segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Um jornal para todas as provas

Para todos os que têm criticado as políticas neoliberais da austeridade, e sofrido com as suas devastadoras consequências, a possibilidade de haver um governo em Portugal com base num acordo de incidência parlamentar determinado a repor os rendimentos da maioria dos trabalhadores e pensionistas, a recuperar o emprego, a combater a precariedade e a defender o Estado social e os serviços públicos, só pode ser motivo de esperança. Uma esperança há demasiado tempo negada e, por isso mesmo, mais urgente e saborosa. 

Sandra Monteiro, A prova do poder, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Novembro de 2015.

No seu artigo mensal, Sandra Monteiro não deixa de colocar um indispensável “porém” a seguir a este parágrafo: seguindo a fórmula famosa, o pessimismo da inteligência é tão necessário para a transformação quanto o optimismo da vontade e este artigo articula-os muito bem. Naturalmente, todo o destaque vai neste número para o dossiê sobre as potencialidades e os constrangimentos que se colocam a uma governação à esquerda: o Ricardo Paes Mamede analisa as suas prioridades, Maria Clara Murteira escrutina as escolhas na área das pensões mínimas da Segurança Social, enquanto Pedro Cerejo trata dos fantasmas agitados pelo comentário mediático reaccionário.

11 comentários:

Jose disse...

CHAVÕES!

Quem cria emprego?
Quem cria emprego tem meios para o criar? Vontade, capital, projecto sustentável...

Do PREC da rua fica história, do PREC da treta está a fazer-se a história!

Anónimo disse...

O Sr. Jose esqueceu-se de fazer referência ao muro de berlim, à revolução de 1917, ao estáline e à coreia do norte. Pelo que já demonstrou, está quase habilitado a entrar no CDS-PP e quem sabe, a ter o seu próprio submarino ou a sua educação "moderna".

meirelesportuense disse...

Eu gostava de poder ser amável com o José, mas é muito difícil sê-lo, se a argumentação dele não se poder alterar, assim, permanece como se desejasse constituir-se apenas como se fora um mero ruído de fundo. Incomodativo, mas simples ruído de fundo e é triste, porque ninguém merece ser ignorado. Nem o nosso PRECSilva.

maria disse...

Bom jornal, pena ser caro!!!mas
HOJE É DIA DE FESTA!!!! GOVERNO RUA!!!

Jose disse...

Meirekles não vou poder satisfazer esse gosto porque até que se altere a realidade não se alterará o argumento.
Bem sei que tudo é dirigido a um bem maior, tra-la-ra, mas fazer de conta que as boas intenções são boas soluções é coisa que eu deixo com os meireles deste mundo.
Mas agora que a direita fez o serviço de limpeza do lixo deixado pelos 'bem-intencionados' Sócrates & C.ª logo aparecem idiotas a querer repetir a dose.
Desta vez a dose terá que ser moderada que a limpeza ainda ia a meio.

L. Rodrigues disse...

Jose, quem cria emprego são os consumidores.
Vá ver quanto dinheito foi transferido de baixo para cima, do trabalho para o capital, nos últimos 4 anos, e depois tente transformar isso em empregos. Boa sorte.

John Kenneth Galbraith tem um recado para si:

"We can safely abandon the doctrine of the eighties, namely that the rich were not working because they had too little money, (and) the poor (were not working) because they had much."

meirelesportuense disse...

Não gosto de ver ninguém triste, por isso garanto que o pior que pode acontecer com um Governo do PS é fazer exactamente o mesmo que fez o PPCoelho/Portas. Mas pode acontecer o inverso e a vida de todos melhorar, inclusive para os José's que não acreditam num Governo que leve a efeito a aplicação da Solidariedade.

meirelesportuense disse...

Havemos de ser amigos um dia José!...Afinal somos todos irmãos.
-E lá mais para a frente verificarás que o Poder que defendes nunca deu nada a ninguém a não ser aos poderosos, porque sempre foram colocados nos lugares de Poder com essa obrigação.
Eu tenho razões poderosas para poder estar ressentido com estes homens de mão, de gente perfumada ou nem tanto -há tanto rico que não toma banho nem corta as unhas dos pés-, mas o que defendo é a existência das mesmas condições de acesso à vida digna para todos, sem nenhuma excepção. E o Mundo caminha nesse sentido. Inexorávelmente.

Jose disse...

L.Rodrigues,
Se você não o dissesse eu nunca adivinharia tal coisa!
Só não me explicou como os consumidores portugueses criam emprego em Portugal e não noutro lugar qualquer como vinha acontecendo há décadas.

meirelesportuense disse...

José: -Os consumidores Nacionais são os principais impulsionadores da Economia Portuguesa porque a Economia Nacional vive em grande parte -numa parte de leão- do consumo Interno. É fácil perceber isso, os pequenos e médios comerciantes seja de que ramo forem, vestuário, calçado, as grandes superfícies, as companhias de seguros, as representações do ramo automóvel, práticamente todos os empresários em Portugal ganharão com uma mudança radical de política, os empregados por conta de outrém idem, os reformados, os mais desprotegidos...Claro que os homens e mulheres que se consideram "diferentes e superiores" à maioria, sofrem com uma mudança de paradigma, porque sofrem com a visão de homens e mulheres "vulgares" convenientemente vestidos, alimentados e com casas de habitação com dignidade mínima, e preferem ir engrossar ao fim-de-semana os pelotões de jovens escuteiros que pedem nas portas dos supermercados com sacos de plástico devidamente identificados, para poderem ostentar o seu espírito de caridadezinha cristã...
Qualquer pessoa de boa e sã consciência deve preferir que todos os cidadãos tenham em Portugal -como o têm nos Países Europeus desenvolvidos- condições de dignidade mínimas. Esse é que deve ser o verdadeiro espírito Europeu.

meirelesportuense disse...

Ainda esta noite vi na RTPMemória um filme sobre a faina do Douro e dos Barcos Rabelos...Anos 1960!...Já eu era crescidito, já trabalhava.
-Os homens que trabalhavam nestas fainas, viviam miserávelmente, dormiam dentro dos barcos acostados à noite nos areais ribeirinhos, preparavam -naqueles caldeirões de tripé, escuros de tanta lume e fumo apanharem- e comiam as suas parcas refeições dentro dos navios, e já no fim das suas viagens, paravam algures nas margens do rio Douro para irem ao barquinho-tasca ali estacionado estratégicamente, beberem a malga de vinho verde tinto carrascão e um naco de boroa de Avintes!...Este é um exemplo do que fazem os tristes consumidores Portugueses, mesmo que sejam tão desprotegidos e miseráveis, como o eram os homens que esse filme tão bem retrata.