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Esta visão benigna da bancarrota nacional, como uma opção política do então ministro da Fazenda Oliveira Martins, é lembrada pelo historiador da economia portuguesa Pedro Lains, professor do Instituto de Ciências Sociais de Lisboa. E até seria algo bastante actual.
‘Na Irlanda, chegou-se a falar do reescalonamento da dívida’, adianta, e, 'eventualmente, isso seria mais justo’. Porquê? Porque a sua causa foi a deficiente gestão bancária do 'excesso de liquidez com que as economias foram inundadas’. Provocaram enormes movimentações de capitais, maus investimentos. ‘Os Estados vieram socorrer os bancos e agora são os Estados que precisam de ser socorridos’, conclui Pedro Lains.
A bancarrota poderia ser uma solução? Se calhar, não. É um debate a fazer, mas o que aí vem parece saído dos compêndios de História. Recue-se a esses tempos.”
Um trabalho de história económica do jornalista João Ramos de Almeida a não perder. No entanto, acho a expressão “bancarrota” demasiado dramática para um processo que só ocorrerá eventualmente porque a forma como o euro está configurado torna-o, em certa medida, o equivalente actual da aberração que foi o padrão-ouro, de que as economias há muito se libertaram.
Uma área com soberania monetária não tem estes problemas: a moeda é uma criação política para financiar os Estados. Enfim, já defendi no i, inspirado neste relatório, que as periferias têm de começar a pensar num processo organizado de reestruturação da dívida, antes que os credores desfaçam de uma vez as suas economias com as políticas de deflação dos PEC...
1 comentário:
Consideramos não pagar a dívida e depois chamamos especuladores àqueles que nos pedem juros altos para nos emprestar dinheiro?
Assim só provamos que eles têm razão em aumentar os juros que pedem.
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