quinta-feira, 28 de junho de 2012

Um manifesto do bom senso

"Como resultado de suas ideias erradas, muitos políticos ocidentais estão a infligir sofrimento em massa aos seus povos. Mas as ideias que eles defendem sobre como lidar com as recessões foram rejeitados por quase todos os economistas depois dos desastres de 1930. É trágico que nos últimos anos, as velhas ideias, mais uma vez, se tenham enraizado."

Paul Krugman and Richard Layard, A manifesto for economic sense

3 comentários:

Mário Estevam disse...

As pérolas de Ulrich num "seminário cristão" em Faro...

«A taxa de desemprego vai continuar a crescer e com algum significado, previu o banqueiro, que rejeitou o recurso ao aumento da despesa privada: Não penso que, nesta fase, a forma mais saudável de fazer a economia crescer seja aumentar o consumo.

Na palestra dedicada ao tema ‘Portugal: Realidade e Esperança’, realizada no Seminário de Faro, o conferencista afirmou que o país está a caminhar rapidamente para ser mais rigoroso, sensato e muito mais consciente dos riscos.

Ulrich defendeu que o Estado tenderá a ser mais pequeno, mais eficiente, menos interventivo” e a ter um papel mais inteligente como regulador, fiscalizador e supervisor da banca.

O Estado vai ter de concentrar as suas capacidades de intervenção, cada vez mais, e se calhar um dia exclusivamente, na proteção da defesa dos mais necessitados, salientou o responsável.

Depois de afirmar que o modelo económico seguido nos últimos 12 anos estava “profundamente errado”, Fernando Ulrich observou que há setores de atividade e segmentos da população que têm margem de manobra para mais medidas de austeridade.


http://www.sulinformacao.pt/2012/06/lider-do-bpi-diz-que-empresarios-cristaos-devem-ser-%C2%ABcompetentes%C2%BB/

Diogo disse...

A questão a colocar será saber a soldo de quem estão os «políticos ocidentais». Relembremos os desastres de 1930:

Por Sheldon Emry:

Em 1930 os Estados Unidos não tinham falta de capacidade industrial, propriedades rurais férteis, trabalhadores experientes e determinados e famílias laboriosas. Tinham um amplo e eficiente sistema de transportes ferroviários, redes de estradas, e canais e rotas marítimas. As comunicações entre regiões e localidades eram as melhores do mundo, utilizando telefone, teletipo, rádio e um sistema de correios governamental perfeitamente operacional.

Nenhuma guerra destruiu as cidades do interior, nenhuma epidemia dizimou, nem nenhuma fome se aproximou do campo. Só faltava uma coisa aos Estados Unidos da América em 1930: Uma adequada disponibilidade de moeda para negociar e para o comércio.

No princípio dos anos 30 do século XX, os banqueiros, a única fonte de dinheiro novo e crédito, recusaram deliberadamente empréstimos às indústrias, às lojas e às propriedades rurais. Contudo, eram exigidos os pagamentos dos empréstimos existentes, e o dinheiro desapareceu rapidamente de circulação. As mercadorias estavam disponíveis para serem transaccionadas, os empregos à espera para serem criados, mas a falta de dinheiro paralisou a nação.

Com este simples estratagema a América foi colocada em "depressão" e os banqueiros apropriaram-se de centenas e centenas de propriedades rurais, casas e propriedades comerciais. Foi dito às pessoas, "os tempos estão difíceis" e "o dinheiro é pouco". Não compreendendo o sistema, as pessoas foram cruelmente roubadas dos seus ganhos, das suas poupanças e das suas propriedades.

A Segunda Guerra Mundial acabou com a "Depressão". Os mesmos banqueiros que no início dos anos trinta não faziam empréstimos em tempos de paz para a compra de casas, comida e roupas, de repente tinham biliões ilimitados para emprestar para aquartelamentos militares, rações de combate e uniformes.

Uma nação que em 1934 não conseguia produzir alimentos para venda, repentinamente podia produzir milhões de bombas para enviar para a Alemanha e para o Japão.

Com o súbito aumento da quantidade de dinheiro, as pessoas eram contratadas, as propriedades rurais vendiam os seus produtos, as fábricas começaram a funcionar em dois turnos, as minas foram reabertas, e "A Grande Depressão" acabou!

Alguns políticos foram considerados culpados pela depressão e outros ficaram com os méritos por ter acabado com ela. A verdade é que a falta de dinheiro causada pelos bancos trouxe a depressão, e a quantidade adequada de dinheiro acabou com ela. Nunca foi dito às pessoas a simples verdade de que os banqueiros que controlam o nosso dinheiro e crédito usaram esse controlo para saquear a América e colocá-los a todos na escravidão.

Anónimo disse...

Do Ulrich não se podia esperar outra coisa senão aquilo que disse no tal seminário.
Afinal de contas não é ele um dos pilares dos neoliberais cá do burgo.?
Na verdade o que ele quer é que voltemos ao laissez faire laissez passer.