domingo, 17 de outubro de 2010

Diagnóstico e alternativas

“O Governo põe todas as suas fichas num contínuo aumento das exportações em detrimento da procura interna. Infelizmente, não é o único. Muitos dos nossos principais parceiros comerciais estão a fazer a mesma aposta, na esperança que a Alemanha compre tudo a todos. E quando a realidade se impuser, não faltarão desculpas, totalmente exteriores à actuação do Governo. A razão para esta estratégia é simples: o Governo não pode reconhecer agora que vai lançar o país na recessão conscientemente. A principal consequência de um processo recessivo é um aumento do desemprego e uma ainda maior compressão dos rendimentos do trabalho. O Governo, aliás, apressou-se a dar o mote fazendo dos funcionários públicos exemplo para uma política generalizada de redução dos salários
(...)
Uma política que vai buscar recursos para as políticas económicas e sociais necessárias onde esses recursos existem: (1) Eliminação selectiva e redução do tecto para a utilização de Benefícios fiscais em sede de IRC; (2) Extinção do off-shore da Madeira e tributação de todas as transferências para Regimes fiscalmente privilegiados; (3) Tributação de todas as mais-valias, nomeadamente a sua extensão às obtidas por investidores institucionais; (4) Tributação efectiva de 25% sobre a banca; (5) Tributação excepcional do consumo de bens de luxo.

Só com justiça fiscal será possível prosseguir políticas de redinamização da economia que combatam o desemprego e promovam o ajustamento orçamental através do crescimento, do aumento da receita fiscal e da redução das carências sociais. O investimento público criador de emprego e a protecção do poder de compra das famílias são escolhas fundamentais e só quem vive do seu trabalho as poderá impor."

3 comentários:

rui fonseca disse...

"(1) Eliminação selectiva e redução ... .... ... excepcional do consumo de bens de luxo."

Não chegaria nem para as primeiras encomendas.

Também me parece que os cortes e os impostos poderiam ser outros. Mas os que refere são claramente "peanuts" para o buracão em que nos enfiaram.

Sou inteiramente conta os offshores
mas não quero ser ingénuo a ponto de pensar que se tributasse o da Madeira as massas não iriam no dia seguinte para outro lado.

A questão dos offshores ou tem uma solução coordenada a nível das maiores economias ou não tem.

Precisamos de um novo modelo de convivência económica mundial. Qual?
Ainda ninguém sabe. A esquerda comunista ou aparentada limita-se a sugerir remendos num tecido que por natureza rejeita.

O problema mais complexo do país é económico, é a dualidade que compreende uma parte muito significativa do tecido económico com uma competitividade que não se aguenta, com euro ou sem euro, com os níveis salariais da China e etc.

Deveríamos sustentar o consumo interno como? Continuando a aumentar a dívida? E quem nos emprestaria a massa?
Saindo do euro e voltando à moeda macaca?

tempus fugit à pressa disse...

e quem vive do seu trabalho
não trabalhando associado ao estado

menos de 50% da população

evitar a drenagem maciça de capitais
e promover a volta daqueles que o enterraram DA Nova Zelândia às caraíbas e europa central

os bancos como motor da economia


porque o estado como motor fora de bordo não funciona desde o rei-sol

tempus fugit à pressa disse...

este tal da moeda que nem ao centenário chegou....

desvalorizações de 25% à Cavaco
ganham-se 60 contos
mas uma televisão aumenta dos 8 contos para os 10 contos num dia??

ou juros de 19% à soares
com os créditos a 30%
e uma inflação galopante

vão roubar bicicletas prá holanda