terça-feira, 3 de abril de 2018

Não somos todos Centeno


O Ministro da Saúde afiançou no fim-de-semana passada ao Expresso que “somos todos Centeno”. Por sua vez, Ana Catarina Mendes garantiu ontem no Público que “gostaria de ver Centeno num próximo governo do PS”. Diria antes que num próximo governo é necessário superar as políticas de Centeno, da banca ao investimento público, o que exige alterações bem profundas, incluindo na política externa nacional. Para justificar esta posição, deixo aqui o artigo que escrevi, também sobre Centeno, no Le Monde diplomatique – edição portuguesa:

Por quem o sininho dobra no Eurogrupo?

Yanis Varoufakis, ministro das Finanças grego durante o primeiro semestre de 2015, escreveu um livro recentemente editado entre nós com o título Comportem-se como Adultos [i]. Creio que pode ser útil tê-lo presente numa reflexão sobre a chamada eleição de Mário Centeno para a chamada presidência do chamado Eurogrupo. É, como já escrevemos em recensão à edição inglesa original, simultaneamente um livro de memórias, de economia e um thriller político, destinado a justificar o seu papel e a sua derrota, ou seja, a capitulação do governo liderado pelo Syriza perante um «golpe de Estado financeiro» e a eventual cooptação europeia da esquerda dita radical  [ii]. Afinal de contas, o governo grego passou a comportar-se como um adulto, usando os reveladores termos de Christine Lagarde, directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), mantendo a linha política anterior – da austeridade às privatizações ou à redução de direitos laborais –, em nome da promessa de uma nova reestruturação da sua dívida pública nos tempos e nos termos dos credores.

É verdade que o livro torna evidentes as contradições do próprio Varoufakis, da sua crença num europeísmo comum capaz de gerar uma solução mutuamente vantajosa até à evidente falta de preparação técnica e política de um plano B, assumido como eventualmente necessário e que teria de contemplar a saída do euro, passando pelo seu desprezo elitista pela militância e vida partidárias ou pela sua incapacidade de reconhecer erros próprios. Mas também é verdade que nos dá um vislumbre inédito do funcionamento, em grande medida secreto e em toda a medida pós-democrático, da mais poderosa máquina de liberalização jamais inventada – a União Europeia (UE), em geral, e a zona euro, em particular – e da consequente arrogância da elite, sem freios e contrapesos significativos, que maneja essa máquina.

Da informalidade e da sua utilidade

Vale a pena reter por agora a descrição que Varoufakis faz do chamado Eurogrupo: «O Eurogrupo é um animal interessante. Não tem existência legal em nenhum tratado da UE e, não obstante, é o organismo que toma as decisões mais vitais da Europa. Ao mesmo tempo, a maioria dos europeus, incluindo a maioria dos políticos, não sabe quase nada acerca dele. Reúne-se à volta de uma enorme mesa retangular. Os Ministros das Finanças [dos países da zona euro] sentam-se dos dois lados compridos, cada um acompanhado por um único assessor, que também os representa no Grupo de Trabalho do Eurogrupo. Contudo, o verdadeiro poder encontra-se de uma ponta e outra da mesa» [iii].

De facto, neste órgão reconhecidamente «informal», segundo a própria informação oficial [iv], uma parte do poder, a fazer fé em Varoufakis, residia não no presidente, mas sim no presidente do Grupo de Trabalho. Mas era na outra ponta da mesa que se concentrava o maior poder, dado que aí se sentavam os dois comissários das áreas económicas e financeiras, os representantes do Banco Central Europeu (BCE), sem esquecer que no «mesmo canto da mesa que [Mario] Draghi, mas do lado mais comprido e em ângulo recto com ele», se sentava o ministro das Finanças alemão [v]. Ou seja, era aí que estava o representante da variante alemã do neoliberalismo, o ordoliberalismo, bem entranhado desde há décadas nas duas alas – União Democrata-Cristã (CDU) e Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) – do «partido» exportador da maior economia da área e, por maioria de razão, nas instituições europeias.

A informalidade do Eurogrupo tem servido bem as grandes potências, em especial a Alemanha. A formalidade das restantes instituições europeias serve o pesado acervo de regras políticas que de forma explícita se destina a construir mercados mais amplos e que operem em cada vez mais esferas da vida, beneficiando os «povos dos mercados», os ganhadores da integração. E isto à custa da soberania democrática de Estados nacionais desprovidos de instrumentos decentes de política, o que é pior para as periferias, que deles mais necessitam, e dentro destas para os «povos dos Estados», a grande massa de perdedores [vi]. No fundo, a complexidade e opacidade institucional da União Europeia e da zona euro estão ao serviço de duas lógicas que não se articulam espontaneamente, mas que requerem instituições, formais e informais, para esse efeito: a da geopolítica, associada ao poder das grandes potências, e a de classe, associada à dominação do capital financeiro.


Bravo, Mário? 

Neste contexto estrutural, o episódio da entrega do sininho, com que Jeroen Dijsselbloem abria as reuniões do Eurogrupo, a Mário Centeno, que o passou a usar, foi uma tentativa algo patética de dar a dimensão cerimonial possível à passagem de testemunho num órgão informal, onde o poder não está realmente na sua chamada presidência. Numa excitação em crescendo, a generalidade da comunicação social portuguesa reproduziu acriticamente o tom e os termos da declaração do comissário europeu dos assuntos económicos e financeiros, o socialista francês Pierre Moscovici – «Bravo, Mário, pela condução da tua primeira reunião como Presidente do Eurogrupo. És verdadeiramente o Ronaldo das Finanças portuguesas». Moscovici, por sua vez, reproduzia a famosa metáfora do então ministro das Finanças e actual presidente do Parlamento alemão, Wolfgang Schäuble, quando este deu a sua bênção ao português e à sua política, mostrando que a hegemonia também passa pelas metáforas. Na imprensa garantia-se agora, em grande parangonas, que «só saíram boas notícias da primeira reunião de Centeno como presidente do Eurogrupo», incluindo para a Grécia [vii]. Acontece que, também para a Grécia, não houve ali qualquer novidade, já que o plano está há muito definido, depois do esmagamento da alternativa. Esse plano foi, de resto, claramente confirmado no primeiro documento do Eurogrupo da presidência do português, em termos em tudo idênticos aos do último documento da presidência do holandês: referências vagas «a medidas de alívio da dívida, se necessário», mas só depois da conclusão formal do programa da Troika [viii]. A dívida continua a ser um instrumento para garantir a conformação política. Tal como na reestruturação da dívida de 2012, em 2018 os termos e os tempos serão definidos pelos credores. Entretanto, passou despercebida uma mudança no que Varoufakis apodou de «establishment profundo da Europa» [ix], com a poderosa presidência do Grupo de Trabalho do Eurogrupo a passar do austríaco Thomas Wieser, uma das figuras sinistras por detrás do drama grego, para o holandês Hans Vijlbrief, oriundo do historicamente ortodoxo Ministério das Finanças holandês. Mudam as caras, mas a orientação é a mesma.

Seja como for, afiançam os crentes nas possibilidades agora abertas de reforma do euro, Mário Centeno terá pelo menos a oportunidade de influenciar a agenda e o debate europeus, ainda que informais, exportando eventualmente alguns dos termos da solução governativa portuguesa para o Eurogrupo. Neste contexto, vale a pena retomar os termos mobilizados pela eurodeputada Marisa Matias numa interpelação ao novo presidente do Eurogrupo, quando declarou ficar à espera para ver «o que vai ganhar», «se é a influência de Mário Centeno no Eurogrupo, se é a influência do Eurogrupo em Mário Centeno» [x]. Retórica parlamentar e táctica política à parte, a verdade é que temos a obrigação de saber que para lá da escassa influência que terá, Mário Centeno não precisa de ser influenciado nem mudado pelo Eurogrupo, porque sempre aceitou, no essencial, os seus termos ideológicos, ganhando pelo seu currículo e pela sua política interna a confiança externa: é, note-se, o Cristiano Ronaldo das Finanças, porque jogou bem na periferia pelas regras fixadas pelo centro.

Em primeiro lugar, Centeno aceitou que o sistema bancário português continuasse a ser uma cobaia para testar a União Bancária em construção, permitindo que em Portugal se aplicasse, por exemplo no Banif e no Novo Banco, o princípio europeu do «pagam, mas não mandam», ou seja, os contribuintes nacionais pagam, como sempre acabam por pagar, pelos desmandos dos bancos, mas o capital estrangeiro fica com um maior controlo de um sistema assim mais vulnerável. A Caixa Geral de Depósitos (CGD), por sua vez, mantém-se como banco nominalmente público, mas o quadro regulatório europeu garante que é ainda mais intensamente compelida a comportar-se como se fosse um banco privado. Numa próxima crise, tudo será pior [xi].

Em segundo lugar, Centeno apostou no respeito mais do que escrupuloso por regras orçamentais crescentemente draconianas, dando a cara pela redução do investimento público nacional para valores mínimos na história da democracia. Portugal é, na União Europeia, o país com menos emprego público, em percentagem do emprego total, e com o investimento público, em percentagem do produto interno bruto (PIB), mais baixo. Os serviços públicos estão e estarão sob pressão. O défice orçamental mais baixo da democracia só não implicou sacrifícios equivalentes aos do tempo da Troika porque se trata de uma variável em grande medida endógena, ou seja, dependente do ritmo de andamento da economia. O crescimento económico registado, também à boleia da recuperação económica europeia, permitiu aliviar uma pressão que, devido às regras austeritárias dos tratados europeus, é constante. Entretanto, o emprego criado concentra-se em sectores de baixos salários como o turismo e a construção, correspondendo a um processo, indissociável do euro e acentuado pela Troika, de regressão estrutural, ou seja, de especialização crescente em sectores com menor potencial de inovação e de ganhos de produtividade, garantindo um lugar subalterno de Florida da Europa [xii].

Em terceiro lugar, se bem que o economista do trabalho Mário Centeno, oriundo do Banco de Portugal, com uma «visão de mercado» das relações laborais, revelador subtítulo de um seu livro, não tenha tido a oportunidade de aplicar as suas ideias, a verdade é que a sua influência crescente não pode ser desligada da manutenção da pesada herança da Troika nesta área [xiii]. A sua obsessão com a atracção de capital estrangeiro, também para colonizar sectores já existentes, indo para lá da banca, contribui para impedir qualquer alteração nas relações de propriedade, por exemplo através da renacionalização necessária de sectores estratégicos.

Em quarto lugar, Centeno foi um dos responsáveis pelo quase desaparecimento da discussão em torno da reestruturação da dívida, em particular pública, por iniciativa do país. A combinação de saldos primários (antes do pagamento de juros) positivos, com taxas de juro por agora baixas, graças à política do BCE, num contexto de crescimento económico, com antecipação de pagamentos da dívida ao FMI, permitem criar a ilusão conjuntural de que a opção da renegociação e reestruturação da dívida por iniciativa do país pode ser evitada, com todas as decorrências que daí advirão, incluindo a necessidade de nos prepararmos para a saída do euro.

O bloco central europeu, em conclusão 

Para quem ainda tivesse dúvidas sobre o perfil de Mário Centeno, uma entrevista a uma cúmplice Teresa de Sousa esclarece-as. Nela defende que «temos agora estes dois grande blocos políticos [centro-direita e a direita, por um lado, e os sociais-democratas, por outro] com a necessidade de olhar para um lado e para o outro e, eventualmente, juntarem-se», reforçando o euro e assim aproximando a Europa da «agilidade» das economias anglo-saxónicas, que continua a tomar como esclarecedora referência [xiv].

O modelo económico é o dos Estados Unidos, como se vê também por uma das apostas por si alardeadas noutra intervenção já enquanto presidente do Eurogrupo, na Conferência do Semestre Europeu, a 20 de Fevereiro último: para lá de completar perversa União Bancária, que nos condena a ser controlados por bancos e reguladores estrangeiros, o aprofundamento da convergência com o capitalismo anglo-saxónico passa por reforçar o peso dos mercados financeiros à escala da União Europeia, a golpes de política, como não podia deixar de ser, através da aposta na União dos Mercados de Capitais. A memória das crises financeiras é mesmo curta. Um dos exemplos que Mário Centeno dá na sua intervenção na Conferência é revelador da ordem que está a ser criada à escala europeia: tal engenharia política facilitaria, entre outros, «a colocação das poupanças de um pensionista irlandês na Alemanha» [xv]. As pensões são entendidas aqui não como o resultado de um sistema de repartição como o da Segurança Social portuguesa, mas sim como poupanças individuais a serem jogadas num casino de dimensões europeias. Poucos exemplos ilustram melhor a ideologia da financeirização e da sua expressão ideológica, a neoliberalização, indissociáveis da economia política europeia realmente existente.

Mário Centeno é um problema crescente internamente. A questão não é pessoal, mas sim política. Talvez também tenha sido por isso que Jean-Claude Juncker apodou de sábia a sua eleição para a presidência do Eurogrupo.


[i] Yanis Varoufakis, Comportem-se como Adultos – A Minha Luta contra o Establishment na Europa, Marcador, Lisboa, 2017.
[ii] João Rodrigues e Nuno Teles, «Já não nos vemos gregos?», Público, 28 de Julho de 2017.
[iii] Yanis Varoufakis, p. 229.
[iv] www.consilium.europa.eu/pt/council-eu/eurogroup.
[v] Yanis Varoufakis, p. 229.
[vi] E isto para mobilizar a útil dicotomia de Wolfgang Streeck, Tempo Comprado, Actual, Coimbra, 2013.
[vii] Público, 22 de Janeiro de 2018.
[viii] www.consilium.europa.eu/en/press/press-releases/2018/01/22/eg-statement-on-greece.
[ix] É de notar que o subtítulo da edição original, que em português seria qualquer coisa como «a minha luta contra o establishment profundo da Europa», passou na edição portuguesa a ser estranhamente um menos radical «a minha luta contra o establishment na Europa».
[x] www.esquerda.net/artigo/marisa-presidencia-do-eurogrupo-tem-constrangimentos-na-abordagem-dos-problemas/53356.
[xi] Ver João Rodrigues e Nuno Teles, «O Caso do Novo Banco: nacionalizar ou internacionalizar», Le Monde diplomatique – edição portuguesa, Junho de 2017.
[xii] Ver «A dupla face da recuperação: subida do emprego, estagnação da produtividade», Barómetro das Crises, Observatório sobre Crises e Alternativas, 29 de Novembro de 2017, disponível em www.ces.uc.pt/observatorios/crisalt/documentos/barometro/17BarometroCrises_Recuperacao.pdf.
[xiii] Ver Mário Centeno, O Trabalho – Uma visão de Mercado, Fundação Francisco Manuel dos Santos, Lisboa, 2013.
[xiv] Público, 9 de Dezembro de 2017.
[xv] Disponível em www.portugal.gov.pt/download-ficheiros/ficheiro.aspx?v=5223a091-e2fd-4288-ac67-ad0f2cd38995.

74 comentários:

Jose disse...

«os «povos dos Estados», a grande massa de perdedores».

Não há por aí uma estatística que o demonstre?

Anónimo disse...

Não deixam de ser curiosas estas "informalidades" como forma de ultrapassar os bloqueios de tratados que ninguém consegue reformar.

A consequência é que a EU se torna cada vez mais uma organização à margem de um quadro legal, com alçapões em todas as instituições favorecendo uma informalidade que nada controla nem fiscaliza e que a nada nem ninguém presta contas.

Daí a uma cryptocracia de poderes fácticos e fantomáticos é só um passinho.

Democraticidade? Náaa... Estão à espera que Varoufakis a leve de Atenas... ;)
S.T.

Anónimo disse...

"«os «povos dos Estados», a grande massa de perdedores».

Não há por aí uma estatística que o demonstre?"

Claro que há.

Sirva-se, tovarich José:

http://www.dw.com/en/the-ticking-timebomb-of-german-poverty/a-41379481
S.T.

Anónimo disse...

Mas talvez o tovarich José prefira o FT?

https://www.ft.com/content/db8e0b28-7ec3-11e7-9108-edda0bcbc928

S.T.

Anónimo disse...

Uma "estatística" que demonstre exactamente o quê?

Que a trampa dos mais ricos estão cada vez mais ricos e arrotam desta forma?

Será que este jose quer que se estampem aqui os seus berros de ódio ao lado da governança criminosa de Coelho,Portas e Cristas exigindo mais desemprego, mais roubos salariais, mais horário de trabalho, mais miséria e pobreza?
Enquanto exigia o direito ao usufruto dos bordéis tributários em benefício duma gentalha mafiosa?

Os grandes perdedores são de facto os oprimidos e os que trabalham.

Infelizmente para jose, a tralha que caiu com fragor em 25 de Abril é francamente minoritária. Embora o carácter predador e caceteiro se mantenha ao longo dos tempos sonhando pelo regresso da noite das facas longas

Jaime Santos disse...

O João Rodrigues não diz a verdade. Não se trata de opções políticas de Mário Centeno. Trata-se de opções políticas do Governo em geral e de António Costa em particular (vide a entrevista à Visão). E claro que o seu problema com Centeno não é pessoal, é político, não precisa de o estar sempre a repetir, que já percebemos. E o seu problema com a orientação política do Executivo deveria, muito naturalmente, ser político.

Por isso, das duas, uma. Ou defende abertamente uma moção de censura ao Governo (por parte do PCP ou do BE), ou temos que concluir que isto não passa de conversa e que usa o pobre do Mário Centeno como alvo, porque lhe falta a coragem para atacar aquele que é de facto responsável pelo atual rumo político, o Primeiro Ministro.

E adivinhe, não é apenas Costa que pensa assim, como uma boa parte de votantes do PS que não querem alinhar em aventuras de quem gosta de falar grosso mas parece incapaz de apresentar o tal plano B que faltou a Varoufakis. É que não lhe basta dizer que é a favor da saída do Euro enquanto Tsipras é contra. Tem que explicar como o vai fazer, sem condenar a nossa Economia ao colapso. E para isso não bastam as pinceladas a traço muito grosso do seu colega Jorge Bateira. São precisas contas como as de Mário Centeno...

O problema fundamental da Esquerda anti-Euro é que gosta tanto de repetir a palavra 'Economia Política' que se esquece que os modelos económicos têm afinal uma utilidade. Não é prever um futuro, mas sim muitos e permitir o desenho de medidas de contingência que permitam afastar os piores...

Se tivessem a modéstia de um Ricardo Paes Mamede ou mesmo de um Francisco Louçã que admitem que há muitas perguntas a responder antes de abordar a questão da saída do Euro, se calhar conseguiriam pelo menos começar por responder a algumas. Assim, não...

Anónimo disse...

Um post soberbo

Que obriga Jaime Santos a sair em defesa de Centeno, embora seja lastimável a forma acintosa como o faz e que mostra até que ponto vai por vezes o seu desnorte:

"O João Rodrigues não diz a verdade".

Mas o que é isto? Até onde os europeístas vão para defender a sua dama? A continuarem assim vê-se que por aqui passa o registo de algum desespero e de alguma noção que a dama está bem fanada

Será que JS não percebe que o que de denuncia não é o putativo casamento de Costa com Centeno nem a coerência cantada entre um e outro, mas as opções políticas de Centeno, prévias a qualquer nomeação, reforçadas após esta e
sublinhadas pelo cargo para que foi"indigitado"?

Será que JS não percebe que não adianta tentar esconder Centeno atrás de Costa e que tal atitude de cobardia política é ofensiva não só para Costa mas também para o próprio Centeno?

Será que JS não descortina que o que se discute é também o Eurogrupo e a espécie de álibi que Centeno fornece a este? A utilização de Centeno com a sua concordância plena, algo que se duvida (mas que nem interessa agora discutir) que Costa cumprisse?

Será que JS não entende que ainda ecoam neste blog as suas afirmações sobre o ser Centeio o mais "revolucionário" dos economistas, num registo apologético tão ridículo como desbocado, testemunho simultâneo da ignorância e de (quase) vendedor de banha da cobra?

E o que faz correr JS para se mostrar tão agastado com a "economia política"?

Assim não. Cobardia política mostra JS ao tentar defender assim Centeno, mais o seu rumo político que segue inexoravelmente os rumos ligados aos que de facto dominam a UE

Jose disse...

http://www.dw.com/en/the-ticking-timebomb-of-german-poverty/a-41379481

Ainda há pobres na Europa? Coisa extraordinária e que prevejo que sempre existirá, quanto mais não seja pela subida da fasquia do limiar da pobreza.

A questão é saber em que é que a UE contribuiu para o aumento da pobreza.

Anónimo disse...

Regressado da colecta das rendas, herr josé dá de cátedra a sua certeza bíblico-patronal:
-Haverá sempre pobres na Europa

Tal como um esclavagista dos tempos idos diria:
-Haverá sempre escravos na Europa

Ou um boçal colonialista afirmaria:
-Angola é nossa. E levantaria a mão no gesto típico

É sempre assim. Há dias o mesmo sujeito defendia a aristocracia como fórmula governamental ideal

Os aristocratas da trampa também diriam, que essa pregorrativa lhes fora conferida para todo o sempre pela divindade a adorar

É sempre assim. Quando se trata de manter os privilégios de classe, as mordomias da canalha e o produto do saque tudo serve.

Adivinhe-se quem utiliza tal tipo de argumentação?
Pois. Isso mesmo. Os herr José a invocarem a pobreza como irrevogável, imitando a irrevogabilidade do outro traste.

E adivinham-se os suores frios, as palpitações irreprimíveis e as estantes prenhes de discursos claros e lúcidos a agitarem-se

Por aqui passa também o medo.

Anónimo disse...

Ainda há pobres na Europa?

Coisa extraordinária essa, tida como irrevogável

Tal como a existência de parasitas muitíssimos ricos. Por exemplo António Borges que ganhava uma fortuna à custa de negociatas público-privadas e que servia interesses muito altos, entre os quais os seus.

Parece que estava isento de pagar impostos. E a turba aplaudia e josé invocava o cartão de meliante daquele, como justificação para o saque. Parece que Borges tinha “ conhecimentos” e protecção divina... e isso seria a legítima justificação.

Agora isto. Agora a UE inquirida no seu papel de contribuinte para o aumento da riqueza

De facto estamos pior. Os dados são inquestionáveis. Menos para os Borges e seus sicários. Mas se rebobinarmos a fita do tempo, ainda estamos a tempo de ouvir os paraísos prometidos pelos fundadores desta Europa. Ainda na memória a voz aflautada dum que também prometia que Angola era nossa e cuja carne já se desvaneceu carcomida pelas suas promessas de torcionario colonialista

Há algo de irremediavelmente impotente em quem não consegue agora mais do que a negação do que quer que seja.

É mesmo preciso dar a volta a isto

Anónimo disse...

Caro tovarich José

Obrigado pelo seu interesse.

Como deve saber o limiar da pobreza é definido através da média dos salários num determinado país. Se se verifica uma "moderação" ou melhor uma estagnação dos salários que cresceram na Alemanha, após as "reformas" Hartz, abaixo dos ganhos de produtividade isso significa que o limiar de pobreza também pouco variou.

A perversidade da EU manifesta-se em favorecer, pelas suas regras enviesadas, o país que jogou sujo ao aproveitar circunstâncias excepcionais para fazer dumping salarial que os outros países da EU não tinham condições para replicar.

E mais! Usar esse dumping salarial alemão para criar estagnação salarial nos outros países da EMU.

Costuma-se dizer nas nossas aldeias que os porquinhos invejosos nem comem nem deixam comer os outros.
S.T.

Anónimo disse...

Giro, mas mesmo giro vai ser ver o Sr Centeno a tratar do problema da Itália.

Vou-me fartar de rir!

http://foreignpolicy.com/2018/04/03/italys-populists-can-beat-europes-establishment/amp/?__twitter_impression=true

Este artigo Da Foreign Policy é de Luigi Zingales, tido como um dos melhores economistas italianos mas homem de direita e europeísta que só muito contrafeito reconheceu há tempos que o Euro é um problema para Itália. Mas posto perante os factos teve a honestidade intelectual de reconhecer a razão dos eurocépticos Cláudio Borghi e Alberto Bagnai.

Porque é que forneço estas explicações?
Porque permitem entender melhor o artigo, cujo autor, apesar de analisar a situação com razoável objectividade é extremamente moderado nas propostas que faz.

Portanto o contexto conservador do autor deve ser levado em conta.
S.T.

Anónimo disse...

Um excerto interessante do artigo de Zingales:

"What’s driving Macron’s activism isn’t just his ambition to make history as the demiurge of a new Europe. It is also his awareness that — if not properly addressed — the Italian vote could eventually lead to Italy’s exit from the euro, an exit that France cannot afford.

"O que move o activismo de Macron não é só a sua ambição de fazer história como o demiurgo da nova Europa. É também ter consciência de que — se não fôr adequadamente enfrentado — o voto Italiano pode eventualmente levar a uma saída de Itália do Euro, saída essa que a França não pode aguentar."

"While the strong German economy could also thrive in a smaller and tighter monetary union with the Nordic countries, the same cannot be said of France. An Italy with a devalued currency would subtract market share from many of France’s most important sectors, from food and wine to cars and banking services, not to mention tourism. It is already difficult for France to maintain its expensive welfare state competing head-to-head with German firms. It would become impossible to do so if Italian firms could easily undercut their French competitors thanks to a devalued currency. A “Quitaly” scenario would be the biggest political gift that could be made to a weakened Marine Le Pen — hence why Macron would do anything in his power to avoid this outcome."

"Enquanto a forte economia alemã poderia prosperar numa união monetária mais pequena e restrita com os países nórdicos, já o mesmo não se pode dizer da França. Uma Itália com uma moeda desvalorizada subtrairia quota de mercado a muitos dos mais importantes sectores de França, desde a alimentação e vinho aos carros e aos serviços bancários, e sem falar no turismo. Já é difícil à França manter o seu caro estado social competindo com as empresas alemãs. Tornar-se-ia impossível aguentar se as empresas italianas pudessem fácilmente competir em preço com as francesas graças a uma moeda desvalorizada. Um cenário de "Italexit" seria o maior dos presentes que poderiam dar a uma enfraquecida Marine Le Pen — e é por iso que Macron faria tudo o que estivesse ao seu alcance para evitar este resultado."

Note-se a forma como Zingales analiza uma possível Italexit como um reganhar de competitividade de Itália devido à desvalorização cambial. E como isso na prática forçaria em meu entender também uma saída da França da EMU/Eurozone.
S.T.

Anónimo disse...

Mais um assunto para Centeno resolver...

Tal como comentei noutro post os superávits alemães estão na lista de espera de Trump. Primeiro vai resolver o déficit comercial com a China e depois vai tratar da saúde aos mercantilistas alemães.

Nesta entrevista Flassbeck reconhece a forma como a Alemanha tem recusado todas as hipóteses de equilibrar a sua balança comercial com os outros países da EMU e com os USA.

Reconhece inversamente que a China tem feito esforços notáveis para reequilibrar a sua balança comercial.

https://www.bloomberg.com/politics/videos/2018-04-06/hamburg-university-s-flassbeck-says-trump-opened-a-new-era-on-trade-video

S.T.

Jose disse...

Temos Trump como o novo Guia da esquerda das autarcias!
E os salários a crescerem indefinidamente...e o planeta a expandir-se para o Cosmos.
Tudo muito coerente.

Anónimo disse...

Trump como novo guia das esquerdas?

Ensandeceu o pobre josé. Ou isto ê apenas iliteracia em estado coloquial?

Anónimo disse...

E os salários e a terra?

Para além da perturbação cognitiva, não é verdadeiramente admirável esse seu ódio atirado sempre contra quem ganha um salário, versus o seu amor piegas e eterno pelas rendas e pelos proventos dos seus banqueiros terratenentes?

E quando exalta e defende os proventos dum Mexia, dum Barroso, dum Borges, onde cabe esse sentido arrebatamento pelo planeta terra a expandir-se etc e tal?

E quando fala na coerência, onde está esta quando se encarniça contra os que ganham o seu salário, enquanto oculta como se processa a distribuição da riqueza?

Para que sítio do planeta terra correm as lágrimas ecologistas deste, quando defende os bordéis tributários?

Anónimo disse...

¿¿¿"Trump guia das esquerdas"???

Não se preocupe, tovarich José.

Falarmos de Trump e das suas políticas não faz de nós alt-right. Mas não podemos deixar de salientar quando os interesses dos USA estão, por um qualquer extraordinário acaso histórico alinhados com os de Portugal como nação e com os interesses de enormes sectores de portugueses.

Ser capaz de pesar os actos de políticos controversos sem falsos moralismos e antecipando as suas consequências não faz de nós mais nem menos de esquerda; faz de nós apenas mais sabidos politicamente. Devemos ser astutos como raposas e não astutos como veados, lembra-se?
S.T.

Anónimo disse...

E já agora tovarich José, não se preocupe com o crescimento dos salários e muito menos com a expansão do planeta para o cosmos.

É que um dos mitos queridos das elites onepercenters da direita mundial está a cair. Trata-se do mito da finitude dos recursos planetares versus o crescimento da população mundial.
Malthus e Ricardo, aqueles economistas d'antanho tão queridos da direita, lembram-se?

É que parece que a espécie humana tem uma qualquer linha de código que é activada quando não se sente ameaçada pela fome e pelas epidemias que limita o crescimento populacional.

Se raciocinarmos um pouco, faz sentido: Uma espécie que se guindou a predador de topo e com um alto controlo do seu meio ambiente apenas tem que ter cuidado em não se autodestruir pela guerra e não destruir os ecosistemas de que consciente ou inconscientemente depende. Só que esse mecanismo de autocontrolo só parece funcionar a partir de um certo grau de bem-estar, o que é mais uma boa razão para se regular as assimetrias de bem-estar das diferentes populações.

O artigo, (mais um!) está aqui:

https://www.bloomberg.com/view/articles/2018-03-16/decline-in-world-fertility-rates-lowers-risks-of-mass-starvation

Boa leitura!
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

Os cães ladram mas a caravana passa! Pobre União Europeia atacada de todas as frentes: dos ursos fascistas da extrema direita (vede o caso da Hungria onde um fascista teve 70% dos votos) e das ratazanas revolucionárias da esquerda. Quem ganha com uma Europa desintegrada? Trump, Putin, China e o grande capital!

Anónimo disse...

Uma Eurozona "integrada" como diz JPF seria uma area económica onde houvesse solidariedade, onde se reconhecessem os erros de concepção do Euro que dão vantagem à Alemanha e outros países do Norte e se os reparassem. Na ausência de medidas de reparação dos desequilíbrios é forçoso concluir que não é uma aliança equilibrada mas um império exercendo poderes neocoloniais sobre os estados da periferia.
Nestas condições, em que há estados que ganham vantagens imerecidas e que ainda por cima delapidam os recursos obtidos com má gestão, e estados explorados que pagam as custas da "integração", mais vale que se desintegre o monstro.
Não se pode pedir unidade e solidariedade a prisioneiros que se mantém reféns.
S.T.

Anónimo disse...

E porque ganharia o "grande capital" com a desintegração da EU? Se até têm na EU um instrumento perfeito para dominar as economias dos países periféricos eliminado concorrentes e pilhando empresas e bancos a preços de uva mijona?

Que ganharia Trump senão acabar com uma concorrência desleal por parte da Alemanha, cujo mercantilismo abjecto tantos desequilibrios provoca?

E que teria a ganhar a China com a desintegração da EU? Pelo contrário, se os países do Sul da Europa recuperassem a flexibilidade cambial mais difícil seria à China exportar para esses países.
Não diga insanidades, Pimentel! Não fale do que não percebe.
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

ST pergunta: "E porque ganharia o "grande capital" com a desintegração da EU?"

Porque a História assim nos diz, ou precisa de ler Marx sobre os processos históricos? Ao longo da História da Europa, o grande capital ganhou mais quando a Europa esteve mais desintegrada. Desintegração leva a pleitos e pleitos leva a guerras e guerras são excelentes negócios para o grande capital.

"E que teria a ganhar a China com a desintegração da EU?"

Como em qualquer posição negocial, e os sindicalistas devem sabê-lo bem, negociando em conjunto consegue-se sempre melhores acordos. Que posição "de força" teria por exemplo um país como Portugal a negociar uniletaralmente com a China?

Anónimo disse...

Negociando "em conjunto" a Alemanha fez uma triângular: Abriu o mercado chinês aos seus produtos e ofereceu em troca a abertura de mercados onde a China concorria directamente com as manufacturas portuguesas. Cá os tugas levaram uns subsídios para se calarem e depois ficaram a chuchar no dedo.

Não mandam as regras do liberalismo que o "doux commerce" seja em beneficio de todos os envolvidos no negócio? Ou agora já caiu a máscara e os negócios são feitos de porrete na mão ou sob ameaça armada?

Hoje em dia em matéria de negociações comerciais os países têm mais a temer da desinformação e dos lobbys internos que perseguem os seus interesses muitas vezes contrários ao interesse nacional do que receio que a China mande uma canhoneira para nos obrigar a importar "chinese noodles".

E lá está você a agitar o espantalho das guerras entre estados europeus. O facto é que o grande capital está muito bem servido com tratados que impõem disposições económicamente perversas para o desenvolvimento das economias mas muito convenientes para o afluxo de capital da periferia para o centro da EU.

Junte-se as disposições que obrigam a que os ajustamentos sejam feitos à custa do factor trabalho e tem na EU o paraíso do grande capital. Aliás, o crescimento das desigualdades dentro da Eurozona mostra isso mesmo.

Sem esquecer os regulamentos e directivas "feitos à medida" para favorecer grandes empresas em detrimento das PME, tem sido um fartar vilanagem.

Portanto o grande capital está satisfeitissimo com esta EU. A capacidade de lobbying do grande capital é tal que se pode dizer que são donos da EU.
S.T.

Anónimo disse...

Os cães ladram?

Que linguagem esta caro vitor pimentel ferreira. Parece mesmo aquele farsante do aonio eliphis (ou seria o joão pimentel?) a declamar versinhos sobre a sua amiga ou namorada ou cônjuge,não sei bem, uma tal Matilde.

Vamos lá a subir o nível para não deteriorar o debate.

Anónimo disse...

Mas pimentel ferreira não desiste e continua naquele linguarejar que justifica a face que apresenta quando declama sobre a sua amiga Matilde

https://www.youtube.com/watch?v=1KvlJHinE_M

( confessemos que há uma certa discrepância entre o retrato antigo e o mais actual, mas adiante)

E o linguarejar é típico:
Pobre União Europeia atacada de todas as frentes. E cai uma lagrimazita em prol da extrema-direita holandesa.

E depois fala em ursos fascistas da extrema direita e vem à memória as suas citações de Goebbels. E fala nas ratazanas revolucionárias da esquerda e desta vez é o palavreado de Myses que surge, Myses este alvo também dos elogios idiotas com que o apresentou.

Amargurado, pergunta inquieto, qual verdadeiro aldrabão de feira. "Quem ganha com uma Europa desintegrada? Trump, Putin, China e o grande capital!"

Essa de se armar em "revolucionário" já não pega. Tal como o servir uma europa independente dos EUA e de Trump. É ver as cenas de amor perigosas, extremamente perigosas entre Trump , Macron e May, ávidos por iniciar mais uma guerra que pode ser a última

Anónimo disse...

"Ao longo da História da Europa, o grande capital ganhou mais quando a Europa esteve mais desintegrada. Desintegração leva a pleitos e pleitos leva a guerras e guerras são excelentes negócios para o grande capital."

Pleitos são excelentes negócios para o grande capital. E as guerras também

Por isso com a derrota do nazi-fascismo assistiu-se à divisão do mundo e à cedência do grande capital ao Estado Social.

Por isso, nunca como agora a concentração da riqueza foi tanta e em tão escassas mãos.

Pimentel, rapidamente para a escola para aprender. E não se mostre tão cábula como é cpstume

Esta figura de "rebolucionário" a bramar contra o capital, faz lembrar aquela pilhéria do Pimentel a dizer que Passos Coelho é que tinha ganho o combate contra o desemprego graças à sua velocidade.

Outro que também era apresentado pelo que não era, como um verdadeiro "rebolucionário" pelo caro Pimentel

Anónimo disse...

Os sindicalistas, e não só, o que sabem é que as negociações feitas segundo o modelo desta UE pós-democrática levam à ruína da agricultura, pecuária, pescas, indústria pesada
Como a História o demonstrou

E ao enriquecimento do centro europeu com a Alemanha à cabeça.

Pelo que a dita posição de força de Portugal integrado num Euro que rouba os da periferia para o centro é uma idiotice de todo o tamanho. Sem produção agrícola, sem frota pesqueira, sem indústria que se veja, não há qualquer posição de força a apresentar. Se as reuperarmos podemos então negociar

Bolas, até o aonio eliphis devia saber isto.

João Pimentel Ferreira disse...

O Cuco queira por favor ir produzir, que é para isso que o erário público lhe paga! Não para despejar a cartilha num qualquer blogue na internet!

ST

1- Porque motivo existe Código do Trabalho e sindicatos? Não é para proteger a parte mais fraca numa relação negocial, neste caso entre trabalhador e empregador? Da mesma forma que é impensável imaginar que Portugal a negociar diretamente com a China algum dia conseguisse obter tratados comerciais vantajosos, no que concerne a direitos alfandegários por exemplo. Não esquecer ainda que são os serviços comunitários que verificam toda a panóplia de produtos chineses garantindo que estão conforme legislação europeia no que conforme à qualidade. É interessante alguém de esquerda defender um modelo mais economicamente liberal nas relações comerciais entre os estados.

2- Estava porventura o grande capital mal servido antes da existência da União Europeia? Está porventura o grande capital mal servido fora da União Monetária que é o Euro? Repare que eu não digo que o grande capital está mal servido com o Euro, apenas não vejo a relação de causalidade. De acordo com a revista Exame "a maioria dos bilionários está nos Estados Unidos, como evidenciam as primeiras posições do ranking (confira a lista abaixo). Ao todo, são 585 bilionários americanos. Porém, vale destacar o avanço chinês neste ano, com 373 participantes da lista." Ou seja, não parece que a EU seja pródiga a criar bilionários e desigualdades, pelo menos comparativamente ao resto do mundo onde não existe UE.

João Pimentel Ferreira disse...

3- As guerras não são espantalhos, são factos históricos. Basta analisar a História da Europa no século XX.

Anónimo disse...

O "grande capital" do centro da EU antes do Euro tinha um problema com os câmbios flexíveis. É que os créditos que obtinham com a venda das suas tralhas aos países periféricos estavam sujeitos a flutuações cambiais. Pelas leis normais dos mercados monetários quando se inunda os mercados dos clientes com os nossos produtos a nossa moeda tende a valorizar-se e a moeda dos compradores a desvalorizar-se. Isso para o complexo exportador-bancário alemão era um problema. Daí que o sistema de câmbios fixos do Euro lhes seja tão vantajoso porque os livra da lei da oferta e da procura monetária.

Assim com o câmbio fixo é como fazer tiro aos patos com os patos presos por uma pata. É muito mais fácil!

Adicionalmente com o Euro, os alemães, ao conseguirem reduzir a sua procura interna, conseguiram criar um diferencial de inflação em relação aos países periféricos que reforçou a compettividade das suas exportações, simultâneamente rebentando com a concorrência industrial sobretudo da Itália e de Espanha.

Desde então o complexo exportador-bancário alemão transformou-se num enorme aspirador de dinheiro.

Não se nota no número de bilionários porque as empresas alemãs fazem uma mais baixa distribuição de dividendos, aproveitando as receitas para capitalizar e crescer, por oposição às empresas americanas que até se endividam para pagar dividendos. E a diferença é também nas taxas de crescimento e e no dinamismo das economias chinesa e americana que é muito maior.

O mercado na EU é muito mais maduro, com muito menos oportunidades de crescimento, onde não surgem fenómenos como a Alibaba ou a Amazon. Quantas empresas desse género foram criadas na EU?
Poucas porque o mercado não oferece tanto espaço de crescimento.
S.T.

Anónimo disse...

As guerras neste caso são espantalhos porque a sua ausência como já lhe foi explicado noutra ocasião é devida a um padrão de polarização politica diferente dos séculos anteriores. O palco dos conflitos deslocou-se para outros continentes e transformou-se em conlitos de guerrilha e contra-guerrilha.

Mas, é claro, se o JPF não aprendeu à primeira vez suspeito que não aprenderá à segunda ou terceira.

E não se iluda o JPimentelF com sentimentos de auto-importância, porque se lhe respondem é para esclarecimento dos outros leitores. Por aqui temos o maior respeito por quem não sabe mas está disposto a aprender mas também o maior desprezo por quem é incapaz de produzir argumentação válida e não reconhece os seus erros.
S.T.

Anónimo disse...

Para benefício dos eventuais leitores publica-se o link de um artigo de Vincent Brousseau sobre os riscos dos sistemas de câmbios flexiveis para os exportadores e a forma de os controlar (por hedging) sem necessidade de recorrer ao câmbio fixo.

Onde também se fala da dificuldade de fazer "hedging" para o caso de redominação monetária.

https://www.upr.fr/actualite/france/lallemagne-sest-elle-exclue-de-fait-de-la-zone-euro-decryptage-de-larticle-de-patrick-artus-par-vincent-brousseau-ancien-economiste-a-la-bce-et-responsable-upr-des-questions-monetaires-et-du

Vincent Brousseau, como ex-BCE, é o guru económico de um partido francês que advoga a dissolução do Euro, a UPR, Union Populaire Républicaine.
Boa Leitura
S.T.

Anónimo disse...

Errata

Onde se lê:

"Onde também se fala da dificuldade de fazer "hedging" para o caso de redominação monetária."

Deve ler-se:

"Onde também se fala da dificuldade de fazer "hedging" para o caso de redenominação monetária."

Malditas gralhas!

João Pimentel Ferreira disse...

2 - Àquilo que o ST denomina de "tralhas" são produtos e serviços que os países periféricos desejam livremente adquirir aos países que as produzem. Um princípio básico de economia. O ST considera que as flutuações cambiais dentro da UE são a única forma de evitar os desequilíbrios externos nos países periféricos, há outros que pensam o contrário, e por isso não vale a pena debater porque as posições são irredutíveis. Não esqueça todavia que a Alemanha já pagou aos países periféricos - esmolas e/ou subsidio dependência dirá V. Exa. - uma grande fatia. Cita o Guardian que "Germany alone - Europe's largest economy - paid more than the 19 lowest-paying member states combined [to the EU budget]". Em contribuições líquidas a Alemanha paga anualmente para o orçamento comunitário mais de 6 mil milhões de euros. Portugal recebe cerca de 2,5 mil milhões de euros anuais (fonte: http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/8036097.stm#start). Por isso, é preciso ter em consideração os fundos estruturais quando V. Exa. fas as contas ao deve e haver. Dir-me-á que são esmolas considerandos os fluxos de capitais. Pois eu digo que são fundos para melhorar as infraestruturas promovendo o crescimento, interessantemente fazendo uso das bandeiras da esquerda, visto que os fundos vão para escolas, hospitais, edifícios municipais ou estradas. A maioria dos fundos comunitários são dirigidos em investimento público e obras públicas que são a bandeira ideológica da esquerda, como escolas, hospitais, estações de tratamento de esgotos ou estradas em zonas desfavorecidas ou ferrovia.

3 - O seu conhecimento em História releva uma ignorância atroz. No contexto da Primeira Grande Guerra também havia bipolarização entre a Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália) e a Tríplice Entente (Reino Unido, França e Rússia). E tal não impediu a guerra! E como já lhe expliquei, a queda do muro de Berlim foi há 28 anos! Mas entre 1918 e 1939 distaram apenas 21 anos. A UE garante a Paz e só um idiota é que não o vê!

Anónimo disse...


"O Cuco queira por favor ir produzir, que é para isso que o erário público lhe paga?"

Ó pimentel ferreira que desespero é este? o Cuco também lhe atormenta as noites? Mas independentemente de estar irmanado com o jose neste terror patológico, agora a desorientação é tal que considera que é o erário público que paga com quem debate? E depois tem assim tanto medo que agora se arma em censor do que os demais dizem?

Ahahaha. Pimentel ferreira, mais uma pincelada na sua fama de aldrabão fala-barato.

Anónimo disse...

Comecemos pelo fim

"A UE garante a paz e só um idiota não o vê"

Teve azar o pimentel ferreira. É como as contas que faz. Não só ignora os factos que condicionaram a referida paz na Europa nos anos que se seguiram a 1945, como o "seu conhecimento em História releva uma ignorância atroz".

Vamos ao disparate da bipolarização antes da primeira grande guerra. O que contribuiu para a referida paz foi o medo. O medo entre dois grandes blocos que tinham atrás de si o poderio nuclear. No início do século XX a humanidade não arriscava a sobrevivência pelo facto de se iniciarem guerras. Quem iniciava uma guerra estava convencido que a ganharia.Mas não arriscava ser varrida do mapa tal como a restante humanidade

Como é que alguém no seu juízo perfeito aparece aqui com uma "polarização" debaixo do braço?

Anónimo disse...

Entre 1918 e 1939 distaram 21 anos...

E?




Anónimo disse...

O JPF não se lembra que já tratámos a questão dos montantes necessários para compensar as perdas que os países periféricos têm por pertencer à Zona Euro?

Como deveria saber, os valores do orçamento da EU e fundos estruturais comparados com todos os outros verdadeiros estados federais são ridiculamente baixos.

Para colmatar as assimetrias de desenvolvimento e compensar as perdas de competitividade seriam necessários valores muito, mas mesmo muito mais elevados.

As contas foram feitas já em 2012 por Jacques Sapir e apontavam já nessa altura para valores anuais da ordem de 17 mil milhões de Euros.

Onde está o cheque?

Quanto a História parece que é o VPF que não percebe nada do assunto.

Relembro-lhe que dada a natureza do armamento nuclear envolvido um conflito directo entre as grandes potências na Europa era inimaginável. Destruição mútua assegurada, lembra-se? "Equilibrio do terror"?

Por isso se transferiram os conflitos para o terceiro mundo, com guerras de proxy, guerras de libertação dos impérios coloniais europeus,etc.
Não foi a CEE que impediu as guerras. Foi o facto de os países da CEE estarem integrados no mesmo bloco militar e o facto de uma guerra directa na Europa ser inimaginável pela gravidade das consequências. O que não impediu os dois blocos de se defrontarem no Vietnam, no Afeganistão, em áfrica, no Médio Oriente, etc.. Em quase todos os conflitos da segunda metade do sec. XX uma parte era apoiada pela NATO e a outra pelo Pacto de Varsóvia/China.

É muito feio da parte da EU reivindicar o mérito de uma coisa que foi conjuntural.
S.T.

Anónimo disse...

"A queda do muro de Berlim foi há 28 anos".

Por acaso foi depois da queda do muro que a Europa viu a guerra entrar nas suas fronteiras. Para um peralvilho pedante, que entra por aqui adentro a insultar os demais, estes "esquecimentos" são fatais. Na sua credibilidade e na sua "argumentação".

Por acaso foi depois desta queda que o mundo se tem enrolado numa gigantesca espiral de violência que se pensava extirpada da nossa civilização.

Por acaso os falcões europeus enfileiram em direcção a uma guerra que pode muito bem ser a última. Macron, esse go-go guy de Trump como já é conhecido, mostra-se agora mais apressado e mais convicto das suas certezas que o próprio Trump e teima em contrariar as idiotices dum tipo que diz que a Europa garante a paz

May, amuada pelo facto de Trump ter telefonado primeiro a Macron e ter colocado em causa a tal relação especial entre os EUA e o RU ,resolve voltar atrás no seu discurso um pouco mais prudente e convoca um conselho de guerra, ao mesmo tempo que manda submarinos nucleares.Sem sequer consultar o parlamento,num renovado entorse democrático

A Alemanha retira-se.

O mundo unipolar revela os seus perigos imensos e há europeus ( e americanos) que acham que conseguem resolver os seus problemas internos com regressos a cenários de guerra.



Anónimo disse...

Estamos fartos de figuras de opereta interromperem os debates com referências insultuosas a "cães" que ladram mas a caravana passa", mais os" ursos fascistas" e as "ratazanas revolucionárias da esquerda".

Estamos fartos que este discurso insultuoso seja embrulhado em pintalgadas de "grande capital , para ver se a conversa passa num blog que é assumidamente de esquerda.

Estamos fartos que um ignorante que nem sequer sabe rudimentos básicos do Marxismo ( foi confrangedor a sua ignorância sobre os "países comunistas") venha falar em Marx. Claro que na sua histórica pedantice teve até o arrojo de dizer que Das Kapital era um dos seus livros de cabeceira mas que ainda não o tinha lido no original alemão, num registo que provocou o gáudio dos demais.

Estamos fartos de pedantes enrolados na sua lábia que chamam a atenção de erros ortográficos quando nem sequer sabem fazer "contas" ( no português "correcto" do próprio JPF "fas as contas", como se pode constatar mais acima)

Estamos fartos de aldrabões demagógicos a falarem sobre os fundos comunitários como se de bandeiras ideológicas de esquerda fossem. Mente duplamente.Nem são nem bandeiras ideológicas nem servem de cobertura para o esbulho.



Anónimo disse...

E estamos fartos deste pisar no molhado e nas tretas debitadas e repetidas até à exaustão por pimentel ferreira,ora como pimentel ferreira himself, ora com um dos seus múltiplos nicks, quantas vezes no mesmo post a confirmar o seu elevado sentido de cidadania neoliberal.

Estamos fartos das tretas sobre "a Alemanha já pagou aos países periféricos uma grande fatia" já desmentidas e já desmontadas, mas que JPF teima em insistir num registo notável de fazer ouvidos de mercador à realidade

Esta desmentiu os dogmas neoliberais. Esta demonstra que foi a Alemanha quem mais lucrou com o euro. Desmentir isto e tentar impingir-nos os sacrifícios da Alemanha para com os seus parceiros da periferia é o mesmo que tentar vender-nos a ideia que os chulos são uns pobres coitados que até têm que dar dinheiro às suas vítimas para que estas sobrevivam.



Anónimo disse...

E parece que não sou o único a pensar que as razões para a paz na Europa nada têm a ver com a EU.

Diz em artigo do FT:

"Yet other factors provide a better explanation of the postwar peace. In the dangerous nuclear context of the immediate postwar period the existence of a common enemy during the Cold War was helpful in bringing France and Germany together. The taming of interstate rivalries was also facilitated by the US military umbrella."

In "The myth of the European peace project"

https://www.ft.com/content/bdac2df6-598a-11e6-9f70-badea1b336d4

Outro exemplo:

"Peace in Europe, War Abroad

Finally, let’s add one more factor: while there might be peace in Europe (some parts of it), that does not mean European countries are not at war. In fact, many EU-members have been involved in a series of interventions abroad, including the Korean War (involving numerous EU countries), the Algerian War (involving France), the Ifni War (involving France and Spain), the Portuguese colonial wars, the Falklands War (involving the UK), the War in Iraq (involving the UK), the War in Afghanistan (involving numerous EU countries), the military interventions in Iraq and Syria in the fight against ISIS, the military intervention in Libya, and Operation Barkhane in Mali (mostly involving France).

If anything, Western Europe has exported its war efforts abroad while tapping itself on the back for how peaceful their own region has been."

In "Has the European Union Maintained Peace in Europe?"

https://fee.org/articles/has-the-european-union-maintained-peace-in-europe/

Outro artigo interessante:

"It is a myth that the unprecedented period of peace between European nations is due to the EU – a myth that has been convincingly refuted by my Cambridge colleague Chris Bickerton, among others. The European Union took its current form with the 1991 Maastricht Treat (or, at the earliest, with the 1986 Rome Treaty) and can hardly be credited with the years of peace that preceded them."

In "The EU has not brought peace – it is steeped in failure and dangerously anti-democratic"

https://theconversation.com/the-eu-has-not-brought-peace-it-is-steeped-in-failure-and-dangerously-anti-democratic-59115

Portanto parece que não estou sózinho na minha "atroz ignorância". O cavalheiro comete aliás o erro crasso de confundir correlação CEE e x anos de paz com causalidade CEE ---> paz que está longe de provada.
S.T.

Anónimo disse...

Para se compreender a forma (certa ou errada, para o facto é irrelevante) como o aparelho militar norte-americano pensa a estratégia de longo termo, aqui fica um link que ajuda a explicar muita poeira mediática que tem sido atirada para os olhos das opiniões públicas ocidentais para justificar esta ou aquela acção ou explicar certas operações false-flag.

http://fpif.org/the-pentagon-is-planning-a-three-front-long-war-against-china-and-russia/

Boa leitura
S.T.

Anónimo disse...

Eu sei que é muita informação, mas já que vem a talhe de foice, vamos "martelar" mais um bocadinho na fraude que é apresentar a EU como um projecto de paz.

"The euro has created new divisions but it has also cemented older ones. It has exaggerated the differences between productive and unproductive national economies. It has heightened intra-Eurozone competition. New divisions between debtors and creditors have broken out. There is no single European economy, just very different national economies. More than ever before, the economic map of Europe looks like it did in the 19th century when advanced northern societies complained about the “backwardness” of southern and eastern Europe.

A solution to this is to build a political union with fiscal powers. Transfers from rich to poor parts of Europe would iron out today’s enormous gaps. There is no political appetite for this anywhere, neither among elites nor among domestic publics. As a result, the survival of the Eurozone seems set against national democracy. Few accept this at present but the euro and national democracy may be incompatible."

"We are right to ask if Europe can keep the peace. The answer is “no”. Peace in Europe owes much to other factors and the EU has done little to build peace beyond its borders. Peace within Europe has become fragile as the euro unleashes competitive pressures that pit national economies against one another."

É claro?

As passagens a bold foram salientadas por mim.

O resto do artigo pode ser lido aqui:

https://theconversation.com/can-the-eu-keep-the-peace-in-europe-not-a-chance-49267
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

- A queda do muro de Berlim foi há 28 anos!

- Falei de guerras entre os estados membros da UE

João Pimentel Ferreira disse...

Hoje li um livro comprado em Havana, presumivelmente de uma editora nacional cubana, de uma série sobre "vidas rebeldes", que abordava a vida de Albert Einstein. No livro faz-se em primeiro lugar uma crítica à revista Time, que apesar de fazer de Einstein na sua edição de 1999 a figura do século XX, tem perante a sua figura um ideal condescendente e quase idílico em relação ao cariz rebelde, pacifista e alegadamente socialista de uma das maiores, senão mesmo a maior, figura da Ciência do séc. XX. Por conseguinte, neste texto farei uma abordagem política à figura de Einstein e aos seus ideais, e não uma abordagem científica à sua obra.

Poucos sabem por exemplo que, desde que Einstein chegou aos EUA em dezembro de 1932, desde cedo começou a ser investigado quer pelo FBI, quer mais tarde pela CIA (criada em 1947), devido aos seus ideais alegadamente subversivos. O arquivo de Einstein junto do FBI e da CIA, chegou a conter cerca de 1800 páginas, que relatavam o seu quotidiano, considerando que o seu correio era inspecionado, as suas cartas eram lidas, os seus telefonemas escutados e o seu dia-a-dia vigiado. Recorde-se que apesar de Einstein nunca ter visitado a União Soviética e de ser um opositor ao Estalinismo, logo a seguir ao final da segunda grande guerra passou-se a viver em plena Guerra Fria e no período por alguns denominado de "caça às bruxas". Qualquer não alinhamento com a política militarista e nacionalista americana, poderia ser encarado como subversivo por parte das autoridades federais. E se tal poderia ser ignorado num cidadão comum sem voz, tal não poderia ser desconsiderado no mais importante cientista da época e laureado com o prémio Nobel da Física de 1921. Einstein apoiou várias organizações pacifistas, e apesar de ser um defensor da liberdade, dava muito pouco crédito à retórica capitalista do bem maior plasmado no "mercado livre". Defendeu o salário mínimo nacional para combater a pobreza e uma indústria regulada pelos estados, para o planeamento a longo prazo da economia em função das necessidades da sociedade. Condenou fortemente os bombardeamentos de Hiroxima e Nagasaki considerando-os desnecessários e que serviriam apenas a mera "querela politiqueira" entre os EUA e a União Soviética, considerando que a União Soviética tinha declarado guerra ao Japão e invadido a sua soberania continental no mesmo mês de agosto de 1945.

Era por conseguinte um opositor fervoroso do militarismo, do serviço militar obrigatório e do nacionalismo. Denominava o nacionalismo como "o sarampo da Humanidade" e o militarismo como "a mancha pestilenta da civilização". Referia que os estados, quando soberanos e providos de poder militar, invariavelmente conduziam o seu país à guerra, sendo que a questão não era se mas quando. Referia, como qualquer humanista, como em A Ameaça da Destruição Total (1947), que "o medo e a ansiedade gerais criam ódio e agressividade", e que num clima social dessa natureza "o pensamento humano, objetivo e inteligente não surte qualquer efeito, sendo mesmo suspeito e perseguido por ser não-patriótico". Por conseguinte, era mesmo opositor da total soberania nacional dos estados, defendendo um governo supranacional, ao qual os estados nacionais deveriam delegar parte da sua soberania, como forma de se preservar a já por Kant tão ansiada Paz Perpétua. Num artigo publicado em 1945, escreve:

"Temo eu a tirania de um governo mundial? Claro que sim. Mas temo ainda mais a chegada de mais uma guerra das guerras. É certo que qualquer governo é maléfico até certo ponto. Mas um governo mundial é preferível à mais suprema maléfica das guerras, particularmente com as suas massivas destruições."

(cont.)

João Pimentel Ferreira disse...

Todavia na época da Guerra Fria o desígnio de um governo mundial, mesmo que democraticamente eleito como defendia Einstein, era encarado no Ocidente como uma conspiração comunista, plasmada na profusa e difundida Internacional; já na União Soviética os apelos de Einstein mais não eram encarados como uma fachada para a imposição de um governo mundial de índole imperialista e capitalista dominado pela alta burguesia. Por isso, os apelos de Einstein, apesar da sua reputação, foram ignorados. E porque refiro eu então que Einstein era também europeísta e por conseguinte muito provavelmente um defensor da atual União Europeia? Em 1914, no início da Primeira Grande Guerra, noventa e três proeminentes intelectuais, artistas e clérigos alemães assinaram um Manifesto ao Mundo Civilizado onde justificavam que o militarismo alemão e a invasão da Alemanha à neutral Bélgica, serviria não só para preservar a cultura germânica mas também a cultura do mundo civilizado. Einstein, juntamente com apenas mais outros três cientistas, assina uma contra declaração, denominada Manifesto aos Europeus, onde apela para a criação de uma Liga de Europeus para que esta possa "fundir o continente num todo orgânico".

Não é a União Europeia o sonho supremo de Einstein, plasmado no seu manifesto de 1914? Uma Liga de Europeus, num "todo orgânico", democraticamente eleita, desprovida de capacidade militar e de exército, e que preservou a Paz na Europa durante os seus sessenta anos de regência? Mas não sejamos ingénuos, pois a República de Weimar durou apenas quinze anos, e foi corrompida pelo, denominado por Einstein, "lado negro" da civilização. Não tenhamos por conseguinte quaisquer dúvidas: enquanto a União Europeia existir, haverá Paz na Europa. Sem a União Europeia, com os nacionalismos exacerbados e catapultados pelo "medo e ansiedade", parafraseando Einstein e recordando a história europeia do séc. XX, a questão bélica na Europa será sempre quando e não se.

Anónimo disse...

Então?

Pimentel? Onde está o cheque dos 17 mil milhões de Euros referente ao ano passado?

Já estamos em Abril e nada...

Diz lá aos teus patrões que se querem ter colónia de férias à beira-mar têm que pagar a anuidade!
S.T.

Anónimo disse...

Ó homem (JPF) deixe-se de lamechices!

Não são suficientemente claros os artigos cujos links publiquei?

Qual foi a parte que não percebeu?

Os ideais de Einstein nada têm a ver com a realidade actual da EU. Absolutamente NADA!

A história está repleta de exemplos de gente genial que fora da sua àrea de "expertise" tinha ideias bizarras e por vezes até estúpidas.

Por acaso até achei graça que o articulista do FT expôs exactamente a mesma linha argumentativa que eu segui. ( https://www.ft.com/content/bdac2df6-598a-11e6-9f70-badea1b336d4
)

A EU, não só não teve qualquer influência no período de paz desde o pós-guerre como está a criar as tensões que mais tarde ou mais cedo rebentarão em conflitos ou insurreições se os pomos de discórdia não forem resolvidos.

E o que é triste é que, pela natureza do domínio ideológico do ordoliberalismo na comunicação alemã a ruptura vai ser feita pela direita do AfD. Merkel, com a sua economia de pechisbeque está a abrir as portas a uma sociedade intolerante desprovida de valores humanistas.

Acabará por comprometer o futuro de todos os países da EU, inclusive da Alemanha por se agarrar a vantagens injustas e danosas para os outros países e para largas faixas sociais de cidadãos alemães.

Uma das características dos fanáticos do ordoliberalismo é a teimosia com que defendem um modelo económico que é racionalmente errado e demonstrou ser perigosamente nocivo quando usado na presente crise.

Isto é a resposta de Bill Mitchell, um proponente da MMT, a um alemão que não consegue perceber a natureza do dinheiro e o modo de funcionemento de um banco central no mundo económico de hoje em dia:

http://bilbo.economicoutlook.net/blog/?p=38964

S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

Caro ST

Debater consigo entrou no nível do delírio e do surrealismo. Porque motivo há-de o vendedor ressarcir quem livremente comprou um produto ou serviço? Você fala como se o dinheiro fosse enviado para a Alemanha sem contrapartidas comerciais. O mundo tem um saldo comercial nulo, porque se há países com saldos comerciais negativos, há outros que os têm positivos. Mas não passa pela cabeça de ninguém, à exceção da V. Exa., que o vendedor depois de vender um produto de valor X, tenha de ressarcir financeiramente com esse mesmo valor X o comprador, que o adquiriu tal produto ou serviço livremente. Os fundos estruturais são exatamente uma compensação pelo facto de haver diferenças nos PIBs per capita, por isso o Alentejo recebe muitos mais fundos estruturais que Lisboa.

Porque é que a grande maioria dos "especialistas" críticos do Euro provêm das elites económicas dos EUA? Claro que há exceções, como o nosso Ferreira do Amaral, mas os grandes críticos do Euro e "entendidos" no assunto vêm dos EUA. Sabia que nos EUA o dólar foi apenas criado em 1792, 16 anos depois da criação do país, e que esteve muitos anos longe de ser consensual o mercado americano interestadual de moeda única? Na altura também havia críticos como o ST, que evocavam as disparidades económicas entre norte e sul. Da mesma forma que V. Exa. adota uma visão de economia-política para criticar o Euro, eu defendo-o sob preceitos similares, pois sou europeísta.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Delírio e surrealismo é quando se explica o mecanismo económico que gera os desequilíbrios na Zona Euro de uma forma simples e acessível e vossa excelência a seguir distorce tudo.

Tem vossa excelência razão quando diz que uns têm saldos negativos e outros saldos comerciais positivos. A "chatice" é que devia haver alternância no tempo, não lhe parece?

"Esquece-se" é das consequências que isso normalmente tem para as moedas do vendedor e do comprador. E digo normalmente porque a Zona Euro não é "normal".

Mas eu percebo-o bem. Pretende escamotear que os fundos estruturais são uma miséria comparados com as necessidades se houvesse vontade política para convergir para uma zona monetária óptima.

Só que essa convergência tem custos, e os políticos do partido exportador alemão cuidam que a avareza é uma qualidade.

Quanto à nacionalidade dos criticos, mais uma vez vossa excelência se "engana".

Nicholas Kaldor era Hungaro.

Alberto Bagnai e Cláudio Borghi são Italianos.

Jacques Sapir é Francês.

Dani Rodrik é Turco.

Arre! Não acerta uma! LOL

O dólar dos USA é um exemplo do que o Euro não é nem nunca será. Basta um detalhe pequenino mas muito revelador: O BCE tem como mandato único o controle da estabilidade dos preços, isto é, da inflação.

A Reserva Federal tem um mandato DUPLO: Contrôle da inflação E MANTER A TAXA DE DESEMPREGO dentro de limites socialmente aceitáveis.

Pode parecer um detalhe, mas para os desempregados espanhóis, gregos, italianos e portugueses não é de certeza.

Vai pela sombra meu filho, que a luz do conhecimento é demasiado brilhante para as teias de aranha que tens na cabeça.
Pax vobiscum!
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

ST, em vez de defender a capitulação da moeda única, porque não pressionamos todos para que o BCE tenha também como missão uma baixa taxa de desemprego?

O que foi o quantitative easing do BCE senão, implicitamente, uma desvalorização da moeda a longo prazo?

Anónimo disse...

Ó Sr Pimentel! Quanta ingenuidade!

Então não sabe o Sr que a taxa de desemprego em Espanha é muito diferente da taxa de desemprego na Alemanha? Essa é uma das razões porque a Zona Euro não é uma "zona monetária óptima". E a torna mais sensível aos chamados "choques assimétricos".

Da mesma maneira que o BCE não pode fixar taxas de juro de acordo com as necessidades económicas de cada país, também não tem outros instrumentos para lidar com as diferenças de desemprego entre países.

Mesmo no QE o BCE é obrigado estatutáriamente a respeitar as quotas dos estados membros. Além das limitações inerentes ao dito QE, sobre o que muito haveria a dizer e muitas opiniões há sobre a sua validade.

A menos é claro que o BCE possa "tratar" diferentemnte os países. E isso equivaleria na prática a fazer transferências financeiras intra-união. E a isso o governo alemão já disso repetidamente "NEIN"!
S.T.

Anónimo disse...

"porque não pressionamos todos para que o BCE tenha também como missão uma baixa taxa de desemprego?"

Esses "todos" é o Pimentel, eu e mais quantos? ROTFL
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

E a Fed garante a taxa de desemprego baixa em cada um dos estados separadamente ou garante-a apenas a nível nacional? Imprimirá a Fed dinheiro aumentando a liquidez e provocando inflação se apenas um dos estados tiver problemas com desemprego?

Anónimo disse...

Não sei se o Pimentel percebe a ironia...

É que tendo o BCE sido instituído por tratados, seria necessário alterar esses mesmos tratados para lhe conferir o chamado duplo mandato, o que é tudo menos evidente que se consiga fazer, para mais contra os interesses da Alemanha.

Santa ingenuidade, Pimentel!
S.T.

Anónimo disse...

Nos States há multiplos mecanismos para equilibrar as contas dos estados.

Passa entre outras coisas pela negociação dos investimentos e dos incentivos a investimentos consignados no orçamento, que é mais de dez vezes o da EU em percentagem. Uma parte importante da negociação dos orçamentos federais é o "horse trading" dos parlamentares dos diferentes estados a discutir de quem fica com o quê.

Uma das questões mais debatidas é quem fica com as fábricas de armamento porque, como se pode imaginar é uma das fatias mais gordas discutida no Comité de Apropriações do Senado.

Além de que o subsídio de desemprego e vários outros programas assistenciais são federais.

Outro ponto importante no que toca à teoria das zonas monetárias óptimas é que não há diferenças significativas entre os povos dos diferentes estados dos USA. Todos falam inglês e se não houver trabalho num estado mudam-se para outro.

Aqui na EU não temos unidade em termos de povo. Não existe um povo europeu . Sentimos de maneira diferente, pensamos de maneira diferente e usamos uma data de linguas diferentes. Temos interesses diferentes e até leis, usos e costumes diferentes.

Aqui na EU vamos chegar ao ridículo de usar a língua de um estado que já não faz parte da "união" para nos fazermos entender porque a diversidade é demasiada até para quem fale várias linguas.
S.T.

Anónimo disse...

Espero que JPF tenha aprendido alguma coisa
Um massacre com classe

Anónimo disse...

Eu não contaria com isso (que JPF tenha aprendido alguma coisa).

Estes euristas fanatizados são como aqueles zombies dos filmes. Apesar de se lhes apresentarem argumentos demolidores voltam sempre como se nada fosse.

Espera-se é que os circunstantes, mesmo que poucos, aproveitem alguma coisa dos argumentos invocados. JPF parece-me um caso perdido.
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

O ST tem que idade?

O que é que estou a fazer na HOLANDA? Não foi porque o meu país teve uma elevada taxa de desemprego jovem? E porquê? Porque existe um mercado laboral europeu. Santa paciência.

O que é bom mesmo é viver à contacter do erário público e demonstrar piedade com os desempregados.

João Pimentel Ferreira disse...

E existe povo americano? Santa paciência! Refere-se aos Apache ou aos Comanche quando fala de povo americano?

O ST tem que idade?

Eu falo 6 línguas europeias mas hoje em dia com o Inglês qualquer jovem qualificado se dará na Europa

João Pimentel Ferreira disse...

A República da Irlanda faz parte da União.
E sou eu que não acerto uma.

João Pimentel Ferreira disse...

E os anti-europeítas são germanófobos.

Anónimo disse...

Ó Pimentel!

Os europeístas são tão germanófobos que até se preocupam com a sorte dos alemães dos landers de leste que foram vitimas da vingança ideológica e má politica económica de Schauble.

Como demonstro aqui:

https://www.blogger.com/comment.g?blogID=4018985866499281301&postID=719863090612280902&bpli=1

"A sombra de Schauble já é muito comprida. Já vem do tempo em que liderou o desmantelamento de todo o aparelho industrial da antiga DDR.
A costela direitolas do Sr Schauble levou-o a uma politica de terra queimada a que muito boa gente chama "ANSCHLUSS" (ANEXAÇÂO).

Para mais detalhes consultar o livro de Vladimiro Giaché, um amigo de Bagnai, com o mesmo nome, ANSCHLUSS.

Mas o que importa reter foi a forma como Schauble assumiu que era necessário arrasar tudo para depois reconstruir como bom liquidacionista ordoliberal com uma componente de vingança ideológica.

Não é pois de admirar o tratamento dispensado ao povo grego que além de não ser alemão se ousava rebelar contra a ordem ordoliberal dos mega-loan-sharks da EU.

Rewind para o presente e temos a Sra Merkel preocupada com os landers de leste:

https://www.reuters.com/article/us-germany-politics/merkel-looks-at-ways-to-tackle-germanys-east-west-disparities-idUSKBN1HM0F4

Ora, porque será que depois de tantos anos em que a sombra sinistra de Schauble pairou sobre os landers de leste, a CDU "descobriu" que tem que fazer alguma coisa?
Consultem-se os resultados das últimas eleições e a razão aparece clara e cristalina como água de nascente.
Estes ordoliberais são mesmo uma praga!"
S.T.

Anónimo disse...

O Pimentel não sabe, mas a República da Irlanda declarou como lingua oficial para efeitos na EU o Gaélico.

Ora veja lá o artigo da "Politico"

“We have a regulation … where every EU country has the right to notify one official language,” Hübner said. “The Irish have notified Gaelic, and the Maltese have notified Maltese, so you have only the U.K. notifying English.”

“If we don’t have the U.K., we don’t have English,” Hübner said.

https://www.politico.eu/article/english-will-not-be-an-official-eu-language-after-brexit-senior-mep/
S.T.

Anónimo disse...

E é claro que existe um povo americano!

Quando se pergunta a um americano fora dos USA de onde é que ele é a responta invariávelmente é "from the United States". Ninguem diz que em matéria de nacionalidade é Michiganês ou Utatiano.

Quando se pergunta a um dos cidadãos de um qualquer país da EU "de onde é" este nunca indicará União Europeia mas sim o país de que é oriundo.

O sentimento de pertença é ao país, não à EU.

A implicação é que por meio de asfixia económica seria possível forçar a emigrar uma parte significativa da população de um país, desertificando-o ou no mínimo provocando graves problemas de sustentabilidade demográfica.
Entretanto a Alemanha com a sua politica económica manhosa vai roubando jovens qualificados a todos os países do Sul, obtendo mão de obra qualificada sem gastar um chavo na sua formação. E resolvendo o seu problema demográfico à custa de agravar o problema de sustentabilidade populacional dos periféricos.
S.T.

JPF disse...

"In the Republic of Ireland, under the Constitution of Ireland, both [English and Irish] have official status", ou seja, o Inglês é língua oficial da República da Irlanda de acordo com a sua Constituição.
in: https://en.wikipedia.org/wiki/Languages_of_Ireland

E ainda falta Malta, vá lá, demonstre algum respeito pelos "periféricos"
"Malta has two official languages: Maltese and English."
https://en.wikipedia.org/wiki/Languages_of_Malta

Anónimo disse...

JPF... Rapaz... Pára de contar Πnt€lhoᱮ
Isso com a idade compõe-se.
S.T.

João Pimentel Ferreira disse...

Por acaso é mentira. Há muitos americanos quando perguntados donde são, dizem por exemplo: "I'm from California".

João Pimentel Ferreira disse...

O que faltou ao ST foi ter comido umas holandesas ou alemãs enquanto novo. Ter-lhe-ia adocicado o coração e elevado o "espírito" como diria Freud. Mas ainda vai a tempo, o mercado de trabalho é único! Passar bem!

Anónimo disse...

Normalmente sou eu que cozinho para as mulheres, e já foram algumas, que se cruzam comigo.

Canibalismo não faz muito o meu género. Sou mais pelo óleo (de massagem) e pela troca de fluidos.

Como o JPF é novo, inexperiente e pouco sofisticado é natural que não perceba a incompatibilidade entre "comer a gaja" e elevação de espírito.

Vai pela sombra meu filho, para que a luz do conhecimento não perturbe demasiado a tua boçalidade.
Pax vobiscum!
S.T.

Anónimo disse...

Francamente não há pachorra para tanta mediocridade. Independentemente de divergências de opinião e de pontos de vista, independentemente de questões filosófico-ideológicas diferentes, o que sobra é este gosto desagradável perante este joão ferreira pimentel.

Não,não vamos agora falar do seu carácter de troca-tintas ou na sua desonestidade em se travestir de vários nicks no mesmo post. Nem vamos comentar as variadas razões para manter este sujeito à distância (mas na ordem).

Este tipo é uma fraude. Uma fraude intelectual, mas também uma fraude cívica.

Raia o insuportável observar como alguém consegue ser tão pedante e proclamar que é "engenheiro". Como se isso constituísse argumentação de monta para o que quer que seja e como se não soubéssemos o que escondem estas tiradas de toleirão em busca de palco. Só se relembra aqui esta prosápia do dito pimentel porque agora este resolve juntar mais uma, o saber falar seis línguas. Mais uma vez o pigarrear como se tivesse carta de alforria, agravado pela eterna questão deste tipo ignorar concretamente com quem está a falar, estando completamente às escuras no que diz respeito aos graus académicos, conhecimento de línguas ou o que quer que seja de quem interpela desta forma tão grosseira.

O ridículo não mata mas ajuda como diversão

Anónimo disse...

Mas o que é agora completamente insuportável é esta forma desesperada como pimentel ferreira (assim em letras minúsculas, porque a mediocridade boçal não lhe confere dignidade para mais) quase que encerra um debate em que levou um baile de todo o tamanho. Ainda por cima com alguém que o fez com conhecimento, classe, elevação e nível.

Falar em "comer umas holandesas e alemãs enquanto novo" faz entrar o que devia ser um debate naquela zona desagradável dum ambiente rasca e mal frequentado.

Aí topamos que estamos diante do tipo que fez aqueles versos inqualificáveis de machismo e misoginia a respeito duma tal Matilde. E vemos que confere com a figura do próprio declamador, na sua versão adiposa de quem andou a comer muito...se choucroute alemão ou puré holandês não sabemos.

Mas os resultados são deploráveis. Em todos os aspectos