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Sandro Mendonça, em «Disparar à vontade»
«Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar, e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. (...) Com um terço da população exterminada, um terço anestesiado e um terço comprado, o país pode voltar a ser estável e viável. (...) Não vou ficar em Massamá a vida toda. O Ângelo diz que, se continuarmos a portar-nos bem, um dia nós também vamos poder pertencer à élite.»
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José Vítor Malheiros, em «O sonho de Pedro Passos Coelho»
«É o nosso silêncio que permite esta política. O primeiro-ministro apresenta-nos nos fóruns internacionais como gente mansa que aceita com um sorriso nos lábios toda a austeridade a que nos obrigam. Transformámo-nos nas cobaias das políticas neoliberais. Garantem-nos que não há alternativa. É o momento de remediarmos o erro e dizermos: tudo é alternativa a esta política ditada pela troika, porque este rumo apenas conduz ao desastre. Como escrevia um dramaturgo e poeta alemão de que Merkel não deve gostar: “Depois de falarem os dominantes/ Falarão os dominados/ Quem, pois, ousa dizer: nunca/ De quem depende que a opressão prossiga? De nós/ De quem depende que ela acabe? Também de nós/ O que é esmagado que se levante!/ O que está perdido, lute!”»
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Nuno Ramos de Almeida, em «Cale-se, senhor primeiro-ministro»
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