Para dar credibilidade ao país nos mercados de capitais - não temos soberania monetária e o Estado está nas mãos dos especuladores financeiros – parece inevitável sacrificar as condições de vida dos mais pobres. Que seja um governo "socialista" a executar esta política, não é uma novidade histórica. Mas é a negação dos valores do socialismo e essa é a razão pela qual os partidos que se reclamavam do socialismo estão em perda por toda a Europa.
Obrigar "os de baixo" a pagar a factura da credibilidade que beneficia "os de cima" é intolerável. Não me calo, até porque me tenho confrontado com situações indignas do mesmo tipo das que abaixo são descritas. Mais tarde ou mais cedo, este estado de coisas vai tornar-se insuportável e, nessa altura, veremos quem terá a credibilidade política exigida para liderar a mudança. Não tivesse o nosso país entregado a soberania monetária, estaria hoje em condições de financiar um serviço nacional de saúde e prestações sociais que evitariam a indignidade em que muitos portugueses hoje se encontram. Aliás, em que nos encontramos todos. Sim, quando há gente a viver nesta condições, a indignidade atinge todos os que vivem bem. Pergunta-nos a todos, "o que fizeste do teu irmão?"
Caso 1:
...não podemos ser festa e glamour, não podemos ser cumpridores face à Europa e as suas regras, e depois descartar esta informação concreta sobre a forma como as pessoas vivem. Pessoas para quem o rendimento de inserção social chega? Não chega? Encaixam nos critérios, não encaixam? Com esta realidade bem viva na minha cabeça, fui hoje à farmácia e assisti a uma cena de partir o coração. Um casal já com alguma idade não tem como pagar a medicação toda e a senhora, vestida de forma muito modesta, diz: "Não faz mal, este mês tomas tu, para o próximo mês tomo eu". Saíram dali com a dignidade de quem enfrenta todos os dias um limiar de indignidade. Podia escrever mais vinte linhas sobre isto, mas não adianta. Este mês, a saúde do marido é a que vale. No próximo mês é a dela. (ler aqui)
Caso 2:
Tenho uma neta de 4 anos com uma cárie dentária que foi sujeita a um primeiro tratamento num consultório privado. Tudo correu bem e agendou-se uma segunda sessão para terminar aquele tratamento. Pela segunda vez no consultório, não se consegue que ela deixe tratar a cárie. Marcou-se outra sessão. O resultado foi o mesmo. Voltou-se a marcar outra sessão e o resultado foi o mesmo. Decidiu-se fazer os procedimentos necessários para que fosse tratada na Escola de Medicina Dentária. A anestesista entendeu que o melhor sítio seria no Hospital Pediátrico de Coimbra, uma vez que em caso de acidente maior, não esperado mas sempre possível, não teriam ali os meios de resposta em termos de reanimação. Desencadearam-se procedimentos para que fosse tratada no Pediátrico, no bloco operatório. Um mês depois, recebo um telefonema em que marcavam uma consulta para um mês depois. A consulta deu-se para confirmar o diagnóstico, o que se confirmou, claro. Dali a semanas iria receber uma carta para que a miúda se apresentasse no Hospital para fazer análises para o anestesista e depois, se após seis meses não houvesse nenhuma convocatória para a intervenção cirúrgica no Pediátrico, receberia em casa um vale-saúde para ir a um hospital privado. Perguntou-se ao médico como é que se poderia fazer se a criança tem dores, se dorme mal, se dá ela própria, coitada, mau dormir às pessoas em casa e a resposta é lapidar, o tratamento clássico, - Bruffen ou Ben-u-ron. Estamos a falar de uma criança de 4 anos! Acrescenta o médico que o Hospital tem outras prioridades, a menos que voltasse a ter um abcesso. Mas com os diabos, o abcesso está lá! Se tal acontecesse, então entrava na lista e na fila dos prioritários e, já agora, não sei qual seria aí a demora porque se trata também de uma lista de espera. Esta noite, de 1 para 2 de Maio, a minha neta não dormiu nada com dor de dentes e, com isso, a família também não. Será que terei de ir a uma clínica privada? Orçamento: 1990€, inclui 2 horas de bloco. (relato de um amigo)
30 comentários:
Os números mascaram a realidade, quem decide e determina utiliza essa abstração para branquear a sua intervenção, são tomadas decisões desumanas e criminosas como se da maior respeitabilidade se tratasse, e todos que de uma forma ou de outra são complacentes com tudo isto são também os autores morais deste abuso. Utilizar os outros em benefício próprio é uma das qualidades dos tecnocratas modernos. Tudo isto é nojento e revoltante. Como pessoas de bem que somos vamos então rezar para que a saúde da senhora não piore este mês e que o ben-nu-ron faça o seu efeito, a criança ainda é nova talvez no futuro não se lembre deste momento de dor e privação.
Em primeiro lugar é preciso frisar que o governo é PS mas tem o apoio de Bloco e PCP. E que foram Bloco e PCP que entenderam que não deviam fazer parte do governo. Portanto quando se avaliam os seus méritos e demeritos penso que a responsabilidade deverá ser atribuida a cada um dos partidos na respetiva proporção.
Alguns comentários relativamente aos casos concretos: provavelmente a pessoa que mais fez pelas pessoas nesta situação foi o ex-ministro Dr. Paulo Macedo que enfrentou o poderoso lobby das farmaceuticas. Um lobby que e desceu brutalmente o preço médio pago pelos fármacos em Portugal. é preciso dar o mérito a quem o teve e nesse ponto o ex-ministro da saúde teve mérito nesse ponto.
Relativamente ao segundo caso, tendo em conta que é uma situação claramente não grave (dentição de leite, sem abcesso, sem repercussões para a saúde da criança) e ainda por cima com um custo muito elevado para o erário público, parece-me que um prazo de espera de 6 meses é algo de somenos quando temos listas de espera muito superiores para cirurgias oncológicas e crianças oncológicas a serem tratadas sem condiçoes nenhumas. Claramente Coimbra é uma zona com um serviço acima da média em termos de cuidados de saúde, se estivesse dependente de hospitais mais perifericos (Alentejo,Algarve, Açores) duvido que sequer se ponderasse realizar essa cirurgia pelo publico.
Muito bom texto. Aplauda-se.
Se calhar seria bom manter um link facil de disponibilizar para relembrar alguns trolls que por aqui ainda subsistem da crueldade desumana imanente as bocas sobre "os coitadinhos" que aqui regurgitam demasiadas vezes.
É repugnante.
Realmente, o PS está a ser e a deixar-se ser empurrado para a direita cada vez mais pelas estruturas internacionais. Portanto, vai ser interessante ver o que vai acontecer à geringonça nas próximas eleições.
Não tivesse... entregado.
Obrigado, Albino M.
Vou corrigir.
Por favor,a falta de memória tem limites mas não pode constituir matéria para aldrabar ou deturpar a História
Alguém dar mérito a alguém do governo criminoso de Passos / Portas é alguém que está objectivamente a esconder que as medidas implementadas pelo governo são medidas que abrangem todos os seus membros e que assim os comprometem a todos.
Ou seja, o santificado Paulo Macedo fez parte de um governo que governou como governou, sendo solidário com o desemprego galopante, com os roubos de salários, de pensões, de direitos sociais e económicos. E com o descalabro do SNS e da educação pública.
Paulo Macedo foi um dos principais responsáveis pela degradação do SNS e pelo enriquecimento dos interesses privados nesta área
É assim hipócrita ( para não dizer pior) alguém vir dizer que Macedo foi a "pessoa que mais fez pelas pessoas nesta situação".Ele foi um dos que aumentou as taxas moderadoras, que afastou tanta gente das consultas no SNS. Ele que contribuiu para que os pobres ficassem mais pobres...e que fez mais umas boas patifarias...
Ou de como e pela calada se tenta ocultar a responsabilidade dos intervenientes na coisa pública e dar-lhes a bênção para ser utilizada quem sabe para mais projectos negros no futuro
Antes de mais os parabéns pelo post. Como alguém dizia devia ser criado um link em que as repercussões das governações (nomeadamente dos anos de chumbo de Passos/Portas, mas não só) na vida real das pessoas fossem sendo anotadas. Para servirem de testemunho vivo das misérias do nosso tempo, para atribuir responsabilidades a quem as tem, para se evitar a repetição de fórmulas criminosas como as da governança neoliberal
Há todavia um ou outro comentário bem estranho a este post
"Portanto quando se avaliam os seus méritos e demeritos penso que a responsabilidade deverá ser atribuida a cada um dos partidos na respetiva proporção"
Esta é daquelas frases misteriosas. Daquelas frases tão misteriosas que se pode pensar que há outros objectivos por detrás, ou para escamotear ou para assacar responsabilidades. Com que intuito é que é uma coisa a ver
Tanto mais que parte duma aldrabice.Não foram nem o PC nem o BE que entenderam não fazer parte tout court do governo de António Costa. Esta mania de reescrever a história é tramada.
Jerónimo de Sousa, após as eleições de 4 de Outubro de 2015, afirma de que o PS só não formaria Governo se não quisesse. Posição semelhante vem a ser tomada posteriormente por Catarina Martins.
Nas audiências com o Presidente da República a 20 e 21 de Outubro, os líderes das forças de esquerda sustentaram perante o Chefe de Estado que tinham um acordo político praticamente fechado para a formação de um executivo alternativo, mas Cavaco Silva, no dia 22, indigitou Pedro Passos Coelho primeiro-ministro, cujo Governo foi empossado uma semana depois.
No último dos dois dias de debate do programa do XX Governo Constitucional, a 10 de Novembro, PS, PCP, Bloco de Esquerda e “Os Verdes” assinaram formalmente um acordo de incidência parlamentar para a formação de um executivo minoritário socialista e nesse mesmo dia aprovaram uma moção de rejeição que derrubou o segundo Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
Costa teria que defrontar perante os órgãos nacionais do PS a ala mais à direita do PS liderada por Francisco Assis. E defrontar Cavaco Silva que só a 23 de Novembro recebeu o secretário-geral do PS e lhe entregou um documento no qual se solicitava uma “clarificação formal” de uma série de questões consideradas “omissas” nos acordos assinados com BE, PCP e PEV. Entre estas exigia um compromisso de António Costa sobre a “estabilidade do sistema financeiro”. Ricardo Paes Mamede dirá que o mesmo não foi pedido a Passos Coelho: “Talvez os banqueiros tenham receio de que o Estado português queira ter uma palavra a dizer sobre a gestão dos bancos cada vez que usar dinheiro dos contribuintes para lhes dar ou emprestar. É normal. Já não é tão normal que o Presidente da República Portuguesa pense da mesma forma que os banqueiros a este respeito.”
A resistência de Cavaco Silva à tomada de posse de um governo do PS que tinha por base três acordos de incidência parlamentar firmados bilateralmente entre o Partido Socialista (PS) e os outros três partidos de esquerda, Bloco de Esquerda (BE), Partido Comunista Português (PCP) e Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) foi notória e ultrajante num país dito democrático.
A entrada de comunistas num governo faria cair o Carmo e a Trindade. Dizer desta forma no mínimo leviana que "foram Bloco e PCP que entenderam que não deviam fazer parte do governo " é objectivamente distorcer os factos e tentar escamotear a realidade.
O governo foi sempre do partido socialista, ancorado por três acordos de incidência parlamentar. A responsabilidade pelo que está escrito nos acordos é de quem os assinou e a sua concretização de quem tem poderes para tal
Portanto deixemo-nos de tretas sobre a "proporção das responsabilidades". Porque se o enorme mérito do XXI governo constitucional foi o afastamento das maçãs mais podres e a reversão das suas políticas mais abjectas,tal não foi (é) suficiente para o progresso sustentado e harmonioso do país.
(Ainda nos lembramos de um ministro da saúde do PSD ter afirmado «alto e bom som» que «quem quer saúde paga-a»…)
Paulo Macedo corta onde acha que é desperdício e que se lixem os doentes.
Nem outra coisa se podia esperar do antigo Director-Geral das Finanças, que chega à Saúde e faz contas de merceeiro.
"O (ex)ministro da Saúde Paulo Macedo diz que tem havido “más interpretações” da legislação que prevê a isenção de taxas moderadoras aos doentes oncológicos e admite que há “casos infelizes” de doentes com cancro a quem é pedido que paguem.
O problema, Sr. Ministro, não é a «má interpretação» nem os casos «infelizes». O problema é que há circulares e orientações para que essas taxas sejam cobradas.
Aquilo que se chama, atirar o barro à parede, e na maior parte dos casos, cola. Com muita ajuda da comunicação social, a alteração da lei das taxas moderadoras criou muita confusão nos utentes e sim, nos serviços. Mas o que gerou mais foi indignação.
Porque não é engano dos serviços quando enviam uma conta a um doente crónico (com, por exemplo, doença de Crohn, colite ulcerosa, diabetes) – é a lei.
Não é engano dos serviços quando os exames ultrapassam os três por ano ou as consultas na especialidade para a dita doença crónica – é a lei.
Não é engano quando um agregado familiar vive com 612 euros por mês e paga taxas moderadoras de 7,75 euros se um deles for ao hospital a uma consulta pela qual esperou seis meses – é a lei.
E quando alguém que tem cancro, e está sozinho, ou mesmo com a família, certamente procurar na lei o que está certo ou errado não será a maior preocupação. Essa será a de sobreviver, a de conseguir os tratamentos e pagar os medicamentos.
E infelizmente é um carniceiro que está à frente do Ministério da Saúde que, sabendo demasiado bem as consequências da sua lei, afirma que são «casos infelizes».
Quando eu recebi uma carta do hospital com os tratamentos do meu pai para pagar, fui informada de que eram ordens da ACSS – não era uma infelicidade. Por acaso, sei de leis e não paguei. Mas não por causa da doença crónica – do cancro. Mas porque se provou a insuficiência económica. Sabe porquê? Porque nem com cancro no estágio IV a Segurança Social atribuiu a pensão de invalidez por considerar que não haveria incapacidade atribuível.
Não é por uma infelicidade, por uma má interpretação, por um acaso.
É porque o senhor Ministro da Saúde e os restantes companheiros do Governo fazem leis e políticas que, objectiva e concretamente – MATAM."
(Lúcia Gomes)
A ligeireza ( fundada em critérios economicistas e ideológicos ?) como se define o que é grave ou não grave deve-nos alertar para a forma como em Portugal alguns encaram o problema da saúde e da doença.
E obviamente o da dor
Ser insensível às queixas dolorosas, como as descritas, de uma criança de 4 anos é péssimo.Ter a lata de dizer que, nestas condições, um prazo de espera de 6 meses é algo de somenos é um absurdo. Alicerçar tal fundamentação no "custo muito elevado para o erário público" tem a marca ideológica dos fundamentalistas do mercado e o sinal de iliteracia de quem não percebe o que lê
O que é um custo muito elevado para o erário público? Resolver este(s) problema(s) de saúde ou manter na pirâmide, os de cima a serem pagos pelos de baixo?
Como explicitamente dito:
"Não tivesse o nosso país entregue a soberania monetária, estaria hoje em condições de financiar um serviço nacional de saúde e prestações sociais que evitariam a indignidade em que muitos portugueses hoje se encontram"
Se o Estado, ou melhor, se os governos que nos têm governado não estivessem mais interessados nos negócios privados de saúde e na transferência de verbas enormes do erário público para esses mesmos negócios, o SNS estaria muito mais apto a responder às condições de saúde da sua população.
Se Portugal tivesse soberania monetária ( condição necessária mas não suficiente) poderia escolher outros rumos que não os determinados pelo Eurogrupo e apêndices.
Num caso como no outro, Portugal estaria assim capaz de responder a listas de espera para cirurgias oncológicas e a assegurar o tratamento das crianças em condições adequadas.E a permitir que não houvesse assimetrias escandalosas entre as várias regiões do país.
( uma coisa que se tem que sublinhar é a ignorância sobre a "zona de Coimbra". Para os serviços desta cidade drenam populações muito dispersas e distantes geograficamente, sobrecarregando aqueles serviços e não permitindo os cuidados de saúde atempados e adequados ).
O SNS foi uma grande conquista democrática do pós 25 de Abril e permitiu um enorme avanço nas condições de saúde das populações. Tal foi aplaudido e está documentado. Impedir a sua maior degradação e a sua asfixia às mãos de interesses pouco confessáveis ao serviço de privados interesses, é um dever ético e cívico de todos nós
As guerras, Jorge Bateira, são ganhas por quem tem armas e não por quem tem a moral de seu lado. E as pessoas percebem isto muito bem.
Se o Jorge Bateira quiser aplicar as ideias vagas a que chama o seu programa político e o País depois ficar sem divisas para comprar medicamentos, imagine como isto se compara com os dois casos que acaba de relatar.
Quer ser levado a sério? Então mostre o seu jogo e não se refugie no escândalo moral. Apresente, de uma vez por todas, um programa de Governo detalhado.
Na Venezuela, a população não beneficiava da imensa riqueza do País devido à corrupção reinante e resolveu eleger um populista que tinha tentado anos antes chegar ao poder por via de um golpe militar. Sucede que o modelo económico que ele implementou levou a que hoje esse País esteja absolutamente arruinado e a caminho do despotismo, mau grado as grandes reservas de petróleo existentes (e com o seu sucessor Maduro a vender dívida do País ao desbarato ao grande capital financeiro internacional, note-se).
O que não funciona não é moral, ponto final. Não vale pois a pena querer vir substituir o que existe por algo muito pior... Cite-me um só exemplo onde uma política de cariz inflacionista tenha redundado noutra coisa que não em miséria...
O socialismo-em-liberdade só existiu porque o Rockefeller quis que houvesse um tampão ocidental às ideias urss-comunistas... Hoje os PSs já não são necessários ao capitalismo, podem acabar. Vão estrebuchando até acabarem.
Portanto a malta de esquerda devia era dedicar-se a estudar o que fazer quando chegar (está quase) a gig-economy. :)
Caro comentador anónimo das 02:12,
Absurdo é a facilidade com que hoje em dia se propõe uma criança para uma intervenção cirúrgica que implica anestesia geral na minha opinião. Caso não saiba esta implica sempre riscos e deverá ser sempre muito bem ponderada a relação risco/beneficio para a criança.
Se fosse um filho meu faria tudo para que a intervenção fosse efetuada no consultório sem submeter a criança a anestesia, e provavelmente preferiria passar algum tempo a paracetamol na esperança de que a dor passasse (e não formasse abcesso) antes de pensar sequer em submeter a criança à anestesia.
Tendo em conta que se trata de um caso pessoal que o autor do post relatou peço desde já desculpa se tomar como deselegante o teor do meu comentário, mas fui incapaz de não responder ao comentário do anónimo das 2:12.
É inútil que Vitor tente dar o dito pelo não dito.
O que disse inicialmente Vitor foi isto:
"tendo em conta que é uma situação claramente não grave (dentição de leite, sem abcesso, sem repercussões para a saúde da criança) e ainda por cima com um custo muito elevado para o erário público, parece-me que um prazo de espera de 6 meses é algo de somenos"
O que vem agora dizer o mesmo Vitor, depois de ser confrontado com a sua marca inconfundível de fundamentalista de mercado, com a sua ignorância sobre o que é relevante em Medicina e com a sua insensibilidade à dor de uma criança?
Este verdadeiro "paleio" de escrita ao lado:
"Absurdo é a facilidade com que hoje em dia se propõe uma criança para uma intervenção cirúrgica que implica anestesia geral na minha opinião. Caso não saiba esta implica sempre riscos e deverá ser sempre muito bem ponderada a relação risco/beneficio para a criança. Se fosse um filho meu ...).
E nem uma reflexão, comentário ou assumpção sobre o que de facto dissera antes
Isto chama-se não assumir o que se disse, deturpando propositadamente os termos da equação em debate.
Onde já assistimos a isto?
Ou seja, parece que de facto tem razão quem aponta que Vitor não é outro senão joão Pimentel Ferreira.
As escolhas são sempre escolhas políticas. Se são cretinas ou não, isso cabe aos demais decidir.
Curioso é todavia verificar a confirmação que as escolhas tomadas por vários governos, nomeadamente pelo de Passos Coelho, são de facto cretinas. Embora não seja pelo facto de serem públicas e anunciadas publicamente até à náusea por uma comunicação social enfeudada, que não mereçam qualificativos bem mais apropriados ( e mais fortes ) do que "cretino".
Quanto ao atirar dinheiro para cima...também o trajecto do dinheiro tem muito que se lhe diga.
Há quem defenda que se atire dinheiro para cima dos offshores. Há quem defenda que o dinheiro se atire para os potentados que nos tiraram a soberania monetária. Ou que se atire para o bolso dos grandes grupos privados na saúde, como o confirmado por exemplo por 51% da despesa dos hospitais privados ser paga pelo Estado.
O que se pretende é que os assaltos continuem. Mesmo que sejam os próprios defensores de offshores que venham de quando em quando falar em assaltos.
A responsabilidade da cárie da neta do prezado autor, só pode ser acatada aos eurocratas de Bruxelas, visto que o Euro amarra o estado a uma série de compromissos, que sendo inexistentes, trariam a possibilidade para que a cárie não existisse. Podemos também acatar as responsabilidades da cárie a Pedro Passos Coelho, Paulo Portas e restantes pafistas, sem os quais, a menina teria os dentes sãos e alvos, e claro, à troika, esse covil de cobras que não deixam a menina dormir.
Não se compreende como é que a tralha neoliberal, de herr josé e cpa., mormente Jaime Santos e o seu espantalho da Venezuela, serviçais da parelha herr Schäuble & frau Merkel na defesa do uberalles alemão, qual neocolinialismo nacional-socialista, ainda têm a ousadia de comentar neste blogue, perante tamanha patologia da neta do autor. Haja decência!
E continua Jaime Santos na sua diatribe pafista, diz o Santos:
"Se o Jorge Bateira quiser aplicar as ideias vagas a que chama o seu programa político e o País depois ficar sem divisas para comprar medicamentos, imagine como isto se compara com os dois casos que acaba de relatar."
Desde quando o país precisa de euros para comprar medicamentos? Não haveria porventura medicamentos antes de 2002? Não tem Cuba dos melhores sistemas de saúde do mundo, onde as cáries são praticamente inexistentes?
A tralha pafista ordoliberal não tem limites na decência.
Pelas 20 e 04 e pelas 20 e 08 intervém um sujeito sob a condição de anonimato
Mas se consegue aparentemente esconder quem é ( já lá iremos) já não consegue ocultar uma outra coisa. O incómodo que surge entre os da sua tribo, quando a consequência dos actos da governação e das decisões políticas é traduzida na denúncia da vida quotidiana das pessoas. Algo que não se vê habitualmente na nossa comunicação social e que é sistematicamente escondido do comum dos mortais.
Vejamos. A questão não é a cárie dentária referida aí em cima e sobre a qual temos que ter a paciência de escutar variações sobre o tema dignos de qualquer versejador em busca de palco no youtube.
A questão que se denuncia é o caminho trilhado até aqui e as opções políticas que o motivaram. É a perda da nossa soberania monetária e o Estado estar refém dos especuladores financeiros. É o desvio dos nossos recursos e a opção por políticas que trituram quem vive do seu trabalho e que menos tem. É o obrigar "os de baixo" a pagar a factura da credibilidade que beneficia "os de cima" e o pôr em causa o SNS, asfixiado financeiramente para que haja transbordo, para o bolso dos privados, dos recursos do Estado.
Percebe-se o incómodo que tudo isto causa. De como Paulo Macedo, que falava na "má interpretação" e nos casos «infelizes», (varrendo para debaixo do tapete a porcaria resultante das suas orientações), tem dignos sucessores, como este anónimo aqui citado. Duma assentada este tenta esconder o que se denuncia ( é central a perda da nossa soberania monetária) e procura inocentar (da forma caricata como o faz) alguns dos maiores responsáveis por este estado de coisas.
Se a responsabilidade da cárie em si não cabe a passos e portas and so on, já a responsabilidade da degradação do SNS lhes assenta como uma luva. Não vale a pena macaqueios idiotas e ridículos. Nem o silêncio sobre a deterioração das condições sociais protagonizadas pelos mesmos que tenta abençoar
Traduz isto uma desistência por um debate sério ou vai-se mais longe e procura-se boicotar o que se discute?
O tom um pouco circense adoptado pelo versejador permite a cada um tirar as suas ilações.
Registe-se ainda aquela indiferença, já revelada antes, pela dor que afecta uma criança, O problema não é a cárie, o problema é a resposta que o SNS dá ao sofrimento sentido por alguém, que, ainda por cima, é uma criança.
Registe-se também como uma pequena ilha desperta de forma surpreendente tanto rancor. Os disparates acumulam-se mas é tão elucidativa esta forma caricata de tentar ser caricato. É como se Cuba fosse responsável pelos anos de chumbo vividos sob a troika e os troikistas, passos e companhia. Ou tivesse participado na hipoteca da nossa soberania ao directório europeu.
Registe-se ainda a forma displicente e pouco rigorosa como se lê o escrito por Jorge Bateira. Não se trata da neta do autor. O que é apresentado é um relato de um amigo.
Esta falta de um mínimo de rigor é também uma sua imagem de marca
"Cite-me um só exemplo onde uma política de cariz inflacionista tenha redundado noutra coisa que não em miséria..."
Os "trinta anos gloriosos" na Europa ocidental democratica do pos-guerra?
A China pos-Mao?
A Islandia pos-crise 2008?
Portugal no pos-25 de Abril ate Maastricht?
O "New Deal" dos EUA?
@Lowlander, o pantomineiro das "terras baixas", aka aónio ferreira pimentel, faz a apologia inflacionária para depauperar os salários e os rendimentos do povo. Refere-se a que níveis de inflação? 2% ou 20%? É que a Argentina, agora pediu apoio ao FMI. Recorde-se o pantomineiro das terras baixas, versejador de versos de trazer por casa, o encadeamento lógico: foi o estado soberano argentino a pedir o apoio, e não o FMI a impor o apoio. Mas isso em nada interessa à tralha ordoliberal.
Realmente a indiferença demonstrada por uma criança de 4 anos, por parte da tralha ordoliberal, não tem limites. O capitalismo sem limites incorre na alimentação desregrada, e a par com o consumismo desenfreado aumenta o consumo de chocolate e açúcares, provocando o aumento das cáries. Cabe ao estado proibir o chocolate, até porque o consumo de chocolate apenas incentiva os lucros da Cadbury, grande opressora dos povos africanos na produção em massa de cacau. Haja decência e respeito pelos menores!
Ahahah.
Que desespero este do joão pimentel ferreira. Desapareceu o vitor e surge o "anónimo" assim todo activo.
Em fase rebolucionária e a demonstrar que não está muito bom da cabeça. Engrena na Argentina não se sabe muito bem porquê ( parece uma espécie de hino de cócoras ao FMI? Ou aos neoliberais que governam a Argentina? ) E depois fala tontamente no chocolate e nas cáries...
Pois é, é pena mas quem parece ter cáries no cérebro é mesmo pimentel ferreira.
Que não vão lá com as indicações mansas do vitor nem com as frases de aldrabão de feira do mesmo vitor,agora convertido no rebolucionário anónimo, joão pimentel ferreira.
Pode-se agora voltar ao tema central do post, ou joão pimentel ferreira continua a querer esconder quão terrível foi a perda da soberania?
De facto, acentua-se a opinião plasmada no precedente comentário, de que a tralha pafista não percebe quão terrível foi a perda da soberania. As mortes nos hospitais, as crianças famélicas, os sem-abrigo, os salários que recuaram 50 anos, a falta de saneamento básico, o aumento das epidemias, a desintegração do SNS, ou seja, uma verdadeira tribulação! Cabe recuperar a soberania monetária, expulsar o eixo franco-alemão da economia, e voltarmos ao Novo Escudo, como incitado pelo professor Ferreira do Amaral. Não esquecer que o povo vivia muito melhor até 2002. Antes explorados pelos nossos, que bem tratados pelos alienígenas, como teria dito o camarada e patriota Samora Machel.
Fica claro também que Jaime Santos não é outro senão que aonio ferreira pimentel, em mais uma das suas aparições.
Ah, Jaime Santos parecia distraído num argumentário mal digerido e baralhado da "arte da guerra" de Sun Tzu, mas acabou no seu ponto preferido da discussão: apresente-se imediatamente o programa detalhado com anexos e notas de pé-de-página, e rápido, se não acaba-se já a conversa, ou quanto muito falamos da Venezuela.
Será que JS tem noção do ridículo na formatação e condicionantes que quer impor aos autores do LdB? Supõem-se que não dadas as limitações do seu pensamento.
Como se disse joão pimentel ferreira lá saberá a figura que está a fazer.Mas este desvario não augura nada de bom.
Posta três comentários de seguida:
19 e 36...19 e 40...21 e 55
A tentativa de minar o debate adequa-se ao seu perfil anterior. A desonestidade idem, idem, aspas,aspas. A incapacidade de argumentar era manifesta a cada dia que passava. O que é novo é a assumpção da desistência de o fazer.
Salva-se isso.Estamos poupados às suas diatribes, já que as idiotias em jeito de rosário nem merecem resposta...lolol
Quem estuda resistência dos materiais sabe do que falo
Podemos agora voltar ao que se debate? E as consequências que a perda da soberania acarreta ao nosso desenvolvimento económico?
O Cuco estuda resistência de materiais. Estamos todos esclarecidos das suas valências políticas.
S.T.
Às 18 e 12 joão ferreira pimentel volta a assinar o ponto. Com uma particularidade mais uma vez curiosa. Faz-se passar por S.T.
Pimentel e jose às voltas com o cuco. Jose nao está presente, não é honesto falar dele. Pimentel aonio eliphis vitor pimentel está e faz o que pode. Embora mantenha este registo impotente. E, com o pedido de desculpas ao autor do post, com este perfil de aldrabão de feira.
Este é o espectáculo dado por um "social-liberal" como ele próprio se designa, com falta de coluna vertebral e com a coragem duma ave de aviário.
Não é um espectáculo agradável este, oferecido por joão pimentel ferreira. De como foge ao que se debate e de como deixa por aqui o sentir profundo destas "coisas" face ao sofrimento humano e à indignidade que a maior parte dos seres humanos estão sujeitos
De facto não me lembro de ter criado um franchising da minha "assinatura" S.T.
O impostor tem-se esmerado em publicar comentários contraditórios e incoerentes numa tentativa óbvia de desvalorizar a "marca" S.T..
É um excelente sinal que os nossos comentários fazem mossa a uns e são apreciados por outros.
Pelo que vamos ter que tomar medidas para preservar a verdade e aquilo que é bom e útil para a qualidade da informação veiculada e para a higiene das cabeças dos leitores.
S.T.
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