quinta-feira, 17 de abril de 2008
Se não consegues derrotá-los, junta-te a eles
A esquerda italiana em estado de choque I
O PCI era demasiado grande para ser ignorado, capturando o espaço político que noutros lados foi ocupado pela social-democracia. A ideia de estar sempre afastado do poder, apesar da força eleitoral e social que detinha, foi-se tornando difícil de digerir pelos seus dirigentes. Primeiro tentaram um compromisso histórico com a DC de Aldo Moro. Com o assassinato deste, e face ao crescimento dos socialistas nos anos 80, a opção do PCI foi aproximar-se paulatinamente do centro político. Já fora assim com a adesão ao chamado ‘eurocomunismo’, ainda mais com a auto-dissolução do próprio partido e a criação do Partido Democrático de Esquerda em 1990.
Mas mesmo isto não foi suficiente para atingir os objectivos dos líderes comunistas reformados. Até porque a vida política do país entrava então em completa convulsão - 40 anos de coligações entre democracia-cristã e socialistas (ou quaisquer outros que evitassem a necessidade de acordo com o PCI) conduzira a níveis de corrupção insustentáveis, até em Itália. O resultado foi a operação 'Mãos Limpas' e o desaparecimento dos outros dois principais partidos do país: PSI e DC desagregavam-se e, a par da transformação do PCI em PDS, deixavam os italianos num estado de orfandade política, criando espaço para afirmação de outros projectos políticos. Estavam criadas as condições para o surgimento de Berlusconi (e a sua 'anti-política' Forza Italia), a Liga Lombarda (independentistas xenófobos) e os ex-fascistas reciclados da Alianza Nazionale. Chegam ao poder em 1994, deixando a esquerda em estado de choque. Pelos vistos, foi só o início.
Um ano depois
quarta-feira, 16 de abril de 2008
A precariedade desqualifica

Liberalização financeira e crise

Contra a Filantropia
3- Impõe atitudes pró-mercado, com consequências não esperadas. A Fundação Gates é um bom exemplo.
4- Na forma como é muitas vezes condicionada (p.e. obrigação de compra de determinados produtos e serviços), a filantropia não passa de marketing.

terça-feira, 15 de abril de 2008
Autópsia da «esquerda moderna»

Debates à esquerda

segunda-feira, 14 de abril de 2008
Teoria económica para todos os gostos

'Rigidez' do mercado de trabalho e precariedade
Amanhã em Coimbra
O debate conta com as participações de:
José Reis
O debate realiza-se a partir das 18h, na Livraria Almedina, em Coimbra.

Rigidez?

domingo, 13 de abril de 2008
A distância que nos separa da 'flexisegura' Dinamarca
Esperar o pior?

sábado, 12 de abril de 2008
O jornal de toda a esquerda

sexta-feira, 11 de abril de 2008
Ainda há diferenças

quinta-feira, 10 de abril de 2008
Precariedade

Notícias de um modelo em crise

quarta-feira, 9 de abril de 2008
‘Mind the gap’ ou as consequências da financeirização do capitalismo

Sobre este artigo vale a pena ler a análise de Jerome do excelente European Tribune. Outro exercício interessante é a comparação com o artigo mais longo e profundo de John Belamy Foster na última Monthly Review. Economia política marxista no seu melhor. Alguns dos mecanismos da financeirização do capitalismo norte-americano são aqui muito bem escrutinados. O gráfico mostra a evolução do peso dos lucros da finança nos lucros totais. Hei-de voltar a este artigo.

terça-feira, 8 de abril de 2008
Aprender com a história: Suécia ou Japão?
Por outro lado, o Japão parece ser o exemplo a evitar. O processo de liberalização financeira conduziu também aqui a uma bolha especulativa imobiliária. No entanto, quando se instalou a crise, as autoridades públicas pouco ou nada fizeram para livrar o sistema bancário dos seus gigantescos passivos. O resultado foi o arrastamento da crise e um crescimento médio de 1% do PIB que persiste até aos nossos dias.
Claro está, não basta que o Fed perceba como lidar com a crise. É preciso prevenir. E isso só com regulação.

O que se passa com o FMI?

A corrosão moral de um modelo em crise II

Ao mesmo tempo, a crise que vem dos EUA, ao revelar a fragilidade das ideologias que suportaram estes processos, contribui para que se generalize a percepção, até há pouco circunscrita a uma minoria, de que o capitalismo financeirizado não tem como sair espontaneamente da crise sem causar devastação económica e sofrimento social assimetricamente distribuídos. É agora evidente que a liberdade excessiva da finança impõe fardos e obrigações indesejáveis ao conjunto da comunidade. Torna-se então imperioso aumentar as obrigações da finança para que a nossa liberdade possa de novo aumentar. A crise abre a possibilidade de reintroduzir, através da acção colectiva orientada por valores e por propostas robustas, um maior controlo e escrutínio desta fulcral esfera da economia.
É preciso mudar de modelo económico e repensar as linhas que separam aquilo que deve ser provisionado pela comunidade política e assegurado a cada membro e o que pode ser deixado às forças do mercado moldadas por novas regras que reforcem os contrapoderes no espaço da produção ou que desincentivem a especulação e o rentismo e promovam o investimento e o trabalho produtivos. Afinal de contas, os activos intangíveis de que qualquer sistema socioeconómico funcional necessita - confiança, cooperação, orgulho no trabalho bem feito e valorização do mérito - só podem hoje florescer se tivermos uma estratégia igualitária com fôlego que supere o neoliberalismo e a corrosão moral que este engendra.
Estas duas postas foram publicadas como artigo no Público de ontem.
A corrosão moral de um modelo em crise I

Albert Hirschman também defendeu que a expansão excessiva, e sempre politicamente suportada, das forças de mercado pode tender a sabotar as fundações morais sem as quais nenhum sistema socioeconómico realmente existente consegue sobreviver. Um dos problemas do desenvolvimento do capitalismo, na sua configuração neoliberal, é o de ter reforçado a hegemonia, nada inócua, de ideologias que reduzem as motivações humanas ao egoísmo racional. Criaram-se, ao mesmo tempo, estruturas e incentivos que promovem não o prosseguimento do interesse próprio - noção vazia porque o que interessa a cada indivíduo varia e depende, em parte, da natureza das instituições em que está imerso -, mas sim a cupidez mais desbragada, traduzida na busca incessante de riqueza material. Busca aliás bem nutrida pela abertura de áreas que até há pouco tempo estavam subtraídas a estes novos processos de mercado.
Agora peço ao leitor que olhe com atenção à sua volta. No capitalismo português verá a indecorosa e continuada "captura" de pessoal político por um sector privado rentista que se expande à medida que a provisão pública atrofia, as obscenas e crescentes desigualdades salariais, a subestimação no discurso político dominante da ética do serviço público e da dignidade das profissões que o suportam. Por fim, o caso BCP parece encerrar em si todos os efeitos da corrosão moral. No capitalismo global, sobretudo na sua variante anglo-saxónica, que para muitos é o último estádio do desenvolvimento económico, o leitor verá a captura sistemática dos ganhos de produtividade pelo capital, o alongamento da jornada de trabalho, o endividamento excessivo e a especulação mais desenfreada, geradora de permanente instabilidade financeira, de que a actual crise é apenas o último episódio.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
O relançamento económico é para quando?

domingo, 6 de abril de 2008
O dinheiro cai do céu?

sábado, 5 de abril de 2008
Fundamentalismo de mercado II

Fundamentalismo de mercado

sexta-feira, 4 de abril de 2008
Sociedade de consumo
...e a marca que produz este...
...pertencem à mesma multinacional.
A crise como oportunidade
No entanto, é possível ter um programa progressista que não só aponte o imperativo da reforma do sistema financeiro (algo que este blogue tem feito repetidamente), mas também faça propostas concretas que transformem as acções de salvamento em oportunidades políticas. Este artigo de Robin Blackburn vai nesse sentido. O autor, além de propor um conjunto de medidas que reprimam a esfera financeira, apresenta uma interessante proposta: a construção de um fundo público constituído por acções, vendidas a preço preferencial, dos bancos que beneficiaram da intervenção pública. Estes fundos, não podendo transaccionar as acções (o que evita a tentação da especulação), utilizariam os futuros dividendos no financiamento da Segurança Social. Um programa que me parece claramente inspirado no plano do sueco Meidner, já aqui abordado.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Universidade SA

Aprecio a franqueza
É por isso que os matam
O senhor que se segue
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Polarização social

terça-feira, 1 de abril de 2008
Os privilegiados do modelo falhado

segunda-feira, 31 de março de 2008
Aprender com a Alemanha
sábado, 29 de março de 2008
A crise do neoliberalismo ou a hora das reformas estruturais

sexta-feira, 28 de março de 2008
Socialismo
quinta-feira, 27 de março de 2008
O IVA e as eleições

Cavaco: "obviamente não vou comentar"
Menezes: "sem impacto na economia"
Sócrates: "veremos para o ano" [sobre nova descida para 19% em 2009]
Juntando estas declarações como se peças de puzzle se tratassem, dá vontade de dizer que esta descida de imposto, "sem impacto na economia", "é um pequeno passo" para que o PS consiga a tão desejada maioria absoluta nas legislativas de 2009. Cavaco "obviamente" não comenta e José Sócrates fica à espera das sondagens para ver se precisa de baixar ainda mais o imposto "para o ano".
Símbolos contra a estagnação
quarta-feira, 26 de março de 2008
Crise e ideias

terça-feira, 25 de março de 2008
Repressão ou redistribuição?

Segundo o DN, Portugal tem um polícia para cada 227 habitantes. A média europeia é de um para 350. O governo, num contexto de suposta contenção orçamental, prepara-se para formar mais dois mil polícias. Prioridades repressivas sem qualquer justificação. É sempre assim em sociedades demasiado desiguais. O Estado Penal atrofia o Estado Social.
Defender o SNS pela via fiscal
segunda-feira, 24 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
Plano inclinado travado?

quarta-feira, 19 de março de 2008
Alavancagem e crise
