terça-feira, 2 de outubro de 2007

Mexer no lodo

Enquanto os «cheerleaders» dos mercados financeiros (também conhecidos como «imprensa económica») criticavam Carlos Tavares pelos avisos feitos à navegação e garantiam que o sector financeiro nacional não se tinha metido nessa barafunda que é o crédito imobiliário de alto-risco norte-americano, ficamos hoje a saber que a realidade é bastante diferente. O BPI, elogiado pela prudência manifestada pela liquidação de um dos seus fundos, tinha investido boa parte desse mesmo fundo em obrigações de um dos bancos mais afectados pela actual crise, o «Countrywide». Diz o Diário Económico que o BPI acabou por antecipar uma eventual falência do fundo.


Vamos continuar a afirmar que o problema não é nosso, ou preferimos decretar todas as semanas o fim da crise (aquela que anteriormente andámos a negar)?

4 comentários:

Diogo disse...

Você é tão tenrinho, meu caro Nuno.

NC disse...

Quando as coisas correm mal há sempre um iluminado da nossa equipa que já tinha antecipado e avisado para o desastre...

Não discordo que alguma imprensa económica deveria fazer análises mais críticas da actuação dos mercados. O que não significa necessariamente advogar mais intervenção estatal (adivinhei?).

De qualquer maneira, a imprensa económica tem um público alvo que está interessado em determinados conteúdos. São esses conteúdos que vendem os jornais. Se esse público alvo quisesse ler dissertações críticas sobre os mercados financeiros comprava outras publicações. Como (a maioria) não quer, escusa-se o jornal de andar a desperdiçar tinta.

Ricardo G. Francisco disse...

Caro Nuno Teles,

Tinha de acontecer...neste ponto estamos parcialmente alinhados.

É claro que no problema de raiz, o facto de o estado controlar o mercado imobiliário ponta a ponta e o estado ser ele facilmente controlado por fora, neste fundo, não devemos estar de acordo, imagino.

AchaMesmo? disse...

Pois - tudo bem, não fosse dar-se o caso de um iluminado jornalista do DN ter sido incompetente, e ter confundido "748 mil" com "748 milhões", na tal notícia sobre o fundo do BPI.
Já para não falar de ter dito que o tal banco americano estava "quase falido" .. .