“Se nada fizermos para corrigir o curso das coisas, dentro de alguns anos se dirá que a sociedade portuguesa viveu, entre o final do século XX e começo do século XXI, um luminoso mas breve interregno democrático. Durou menos de 40 anos, entre 1974 e 2010. Nos 48 anos que precederam a revolução de 25 de abril de 1974, viveu sob uma ditadura civil nacionalista, personalizada na figura de Oliveira Salazar. A partir de 2010, entrou num outro período de ditadura civil, desta vez internacionalista e despersonalizada, conduzida por uma entidade abstrata chamada ‘mercados’."
O resto da crónica de Boaventura de Sousa Santos pode ser lido na Visão. A não perder.
domingo, 24 de outubro de 2010
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6 comentários:
Isso daria a entender que pelo meio fomos livres. Custa-me a crer que os poderes financeiros deste país e mundo deixariam a governação de Portugal à escolha do povo com a realização de eleições a cada 4 anos, como se costuma dizer Democracia são dois lobos e uma ovelha a decidir o que é para o jantar.
Houve um período de transição de império após a segunda guerra mundial e para nós, após o ilusionismo do 25 de Abril, pode parecer como liberdade mas ela nunca existiu.
Vivemos tempos interessantes, tempos de mudança global e ao ponto a que a ganancia nos espera nada de bom pode sair disto. Se nada se aprender com a historia ela se repetirá, teremos guerra(s), fome, pobreza, etc.
Agora que os vemos a apertar o cerco vem o tempo das pessoas reagirem e enquanto protestos e palavras não magoam é nas acções diárias que a solução reside, se realmente somos controlados pelos interesses financeiros deste mundo é aí que temos de mudar, boicotando empresas que utilizam trabalho escravo em países Asiáticos ou do "terceiro mundo", empresas que nos vendem produtos nocivos à nossa saúde (Farmacêuticas, OGMs, etc). Mais importante que tudo boicotar os bancos tirando o nosso dinheiro.
Vamos não ser hipócritas com uma possível perda de liberdade para a união europeia ou outros, nunca a tivemos.
Abraço.
Vamos a vêr se os Ladrões não tiveram razão antes do tempo quando previram a falência do projecto Europeu nos moldes actuais,dadas as condições da crise financeira...Já agora,recomendo aos leitores do blog a compra dum livro baseado nos "animal spirits"de que falava Keynes,interessante para quem quer compreender melhor a Ciência Económica.É uma ideia que ficou esquecida,o livro chama-se "Espírito animal"e trata "de que forma a psicologia humana lidera a economia e qual a sua importâcia para o capitalismo global",de George A.Akerlof e Robert J.Shiller da editora Smartbook
entre o final do século XX e começo do século XXI, um luminoso mas breve interregno democrático?
onde?
vivemos numa ditamole partidária
quem pertencia às elites partidárias florescia
quem não pertencia estoliava
chamar democracia ao pós 1976
vivemos numa democracia anárquica durante 2 anos
depois institucionalizou-se a ditamole
e a subsidiodependência do exterior
enfim
cada um manterá as suas ilusões
Duas ou três notas soltas.
1. Se os dados resumidos são interessantes, a conclusão e as vias de saída propostas são pouco mais do que votos piedosos.
2. O que é o "projecto alternativo" de Manuel Alegre?
3. Não há uma palavra sobre a democratização da economia e da esfera do trabalho. As correcções propostas limitam-se e muito vagamente ao domínio da redistribuição.
4. O famigerado pseudo-conceito de "fascismo social" é demagógico e mistificador. São, com efeito, as liberdades políticas e os direitos cívicos que o governo crescente da economia estabelecida põe em causa.
5. A sedução do João Rodrigues - que já temos lido muito mais inspirado - por este discurso deve ser um efeito do seu inexplicável apego à noção irresponsável e democraticamente suspeita de "Estado estratego". Como se a estratégia democrática não pudesse resultar só da vontade deliberada dos cidadãos e da extensão dos seus (contra)poderes políticos assentes na participação igualitária.
6. O "fascismo social" deixa na sombra e recalca a necessidade de publicização/politização democrática da direcção da economia, bem como a da superação da actual divisão do trabalho político.
7. O professor doutor de Coimbra Boaventura e o poeta doutor também coimbrão estão bem um para o outro. O que é lamentável é que espíritos sob outros aspectos tão lúcidos como o João Rodrigues se deixem arrastar e ser usados por campanhas e magistérios eclesiásticos que tão pouco têm a ver com o desenvolvimento da cidadania activa e participação democrática.
Saudações republicanas
msp
“Se nada fizermos para corrigir o curso das coisas..."
Será melhor começar a discutir o que fazer!
Pode ser?
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