terça-feira, 17 de abril de 2018
Continuam a ser bons alunos de maus mestres
“Ganhámos o direito a ser protagonistas na reforma da união monetária”, garantiu o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. É a enésima reinvenção da velha hipótese dos méritos do bom aluno; “bons alunos de maus mestres”, como lembrava o saudoso Medeiros Ferreira. As elites periféricas, que gostam de se imaginar no centro, não vão ter qualquer protagonismo, claro. A não ser que por protagonismo se entenda a reprodução das ideias do centro, o que de resto é visível nas recentes tomadas de posição de Mário Centeno e de António Costa.
O primeiro veio defender que se dê prioridade à União do Mercado de Capitais e à União Bancária, ou seja, e respectivamente, ao reforço da convergência em curso à escala europeia com o pior do modelo anglo-saxónico de capitalismo e ao reforço do controlo externo do sector bancário nacional. O segundo veio defender uma suposta nova forma de condicionalidade política, associada a uma distribuição de migalhas financeiras na lógica liberal dos contratos: “condicionalidade positiva” e não “punitiva”. Enfim, as condições são sempre fixadas por quem tem poder e, nesta lógica, cada vez mais. Se é para isto, mais vale estar quieto e calado.
Entretanto, chamo a atenção para um sinal – “governo e PS perdem força em toda a linha”. Tendo em conta o que se passa e o que provavelmente se vai passar, é caso para perguntar: por quanto tempo escapará a chamada social-democracia desta periferia à tendência europeia, aos efeitos desintegradores da integração?
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17 comentários:
Mais uma vez um excelente e avisado post
Parece que o estado-maior do PS não integrou a precaridade da sua posição.
A pasokização está ali mesmo ao virar da esquina, e como a natureza e a politica têm horror do vazio, se o PSD se afundar de vez logo surgirá um Macron para os pôr "em marcha".
Não se pedem aventuras à Syriza, mas a falta de clareza e reflexão é a maneira garantida de perder eleitores.
S.T.
Quando o neoliberal Centeno diz que Portugal tem que consolidar a credibilidade junto dos "mercados" o que ele está a dizer verdadeiramente é "Portugal tem que ser um vassalo do Goldman Sachs".
"E já agora, não me lixem a vida que eu depois de sair da Geringonça quero ir fazer companhia ao Barroso".
"por quanto tempo escapará a chamada social-democracia desta periferia à tendência europeia?"
Caro João Rodrigues, PS e PSD sobem e descem mas estão de pedra e cal. O PS, por exemplo, até conta com a ajuda do BE e do PCP para chegar à maioria absoluta.
Não, o PS não está de pedra e cal. E não conta com o PC e o BE para chegar à maioria absoluta, já que o que temos é um governo minoritário com apoio parlamentar das esquerdas
Ainda há dias foi referido que o PS português era uma excepção na dita social-democracia europeia.
Sabemos porque isto acontece.
Por isso tem toda a razão João Rodrigues quando se interroga "por quanto tempo escapará a chamada social-democracia desta periferia à tendência europeia, aos efeitos desintegradores da integração"
É ir ler mais um pouco, este e outros textos deste blog
Acho "piada" a quem vem comentar assuntos de interesse nacional e não dá a cara às suas opiniões? Medo? Hipócrisia?
Parecem-me aqueles miúdos rufias que atiram as pedras e escondem as mãos.
Ia comentar o post, mas depois de ler os comentários, fico-me... por aqui.
Ó Menina Marota! Mas por quem é...
Entre, a água está morna.
Parecem ferozes mas são só vascas.
¿E quem terá escrito:
"Il n'est pas donné à chacun de prendre un bain de multitude : jouir de la foule est un art ; et celui-là seul peut faire, aux dépens du genre humain, une ribote de vitalité, à qui une fée a insufflé dans son berceau le goût du travestissement et du masque, la haine du domicile et la passion du voyage."
S.T.
«a credibilidade junto dos "mercados"» - coisa mais dispensável!
"por quanto tempo escapará a chamada social-democracia desta periferia à tendência europeia?" - mas algum dia escapou? O cenário geringonço foi um faz de conta para tratar do futuro a partir de uma posição de poder, o que sempre é o melhor ponto de partida.
A caminho do socialismo...só para lerdos!
Minha cara Senhora:
Não se percebe muito bem porque não entrou no debate de assuntos de interesse nacional, só pelo facto de se respeitarem as normas de participação nesta caixa de comentários
Se fosse de juízo apressado e passo leve interrogar-me-ia se seria por medo, por hipocrisia ou por incomodidade em respeitar a livre e aberta troca de ideias
Mas já que por aqui passou para comentar frivolamente assuntos de interesse local, mergulhe no Spleen de Baudelaire.
Vai ver que irá mais além do que ficar por aí
“ Lerdos”
Uma adequada maneira de herr josé manter o seu nível intelectual e cívico.
O resto é o o faz de conta habitual, em forma de treta ainda mais habitual
"O cenário geringonço foi um faz de conta para tratar do futuro a partir de uma posição de poder, o que sempre é o melhor ponto de partida"?
Isto é o quê? A prova ressabiada e persistente pelo afastamento higiénico de Coelho?
Ou as saudades incontidas do cenário troikista, em que se procurou tratar do futuro deles, a partir de uma posição de poder, o que no dizer de um conhecedor na matéria ( estas redundâncias são tramadas) é sempre o melhor ponto de partida?
Avec le temps va...
«afastamento higiénico de Coelho» - com ele se foi o investimento público...
Nunca em Portugal um governo reduziu tanto o investimento público como o de Coelho/Troika. Dados no post abaixo.
E quem continuou a baixar, ...'virou a página'!
@Jose/Jose Joao Pires Cruz
"E quem continuou a baixar, ...'virou a página'!"
Quem exactamente "continuou a baixar"? Ajuda-nos Ze! Nao nos atormentes mais com esta duvida existencial! Nao deixes pedra alguma por revirar! Nihil Obstat etc e tal!
Parecer:
Agentes quimicos depressores do sistema nervoso central, como o alcool, tem efeitos adversos na capacidade de apreensao de textos.
Despacho:
Recomende-se ao Ze, uma vez mais, que largue o vinho.
Ah essas saudades de Passos Coelho. A mostrar para onde vai a inclinação dos inclinados viúvos de Salazar
Terá alguma contra a higiene pública esse tal josé?
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