domingo, 16 de setembro de 2012
Dias iniciais?
Segundo a polícia, participaram vinte mil pessoas na manifestação em Coimbra. Centenas de milhares – oitocentas mil, um milhão? – por esse país fora. Nunca tinha visto tanta gente junta na minha cidade a fazer política. Estas coisas marcam. Acabou-se a narrativa de um país resignado, exemplar na aceitação do destino regressivo definido por elites medíocres e orgulhosas de um Portugal dos pequenitos. Agora resta um governo cada vez mais isolado e a quem só a troika vai valendo. Ontem ganhou força um “contramovimento” de protecção da sociedade, das capacidades individuais e colectivas, com uma maturidade democrática revelada também no realismo dos testemunhos que a comunicação social foi ecoando, na força das razões apresentadas para estar ali e em mais lado nenhum. O contraste com as utopias liberais que escondem sempre as pilhagens reais foi flagrante. Dois mundos. Um movimento com continuidade a 21 de Setembro, para evitar que Cavaco comece a cozinhar uma “evolução na continuidade” governativa, a 29 de Setembro, graças à CGTP, e a 5 de Outubro, com um congresso democrático que aposta nas alternativas. É todo um movimento que terá de levar à queda de Passos, Gaspar e companhia, a novas eleições e à denúncia do memorando por um governo alinhado com os interesses que ontem contaram. Optimismo da vontade.
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5 comentários:
Ponto nº 1: O DIREITO AO VETO DE QUEM PAGA
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Votar sim!
… mas…
Votar não é passar um cheque em branco!!!
Leia-se, O CONTRIBUINTE TEM DE DEFENDER-SE: o cidadão não pode ficar à mercê de pessoal que vende empresas estratégicas para a soberania – e que dão lucro (!?!?!) -, e que nacionaliza negócios “madoffianos” (aonde foram ‘desviados’ milhões e milhões); ex: BPN.
-> Democracia verdadeira, já! -> leia-se, DIREITO AO VETO de quem paga (vulgo contribuinte).
[veja-se o blog «fim-da-cidadania-infantil»]
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Ponto nº 2: EM VEZ DE PROPOSTAS DE AUMENTOS... PROPOSTAS DE ORÇAMENTOS
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Explicando melhor, quem apresentar propostas que mexam (aumento da despesa) no orçamento de Estado... terá que avaliar os custos das mesmas... e terá de dizer quem é que as irá pagar: aumento do deficit... ou cortes em determinadas áreas (nota: terão que dizer quais!)... ou mais impostos.
Leia-se:
- sociedade não pode fazer cedências ao Terrorismo_CGTP -> face a uma entidade pagadora em deficit (leia-se Estado), o Terrorista_CGTP apresentava propostas de aumentos - e não - propostas de orçamentos... leia-se, queria mais dinheiro não importa vindo de onde... leia-se, jubilava quando os aumentos vinham... e... varria para debaixo do tapete o facto da entidade pagadora ter necessidade de pedir dinheiro emprestado a (perigosos) especuladores, e necessidade de vender activos...
Como é que novas eleições, em 2015 e muito mais se antes, vão levar "à denúncia do memorando por um governo alinhado com os interesses que ontem contaram"?
Não é o sonho grego, à Syriza, em que parece que o BE está a embarcar?
Para combater a campanha de MEDO, proponho que inundemos a caixa postal de bandas portuguesas mainstream para se associarem ao 21 de Setembro. Até avanço três ideias: os Xutos a tocar "à minha maneira";os Klepht a tocar "Faço tudo de novo" , e os Delfins a tocar "Através da multidão" . Aliás, essa última até tem , pelo seu perfil "feelgood" e "kumbaya" potencial para ser o hino não oficial da Revolução Portuguesa,inspirada na Revolução Islandesa, mas adaptada à Cultura Portuguesa , com o mínimo de parlapatice, usando linguagem de senso comum.Entre cada cantiga "para animar a malta", famos fazer um upgrade da nossa mensagem: "Não queremos uma Democracia Bissexta!Queremos Democracia todoa os dias!" "O Povo é o Patrão do Governo,e está a instituir a avaliação contínua!" Amigos! A Democracia só morre se as pessoas de Bem nada fizerem!Podemos permitir que os partidos se "posicionem" e "associem", mas nunca mais ninguém falará pela nossa boca, nem vamos permitir "interpretações" do que o Povo disse . CALEM-SE! O SOBERANO , o POVO PORTUGUÊS ESTÁ A FALAR!
(ainda sobre cozinhados e a democracia por um canudo)
Se o funcionamento da democracia fosse auditado por uma instituição independente, o que se passa em Portugal cairia certamente na categoria de “lixo”. O vínculo do povo que elegeu este governo expirou a partir do momento em que o “clausulado do contrato” foi significativamente quebrado. É por essa razão que uma larga maioria fala hoje em mentira e fraude.
As manifestações de sábado são um bom indício para o Presidente da República: este governo não tem mais credibilidade para governar. Lembremo-nos que, por muuuuuito menos, Jorge Sampaio dissolveu a Assembleia e convocou eleições antecipadas. Cabe-nos a nós cidadãos, cujo espectro se vai alargando, continuar a mostrar que este governo tem que ir embora (por muito que algumas “viúvas” obviamente não o queiram).
Além de questões internas (rendas das PPP, a obscuridade sem-fim do BPN, etc. etc.) temos problemas por “tratar” com o exterior: Troika e dívida.
Quem for governo, deve respeitar compromissos com o eleitorado. Se não, que se feche de vez o circo!
Caro João,
Um mero acrescento que me parece essencial: não é o optimismo da vontade, mas sim o imperativo da dignidade e da razão. Kant e não Hegel ou a lição que a esquerda que o momento impõe insiste em não perceber.
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