«Os 28 falam do plano de investimentos do governo como se Portugal só tivesse um problema de contas públicas e endividamento externo. Tudo o resto - os baixíssimos níveis de investimento público, o desemprego, o output gap, a aparente falta de vontade dos privados em investir - é desvalorizado ou marginalizado, como se fossem problemas sem qualquer relação com o investimento público» (João Galamba).
«A subida [da dívida pública] ocorre após o início da crise internacional, e ocorreria sempre, com qualquer governo: são os tais estabilizadores automáticos. A quebra na produção, falências e desemprego geram menor colecta fiscal e aumentam as transferências sociais. O défice tinha que se agravar e com isso a dívida pública tinha que crescer. Isto, sem entrar em conta com qualquer política pró activa de combate à crise de tipo keynesiano. Obviamente que o combate à crise agrava o endividamento a curto prazo. A alternativa é simplesmente esperar que as coisas se componham por si. Com risco de deflação as dinâmicas económicas são em sentido descendente e não de autocorrecção. Por isso, eu defendo que a única forma de o défice reduzir (sem motim social!) será procurando acelerar a saída da crise. E isso exige além dos estabilizadores automáticos, medidas de políticas pró-activas: designadamente os tais estímulos que eu leio como investimento público» (Carlos Santos).
«Pensando bem, a única pessoa que destoa no quadro geral é Silva Lopes, o qual assim contribuiu para emprestar ao manifesto da nova brigada do reumático uma aparência de seriedade que, de outra forma, nunca teria conseguido. Sem ele, o manifesto não teria metade do impacto que teve. Lendo as declarações que fez aos media nos últimos dias a propósito do tema, muito pouco sintonizadas com o que se lê no documento, ainda mais estranho me parece que ele tenha subscrito algo que, pelo menos no espírito, tão manifestamente contraria o que tem defendido a vida toda» (João Pinto e Castro).
segunda-feira, 22 de junho de 2009
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2 comentários:
João Rodrigues,
percebo o seu argumento keynesiano, de que o investimeto público acelará a economia, logo é a favor do TGV e Aeroporto.
Mas perguntio-lhe se uma politica de esquerda não deveria estar contra estes projectos?
No sentido em que há falta de dinheiro para outras coisas, tais como educação, saude, segurança social?
Tiago
Sobre o "manifesto dos 28", já me pronunciei; bem como em relação à falta de qualidade e competência demonstrada por quase todos ELES nas últimas 3/4 décadas, (grandes responsaveis pelo estado actual) no semanário Expresso, sem qualquer contestação ou crítica.
Não vou aqui abordar as vossas "obsessões" sobre o liberalismo (de Keynes)ou sobre o neoliberalismo (de Hayek).
O Estado tem um papel regulatório na economia e foi precisamente por se ter demitido dele; por falta de meios, negligência, incompetência ou corrupção que ocorreu esta CRISE.
Sou neoliberal e anti-Keynes (no papel do Estado no Mercado), por isso concordo que nesta CRISE o papel do Estado será fundamental. (vendendo a sua participação no futuro) Muitas reformas-profundas (e não trocos) terão que ser feitas. Compete ao Estado selecionar os melhores Investimentos e seguramente em termos futuros o TGV Lisboa/Madrid (diria antes Sines/Alcochete/Badajoz)e o aeroporto de Alcochete constituiriam não só um "motor" de arranque da nossa economia como seriam investimentos rentáveis (desactivem o Aeroporto de Lisboa e vendam toda aquela área). Reparem se criarmos uma plataforma Beja/Sines/Alcochete, teremos um Porto de águas profundas,(o primeiro contacto com a Europa), 2 Aeroportos (1 cargueiro e outro misto) e um TGV (de passageiros, de mercadorias ou até misto). Este HUB, abastecerá toda a EUROPA de forma mais rápida e mais barata. A outra componente de carácter imediato é o CONSUMO ( e sobre este tema já publiquei o meu ponto de vista e fiz um apelo ao PERDÃO DA DÍVIDA, (não total) explicando como se introduz liquidez, sem despesa e reactivando o Mercado).
Voltarei, para falar da BANCA...
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