado, da economia de mercado , mas este é um longo ciclo de décadas de crise sobre crise que não vem mencionado nos manuais de macroeconomia, pelo que algo de estranho e muito grave se está a passar.
Em termos de Direito Internacional Publico a União Europeia o que é ? Uma Federação ? oma Confederação ? uma Comunidade Economica ? uma Uniaão Aduaneira ?uma Associação de Comércio livre? ou simplesmente neocolonialismo ?

Anónimo disse...

Suspiro

As diatribes e os laboros da tralha pafista e neoliberal continuam, no saque diário que fazem dos rendimentos dos assalariados, para o grande capital especulador e financeiro.

S.T., um verdadeiro Doutor, sempre sereno e pedagógico, deixa-nos a pergunta pertinente:
Como se transforma a moeda numa arma económica de destruição maciça?

E a resposta mais não poderia ser do que as amarras monetárias impostas pela moeda única, que provocam uma estrondosa transferência de capitais da periferia para o centro da Europa, causando miséria, fome, desalojados, sem-abrigo, desemprego, carências sociais, mortes nos hospitais, e uma verdadeira hecatombe no tecido social do país, contrariamente aos tempos de elevada prosperidade durante Escudo. É preciso rasgar o tratado orçamental e obter soberania monetária, para conduzirmos políticas patrióticas e soberanas, de desvalorização cambial, tal como fizeram os camaradas Chaves e Maduro. Só assim podemos recuperar pensões e salários e devolver a esperança às pessoas.

A direita ordoliberal não tem limites na decência e no respeito pelas pessoas reais (em contraste com as pessoas imaginárias).

Anónimo disse...

Continua Jaime Santos na sua discursata. E repete, e repete, qual gira-discos avariado:

"O drama da Esquerda é que (assumindo que as pessoas não estão a esconder a mão) se revela incapaz, tal o seu ódio à tecnocracia, de desenhar programas políticos consistentes e se fica pelas meras exigências avulsas, perfeitamente legítimas, mas insuficientes."

Um verdadeiro governo de Esquerda coloca as pessoas sempre à frente da técnica. A tralha pafista e ordoliberal é que adopta uma visão unicamente tecnocrata, mas desígnios maiores devem ser considerados na defesa dos interesses das pessoas. Se é preciso cumulativamente baixar impostos e aumentar rendimentos, mesmo que tal viole os mais elementares axiomas da aritmética, o ordoliberal Jaime Santos deveria muito bem saber que as pessoas estão à frente da aritmética.

A tralha da direita pafista não tem limites na decência. Mentem, e mentem novamente. Não têm princípios humanos! Um governo de esquerda pensa sempre primeiro nas pessoas.

Anónimo disse...

424 visualizações?

Até o pantomineiro do Pimentel tem muuuuuuuito mais vistas.
https://www.youtube.com/watch?v=8ZRWW79Mypc

Vá lá camaradas! Avante!

Anónimo disse...

Ahahah

João pimentel ferreira está nitidamente possesso: 15 e 53...16 e 01... 16 e 07.

Ele lá sabe a figurinha que quer fazer. Embora quando recita o poema da Matilde seja muito mais real,com as celulas adiposas a preencherem todo o seu universo

A impotência é uma coisa tramada. À argumentação fanada, à incapacidade de tentar contrapor argumentos, à manifesta frustração por não lhe beberem os hinos à UE que canta, joão ferreira pimentel ensaia agora um ensaio novo.

Tudo o que quiser, embora seja surpreendente ver alguém desistir assim da sua prosápia de blogger com nome quase registado

Ainda por cima fazendo de mestre de cerimónias à custa de Beethoven e tentando que o visitem um pouco mais. Para ver se cai o pilim ou para ver se pode impingir o número de visitas como uma espécie de argumento?

Anónimo disse...

Jaime Santos óbviamente não percebe nada do riscado.

Num contexto hostil mais ou menos encoberto da parte da EU a melhor táctica é não abrir o jogo e sobretudo abster-se de grandes declarações de intenções.

Esta discursata de Jaime Santos também pode ser entendida como uma provocação para atrair a esquerda a campo aberto onde corre o risco de ser dizimada.

Para a esquerda que se preze e preze a sua sobrevivência é uma boa ocasião de reler Sun-Tzu.

(Todas as ocasiões são boas para se ler Sun-Tzu!...)
S.T.

Anónimo disse...

Perfeitamente de acordo com a recomendação de ler ou reler Sun-Tzu

Anónimo disse...

Em suma, Jaime Santos é um impostor.
S.T.

Anónimo disse...

Pelas 18 e 14 volta joão pimentel ferreira.

Nem Jaime santos é um impostor, por mais divergências que se possa ter com ele.

Nem aquele pequeno pedaço de nulidade escrito às 18 e 14 tem algo a ver com S.T.


Deve ser doloroso o verdadeiro baile experimentado por alguém como joão pimentel ferreira, quando tentou esgrimir ideias e argumentos com.

Para além de aonio pimentel ferreira andar a apanhar bonés, com tudo o que isso acarreta para a sua pessoa, chegou a ser confrangedor assistir a tal espectáculo.Porque também a resposta de pimentel ferreira não foi nem digna nem correcta, antes fugiu para outros nicks e para o insulto pessoal.

Mais, como se demonstra neste seu pequeno aparte das 18 e 14. Assumiu o papel de outros.

Confessemos que é feio. Que é baixo. Que o próprio lixo tem mais dignidade do que.

S.T. disse...

De facto não me lembro de ter criado um franchising da minha "assinatura" S.T.

O impostor tem-se esmerado em publicar comentários contraditórios e incoerentes numa tentativa óbvia de desvalorizar a "marca" S.T..

É um excelente sinal que os nossos comentários fazem mossa a uns e são apreciados por outros.

Pelo que vamos ter que tomar medidas para preservar a verdade e aquilo que é bom e útil para a qualidade da informação veiculada e para a higiene das cabeças dos leitores.
S.T.