«Por que motivo num mundo em que o sistema jurídico (assim como qualquer sistema de monitorização) é inevitavelmente imperfeito os seres humanos não se agridem sempre que têm oportunidade para o fazer impunemente? Por que motivo contribuem para esforços colectivos quando podem limitar-se a parecer fazê-lo? Por que motivo estão dispostos a punir infractores mesmo à custa de perdas pessoais? Por que entram em transacções com contratos incompletamente especificados e insuficientemente garantidos? Por que se envolvem na resolução de problemas comunitários? Como seria uma sociedade em que as teorias de decisão neoclássicas [baseadas no egoísmo racional] se tornassem verdadeiras?» (José Castro Caldas).
Acho que estas questões são cruciais. Foram levantadas por um dos poucos economistas em Portugal a recuperar e actualizar o muito que os clássicos da economia (Smith e Mill, por exemplo) nos podem ensinar sobre os sentimentos morais que são necessários para podermos viver juntos numa sociedade decente.
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4 comentários:
Boa noite
Acabei de me mudar e estou aqui mesmo ao lado
A minha morada é http://ochiado.blogspot.com/
E estou ao dispor.
Este post está porreiro.
Mas continuo a achar que o egoismo liberal não tem a conotação negativa que aqui insistem em dar. O altruismo faz parte das preferências do indivíduo. A cultura e a sociedade moldam (mais ou menos) o indivíduo de forma a que se preocupe e se realize com os outros. Os agente maximizam a sua "função de utilidade" e isso passa na maioria dos casos por fazer algo pelo outro ou pela comunidade.
Ou está mesmo convencido que os neo-liberais são monstros que se arrastam deglutindo tudo o que conseguem?
Tarzan,
o egoismo, no liberalismo, é a única força moral, como já foi escrito por liberais convictos nestas caixas de comentários.
Por muito bem intencionados que sejam alguns neo-liberais, e acredito que seja o seu caso, a verdade é que esta ideologia tem servido para legitimar monstros que se arrastam deglutindo tudo à sua passagem.
"Mas esses não são verdadeiros liberais" dirá um liberal bem intencionado. Mas aí caímos na falácia do verdadeiro escocês...
Não me arrogo de ser (quanto mais definir!) um "verdadeiro liberal". Não sei o que é isso. É ortodoxia a mais para mim ;-)
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