Portugal é o maior consumidor de antidepressivos da União. Será que, como parece indicar alguma investigação internacional sobre os determinantes sociais da saúde, isto pode ter alguma relação com o impacto da crise socioeconómica permanente num país tão abismalmente desigual, num país com tão cavadas divisões de classe, num país com estruturas tão propensas à geração de sofrimento social, por exemplo, na esfera laboral, que se crava nos corpos e nas mentes dos indivíduos e se calhar até mais nos que ocupam posições subalternas? Um sistema que gera sofrimento no trabalho, um país com horários intermináveis e más condições de trabalho para muitos, relações laborais autoritárias e muita insegurança laboral; fora do trabalho nem se fala: o desemprego corrói a auto-estima.
Estes custos sociais do capitalismo medíocre estão estudados? Há alguma tradição de investigação que se debruce sobre o contributo da estrutura socioeconómica para os problemas de saúde mental em Portugal? Sabemos que somos dos países onde as pessoas se sentem mais infelizes e menos confiam umas nas outras, uma armadilha social típica de sociedades desiguais. Isto está tudo ligado? É tudo infinitamente mais complicado, tão complicado que é impossível identificar padrões e mecanismos com alguma segurança? Alguns psiquiatras têm aflorado estas questões nos jornais, mas de forma muito impressionista.
Estes custos sociais do capitalismo medíocre estão estudados? Há alguma tradição de investigação que se debruce sobre o contributo da estrutura socioeconómica para os problemas de saúde mental em Portugal? Sabemos que somos dos países onde as pessoas se sentem mais infelizes e menos confiam umas nas outras, uma armadilha social típica de sociedades desiguais. Isto está tudo ligado? É tudo infinitamente mais complicado, tão complicado que é impossível identificar padrões e mecanismos com alguma segurança? Alguns psiquiatras têm aflorado estas questões nos jornais, mas de forma muito impressionista.
3 comentários:
eu diria que somos um país de drogados
benzodiazepinas
barbituratos
para dormir para viver dormindo
e para dormir vivendo
analgésicos para tirar dores de treta
pedra no rim pacotes de 60 comprimidos
infelizmente atacam o estômago
omeprazol
doi-me a cabeça oferecem-me um comprimidozito
as malinhas das senhoras do ADSE
têm sempre um cocktail
vai-se à caixa com dores nas cruzes
dois pacotes de analgésicos
tratam-se e abafam-se as dores
não as causas das dores
depois a dor necessita de ser crónicamente apagada
muito muito
e quanto mais velhos
verdadeiras farmácias acumulam
e os HOSPOR's estão cheios ADSE
ADME GNR PSP tipos das empresas camarárias com cartão pago
o menino tem febre vai-se ao Hospor para receitar aspirina
são só 3,99euros
mais barato que no público
Isto pode ser um exemplo clássico para distinguir correlação de causalidade. A explicação pode muito bem ser outra, pode por exemplo ter a ver com as tradições da prática clinica, não ?
...quer dizer que, quem tenha dinheiro para pagar psiquiatra=depressivo/feliz...quem não...está f....perdoem-me o subentendido.
Cumprimentos e parabéns pelo vosso blogue.
Francisco Torres
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