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Num artigo recente (IPSR, n.º 27, 2006) demonstrei que, na Europa, a ancoragem social das orientações ideológicas dos eleitores radica não só nas suas pertenças de classe e nível de religiosidade, mas também nas suas atitudes face às organizações representativas das duas grandes clivagens que tradicionalmente têm estruturado a divisão esquerda-direita. Ou seja, os eleitores de esquerda têm atitudes bastante mais positivas face aos sindicatos; os de direita têm atitudes bastante mais positivas face à Igreja e às grandes empresas. E a história política ilustra claramente o relacionamento (relações orgânicas, alianças, etc.) dos partidos situados em cada um dos quadrantes ideológicos com as organizações referidas. Por isso, muitas pessoas, nomeadamente socialistas, se espantam com o clima anti-sindical que este Governo tem criado».
André Freire no Público (via
boa sociedade). A retórica anti-sindical deste governo é um dos sinais mais claros da natureza da sua agenda política. Porque, como bem assinala
Rui Namorado, «
um governo de esquerda, que queira ser um factor de transformação social no sentido da justiça e da liberdade, não pode, sem prejuízo da sua eficácia política, dispensar um robusto apoio sindical, nem a capacidade de ter na rua a apoiá-lo uma grande parte do seu eleitorado e dos trabalhadores portugueses».
1 comentário:
Pergunto eu, não estarão os sindicatos, a sua missão e objectivos, perfeitamente desactualizada dos tempos q correm? Terão os sindicatos evoluido desde o final da década de 70? Protegem efectivamente os trabalhadores ou apenas protegem os q têm vinculos vitalicios, baixas produtividades e muitos privilégios, prejudicando as novas gerações? Ou seja querem nivelar por cima qd tal se revela impossivel? Logo a seguir ao 25 de Abril andaram a nivelar por baixo e a retirar direitos a quem trabalhava no privado!
Eu defendo o Cadilhe, venda-se parte do ouro e reforme-se os funcionários públicos excedentários de uma vez por todas! Obtemos redução da despesa primária e alguma folga no critério do déficit!
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