Dezoito mil norte-americanos morrem anualmente simplesmente porque não têm seguro de saúde. Dezenas de milhões estão excluídos do acesso a cuidados regulares. Os indicadores globais de saúde pública estão ao nível de muitos países em vias de desenvolvimento. Nas comunidades mais pobres estes indicadores são muitas vezes inferiores aos dos países do terceiro mundo. É o país que mais gasta em saúde (em percentagem do PIB). É dos países onde é maior a fatia dos recursos que é gasta a suportar os pesados custos administrativos de gerir um sistema privado burocrático, complexo, caótico e conflictual. É a demonstração de que a fé ilimitada no mercado só gera sofrimento evitável, desigualdades e desperdício de recursos.
Este artigo do The Guardian mostra como o «novo trabalhismo» britânico foi capturado pela ideia perniciosa de que o sistema de saúde precisa de gestão privada e de mecanismos mercantis (vejam os trabalhos críticos de Allyson Pollock que desmonta esta ideia feita). E como acontece sempre que nos afastamos do sistema de provisão pública, os custos de transacção não cessam de aumentar. Isto diz-nos respeito porque o neoliberalismo gradual do governo é totalmente importado das terras de sua majestade. Na saúde diria que se aplica a tese de Mises, mas ao contrário: cada passo que nos afasta de um sistema socialista de saúde afasta-nos de uma gestão racional dos recursos que devem estar disponíveis para todos. Mais uma vez: não há combate mais importante do que impedir que mais passos destes sejam dados. E desejavelmente revertê-los.
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