terça-feira, 9 de abril de 2013

É tão bom ser «bom aluno», não foi?

«O chumbo pelo Tribunal Constitucional (TC) de várias normas do Orçamento de Estado (OE) de 2013 levou a zona euro a suspender todas as decisões relativas ao programa de assistência financeira a Portugal, incluindo o prolongamento dos prazos de reembolso dos empréstimos europeus e o desembolso da próxima parcela da ajuda. (...) Perante a incerteza provocada por esta situação, que compromete as metas para a redução do défice orçamental assumidas pelo Governo em troca da ajuda externa, a troika de credores internacionais (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) vai regressar a Lisboa na próxima semana.» (Público, 8 de Abril de 2013).

Que estranho. Ainda há dois dias me pareceu que o primeiro-ministro, na sua comunicação ao país, tinha afiançado uma vez mais a pés juntos - como já tantas vezes fez também o ministro das finanças - que «ao longo do último ano fomos lentamente recuperando a credibilidade perdida», que «fomos capazes de regularmente apresentar trabalhar feito», e «de consistentemente cumprir o que estava acordado com os nossos parceiros externos». E que tudo isso teria permitido, qual cereja em cima do bolo, que fossemos sendo reconhecidos por uma «conduta confiável e clarividente».

Que se passa? Como é que tanta credibilidade se evapora num instante? Por causa de um buraco, aberto pelo próprio governo, que é três vezes menor que o resultante da empenhada receita que conduziu a tanto êxito?
Andaremos a confiar nos amigos errados? Ou será que tamanha credibilidade é apenas uma máscara que já não esconde o verdadeiro rosto do fracasso? Ou serão igualmente válidas estas duas hipóteses?

2 comentários:

Corvo Negro disse...

Aplauso, e prolongado.
Excelente

Anónimo disse...

Eles até roubam bicicletas aos ladrões de bicicletas. Já nos chegava que eles respeitassem um código de ladrões. :-)
A escola em que são bons alunos é um lugar estranho que faz deles estrangeiros malvistos, malquistos e malvados no seu país pelo povo que os pariu... temos de reconhecer que alguém por cá os pariu os criou os educou para serem cucos

:-)